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Three Gorges dá uma descarga elétrica na EDP

  • 30/05/2012
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A EDP está morta! Viva a EDP! A companhia portuguesa – que vivia seu fade out na Terra de Vera Cruz – redescobriu o Brasil. A chinesa Three Gorges, nova controladora da empresa, promete recarregar as baterias da subsidiária brasileira. A primeira medida envolve um pacote de investimentos nos segmentos de geração e distribuição. O valor só será definido pelos asiáticos no segundo semestre, mas, segundo uma fonte ligada a  EDP Brasil, a cifra não deve ficar abaixo dos US$ 500 milhões. Os planos incluem a construção de hidrelétricas e até mesmo a compra de participações em concessionárias estaduais – o grupo é controlador da Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba Escelsa. Procurada, a EDP negou o projeto. No entanto, segundo a mesma fonte, a Three Gorges pretende transformar a EDP Brasil em uma holding com múltiplos negócios na área de energia. O próximo passo será a entrada no segmento de gás natural. Na sede do grupo no Brasil, já se fala na possibilidade de criação de uma subsidiária, informalmente já batizada de EDP Gás. A ideia dos chineses é criar uma corrente contínua neste mercado. A empresa entraria no capital de distribuidoras estaduais de gás e, com isso, garantiria o fornecimento de matéria-prima para novas termelétricas. A EDP estaria negociando com a russa Gazprom e a BP a construção de duas usinas na Região Nordeste, com capacidade de 500 megawatts cada uma. A operação das geradoras deverá ficar a cargo dos luso-chineses. A Three Gorges olha para o Brasil e enxerga um pote de ouro no fim do arco-íris. De operação prestes a ser apagada – o governo português chegou a procurar um comprador para a Bandeirante e a Escelsa – a subsidiária brasileira tornou-se a grande aposta dos chineses. Com a crise europeia, o grupo deverá transferir para o país um volume cada vez maior de investimentos. A decisão de atuar em termeletricidade, por exemplo, representa uma aposta da EDP na futura produção de gás natural da camada de présal. Além disso, a empresa acredita que ainda existe um grande potencial de crescimento da participação do gás na matriz energética por conta das dificuldades do governo em acelerar projetos hidrelétricos na Amazônia.

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