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Blairo Maggi barra os planos da Petrobras na MTGás

  • 10/03/2010
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O governador Blairo Maggi está dando uma canseira na Petrobras. O motivo é a negociação para a compra do controle da MTGás, a distribuidora de gás do estado. A operação revelou-se mais complexa do que supunha a diretoria da Petrobras. Maggi desistiu da venda integral das ações. Quer que o estado mantenha uma participação de 49% no capital. Ao mesmo tempo, está condicionando a venda a um acordo de acionistas que garanta ao governo mato-grossense a nomeação de três diretores, incluindo a área operacional, e poder de veto em decisões estratégicas. Na atual circunstância, Blairo Maggi não tem opções a  associação com a Petrobras. De um lado, precisa de um sócio capaz de capitalizar a MTGás; do outro, tem de encontrar a toque de caixa uma solução para os constantes problemas no abastecimento de gás no estado, altamente dependente do insumo que vem pelo gasoduto Bolívia-Brasil. Volta e meia, o governo boliviano interrompe o fornecimento sem maiores explicações. Ainda assim, Blairo Maggi quer ficar com alguns anéis. Vender integralmente o controle da MTGás significa abrir mão de poder político. Um dos maiores receios de Maggi é que, sob o mando da Petrobras, haja um descolamento excessivo entre a estratégia de negócios da distribuidora e as próprias políticas públicas do estado. A intenção da holding federal seria privilegiar o fornecimento de gás para grandes clientes, leia-se fábricas e termelétricas, em detrimento da oferta de Gás Natural Veicular (GNV), considerada prioridade pelo governo mato-grossense. Outra bola dividida é o programa de expansão do uso do gás natural em residências, menina dos olhos de Blairo Maggi. A Petrobras não está muito disposta a manter o projeto em suas bases atuais. O investimento está orçado em R$ 1 bilhão.

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