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BR Distribuidora sai Á  caça de aquisições

  • 28/06/2010
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A Petrobras cansou de contemplar o avanço de seus principais con correntes no mercado de combustíveis. No alto-comando da estatal, há um consenso de que a BR Distribuidora precisa reagir aos últimos movimentos do setor ? leia-se a associação entre Cosan/Esso e Shell e a compra da Texaco pelo Grupo Ultra. A companhia viu sua distância para a concorrência se reduzir nos últimos três anos. Hoje, a BR detém 37% de participação. Cosan/Shell e Ultra/Texaco estão tecnicamente empatadas na vice-liderança, com cerca de 20%. Esta diferença, ressalte-se, pode ficar ainda menor caso o Ultra feche a compra da Alesat, o que o deixaria com quase 24% de participação no mercado nacional. A expansão da rede de postos foi tema dominante nas duas últimas reuniões do Conselho de Administração da BR. A estratégia da companhia prevê duas frentes. Além de intensificar a absorção de postos bandeira branca, a estatal vai partir para a aquisição de redes de médio porte, com forte presença regional. Os recursos virão do próprio caixa da subsidiária da Petrobras, o que deverá, inclusive, provocar mudanças no planejamento estratégico da companhia ? os investimentos previstos até 2013 somam cerca de R$ 3,5 bilhões. No que dependesse única e exclusivamente do seu apetite, a BR jogaria suas fichas na compra da própria Alesat, dona de 1,7 mil postos de combustíveis. No entanto, a diretoria da estatal considera a operação inexequível do ponto de vista dos órgãos antitruste. Dificilmente, a negociação passará pelo Cade, nem tanto pelo critério do market share nacional: a BR sairia de 37% para pouco mais de 40% de participação. O problema é que a negociação aumentaria a presença da BR em algumas áreas específicas, como o Sudeste. Não custa lembrar que, ao comprar a Ipiranga em parceria com o Ultra, a estatal teve de abrir mão dos postos na região, ficando apenas com as unidades no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por conta desta limitação, o canhão da BR Distribuidora aponta na direção de redes de 100 a 200 postos. Há duas empresas com este perfil na mira da estatal. Uma delas é a Petrobahia, que tem 160 unidades em quatro estados ? Bahia, Minas Gerais, Sergipe e Piauí. A outra é a Charrua, uma das mais tradicionais redes de combustíveis da Região Sul, com 250 postos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

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