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Cosan e Shell buscam seu passaporte para o mercado de gás

  • 10/01/2011
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Após sacramentar sua associação, Cosan e Shell preparam sua primeira grande investida em conjunto. Com o pé fincado na produção de etanol e na venda de combustíveis, a dupla pretende avançar agora para a criação de um grande grupo de energia, com múltiplios negócios em geração e distribuição. O primeiro passo previsto é a entrada no mercado de gás, com a compra de concessionárias estaduais. O alvo prioritário, de certa forma, já está dentro de casa. Trata-se da Comgás. Há conversações com a matriz para que o grupo anglo-holandês transfira para a joint venture entre Cosan e Shell a sua participação de 9% na distribuidora paulista. O próprio Rubens Ometto e o executivo Vasco Dias, presidente da nova empresa, estão a  frente das tratativas. Esta pequena fatia societária é um dos ativos mais cobiçados do setor no país. Recentemente, a Petrobras e a espanhola Gas Natural fizeram gestões para comprar as ações. Rubens Ometto ensaia o primeiro ato já pensando nas próximas cenas. Uma vez dentro da Comgás, o empresário entende que a Cosan/Shell terá caminho aberto para negociar com a BG, acionista controladora, um aumento da sua fatia societária e a formatação de um novo acordo de acionistas. Está longe de ser uma amarra simples. Ometto, contudo, parte da premissa que tem moeda de troca para levar adiante as negociações com o grupo britânico. Um dos caminhos seria um cruzamento de participações que permitisse aos ingleses entrar no capital da Cosan/Shell. Em uma engenharia mais modesta, os dois grupos seriam sócios de projetos na área de gás, notadamente em geração. No cenário ideal, o objetivo de Cosan e Shell seria usar a Comgás como ponta de lança para comprar outras distribuidoras de gás e concentrar futuros investimentos na área de geração, leia-se a construção ou aquisição de termelétricas. Outro projeto no horizonte é a instalação de térmicas movidas a etanol. Testes recentes feitos pela Petrobras e pela GE mostram que o combustível garante a mesma potência das turbinas gerada por outras matérias-primas, como o próprio diesel.

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