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Mitsui reserva Á  Gaspart o oposto do que disse antes

  • 16/11/2012
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Será que a Mitsui é uma metamorfose ambulante ou é a errática postura dos governos estaduais que impede os japoneses de ter aquela velha opinião formada sobre seus investimentos em gás no Brasil? Perguntem ao presidente do grupo no país, Shinsuke Fujii. O executivo já perdeu as contas de quantas vezes discutiu e rediscutiu com o board o futuro da Mitsui no mercado brasileiro de distribuição de gás, devido, principalmente, a s indefinições que cercam o destino de algumas das principais empresas do setor. Neste labiríntico vai-e-vem, os japoneses decidiram, mais uma vez, dar meia-volta, volver em relação ao destino da Gaspart, que reúne participações em sete concessionárias estaduais – Algás (AL), Bahiagás, Compagás (PR), Copergás (PE), PBgás, SCgás (Santa Catarina) e Sergás (Sergipe). De acordo com informações filtradas junto a  própria Mitsui, o grupo desistiu de vender a empresa, operação que já era dada como favas contadas entre seus próprios executivos. A reviravolta será acompanhada de uma farta temporada de investimentos no negócio. A ideia dos japoneses é usar a Gaspart como ponta de lança para a entrada em novas distribuidoras e a consequente formação de um colar ainda mais amplo de ativos no segmento. Segundo uma fonte ligada a  Mitsui, nos últimos meses houve conversações com a Petrobras e a russa Gazprom, ambas interessadas na aquisição da Gaspart. Mas os ventos mudaram de direção e a biruta dos japoneses virou pelo avesso. A decisão do grupo se baseia na expectativa de que, no próximo ano, finalmente diversos governos estaduais vão deslanchar a privatização ou a venda de parte das ações de suas distribuidoras de gás – em alguns casos, existem operações travadas há quase uma década. Os leilões vão dar nova vida ao setor. Há estimativas de que os investimentos privados poderão alcançar R$ 20 bilhões ao longo da próxima década, contando-se apenas as distribuidoras estatais que deverão ser colocadas na vitrine. Três destas empresas são consideradas prioridade pela Mitsui: Bahiagás, Compagás e SCGás. Pelo fato de a Gaspart já estar no capital, os orientais entendem que poderão entrar na disputa com uma cabeça de vantagem em relação aos seus concorrentes, sobretudo se o leilão for definido com base no critério do maior volume de investimentos e não da oferta mais alta pelas ações. Outra companhia que está na mira da Mitsui é a Gasmig, terceira maior distribuidora do Brasil. Neste caso, a operação não deve passar pela venda do controle, mas, sim, de uma parte do capital. Procurada pelo RR, a Mitsui não se pronunciou.

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