Ometto conta com Alckmin para capturar o gás de São Paulo

  • 6/09/2013
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O governador Geraldo Alckmin teria iniciado tratativas com a Assembleia Legislativa com o objetivo de desatar as amarras legais que impedem o redesenho do mapa da distribuição de gás no estado, leia-se operações de fusão e aquisição entre as três concessionárias locais – Comgás, Gas Brasiliano e Gas NaturalSul. Na Alesp, a possível mudança já recebeu o jocoso epíteto de “Emenda Binho”, em referência a  forma como o empresário Rubens Ometto é chamado pelos mais próximos. De fato, o terno parece ser feito sob medida para o dono da Cosan. Olhando-se para as peças do tabuleiro, Ometto seria, potencialmente, o maior beneficiado pela “alforria societária”. Nenhum outro investidor do setor tem demonstrado tanto apetite quanto ele. O empresário comprou recentemente o controle da Comgás e já sinalizou o interesse em avançar sobre a Gas Natural Sul, controlada pelo grupo espanhol Gas Natural Fenosa. Procurado, o governo paulista negou a mudança nas regras. No entanto, segundo fontes do próprio Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin considera anacrônicas as regras que limitam participações cruzadas no setor – elas datam da privatização da Comgás, em 1999. Na avaliação de Alckmin, o aumento dos investimentos em distribuição no estado passaria obrigatoriamente pela quebra das algemas societárias, o que permitiria a captura de sinergias e ganhos de escala. Há uma pressão dos próprios acionistas das três distribuidoras pela mudança no arcabouço legal. Quanto mais o tempo passa, maior a aflição do governo paulista. a€ exceção da Comgás, vitaminada pela chegada da Cosan, a situação das outras duas concessionárias é preocupante. Premida pela crise em seu país de origem, a Gas Natural tem adotado uma postura cautelosa. Neste ano, deverá investir cerca de R$ 150 milhões na concessionária paulista, número considerado insuficiente pelo governo do estado para fazer frente a  expansão da oferta de gás nos 15 municípios atendidos pela companhia. No caso da Gas Brasiliano, o cenário é ainda mais preocupante. A venda de uma importante fatia da participação da Petrobras para a Cemig, equivalente a 40% do capital total, empacou – a operação está vinculada a  construção de um gasoduto entre Ribeirão Preto e Uberaba. Sem a chegada da estatal mineira, é pouco provável que a Gas Brasiliano mantenha seu plano de investimentos, em razão das restrições orçamentárias da Petrobras.

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