Enel dá um choque na direção da Endesa Brasil

  • 15/07/2014
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Pode até parecer pretensão ou irrealismo do RR anunciar uma razia de tamanha dimensão, mas a fonte das informações a seguir conhece cada fio elétrico da Endesa Brasil. O informante não deixa por menos: diz com todas as letras que a italiana Enel, controladora do grupo espanhol, prepara uma ampla, geral e irrestrita mudança no alto-comando da empresa no país. A fila dos eletrocutados seria puxada pelo próprio presidente da companhia, o chileno Marcelo Andrés Llévenes. Ele seria seguido pelo diretor financeiro, Teobaldo Cavalcante Leal. A intenção dos italianos é designar um executivo brasileiro para o posto de Llévenes – ainda não está definido se ele sairá das fileiras da Endesa ou se será contratado no mercado. A fonte do RR afirma também que o tratamento de choque não ficará restrito a  gestão executiva. Atingirá também o Conselho de Administração. Dos quatro integrantes de origem espanhola – indicados, portanto, pelos antigos controladores da Endesa – dois serão afastados do cargo. Segundo o RR apurou, os eleitos seriam José Ibaa±ez-Martin, vice-presidente do Conselho e vice-diretor-geral da Endesa Internacional, e Rafael Lopez Rueda, que ocupa ainda a gerência-geral da Chilectra, distribuidora chilena também controlada pela Endesa. Da holding, os fios elétricos se estendem também a s subsidiárias do grupo, leia-se a Ampla, do Rio de Janeiro, e a  Coelce, do Ceará. Na Endesa, fala-se na saída do presidente da distribuidora nordestina, Abel Alves Rochinha. Pode-se dizer que, só agora, os italianos estão ocupando um imóvel que adquiriram há sete anos. Desde a compra do controle mundial da Endesa, em 2007, a Enel jamais fez mudanças significativas na gestão do grupo na América do Sul. Ao longo deste período, os italianos deram prioridade absoluta a  reestruturação da Endesa na própria Europa. Agora que a casa está razoavelmente arrumada, os holofotes se voltam a  América do Sul, onde se concentram os principais ativos da companhia fora do Velho Continente. Há também um forte componente político na decisão da Enel. O grupo pretende dar uma demonstração de força aos antigos acionistas majoritários que ainda participam do capital da Endesa, a começar pelo próprio governo espanhol. A alta direção da subsidiária brasileira ainda remete aos tempos em que o centro de decisões da companhia ficava em Madri, e não em Roma. O chileno Marcelo Llévenes está na Endesa desde 1986. Entre 2001 e 2007, presidiu a Ampla. Teobaldo Leal, por sua vez, entrou no grupo há 11 anos. Entre outros cargos, comandou a área financeira da Edelnor, subsidiária da companhia no Peru.

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