Tag: Ministério de Minas e Energia
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Energia
Argentina vira concorrente do Brasil por investimentos em transmissão
14/11/2024As medidas que começam a ser lançadas pelo governo de Javier Milei para atrair investimentos em transmissão de energia acenderam um sinal amarelo no Ministério de Minas e Energia. O receio é que grandes grupos de energia acabem remanejando sua estratégia de negócios na América do Sul, com a transfusão para a Argentina de recursos anteriormente programados para o Brasil.
Para reduzir o gap de décadas em infraestrutura de transmissão, o governo Milei está flexibilizando a regulamentação e criando mil e uma facilidades para investimentos estrangeiros. Há ainda o chamado programa RIGI, um combo de benefícios fiscais, cambiais e alfandegários que abrange diversos setores da economia. O risco argentino é elevado, muito maior do que o Brasil, mas as oportunidades de ganho são enormes, tamanho o volume de projetos que terá de começar do zero. A chinesa State Grid já sinalizou o interesse em investir no país. A Iberdrola, controladora da Neoenergia, também tem negócios na Argentina.
Regulação
Minas e Energia e Aneel impõem amarra para renovação de contratos das distribuidoras
11/11/2024Um raro momento de convergência entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Aneel. Silveira tem defendido que a renovação das concessões de distribuidoras fique condicionada à renúncia de ações judiciais contra o Poder concedente, proposta já discutida no âmbito da agência reguladora. Ou seja: para estender os contratos, as empresas teriam de abrir mão de contenciosos contra a União ou estados. A possibilidade já está provocando um curto-circuito entre a Aneel e as empresas de energia. E, ironia das ironias, ameaça aumentar ainda mais o nível de judicialização do setor. Há informações de que a Abradee (Abradee (Associação dos Distribuidores de Energia Elétrica) cogita entrar na Justiça para brecar o projeto.
Energia
Minas e Energia vai autorizar mais empresas a importar energia do Paraguai
8/11/2024Ainda neste mês, o Ministério de Minas e Energia vai autorizar uma nova leva de empresas a importar energia do Paraguai. A informação que circula na Pasta é que, nessa fornada, a medida deve contemplar cinco companhias. Na última terça-feira, a Pasta deu o sinal verde para quatro empresas – Infinity Comercializadora de Energia, Matrix Comercializadora de Energia Elétrica, Vitol Power Brasil e Engelhart CTP. Ao todo, há 18 pedidos em análise no Ministério de Minas e Energia. É só um aquecimento. A venda de energia paraguaia no Brasil deverá disparar mesmo a partir de 2027. Pelo novo acordo de Itaipu, a partir desse ano o Paraguai poderá ofertar do lado de cá da fronteira o excedente da cota a que tem direito da produção da hidrelétrica binacional.
Governo
O nome de Alexandre Silveira para a diretoria da Aneel
2/10/2024O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trabalha dia sim e o outro também pela nomeação do secretário de energia elétrica da Pasta, Gentil Nogueira, para a diretoria da Aneel. Silveira quer matar dois coelhos com uma só cajadada: não apenas aninhar alguém próximo na cúpula da agência reguladora, mas impor uma derrota ao presidente da Aneel, Sandoval Feitosa, seu desafeto, que também está ávido para emplacar um nome da sua confiança na vaga aberta com a saída de Hélvio Guerra.
Destaque
Troca de comando da ANP opõe Minas e Energia e Petrobras
1/10/2024A sucessão no comando da ANP está colocando em lados opostos o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Silveira, como se sabe, quer emplacar no cargo Pietro Mendes, secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e presidente do Conselho da Petrobras. Ocorre que, os últimos dias, outro nome passou a aparecer muito bem cotado na bolsa de apostas em Brasília: Allan Kardec, atual presidente da Gasmar, distribuidora de gás do Maranhão.
Discretamente, como é do seu estilo, Magda tem atuado nos bastidores em favor da indicação de Kardec. Ambos tocam de ouvido. Se Pietro Mendes é o homem de confiança de Silveira no board da Petrobras, Magda e Kardec sempre demonstraram sintonia na própria ANP – ambos foram colegas na diretoria do órgão regulador entre 2008 e 2012.
Além disso, o maranhense Kardec conta também com o apoio do “sumo pontífice” e de um dos cardeais da política no estado, respectivamente José Sarney e Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia. São personagens de peso que Lula costuma ouvir e incensar. Em junho, por exemplo, em entrevista a uma rádio maranhense, o petista referiu-se a Lobão como uma “figura excepcional” do seu primeiro governo, “um quadro político refinado para discutir qualquer assunto, em qualquer área”.
No caso de José Sarney, então, nem se fala. No ano passado, por conta da inauguração da Ferrovia Norte-Sul, Lula fez questão de gravar um vídeo ao lado de Sarney rasgando elogios ao ex-presidente da República pela “ideia” de construir a linha férrea. No entorno do petista, ressalte-se, há quem veja a escolha de Allan Kardec também como um hedge político. Seria uma forma de evitar um excesso de poder nas mãos de Alexandre Silveira, do PSD, um partido que “está” na base aliada, algo muito diferente de “ser” da base aliada. Mesmo porque a mesma legenda, por meio do senador baiano Otto Alencar, tenta também emplacar um nome em uma das diretorias da ANP.
O sucessor de Rodolfo Saboia, que deixa a diretoria-geral da ANP em dezembro, terá um dos maiores desafios da história recente da agência: o imbróglio da Margem Equatorial passará obrigatoriamente por suas mãos. Isso inclui não apenas o impasse em relação ao início ou não das atividades da Petrobras na bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, mas os futuros leilões.
A ANP já incluiu novas bacias na região entre as prioridades do calendário de estudos geológicos e econômicos de 2025. No setor há quem diga até que o movimento foi um aceno de Saboia ao governo, na tentativa de ser reconduzido à diretoria-geral da ANP, por ora a menos provável das hipóteses. Nesse quesito em especial, Pietro Mendes e Allan Kardec estão tecnicamente empatados: ambos são enfaticamente favoráveis à exploração da Margem Equatorial.
Em contato com o RR, a Petrobras negou que a presidente da companhia esteja “agindo para indicar o novo diretor-geral da agência reguladora”. Ainda de acordo com a estatal, “Magda Chambriard tem total respeito pela governança interna da ANP e por qualquer que seja a escolha feita pelo governo federal, a quem cabe a decisão.”
Infraestrutura
Bolívia despeja energia do lado de cá da fronteira
25/09/2024Informação que corre no Ministério de Minas e Energia: a estatal boliviana Empresa Nacional de Eletricidad fez chegar ao governo Lula uma proposta para a venda do excedente de energia produzido naquele país. A negociação envolveria a transferência de até 1.000 MW. Na prática, seria o primeiro resultado do memorando de entendimentos firmado em julho deste ano para a integração energética entre os dois países. A Bolívia produz hoje cerca de 3.500 MW, o dobro da sua demanda interna. A energia comercializada seria transportada para o Brasil por meio das estações de Epitaciolândia (Acre) e Guajará-Mirim (Rondônia).
Destaque
“Reforma agrária da mineração” é o novo embate entre governo e Vale
12/09/2024Surge um novo ponto de conflito entre as empresas de mineração e o governo. Na verdade, onde está escrito “empresas” leia-se Vale. Há informações, em Brasília, de que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pretende anunciar até outubro uma proposta de revisão do marco legal da mineração, com foco nas normas para a concessão de alvarás de pesquisa e lavra.
Uma das principais medidas em discussão é condicionar os direitos para a realização de estudos geológicos e a extração propriamente dita a investimentos obrigatórios e à efetiva exploração da jazida. O governo quer também impor sanções em caso de descumprimento dessas regras, que iriam de multas à cassação da licença.
As mudanças no marco legal terão de passar pelo Congresso. Nos gabinetes da Câmara e do Senado, já é possível detectar a movimentação de líderes da Frente Parlamentar Mista da Mineração na tentativa de barrar a proposta. O bloco de deputados e senadores é assediado dia e noite pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entidade, que, para não variar, é comandada pela Vale.
É o mesmo Ibram que tem gastado mundos e fundos em publicidade para tirar a mineração dos setores que deverão ser gravados com o “Imposto do Pecado”.
De acordo com números que circulam no Ministério de Minas e Energia, há no Brasil cerca de 14 mil concessão de lavra em vigor. Desse total, em quase 30% das reservas não há qualquer atividade de extração. Os projetos suspensos estão paralisados, em média, há 12 anos. Ou seja: simplesmente, as mineradoras estão sentadas sob a permissão.
Por essa razão, no Ministério de Minas e Energia, há quem se refira ao projeto como uma espécie de “reforma agrária da mineração”. O objetivo do governo é “democratizar” a atividade mineral – expressão que tem sido repetida pelo próprio Silveira em reuniões com assessores e com a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Não custa lembrar que, em março deste ano, durante a inauguração da fábrica de fertilizantes da Eurochem em Minas Gerais, o ministro criticou publicamente a “conduta irresponsável” das grandes mineradoras, por manterem um número elevado de permissões sem investir nas áreas, apenas como forma de impedir que outros o façam.
Não precisou mencionar o nome da Vale para que todos soubessem a quem o petardo se endereçava. Lula, no entanto, não teve o mesmo prurido. Um mês antes, em entrevista à Rede TV, o presidente da República criticou abertamente a Vale, pela “quantidade de minas” que estão nas mãos da empresa e “ela não explora há mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona e vendendo.”
Infraestrutura
Banco do Nordeste solta mais dinheiro para a transição energética
5/09/2024O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende dentro do governo que o Banco do Nordeste (BNB) tenha um peso ainda maior no esforço para turbinar os investimentos em geração renovável na região. O entendimento é que o BNB será fundamental, por exemplo, para estimular projetos de hidrogênio verde e de eólicas offshore – este último um segmento que permanece no papel diante das incertezas regulatórias. Há informações de que o Banco do Nordeste deverá liberar mais de R$ 12 bilhões em financiamento para energia limpa em 2025, 50% acima do número previsto para este ano. O Nordeste é uma espécie de “República da Transição Energética” no país: no segmento de eólicas, por exemplo, quase 90% da produção nacional vêm da região.
Destaque
É possível transição energética no Brasil sem a Petrobras?
12/08/2024Qual será o rosto da Petrobras do amanhã: uma face virada para o passado, com o olhar fixo exclusivamente na exploração e produção de combustíveis fósseis, ou uma face voltada para o porvir, mirando a construção da grande empresa de energia lato sensu do Brasil? É o “Dilema de Janus” da estatal, uma complexa discussão que vem sendo travada no governo e no alto-comando da companhia e ainda longe de um consenso. No próprio Palácio do Planalto, há visões dissonantes em relação ao tema.
Mesmo porque qualquer movimento mais agudo da Petrobras gera forte impacto regulatório, competitivo, regional e, last but not least, político. O fato é que não há nenhuma outra empresa mais capacitada para liderar o processo de transição energética da matriz brasileira. A estatal tem fôlego financeiro, um corpo técnico altamente qualificado, presença em grande parte do território nacional e peso institucional, além de estar localizada em um país pródigo em sol, vento e água.
Falta, essencialmente, vontade política para a guinada. Com o reposicionamento estratégico da Petrobras, o Brasil passaria a ter uma grande indutora de investimentos em geração solar, eólica – inclusive offshore, vocação natural para uma empresa com mais de cem plataformas marítimas – e hidrogênio verde. Mais do que isso: a estatal funcionaria como uma espécie de “semi-reguladora” desse mercado. Na posição de maior player, a Petrobras teria condições de arbitrar o setor de energia renovável, guardadas as devidas proporções a exemplo do que historicamente sempre fez no óleo e gás.
No governo, uma das principais vozes a favor desse redirecionamento da Petrobras é o próprio Alexandre Silveira. O ministro de Minas e Energia defende que a estatal deve, a um só tempo, diversificar suas áreas de atuação e investir pesadamente em geração renovável – basta lembrar da sua queda de braço com o então presidente da empresa, Jean Paul Prates, que não fez nem uma coisa, nem outra. Uma das ideias já aventadas na Pasta de Minas e Energia seria a criação de uma companhia à parte, controlada pela Petrobras, que concentraria todas as suas operações em energia limpa.
Essa “Renovabras” poderia buscar recursos no mercado individualmente e emitir ações, sem impacto sobre a estrutura de capital da holding. Isso não quer dizer que a Petrobras tiraria o pé de exploração e produção. Pelo contrário. É o que a estatal sempre fez, faz e fará de melhor ainda por muito tempo. Até porque, goste-se ou não, é o próprio petróleo que financiará a transição energética da companhia. Hoje, a taxa de retorno médio real dos investimentos da empresa em exploração e produção é de 23%; nas fontes de baixo carbono, não passa de 8%.
O entendimento na Pasta de Minas e Energia é que a Petrobras do presente precisa começar a construir, desde já, a Petrobras do futuro. É inexorável que a estatal reduza o grande gap entre o seu portfólio de fontes fósseis e de energia limpa, um abismo que fica patente no próprio programa de investimentos da companhia. Em seu Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras prevê desembolsar US$ 11,5 bilhões em descarbonização das operações, biorrefino e energias eólica e solar. Ou seja: o equivalente a 11% do seu Capex. Para o mesmo período, os recursos destinados à exploração e produção somam US$ 73 bilhões, algo em torno de 71% do Capex.
Ressalte-se que, pouco a pouco, as grandes petroleiras internacionais têm ampliado o volume de recursos em projetos de baixo carbono. A média global ainda é relativamente pequena. No ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia, as empresas de petróleo e gás destinaram cerca de US$ 30 bilhões à geração renovável, algo como 4% do seus investimentos totais. É pouco?
É. Mas cabe lembrar que, em 2019, esse índice sequer chegava a 1%. O CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, já disse publicamente que “a transição energética está fracassando” e “os formuladores de políticas deveriam abandonar a fantasia de eliminar petróleo e gás”. Ainda assim, a empresa destina 10% do seu plano de investimentos para fontes de baixo carbono – uma proporção ainda pequena, mas bem superior à média global, por exemplo. O governo da Arábia Saudita determinou, inclusive, que a companhia reduzisse sua produção de petróleo de 12 milhões para nove milhões de barris por dia para se adequar a acordos feitos pelos membros da Opep+. Outro exemplo é a BP, que está bem mais à frente: entre 2019 e o ano passado, a fatia de seus investimentos reservada para projetos de energia renovável saiu de 3% para 30%.
Essa é uma discussão que não fica restrita às muralhas do governo e à cúpula da Petrobras. Ela passa também por quem tem poder corporativo, ou seja, os funcionários da empresa e consequentemente suas entidades representativas. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, toca de ouvido com o ministro Alexandre Silveira. Em conversa com o RR, a FUP deixou claro que considera a Petrobras a companhia mais apta para ser o grande player em transição energética no Brasil.
Para a Federação, a empresa “tem ampla expertise e know how no setor de óleo e gás e, agora, deve caminhar cada vez mais no sentido de se tornar uma empresa integrada de energia e servir como importante instrumento para viabilizar investimentos, pesquisa e inovação visando novas rotas tecnológicas que possam colocar o Brasil em uma melhor posição na nova divisão internacional do trabalho que se forma a partir das transições tecnológica e energética.” A FUP reforça que “a tendência das majors de petróleo e gás é tornarem-se grandes empresas de energia. Na realidade brasileira, com o nosso potencial para energias limpas e novas rotas tecnológicas, nos parece que, quanto maior e mais integrada for a Petrobras, e mais envolvida com o segmento de renováveis, maior será sua capacidade de captação no mercado financeiro.”
A Federação dos Petroleiros concorda com a premissa de que os investimentos em energia limpa e em combustíveis fósseis não são excludentes. A FUP lembra que “tem se manifestado em diversas oportunidades, como em audiências públicas, que parte da renda petroleira deve ser destinada a investimentos em transição energética. Ou seja, é preciso contar com os recursos oriundos da produção de óleo e gás no presente para não mais depender dessa renda no futuro.” A entidade, inclusive, faz coro ao ministro Alexandre Silveira, que propôs a criação de um fundo para a transição energética a partir dos recursos do petróleo.
Dentro da imensidão corporativa da Petrobras, com seus mais de 45 mil funcionários, inúmeros níveis hierárquicos e diferenças ideológicas, tudo temperado por uma compreensível defesa do próprio quadrado, há visões distintas sobre o futuro e o papel da companhia. O RR conversou também com colaboradores da estatal na tentativa de aferir o estado de animus da “tropa” em relação ao tema.
Não é difícil verificar o quanto a “limpeza” da matriz energética da empresa provoca divisões intramuros. Os trabalhadores em exploração, produção, refino e logística defendem que a companhia continue sendo “apenas” o que sempre foi: uma petroleira. Algo na linha do “não me venham com novidades…”. O argumento é que o diferencial da empresa está na sua tecnologia, expertise e capital humano voltadas para exploração, produção e refino. Basicamente o que ela já provou ser capaz de fazer. Com maestria, diga-se de passagem. O “chão de fábrica” não quer saber nem de vento ou de sol; o futuro da Petrobras está na Margem Equatorial, a única fronteira petrolífera do país capaz de compensar o declínio da produção no pré-sal.
Na mão contrária, um grupo de funcionários de níveis hierárquicos mais altos entende que a Petrobras deve se tornar, sim, uma grande empresa de energia integrada, com um pé em geração limpa e outro em E&P. Estão nesse recorte colaboradores que atuam em pesquisa, projetos e a área corporativa, possuem um olhar mais panorâmico sobre a estatal e são menos focados na operação em si.
Ainda que reconheçam que, a curto e médio prazos, o maior retorno financeiro da estatal virá dos ‘velhos negócios” em E&P e refino. Em algumas áreas da Petrobras, há uma crença na diversificação de riscos como solução para o futuro incerto dos combustíveis fósseis, com a entrada em negócios como biocombustíveis, eólicas e usinas solar. Há quem defenda, inclusive, que os colaboradores poderiam ser distribuídos em células variadas de projetos. Seria uma forma de transformar a Petrobras em uma “incubadora de energia”, com o desenvolvimento de empresas e startups. As “energytechs” promissoras poderiam tornar-se subsidiárias ou coligadas da holding. Esse modelo permitiria a entrada de investidores privados e futuramente até a abertura de capital das sociedades em mercado.
Existe ainda um terceiro agrupamento, que já foi o mais forte na Petrobras e agora vem recuperando seu poder de influência com a presença de Lula no governo. São colaboradores que acreditam no modelo de empresa “do poço ao posto”, com uma maior diversificação dos negócios. De forma sintetizada, defendem a visão dos sindicatos, muito focada na soberania nacional.
A compreensão é que a companhia deve ser um braço do governo para acelerar investimentos, controlar preços, gerar emprego e produzir e distribuir renda. Ou seja, a empresa deveria verticalizar suas operações, inclusive com a reestatização da BR Distribuidora, atual Vibra, e dos gasodutos e refinarias vendidos na gestão Bolsonaro. Esses funcionários defendem que a companhia tem de entrar em setores afins a suas atividades e necessários para o desenvolvimento do país, como energia renovável e fertilizantes. Em linhas gerais, é uma fração da companhia que deseja uma “estatização” ainda maior da Petrobras.
Infraestrutura
Há um ponto de escuridão na venda de energia do Paraguai para o Brasil
6/08/2024Energia
“Curto-circuito” à vista nas termelétricas de Roraima
23/07/2024O Ministério de Minas e Energia concluiu a instalação das 96 torres de transmissão que permitirão, enfim, a conexão de Roraima com o Sistema Interligado Nacional. No entanto, a solução trouxe um problema colateral: a equipe do ministro Alexandre Silveira está quebrando a cabeça sobre o que fazer com as 14 térmicas do estado, que serão desligadas. As usinas pertencem a diferentes grupos, entre os quais Eneva, Oxe Energia e Oliveira Energia, que cobram de Silveira uma solução. Por solução, leia-se alguma medida, ainda que temporária, para compensar os investimentos feitos nas termelétricas.
Energia
Casa dos Ventos desce o mapa em busca de hidrogênio verde
10/06/2024Informação que teria sido soprada ao pé do ouvido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira: a Casa dos Ventos estaria mantendo conversações com potenciais parceiros para investimentos em hidrogênio verde no Sudeste. Um dos projetos em voga seria a instalação de uma usina no Complexo do Açu, da Prumo Logística, no litoral norte do Rio de Janeiro. Seria mais um passo a mais no processo de diversificação da sua carteira de investimentos em transição energética. Além da geração eólica – como o seu nome sugere, o começo de tudo -, a Casa dos Ventos já anunciou a intenção de investir até US$ 900 milhões em uma planta de hidrogênio verde em Pecém (CE) e a entrada em projetos de construção de usinas solares.
Tanta energia vem da associação entre a francesa TotalEnergies e o empresário Mario Araripe, dono de um patrimônio estimado em mais de R$ 10 bilhões. Em conversa com o RR, a Casa dos Ventos informou que pretende investir mais de R$ 12 bilhões em ativos das fontes eólica e solar até o fim de 2026. A empresa ressaltou também que o projeto de produção de hidrogênio e amônia verde em Pecém “encontra-se em fase de especificação de engenharia e viabilidade econômica”. A Casa dos Ventos não se manifestou especificamente sobre possíveis investimentos em hidrogênio verde no Sudeste.
Governo
Ibama monitora risco ambiental de geradores solares destruídos pelas enchentes no Sul
5/06/2024No rastro da tragédia humanitária do Rio Grande do Sul, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama pretendem fazer um levantamento dos graves impactos ambientais causados pelas enchentes. Uma das questões prementes que mobilizam as autoridades da área é o que fazer com os módulos solares imprestáveis? Esses equipamentos têm em sua composição metais pesados, que, se não forem corretamente descartados, representam um expressivo risco de contaminação do solo e mananciais do estado. Ressalte-se que o Rio Grande do Sul é o terceiro estado com maior número de estruturas fotovoltaicas. O tamanho do estrago? Até agora, não se sabe ao certo. O Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia só poderão fazer um inventário quando as águas baixarem.
Energia
Risco de crédito pode dificultar venda de óleo diesel para a Argentina
4/06/2024
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Gasoduto pode dar novo rumo a negociações sobre a tarifa de Itaipu
2/05/2024O governo brasileiro pretende colocar um “jabuti” na negociação com o Paraguai para definir a tarifa da energia de Itaipu. Segundo um assessor do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em conversa com o RR, a ideia é atrelar o acordo à construção de um gasoduto em território paraguaio para que o Brasil possa receber gás natural de Vaca Muerta, na Argentina. Nesse contexto, o governo Lula estaria disposto a ceder e aceitar um reajuste no preço da energia de Itaipu, como tanto querem os paraguaios, tendo como contrapartida a garantia de instalação do pipeline no país vizinho.
O aumento poderia ser acordado já agora ou mesmo em uma segunda rodada de negociações, nos próximos meses, com o avanço das tratativas para a implantação do gasoduto. Seria um jogo de ganha-ganha: por um lado, o governo do presidente paraguaio Santiago Peña sairia vencedor, ao conseguir o tão exigido acréscimo da tarifa; e, do outro, o Brasil também seria vencedor, olhando-se, de uma forma mais ampla, o tabuleiro geoeconômico da energia na América do Sul. A construção de um gasoduto entre a região do Chaco, na Argentina, e o Mato Grosso do Sul, por dentro do Paraguai, permitiria ao Brasil comprar o gás de Vaca Muerta e reduzir a dependência do insumo boliviano.
Pelo mesmo motivo, o próprio Paraguai também se beneficiaria, passando a ter uma alternativa ao gás da Bolívia. Com isso, o governo brasileiro poderia abrir mão da instalação de um pipeline entre a Argentina e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, tido como um investimento mais custoso.
A negociação bilateral em relação a Itaipu virou um jogo de pôquer. As cartas mais importantes ainda estão nas mãos dos jogadores. Inicialmente, o Brasil não abria mão de reduzir a tarifa da hidrelétrica para US$ 14,77/Kw. Mas abriu. No último dia 24, em declarações à imprensa, o próprio ministro Alexandre Silveira admitiu a manutenção do valor atual – US$ 16,71/Kw – caso os paraguaios aceitem algumas “contrapartidas”, como um prazo maior para a revisão do chamado Anexo C do Tratado de Itaipu e o fim dos reajustes anuais – que passariam a ser discutidos a cada dois ou três anos.
Silveira, no entanto, falou da missa a metade. A tal “contrapartida” realmente capaz de mudar o eixo da negociação seria o gasoduto paraguaio. O projeto já foi objeto de conversas, no passado recente, entre o ministro de Minas e Energia e o chanceler Mauro Vieira com autoridades paraguaias. Agora, a proposta ganha outra dimensão com a estratégia do governo brasileiro de usar o preço da energia de Itaipu como moeda de troca para a construção do pipeline.
O Paraguai quer um valor de US$ 20,75/Kw. Esse valor não será. Mas, intramuros, Silveira e a área técnica do Ministério já fazem cálculos do quanto a tarifa em vigor pode ser levemente majorada, para a casa dos US$ 17/Kw. Por ora, são discussões internas, guardadas a sete chaves, mesmo porque dependem de uma sinalização positiva do Paraguai em relação ao gasoduto. O Brasil, ressalte-se, compra parte da cota de energia de Itaipu que, por contrato, cabe aos paraguaios – o país vizinho não tem demanda para toda a sua parcela. A premissa do governo brasileiro é que o custo adicional decorrente do reajuste da tarifa será compensado com a compra do gás da Argentina a preços mais baixos do que o boliviano.
Energia
Ministério de Minas e Energia prepara leilão de PCHs
22/04/2024O RR teve a informação de que o governo pretende realizar até julho um leilão de PCHs. Ainda que por vias indiretas, será um afago ao agronegócio. A Frente Parlamentar da Agricultura reivindica ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a licitação de novas licenças de PCHs. Esse modelo de geradoras é feito sob medida para o setor agrícola, pelo custo de construção e de transmissão mais em conta, além da capacidade de geração 24h. Os empreendimentos selecionados terão de dar início à operação comercial 1º de janeiro de 2026. Daí o pleito por novos leilões agora, pois há um tempo para execução dos projetos. Cada contrato de fornecimento deverá valer por 20 anos. Estudos em poder do MME apontam que o Brasil tem potencial para elevar a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente das PCHs em até 15.000 MW.
Destaque
Governo já trata como alto o risco de “estatização” da Braskem
28/03/2024A bomba da Braskem ainda vai acabar explodindo no colo do Estado. O impasse em relação ao futuro da petroquímica deixou de ser um assunto da Petrobras, acionista da companhia, e “subiu” para o governo. As discussões travadas no próprio Palácio do Planalto e no Ministério de Minas e Energia já contemplam o risco de uma “estatização” à fórceps da Braskem. À medida que o tempo passa menor a probabilidade de uma solução privada para a empresa. A negociação do controle do Braskem se arrasta há mais de dois anos. Ao longo desse tempo, candidatos à aquisição, como Unipar, J&F e o fundo norte-americano Apollo, entraram e saíram de cena sem que nada acontecesse. O nome da vez é a Adnoc (Abu Dhabi National Oil Company). A companhia dos Emirados Árabes iniciou uma due diligence na Braskem que nunca termina. E talvez não termine mesmo. A própria participação da Novonor (ex-Odebrecht) em uma nova configuração societária, em que ela teria uma posição minoritária no capital, não está resolvida.
A Braskem é hoje um monstrengo, que carrega um nível de alavancagem ameaçador, difícil de digerir. A dívida beira os R$ 15 bilhões, e os compromissos de curto prazo correspondem a oito vezes o Ebitda. Para efeito de comparação, quando entrou com o pedido de recuperação judicial, em 2019, a ainda Odebrecht tinha uma relação dívida líquida/Ebitda de “apenas” 6,1. Isso para não falar das ossadas ambientais já reveladas e eventualmente ainda por descobrir na Braskem: o governo de Alagoas estima que o passivo da empresa com a tragédia de Maceió chegue a R$ 30 bilhões.
Tratar a venda da Braskem como uma negociação convencional, circunscrita ao âmbito corporativo, é um truque de prestidigitação para ludibriar a plateia. Queira-se ou não, a dramática situação da companhia se tornou um assunto de Estado. Não apenas pela presença relevante da Petrobras no seu capital, mas por uma série de outros fatores, a começar pelo potencial risco sistêmico que vem a reboque da crise da empresa. O tombo da Braskem deixaria um rastro de destroços na cadeia petroquímica nacional. Em meio ao quebra-cabeças começam a espocar no governo propostas de solução para o que parece não ter solução. Uma das ideias que circulam, atribuída ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, seria jogar a Braskem dentro do PAC, o que, no limite, permitiria usar recursos do programa para tocar projetos da companhia.
Qualquer que seja a fórmula, não são poucos os complicadores de ordem política para o governo encampar a Braskem. A recente decisão do acionista controlador de reter R$ 43,8 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras já provocou um maremoto na bolsa, levando a empresa a perder R$ 55 bilhões em valor de mercado em apenas um dia. O que aconteceria, então, se o governo decidisse mexer nesse caixa da estatal para comprar as ações da Braskem em poder da Novonor? Uma operação dessa natureza criaria um risco moral em relação à Petrobras e a todas as suas subsidiárias. Além dos problemas financeiros e operacionais, a Braskem ainda carrega consigo, ao menos simbolicamente, o peso da criminalização dos Odebrecht. A essa altura do campeonato, hipoteticamente – e ressalte-se o hipoteticamente – talvez fosse melhor a Petrobras fazer o write off da Braskem.
Destaque
Ministério de Minas e Energia discute cassação da licença da Enel em São Paulo
25/03/2024A situação da Enel no Brasil é bastante delicada. Segundo o RR apurou, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discute com o presidente da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, a cassação do contrato de concessão da companhia italiana em São Paulo, seu maior negócio no país. De acordo com uma fonte da própria Pasta, a área técnica do Ministério já entregou a Silveira um minucioso relatório com critérios operacionais para embasar a eventual caducidade da licença. O RR tem informações de que Silveira está particularmente irritado com a demora e a incapacidade da Enel de equacionar as seguidas interrupções no fornecimento de energia em São Paulo.
Trata-se de um problema que já extrapola a raia do setor de energia e começa a ganhar alta voltagem política, exigindo do governo federal uma posição mais rigorosa em relação à empresa. Até porque o governador Tarcísio Freitas já assumiu a dianteira e capitalizou a crise dos apagões em São Paulo ao pedir publicamente que o contrato de concessão com a Enel não seja reja renovado – a licença vence em 2028. Consultado pelo RR, o Ministério de Minas e Energia encaminhou nota, por meio de sua assessoria, afirmando que “a interrupção nesta segunda-feira (18/3), se soma a diversas outras falhas na prestação dos serviços de energia elétrica pela concessionária Enel SP, que tem demonstrado incapacidade de prestação dos serviços de qualidade à população.”
A Pasta disse ainda que é “urgente a comprovação de que a empresa seja capaz de continuar atuando em suas concessões no Brasil.”. Perguntado especificamente sobre a possibilidade de cassação da licença, o Ministério não se pronunciou sobre esse ponto. Também consultada pelo RR, a Enel não quis comentar o assunto. Os problemas operacionais da Enel no país se acumulam há algum tempo. Desde que assumiu a distribuição de energia em São Paulo, em 2018, já recebeu R$ 157 milhões em sanções da Aneel por problemas operacionais.
Some-se os R$ 12,7 milhões aplicados pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) devido ao apagão na capital paulista no início de novembro de 2023. Em setembro do ano passado, os italianos despacharam o CEO global do grupo, Flavio Cattaneo, para o Brasil na tentativa de distensionar as relações com o governo federal. Na ocasião, Cattaneo se reuniu com Geraldo Alckmin e o próprio Silveira, anunciando novos investimentos no país. De lá para cá, no entanto, o cenário só se agravou. Nesse período ocorreram ao menos três grandes apagões em São Paulo.
A Enel tenta compartilhar a responsabilidade. Uma hora, a culpa é da chuva; na outra, da Sabesp. O fato é que o track records da empresa no Brasil não ajuda. A companhia foi praticamente escorraçada de Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, com um script semelhante ao de São Paulo. Após seguidas falhas no fornecimento de energia, a empresa italiana vendeu o seu braço de distribuição no estado do Centro-Oeste para a Equatorial.
Energia
Compra de energia da Venezuela sofre blecaute
22/03/2024O governo Lula e, mais especificamente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm um abacaxi elétrico para descascar. A estatal venezuelana Corpoelec fez chegar a Silveira e seus assessores que está com dificuldades operacionais para cumprir o contrato de venda de energia firmado com o governo brasileiro no fim do ano passado. Por dificuldades operacionais entenda-se falta de “mercadoria” para entregar.
A estatal venezuelana não tem conseguido gerar nem mesmo o mínimo de 13 mil KW necessário para abastecer o território da Venezuela. Na semana passada, dos 24 estados venezuelanos, 23 tiveram apagões. Segundo as informações que chegam ao Ministério de Minas e Energia, as três maiores usinas hidrelétricas do país vizinho estão com severos problemas de manutenção, notadamente a maior e mais estratégica delas, a de Guri, conectada a Roraima por uma linha de transmissão de 676 km.
Trata-se de uma agenda com potencial de gerar certo desgaste para o governo Lula. Assim que assumiu a Presidência, em 2019, Jair Bolsonaro suspendeu o contrato de compra de energia da Venezuela que vigorava desde 2001. Logo no primeiro ano de seu terceiro mandato, Lula religou o acordo. Não sem justificativas. Roraima, que não está interligada ao Sistema Nacional, sofre com seguidos blecautes e precisa de uma fonte extraordinária de fornecimento de energia. Só que a Venezuela não está conseguindo acender nem suas próprias lâmpadas, quiçá as do país ao lado.
Energia
Chilena Colbún vai investir em usinas eólicas no Brasil
14/03/2024De primeira: a chilena Colbún fez chegar ao Ministério de Minas e Energia o interesse em investir em geração eólica no Brasil. A prioridade, segundo o RR apurou, é desenvolver projetos greenfield. O investimento no mercado brasileiro é peça chave para o grupo atingir a meta de adicionar 4 mil MW em sua capacidade instalada até 2030. Terceira maior empresa de geração do Chile, a Colbún tem também investimentos no Peru.
Energia
Investidores âncora podem ficar de fora de leilão de transmissão
8/03/2024Motivo de apreensão para o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira: até o momento, State Grid e ISA CTEEP, duas das maiores investidoras do setor de transmissão no Brasil, não deram o firme quanto a sua participação no leilão de concessões marcado para o próximo dia 28 de março. O que está em jogo para o governo é o sucesso ou não de uma licitação que envolve investimentos da ordem de R$ 18 bilhões.
Energia
Itaipu: Brasil e Paraguai estão perto de acordo tarifário
21/02/2024Segundo fonte do Ministério de Minas e Energia, nos últimos dois dias Brasil e Paraguai avançaram nas tratativas para fechar o preço da energia de Itaipu em US$ 15,50 KW/mês para o ano de 2024. O valor é o meio termo entre o valor proposto pelo Brasil (14,77 KW/mês) a pedida do Paraguai (16,71 KW/mês). O anúncio do acerto deve ocorrer nos próximos dias.
Energia
Energia da Venezuela se dissipa no ar
19/02/2024Há um problema de razoável voltagem sobre a mesa do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Até o momento, a Venezuela não deu garantias de que conseguirá cumprir o fornecimento de energia da hidrelétrica de Guri para Roraima. Em dezembro, a Aneel autorizou a retomada das importações do insumo junto ao país vizinho, que haviam sido suspensas em 2019, no governo Bolsonaro. No entanto, a Venezuela não tem conseguido gerar energia sequer para atender o suprimento interno. Durante o mês de janeiro foram registrados três apagões. Do lado de cá, a situação também é crítica. Roraima, único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), tem sofrido com as interrupções no abastecimento de energia. No último dia 1, um grande blecaute atingiu todos os municípios do estado.
Energia
Setor elétrico quer abrir a porteira para a exportação de energia
8/02/2024Grandes grupos do setor elétrico, entre os quais Eletrobras, AES e Engie, pressionam o ministro Alexandre da Silveira para que o governo libere a exportação de energia hidrelétrica. O alvo é a Argentina, que, nas últimas semanas, aumentou a compra do insumo junto a países vizinhos, em caráter emergencial. O RR apurou que, desde o último dia 29, térmicas brasileiras situadas no Sul e no Nordeste despacharam 1.529 MW para o lado de lá da fronteira, a partir de contratos com a Cammesa, estatal argentina.
As empresas do setor querem aproveitar a janela de oportunidade para vender também energia gerada por hidrelétricas. No entanto, esse tipo de exportação está proibido pelo Ministério de Minas e Energia em meados do ano passado. Eletrobras, AES, Engie e cia. alegam que os reservatórios se encontram em níveis confortáveis e que estão perdendo dinheiro por excesso de conservadorismo do governo.
Energia
Governo quer surfar na maré de investimentos em transmissão
1/02/2024O RR apurou que a Aneel e o Ministério de Minas e Energia trabalham para realizar três leilões de transmissão ao longo de 2024 – um a mais do que o previsto originalmente. O otimismo do governo é alimentado pela demanda verificada na mais recente licitação, em dezembro. Nos bastidores, a State Grid, que amealhou um pacote de linhas com investimentos somados de R$ 18 bilhões, avisou que quer mais.
E grupos que ficaram de fora, como a Eletrobras, já sinalizaram interesse nos projetos a serem leiloados. Outro indicador de melhora do cenário captado pelo governo: apenas pesos-pesados entraram na disputa de dezembro. Na cúpula da Aneel e do Ministério, ainda está viva a lembrança do controverso leilão de junho do ano passado, quando o Consórcio Gênesis, formado por empresas sem negócio no setor, apareceu do nada e arrematou dois lotes com investimentos da ordem de R$ 16 bilhões. Deu no que deu: o novato acabou desqualificado pela agência reguladora por “inconsistências de ordem jurídica, fiscal e trabalhista”.
Energia
O apagar das luzes da Amazonas Energia
23/01/2024A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai se reunir daqui a pouco para decidir o futuro da Amazonas Energia. Segundo o RR apurou, o órgão regulador deverá referendar a recomendação de que o Ministério de Minas e Energia decrete a caducidade e a consequente extinção do contrato de concessão. O entendimento é que não há muito a fazer. De acordo com informações filtradas da própria Aneel, em trecho do voto que lerá na reunião de hoje, o relator do processo, Ricardo Tili, destacará que foram dadas “oportunidades” nos últimos anos para que a companhia fizesse a troca de controle. No entanto, a avaliação é que faltou “eficiência na gestão econômica e financeira da concessão”.
Em novembro, a Aneel já havia determinado a caducidade do contrato. No entanto, o assunto voltou ao colegiado da Aneel após recurso interposto pelo Grupo Oliveira Energia, atual concessionário. O apagar das luzes da Amazonas Energia tem sido um processo lento e melancólico. Em dificuldades, o Grupo Oliveira tentou transferir o controle da empresa para a Green Energy Soluções em Energia. No entanto, a operação foi vetada pela própria Aneel. No entendimento da agência, a Green não comprovou capacidade técnica e econômico-financeira para assumir a distribuidora.
Caso o Ministério de Minas e Energia acate a recomendação da Aneel, o mais provável é que o próprio governo federal assuma a operação de distribuição no Amazonas até encontrar um novo concessionário. Não vai ser fácil. Com receita líquida negativa e dívida da ordem de R$ 9,6 bilhões, a Amazonas Energia não consegue mais garantir a qualidade dos serviços e muito menos realizar investimentos na rede. A companhia foi federalizada em 2001, com a sua transferência para a Eletronorte, então subsidiária da Eletrobras. Em 2016, a estatal não participou do processo de renovação do contrato. Posteriormente, a Amazonas Energia foi parar nas mãos do Grupo Oliveira. Hoje, há problemas em praticamente todos os 62 municípios amazonenses sob sua jurisdição.
Política externa
Energia venezuelana causa tensão no governo brasileiro
12/01/2024No Ministério de Minas e Energia, há uma preocupação quanto à capacidade de o governo da Venezuela cumprir o contrato de venda de energia para o Brasil. Por falta de investimentos, a hidrelétrica de Guri, a maior do país, tem acusado alguns problemas operacionais, relacionados às interrupções no fornecimento de eletricidade. Em setembro e outubro, a Venezuela sofreu apagões em até 19 dos 24 estados. Só neste ano, foram mais de 40 mil falhas elétricas. O acordo, ressalte-se, tem seus benefícios para o Brasil. Vide o caso da Âmbar, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, empresa já autorizada pelo governo brasileiro a comprar energia da hidrelétrica de Guri. A revenda do insumo no Brasil resultará em uma economia de aproximadamente R$ 1 bilhão em relação à energia produzida por térmicas de óleo diesel que abastecem grande parte de Roraima, o único estado não conectado ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
Energia
Brasil e Paraguai divergem sobre tarifa de Itaipu
11/01/2024Quanto a energia de Itaipu vai custar em 2024? As primeiras conversas entre Brasil e Paraguai sobre o assunto mostraram que há uma distância entre os dois países maior do que os 1,8 mil km que separam Brasília de Assunção. No Ministério de Minas e Energia, extraoficialmente a informação é que o país vizinho aumentará a tarifa para US$ 20,75 MW/mês, a mesma cifra praticada em 2022. O preço atual é de US$ 16,71 KW/mês. O Brasil vai na contramão e defende uma redução do valor. O RR apurou que os Ministérios de Energia dos dois países fizeram estudos técnicos distintos – no caso do Brasil, o relatório deverá ser encaminhado à Presidência da República em até duas semanas. Sob a ótica do Paraguai, a sua gula é justificável. O país quer ganhar dinheiro em cima do sócio: os paraguaios não consomem integralmente a parte que lhes cabe da produção de Itaipu. Com isso, vendem o excedente para o Brasil.
Energia
Eólicas entram no radar da Fortescue no Brasil
22/12/2023A australiana Fortescue tem estudos avançados para investir em energia eólica no Brasil. Ceará e Bahia são fortes candidatos a receber os primeiros empreendimentos, segundo uma fonte do Ministério de Minas e Energia. Em novembro, o CEO global da companhia, Andrew Forrest, esteve reunido com o presidente Lula, quando confirmou o plano de investir US$ 5 bilhões no hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará.
Energia
Grupo chinês planeja produzir painéis solares no Brasil
30/10/2023Segundo informação filtrada do Ministério de Minas e Energia, a chinesa Jinko Solar fez chegar ao governo brasileiro o seu interesse em instalar uma fábrica de painéis solares no Brasil. Trata-se de um dos maiores fabricantes de equipamentos fotovoltaicos do mundo, com vendas anuais da ordem de US$ 15 bilhões. A Jinko Solar mira a oportunidade de replicar no Brasil algumas de suas maiores parcerias no mercado chinês. Entre outros, a empresa é um dos grandes fornecedores de painéis para a PowerChina, que está investindo R$ 1,8 bilhão na construção de um parque solar no Ceará. O Brasil, ressalte-se, já é o segundo maior importador de painéis solares da China, depois da Europa.
Energia
As aproximações sucessivas entre Brasil e Bolívia
25/10/2023O presidente Lula vai enviar o próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à La Paz para conduzir as negociações sobre a retomada dos investimentos da Petrobras na Bolívia. A visita de Silveira deverá resultar em uma espécie de memorando de entendimentos com a YPFB. O terreno para a viagem do ministro de Minas e Energia está sendo preparado pelos executivos da Petrobras que desembarcaram na capital boliviana no fim da semana passada. Os representantes da estatal manterão uma agenda de reuniões com a direção da YPFB para possíveis investimentos conjuntos na extração de óleo e gás e também na produção de lítio – – conforme o RR antecipou.
Energia
Petrobras quer ficar com uma costela da Emae
23/10/2023Diante da iminente privatização da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), o Ministério de Minas e Energia discute possíveis cenários em relação à usina térmica Piratininga, arrendada pela estatal paulista à Petrobras. Uma das ideias é buscar um acordo com o futuro controlador da empresa para manter o contrato de arrendamento, que vence em março do próximo ano. A Pasta cogita também a hipótese, mais complexa, da própria Petrobras apresentar uma proposta de compra da usina.
Com capacidade instalada de 190 MW, a termelétrica não é uma peça isolada no mosaico da petroleira na área de geração. A usina opera de forma integrada à Nova Piratininga, antiga Usina Fernando Gasparian, esta pertencente à Petrobras. O potencial energético combinado das duas plantas é de 576MW.
Além disso, a térmica cumpre um papel dentro do programa de geração emergencial do governo. O problema é que qualquer de solução de continuidade dependerá fundamentalmente da boa vontade de Tarcísio Freitas. O governador de São Paulo terá de topar um acordo que tire um pedacinho da Emae do balcão de privatização.
Energia
Sinal de alerta na Sala de Crise do setor elétrico
11/10/2023Eletrobras e Cemig levaram ao ONS (Operador Nacional do Sistema) e ao Ministério de Minas e Energia a proposta de antecipação para esta semana da reunião da Sala de Crise da Região Norte, inicialmente marcada para o próximo dia 20. Números levantados nas últimas horas mostraram mais um declínio nos reservatórios de hidrelétricas na Amazônia. E a previsão meteorológica indica chuvas em apenas algumas áreas do Norte do país para os próximos 15 dias. Ainda assim, as projeções apontam índices pluviométricos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A Eletrobras é controlada da Usina de Santo Antônio. E é sócia da hidrelétrica de Belo Monte, ao lado da Cemig.
Política externa
Argentina e Venezuela tentam surfar na estiagem de chuvas na Amazônia
10/10/2023Segundo informações filtradas do Itamaraty, nos últimos dias tanto a Argentina quanto a Venezuela sondaram o governo brasileiro sobre o interesse em comprar energia, respectivamente, das hidrelétricas de Yacyretá e Guri. Noves fora a relação de proximidade com o presidente Lula, os países vislumbram a oportunidade de se aproveitar da estiagem no Norte do Brasil e seus efeitos sobre as usinas locais, notadamente Santo Antônio. A hidrelétrica foi forçada a interromper suas atividades devido à forte queda dos níveis de vazão do Rio Madeira, o que levou o governo a acionar as térmicas a gás Termonorte I e Termonorte II. Em contato com o RR, o Ministério de Minas e Energia afirmou que “por ora, descarta a necessidade de recorrer a fontes externas.”. Não custa lembrar que o governo Lula retomou a aquisição de energia da Venezuela, exatamente da hidrelétrica de Guri, que havia sido suspensa logo no primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro. Nesse caso, o insumo é usado exclusivamente no abastecimento de Roraima, que está fora do Sistema Interligado Nacional.
Destaque
Agência Nacional de Mineração corre risco de um “apagão”
2/10/2023O RR apurou que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem feito gestões diretas junto a Esther Dweck, titular da Pasta da Gestão e da Inovação, reivindicando a realização, com urgência, de concurso público para a Agência Nacional de Mineração (ANM). O diagnóstico levado por Silveira à ministra é preocupante: a ANM está ameaçada de entrar em colapso. No ritmo atual, há risco de interrupção de serviços essenciais por conta da falta de servidores no órgão regulador.
A ANM está operando com um déficit de mais de 70% em seu quadro de funcionários – um dos maiores índices de vacância no serviço público federal. Os efeitos colaterais se espalham pelo setor: mais de 20 mil pedidos de pesquisa e lavra se acumulam na agência, à espera de análise; o número de servidores para fiscalizar in loco das atividades de extração e de barragens em mineradoras é insuficiente; há atrasos na concessão de direitos minerários – seis desses projetos estão incluídos no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Em contato com o RR, o Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que “o ministro Alexandre Silveira está em constante diálogo com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, para tratar sobre o assunto.” O MME diz ainda que a reestruturação e o fortalecimento da Agência Nacional de Mineração (ANM) são as maiores prioridades da Pasta.”
O Ministério afirma que tanto Silveira quanto Esther Dweck “reconhecem que a Agência é imprescindível para o desenvolvimento sustentável e seguro da atividade minerária no país e que a atual estrutura precisa ser reforçada.”
O número limitado de funcionários tem causado também um desgaste político para o governo Lula junto a estados e municípios. A ANM tem atrasado sistematicamente a análise e distribuição dos royalties referentes à CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). O último repasse se deu em maio. Em calendário já encaminhado a governos de estado e prefeituras, a agência se compromete a realizar os pagamentos referentes ao período entre junho e dezembro no fim do ano – mais precisamente em 5/12.
Leia ainda hoje: o Plano de B de Flavio Dino para aumentar o efetivo da PF
Destaque
Preço da energia de Itaipu provoca faíscas entre Brasil e Paraguai
21/09/2023As tratativas diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai em torno da renovação do Tratado de Itaipu tiveram uma reviravolta nos últimos dias, com o surgimento de uma zona de atrito. De acordo com uma fonte do Itamaraty, no início da semana, o presidente paraguaio, Santiago Peña, fez chegar ao governo brasileiro que voltou atrás na decisão de usar integralmente a cota de 50% da produção da hidrelétrica a que o país tem direito. Segundo a informação que circula no Ministério das Relações Exteriores, o Paraguai pretende absorver apenas 20% da energia, vendendo o excedente para o seu sócio na hidrelétrica binacional.
Até aí, não seria exatamente um problema para o Brasil, que historicamente sempre consumiu mais da capacidade de Itaipu do que o país vizinho. O fio desencapado está no impasse em relação ao preço já colocado sobre a mesa. Os paraguaios pretendem elevar a chamada tarifa de serviços de Itaipu para a casa dos US$ 20 por quilowatt. Hoje, ela está em US$ 16,71. A taxa é um balizador dos contratos de compra e venda de energia entre os dois países sócios da hidrelétrica.
Há uma forte pressão política no Paraguai, sobretudo do Congresso local, para que o recém-empossado Peña arranque o aumento do valor pago pelo governo brasileiro. Um dos argumentos é que o Brasil ganha dinheiro em cima da compra de parte da cota dos paraguaios e da revenda dessa energia no mercado interno. A tarifa de repasse, ou seja, o valor pago pelas distribuidoras brasileiras à Itaipu está hoje em US$ 20,23 kW/mês. Ou seja: quase 20% acima do que o Paraguai arrecada com a venda do insumo ao Brasil.
A questão é que o eventual reajuste da tarifa no contrato com os paraguaios vai provocar um inevitável efeito cascata, com o aumento do valor cobrado às distribuidoras e, na última linha, aos consumidores. Em contato com o RR, o Ministério de Minas e Energia informou que “no atual momento, tem realizado estudos e avaliações, bem como participado de reuniões com outros órgãos com o objetivo de definir a posição do governo brasileiro quanto à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu.” Segundo a Pasta. apenas após essa etapa, “é que podem ser iniciadas as negociações sobre o tema com o Paraguai”. Consultado especificamente sobre as exigências do governo paraguaio e a possibilidade de aumento da tarifa paga pelo Brasil, o Ministério não se manifestou.
As tratativas diplomáticas, abertas há pelo menos dois meses, são uma primeira etapa de um longo processo – que já começou com faíscas. O Itamaraty prepara o terreno para que, em um segundo momento, o Ministério de Minas e Energia entre em cena. A renovação do Tratado de Itaipu é hoje uma das principais agendas do governo brasileiro na área de política externa, notadamente no mosaico das relações regionais. Como se não bastasse a importância per si da usina, o tema pode ter desdobramentos sobre outras negociações delicadas no âmbito do Mercosul. O Paraguai é um aliado do Brasil no esforço para isolar o Uruguai e barrar suas pretensões de fechar acordos bilaterais à margem do bloco econômico. Não por acaso, o próprio Lula já se encontrou duas vezes com Santiago Peña para tratar do assunto Itaipu, uma delas, em julho, antes mesmo do presidente paraguaio tomar posse. Há cerca de duas semanas, Lula se reuniu também com o presidente de Itaipu, Enio Verri.
Há um razoável componente de incerteza e, mais do que isso, insegurança nas tratativas diplomáticas entre os dois países. O Paraguai vem se notabilizando por um comportamento um tanto quanto mercurial, o que tem contribuído para os impasses na renovação do Tratado. A repentina mudança em relação ao aproveitamento da energia de Itaipu se deve um enrosco tripartite, que envolve também a Argentina. Na semana passada, o governo de Santiago Peña decidiu usar integralmente a sua cota na produção da hidrelétrica de Yacyretá, usina binacional controlada por paraguaios e argentinos. Até o mês passado, os paraguaios ficavam com 15%. Trata-se de uma resposta à dívida que a Argentina tem com o Paraguai de quase US$ 150 milhões referente à compra da própria energia da usina. Com esse excesso do insumo, não há mais razão do Paraguai ficar integralmente com a sua parte de Itaipu.
Destaque
Governo embala medidas para estimular investimentos em eólicas offshore
19/09/2023Enquanto o marco regulatório não sai, o governo está quebrando a cabeça em busca de medidas para estimular investimentos em usinas eólicas offshore. Uma das propostas em discussão no Ministério de Minas e Energia é vincular a cessão das áreas a contratos de venda de energia de até 20 ou 30 anos, ancorados no mercado cativo. Ou seja: o investidor teria, já na partida, a garantia de compra do insumo por acordos de longo prazo e com o chamado preço definido, ou seja, fixado pela Aneel, regime no qual os consumidores não têm liberdade para negociação das tarifas.
Segundo estudos da área técnica do Ministério de Minas e Energia, as eólicas offshore em funcionamento no mundo somente atingiram seu breakeven entre 15 e 20 anos. Os contratos de longo prazo seriam uma maneira de assegurar o retorno do investimento. Outra medida que ganha corpo no governo é a participação direta do BNDES no financiamento dos projetos.
Uma das ideias é o uso de debentures incentivadas de infraestrutura. As empresas ou consórcios à frente dos projetos emitiriam os papéis com a garantia firme de que o banco de fomento ficaria com uma parcela mínima. Seria um considerável reforço, além das linhas de crédito já criadas pelo BNDES para financiar projetos em energia renovável, que somam até o momento algo em torno de R$ 15 bilhões.
Um dos maiores óbices à construção de eólicas em alto-mar é justamente o seu elevado custo. Para cada 1 GW de capacidade instalada, estima-se que é necessário um investimento da ordem de US$ 2,5 bilhões, mais de duas vezes maior valor exigido em usinas onshore.
As discussões dentro do governo vêm sendo conduzidas diretamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – à frente também das articulações junto ao Congresso para a aprovação do marco regulatório das eólicas offshore ainda neste ano. Um dos principais colaboradores de Silveira na formulação de propostas para o setor é Mauricio Tolmasquim, gerente de Estratégia e Planejamento da Petrobras. Durante o período de transição, Tolmasquim foi quem elaborou boa parte das diretrizes do governo Lula para a área de transição energética.
Na Petrobras, é o executivo responsável pelos projetos para o segmento. A própria estatal, conforme já anunciado pelo governo, terá um forte papel como indutora de investimentos em energia renovável e, mais especificamente, em geração eólica offshore. Na semana passada, a empresa divulgou já ter protocolado junto ao Ibama estudos para licenciamento ambiental em dez projetos na costa brasileira, com capacidade somada de 23 GW.
Energia
Enel cerca governo por todos os lados para estender concessão da Coelce
5/09/2023A alta direção da Enel está mobilizada em torno da renovação antecipada da concessão da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o próprio CEO global do grupo italiano, Flavio Cattaneo, tem mantido interlocução direta com o governo brasileiro, mais precisamente com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Cattaneo engrossa o coro que já conta com as vozes do CEO e do chairman da companhia no Brasil, respectivamente Nicola Cotugno e Guilherme Lancastre, na linha de frente das conversações com o próprio Ministério e também com a diretoria da Enel.
A tour de force do grupo italiano é mais do que justificável. A extensão do contrato de concessão da Coelce é tida como condição sine qua non para a negociação do controle da distribuidora cearense. E quem o diz não é a parte vendedora, ou seja a Enel, mas os próprios candidatos à aquisição. CPFL e Equatorial Energia, os dois principais interessados no negócio, só aceitam levar as negociações adiante com a garantia de que a licença da empresa será estendida por mais 15 ou 20 anos.
A venda da Coelce, avaliada em aproximadamente R$ 8 bilhões, é mais um movimento chave na reestruturação dos negócios da Enel no Brasil. Os italianos já se desfizeram da operação de distribuição de energia em Goiás.
Energia
Leilão da Aneel deve marcar o desembarque de mais um gigante chinês no Brasil
28/08/2023O leilão de linhas de transmissão da Aneel previsto para o dia 15 de dezembro deverá marcar a entrada de mais um grande grupo chinês no Brasil. A China Southern Power Grid já deu garantia firme ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que vai participar da disputa. O grupo tem uma carteira com mais de US$ 180 bilhões em ativos na China, quase todos concentrados nas províncias de Guangdong, Guangxi, Yunnan, Guizhou, and Hainan. A China Southern já fez recentemente um movimento mais agudo na América do Sul, ao comprar ativos em distribuição de energia da italiana Enel no Peru, ao valor de US$ 2,9 bilhões.
Energia
Paraguai coloca um bode na sala do Tratado de Itaipu
23/08/2023Em meio à negociação do novo Tratado de Itaipu, surge um curto-circuito entre Brasil e Paraguai. A hidrelétrica de Yacyretá tem oferecido energia a grandes indústrias da Região Sul cobrando tarifas mais baixas do que as praticadas por Itaipu Binacional. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, entre outros potenciais compradores, há conversas razoavelmente avançadas com um importante fabricante de papel e celulose. A hidrelétrica de Yacyretá, também uma binacional, é controlada pelo Paraguai e pela Argentina. Na Pasta de Minas e Energia, a ofensiva comercial da usina em território brasileiro e a tentativa de dumping têm sido interpretadas como uma manobra dos paraguaios para aumentar seu cacife à mesa de negociações de Itaipu. É quase um bode na sala: só foi colocado para ser retirado depois. O recém-empossado presidente Santiago Peña tem dito que o Paraguai vai ficar com toda a cota da produção de Itaipu que lhe cabe. Entre o ministro Alexandre Silveira e seus assessores, no entanto, a aposta é que tudo não passa de um blefe para forçar o aumento das tarifas pagas pelo Brasil por parte da energia pertencente ao Paraguai – o país vizinho usa menos de 20% do insumo produzido por Itaipu e a venda do excedente aos sócios é uma importante fonte de receita.
Destaque
Atrasos na CFEM provocam reação de governadores e prefeitos
22/08/2023A CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) está provocando um atrito federativo. A Agência Nacional de Mineração (ANM) tem atrasado seguidamente o repasse a estados e municípios do quinhão que lhes cabe nos recursos arrecadados com o tributo. No momento, segundo o RR apurou, os valores retidos seriam da ordem de R$ 300 milhões, referentes aos meses de maio e junho. Os governadores do Pará, Helder Barbalho, e de Minas Gerais, Romeu Zema, têm cobrado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da ANM a liberação dos recursos arrecadados. Os dois estados respondem por mais de 80% da arrecadação da CFEM. O coro dos insatisfeitos é engrossado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que já enviou ofícios à agência reguladora. O RR fez seguidas tentativas de contato com a ANM, mas o órgão não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Nos bastidores, a agência estaria atribuindo o atraso nos repasses à demora na regulamentação da Lei 14.514/2022, que altera os critérios de distribuição da derrama da CFEM entre União, Estados e Municípios. O assunto ricocheteia nos gabinetes de Brasília desde o governo Bolsonaro. Após inúmeras idas e vindas, a lei foi aprovada no fim de 2022. Mas, somente na quinta-feira passada, oito meses depois, o Ministério de Minas e Energia encaminhou à Casa Civil o texto do decreto que regulamenta a nova legislação. Ainda que ele seja publicado com celeridade, há ritos a serem cumpridos para a sua plena entrada em vigor: a ANM terá, por exemplo, de promover audiências públicas. Nessa toada, há o risco de que as novas regras só passem a valer a partir do ano que vem. Estados e municípios querem que o pagamento seja normalizado agora. Mesmo porque há um outro impasse nessa história: governadores e prefeitos das cidades beneficiados temem que a nova Lei tenha efeito retroativo. Ou seja, venha a ser aplicada na divisão dos recursos retidos pela ANM, mesmo que o recolhimento do tributo tenha sido feito antes da regulamentação e, portanto, sob as regras anteriores. A mudança na legislação vai aumentar o número de municípios com direito aos repasses, diminuindo, assim, o volume de recursos transferido a cada Prefeitura.
Destaque
Governo aumenta a dosagem de conteúdo local na indústria de óleo e gás
18/08/2023O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e seus assessores estão elaborando uma proposta a ser enviada à ANP, no mais tardar até outubro, para o aumento da exigência de conteúdo local na exploração e produção de óleo e gás. Mas que ninguém espere uma reprise dos primeiros mandatos de Lula e da gestão Dilma, quando o sarrafo foi lá para cima. A ideia do governo seria estabelecer faixas “intermediárias”, na casa dos 50% ou 60%, dependendo da fase do projeto e da área (onshore ou offshore).
Em 2004, no pico da obrigatoriedade, a exigência de equipamentos nacionais chegou a 86% na etapa de exploração e a 89% nas atividades de desenvolvimento. Hoje, o índice para exploração está fixado em 18%. No caso da produção, as alíquotas variam de 25% a 40%. A medida é tratada pelo governo como condição sine qua non para a retomada da indústria naval brasileira – promessa de campanha do presidente Lula. E a ANP nessa história?
No Ministério de Minas e Energia, o entendimento é que a agência reguladora não será um obstáculo para a mudanças nas regras. O diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, é tido como uma figura maleável. Não custa lembrar que foi na sua gestão, por meio da resolução 848/2021, que a ANP mudou o procedimento em relação às petroleiras que descumprem as regras de conteúdo local. A agência passou a permitir Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) para a conversão de multas em novos investimentos obrigatoriamente em bens e serviços nacionais. Somente nos 12 primeiros meses de vigência da nova norma, 25 empresas apresentaram proposta de acordo, totalizando R$ 2 bilhões em multas que acabaram convertidas em encomendas à indústria local.
Falar de conteúdo local é falar de Petrobras. Assim como no passado, a estatal será a grande responsável por fomentar as encomendas à indústria naval brasileira. Toda essa engrenagem se cruza também com o PAC. A companhia tem 47 projetos incluídos no Programa, um pacote de investimentos da ordem de R$ 320 bilhões. Nove desses projetos estão na Margem Equatorial, considerado o novo pré-sal brasileiro.
Energia
Negociações sobre o gasoduto de Vaca Muerta avançam
18/08/2023Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma comitiva do governo argentino vai desembarcar no Brasil até o fim de agosto. Na agenda, reuniões em Brasília e na Petrobras. É mais uma etapa do processo de negociação para o possível financiamento do Brasil à construção do gasoduto de Vaca Muerta. O apoio está condicionado à garantia de fornecimento de gás. A Secretaria de Energia da Argentina acena com duas possibilidades para o suprimento do insumo. A primeira é a construção de um ramal saindo do Noroeste da Argentina, do trecho do pipeline entre Sallequieló e San Gerônimo para se conectar com o gasoduto Bolívia-Brasil. A outra é a abertura de um ramal do Sul argentino até Uruguaiana, seguindo posteriormente para Porto Alegre
Energia
Prazo de concessão vira entrave para a venda da Coelce
15/08/2023A direção da Enel abriu tratativas com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia com o objetivo de antecipar a renovação da licença da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o ministro Alexandre da Silveira tem se mostrado mais flexível ao pleito, ao contrário da agência reguladora, que condiciona a extensão do contrato a uma série de exigências, especialmente em relação a investimentos. São garantias que a Enel não pode dar. Os italianos estão de saída do negócio e tentam a renovação antecipada justamente como forma de destravar a venda da distribuidora cearense. A CPFL e a Equatorial, principais candidatas à aquisição da Coelce, estariam condicionando o negócio à prorrogação da concessão. Entre outras questões, o fim da concessão em 2028 é um óbice à tomada de crédito por prazos mais longos.
Política externa
Brasil deve voltar a comprar energia da Venezuela
4/08/2023O Ministério de Minas e Energia abriu tratativas com o governo da Venezuela para comprar energia do país vizinho. A ideia é que o acordo com a estatal venezuelana Corpoelec entre em vigor ainda neste ano. O objetivo é garantir o suprimento do insumo para a Roraima, que sofre com o déficit energético. Seria uma solução temporária, até a construção da linha de transmissão Manaus-Boa Vista e a consequente conexão do estado ao Sistema Integrado Nacional. Roraima precisa de energia extra. Ponto. Mas, como quase todos os movimentos da gestão Lula na América do Sul, há segundas intenções que conversam com a política externa do governo.
Um importante projeto acalentado pelo presidente Lula é a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – conforme o RR já informou. A Venezuela, membro fundador da Opep, é tratada no governo como a grande avalista para o ingresso do país na entidade. Nesse caso, qualquer moeda de troca com o presidente Nicolás Maduro passa a ter um valor ainda maior. Dessa disposição de entrar na Opep é que derivam as declarações de que “A democracia é relativa” e “Nicolás Maduro é um presidente democrata”.
O governo Lula não está inventando moda. O Brasil comprou energia da Venezuela por 18 anos seguidos. O acordo começou em 2001, no governo FHC, no auge da crise do apagão. Em março de 2019, logo no terceiro mês de mandato, o presidente Jair Bolsonaro desfez o contrato, uma decisão eivada de uma forte dose de ideologia. Desde então, o abastecimento de Roraima tem sido feito por quatro termelétricas da Roraima Energia. As usinas consomem mais de um milhão de litros de diesel por dia, custo que é subsidiado pelo governo federal. Por ano, Brasília repassa a Roraima cerca de R$ 1 bilhão para cobrir as despesas com o funcionamento das térmicas.
Energia
State Grid quer investir R$ 17 bi em linha de transmissão
28/07/2023No Ministério de Minas e Energia, a State Grid é considerada pule de dez para assumir a construção do linhão de 1,4 mil km que atravessará três estados – Maranhão, Tocantins e Goiás. A licença é a joia da coroa do leilão de ativos de transmissão que será realizado pela Aneel em dezembro. O que está em jogo é um investimento que pode chegar a R$ 17 bilhões. Há cerca de duas semanas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, reuniu com representantes da State Grid. O projeto foi uma das agendas tratadas.
Destaque
Governo Lula faz movimentos para distensionar relações diplomáticas com o Uruguai
20/07/2023Em meio a tensões diplomáticas no âmbito do Mercosul, o governo Lula prepara alguns afagos ao Uruguai. Segundo o RR apurou, o Ministério de Minas e Energia deverá autorizar, em caráter temporário, a venda de energia para o país vizinho. A informação, inclusive, já circula junto a um petit comité do setor elétrico, leia-se grandes grupos que têm atuado de forma mais intensa nas exportações do insumo, casos de Engie e AES. As vendas para o exterior estão suspensas desde 11 de junho, como uma medida de segurança energética e preservação dos níveis dos reservatórios com o fim do período de chuvas no país. O recuo seria uma medida de exceção, emergencial, uma política de boa vizinhança em apoio ao Uruguai, que vive a sua pior seca em mais de 70 anos. Nos últimos meses, o país se viu obrigado a aumentar consideravelmente a importação de energia elétrica. As hidrelétricas locais estão operando a apenas 15% da capacidade instalada. O governo brasileiro já sinalizou também a intenção de financiar a compra de equipamentos e tubulações para acelerar as obras de construção de uma adutora a partir do Rio San José, que deságua no Rio de La Plata, às margens de Montevidéu.
Mais do que uma política de boa vizinhança, as medidas do governo brasileiro ganham uma dimensão maior no atual contexto das relações exteriores. O presidente Luis Lacalle Pou tem sido uma voz dissonante dentro do Mercosul e, por consequência, um agente de contestação à própria liderança do Brasil e – por que não dizer? – de Lula na América do Sul. Pou insiste em conduzir negociações para um acordo bilateral com a China à margem do bloco econômico.
Destaque
Governo quer reativar investimentos em energia nuclear
11/07/2023O governo Lula pretende avançar no programa nuclear brasileiro. A Pasta de Minas e Energia tem feito estudos em torno não apenas da conclusão das obras de Angra 3 – já anunciada pelo ministro Alexandre Silveira -, mas também da instalação de novas usinas atômicas no país. O ministro Alexandre da Silveira e seus assessores trabalham com a possibilidade de construção de até três geradoras, notadamente no Nordeste. Sob certo aspecto, é como se o Lula III estivesse voltando no tempo até o Dilma I: em seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff lançou o projeto de implantação de cinco usinas nucleares até 2030 – com o impeachment, a iniciativa viraria poeira atômica. Por coincidência – ou talvez não -, a própria composição da atual cadeia de comando da Eletronuclear sugere uma certa influência de Dilma Rousseff sobre a área. A ex-presidente indicou o presidente da estatal, Raul Lycurgo Leite. Foi responsável também pela nomeação do ex-diretor da Eletrobras Valter Cardeal para o Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), controladora da Eletronuclear.
O governo enxerga a ampliação do parque nuclear brasileiro como parte de um projeto maior: ao lado de outras fontes de geração limpa, como eólicas, solares e hidrogênio verde, trata-se de mais um movimento com o propósito de consolidar o Brasil como uma das grandes potências globais da transição energética. É justamente a peça de mais difícil encaixe nesse quebra-cabeças. A retomada do programa nuclear é uma questão delicada. No front interno, resvala em grupos de interesse e agentes institucionais sensíveis, como ambientalistas e militares. Os novos investimentos esbarram também na resistência de auxiliares próximos a Lula. É o caso de Nelson Hubner, que comandou o Ministério de Minas e Energia no segundo mandato do petista e hoje também ocupa um assento no Conselho da ENBPar. Dentro do governo, Hubner é tido como uma das vozes mais fortes contra a construção de novas usinas atômicas e até mesmo a entrada em operação de Angra 3.
Na área internacional, por sua vez, o tema também depende de intrincadas conexões. Em abril, o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, aproveitaram a passagem do chanceler russo Serguei Lavrov por Brasília para discutir possíveis cenários de parceria no setor. O ponto focal foi o fornecimento de combustível para o reator do submarino de propulsão nuclear que está sendo construído pela Marinha do Brasil. Mas a conversa envolveu também Angra 3. Ressalte-se que, em 2021, a Eletronuclear e a estatal russa Rosatom assinaram um memorando de entendimentos em torno de investimentos em energia nuclear. O acordo continua em vigor, mas a declaração de guerra da Rússia à Ucrânia esfriou as tratativas entre as duas empresas. Neste momento, avançar em uma negociação com o governo Putin em uma área tão complexa como essa no mínimo criaria pontos de fricção com os Estados Unidos e a União Europeia. No governo Lula, a China é vista como a alternativa mais à mão para um possível acordo de cooperação na energia nuclear. Nesse caso, todos os caminhos apontam na direção da CNCC (China National Nuclear Corporation), que seria um potencial parceiro não somente para a construção de Angra 3 como de futuras usinas.
Infraestrutura
Minas e Energia corre para reduzir o gargalo no setor de transmissão
6/07/2023O Ministério de Minas e Energia e a Aneel discutem uma espécie de fast track para acelerar os novos leilões de transmissão. No momento, há apenas uma licitação confirmada, em 15 de dezembro. No mais, existem apenas estudos na agência reguladora. O governo entende que é possível realizar mais dois grandes certames já no primeiro semestre de 2024. Há duas fortes razões para imprimir um ritmo mais veloz às licitações. O leilão do último dia 30 de junho, quando foram contratados mais de R$ 15 bilhões, mostrou que há uma significativa demanda dos investidores. Além disso, o ministro Alexandre Silveira e sua equipe quebram a cabeça para reduzir os gargalos em transmissão no país, hoje um grande entrave para a execução de projetos em energia renovável. Um exemplo: dos mais de R$ 160 bilhões em investimentos já contratados na geração eólica, quase um terço está parado por falta de redes de distribuição.
Política externa
Brasil e Argentina avançam em negociações na área de energia
28/06/2023Na esteira do recente encontro entre Lula e Alberto Fernández, na última segunda-feira, a secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, deverá desembarcar em Brasília nos próximos dias. Na agenda, duas missões: negociar com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um acordo para a compra de gás do Brasil e discutir o possível empréstimo do BNDES à construção do gasoduto Nestor Kirchner.
Energia
Empresas e países vizinhos pressionam por retomada das exportações de energia
23/06/2023A decisão do governo brasileiro de brecar a exportação de energia hidrelétrica para Argentina e Uruguai deflagrou reações por todos os lados. Nos últimos dias, autoridades dos dois países iniciaram gestões junto ao Ministério de Minas e Energia na tentativa de reverter a medida. Há também a pressão que vem de dentro, de quem vai sentir no caixa os efeitos da determinação. Um grupo de empresas encabeçado por Engie, Eletrobras e AES tenta convencer o ministro Alexandre da Silveira a voltar atrás. O trio, especialmente a Engie, se notabilizou nos últimos meses pela venda de energia para Argentina e Uruguai. As companhias do setor alegam que o governo está sendo exageradamente cauteloso e baseou sua decisão em uma premissa equivocada, de que pode haver risco no abastecimento interno de energia. Mesmo com o fim do período de chuvas no país, as empresas garantem que os atuais níveis dos reservatórios permitem a retomada da exportação de energia sem ameaça ao fornecimento doméstico. O setor conta com o apoio, ainda que discreto, do ONS, Operador Nacional do Sistema.
Energia
Paraguai quer toda a sua energia em Itaipu. Quer mesmo?
16/06/2023A Administração Nacional de Energia Elétrica do Paraguai fez chegar ao Ministério de Minas e Energia no Brasil que concluirá, até o fim de julho, a instalação de um novo sistema de transmissão conectado a Itaipu. Significa dizer que o país vizinho poderá receber 100% da sua cota sobre a energia produzida na hidrelétrica, algo até então inviável por restrições de ordem técnica. Este é um movimento que promete trazer mais tensão para a negociação do novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira neste ano. O Paraguai já deixou claro às autoridades brasileiras que vai usar plenamente o volume de energia a que tem direito. Será?
No Ministério de Minas e Energia, há quem diga que o governo do presidente Mario Abdo Benitez está criando dificuldades para arrancar um preço mais alto na cessão de parte de sua cota. No ano passado, a energia cedida ao Brasil rendeu aos cofres do Paraguai algo em torno de US$ 360 milhões. A conta dessa luz deve subir a partir do novo Tratado. Até porque, o Paraguai tem razão para cobrar mais. O Brasil hoje paga US$ 44 por KWh do excedente, enquanto no mercado internacional o valor está em torno de US$ 220 por KWh.
Energia
Minas e Energia busca uma trégua com a China Three Gorges
1/06/2023O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi escalado pelo Palácio do Planalto para desarmar um curto-circuito com a China Three Gorges. Silveira vem tentando costurar um acordo para encerrar o contencioso dos chineses com a Aneel e a própria União, que se arrasta desde o governo Bolsonaro. A questão vai além da esfera corporativa e trisca na política externa. Na recente passagem de Lula por Pequim, autoridades chinesas cobraram uma solução para o impasse. No governo, há, inclusive, quem interprete os seguidos adiamentos do IPO da CTG no Brasil como uma represália do grupo por conta do imbróglio. O receio é que a desforra venha também com a redução dos investimentos programados no país. Consultadas pelo RR, a CTG e o Ministério de Minas e Energia não se manifestaram.
Todo o contencioso gira em torno da revisão do volume de energia que quatro hidrelétricas controladas pela CTG – Capivara, Chavantes, Taquaruçu e Rosana – podem entregar ao sistema, a chamada garantia física. Na prática, trata-se da quantidade máxima do insumo a ser comercializado pelas usinas. Uma das ideias discutidas no Ministério de Minas e Energia é uma mudança no período crítico de chuvas a ser usado como referência do histórico de garantia das geradoras. Esse novo modelo incorporaria as hidrologias de 2020 e 2021, um pleito da CTG Brasil, a subsidiária brasileira da China Three Gorges. Essa mudança aumentaria a garantia física das quatro usinas, ou seja, ampliaria o volume de energia liberado para a venda.
Energia
China Huaneng acena com US$ 3 bilhões em investimentos no Brasil
17/05/2023Na esteira da recente passagem de Lula por Pequim, a China Huaneng Group está alinhavando um plano para investir em geração renovável no Brasil. De acordo com informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, as tratativas passam por projetos de usinas solares e eólicas. As primeiras conversas envolvem cifras da ordem de US$ 3 bilhões. Com ativos de aproximadamente US$ 250 bilhões, a China Huaneng Group é uma das cinco maiores estatais chinesas do segmento de geração. A empresa segue a trilha da Energy China International, que anunciou recentemente um novo pacote de investimentos no Brasil também na onda da aproximação entre Lula e o governo de Xi Jinping. Após a recente reunião entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da companhia, Lyu Zexiang, no fim de abril, a Energy China anunciou a intenção de investir mais de US$ 10 bilhões na produção de energia verde e em transmissão no Bras
Política
Uma voz a mais no governo pela volta da Petrobras ao setor de fertilizantes
15/05/2023A ministra do Planejamento, Simone Tebet, tem defendido dentro do governo a retomada dos investimentos da Petrobras em fertilizantes. Vem tratando do assunto diretamente com o seu colega Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. A questão é de interesse direto do Mato Grosso do Sul, seu estado. O retorno da estatal ao setor significará, entre outros projetos, a retomada da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 da Petrobras no município de Três Lagoas. Estima-se o custo para a conclusão das obras na casa dos R$ 3 bilhões.
Política externa
Mais energia para a Argentina e para Alberto Fernández
12/05/2023Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo brasileiro estuda medidas para viabilizar o aumento das exportações de energia para a Argentina. A Pasta vai autorizar novas empresas a vender o insumo ao país vizinho. Nos últimos meses, grandes grupos do setor, notadamente Enel e Engie, têm se notabilizado no fornecimento de energia aos argentinos. O fechamento de novos contratos seria estimulado também pela linha de crédito especial já anunciada pelo presidente Lula, com o objetivo de aumentar as exportações brasileiras para a Argentina.
Mesmo com todas as ações do governo Lula, o aumento das exportações de energia para a Argentina, de Alberto Fernández, vai depender, e muito, de questões climáticas. A partir deste mês, o Brasil começa a entrar em um período de menos chuvas, com impacto direto sobre os reservatórios das hidrelétricas. O alento é que as usinas saíram do verão com uma “poupança” razoável. Nas hidrelétricas do Sul/Sudeste, por exemplo, os níveis de armazenamento hídrico estão em torno de 88%. Trata-se do maior volume dos reservatórios da região para um mês de maio desde 2000, quando do início da série histórica do ONS.
Destaque
Vale, JBS e Anglo American disputam a corrida do níquel
25/04/2023Há um duelo de gigantes se desenhando na área de mineração. Segundo o RR apurou, Vale e JBS têm interesse em disputar a licitação das jazidas de níquel no Morro do Engenho e Santa Fé, em Goiás. No Ministério de Minas e Energia, a Anglo American também é identificada como uma das candidatas à operação. Segundo o RR apurou, o governo pretende lançar o edital no segundo semestre. Trata-se de uma das mais promissoras fronteiras do níquel no Brasil. Estimativas do Serviço Geológico Brasileiro indicam jazidas da ordem de 14 milhões de toneladas, um ativo que atrai players dos mais diversos matizes. No setor, há informações de que até Eike Batista vislumbra a oportunidade de voltar ao game, pegando carona na licitação das reservas. O empresário estaria se candidatando como adviser para trazer investidores estrangeiros.
No ano passado, o governo Bolsonaro anunciou que a concessão das jazidas de Morro do Engenho e Santa Fé faria parte do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), mas os estudos não ficaram prontos a tempo. O fato é que, entre idas e vindas, a licitação está para sair há quase uma década. No segundo mandato de Dilma Rousseff, a área foi incluída no rol dos bens da União que seriam privatizados. No entanto, àquela altura o governo recuou uma vez que o Código de Mineração passaria por uma atualização. Sob certo prisma, talvez tenha sido até melhor. Hoje há uma corrida global por insumos minerais fundamentais para a transição energética, caso do níquel. A Vale, por exemplo, tem aumentado sua aposta em metais básicos, vislumbrando um salto com a crescente demanda para a geração de energia verde. A companhia já anunciou a cisão da sua operação de níquel e cobre e a intenção de buscar um sócio. A transição energética também é o combustível que tem feito a Anglo American intensificar seus investimentos globais na produção de níquel. Recentemente, comprou 9,9% da Canada Nickel. No Brasil, o grupo alocou R$ 2,2 bilhões para aumentar sua capacidade de extração em Goiás.
No caso da JBS, a aquisição das reservas do Morro do Engenho e Santa Fé representaria seu ingresso no mercado de níquel, um salto considerável para uma corporação que ainda engatinha no setor. A empresa da família Batista entrou na área de mineração há exatamente um ano com a compra de ativos de minério de ferro da própria Vale no Mato Grosso do Sul.
Empresa
Petrobras e estatal boliviana ensaiam parceria na transição energética
10/04/2023Os governos do Brasil e da Bolívia têm mantido tratativas em torno de investimentos conjuntos na área de transição energética. As conversas envolvem a Petrobras. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma das ideias sobre a mesa é uma parceria entre a companhia e a estatal boliviana Empresa Nacional de Electricidad (Ende) para projetos conjuntos em energia limpa nos dois países. Ressalte-se que a Ende está construindo a linha de transmissão Puerto Quijarro-San Juan del Mutún-Puerto Busch, esta última na fronteira com o Brasil. A estrutura pode ser envolvida na operação – por exemplo, na distribuição de energia na Região Centro-Oeste.
A gestão Lula enxerga duas serventias no possível acordo entre a Petrobras e a Ende. Em primeiro lugar, seria um passo a mais no projeto recolocar a estatal nos trilhos da geração renovável. Nesse caso específico, a Petrobras não apenas cumpriria o desígnio traçado pelo atual governo – ser a principal propulsora de investimentos em transição energética no país – como também ampliaria sua influência no segmento dentro da América do Sul. Além disso, o acordo poderia funcionar com uma moeda de troca para a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, como vem sendo chamado o bloco organizado pela Bolívia, Argentina e Chile – ver RR.
Destaque
Petrobras avança na venda do Polo Potiguar
6/04/2023De acordo com informações filtradas da Petrobras, a estatal deverá concluir até maio a transferência dos 22 campos onshore e offshore do Polo Potiguar à 3R Petroleum, um negócio de US$ 1,3 bilhão. Segundo o RR apurou, a direção da 3R teria sido comunicada sobre o prazo para o fechamento do contrato. Trata-se de uma operação sensível, com potencial de provocar mais faíscas na já chamuscada relação de Jean Paul Prates, presidente da companhia, com o Ministério de Minas e Energia e o próprio Palácio do Planalto. Faíscas que eventualmente podem vir a se tornar labaredas caso a Petrobras adote o mesmo procedimento com os demais ativos negociados na reta final do governo Bolsonaro – as vendas da refinaria Lubnor para a Grepar Participações; dos campos terrestres do Norte Capixaba para a Seacrest; e dos campos marítimos dos polos Golfinho e Camarupim para a BW. São os campos minados da gestão Prates.
A Petrobras se encontra sob forte pressão política. O Ministério de Minas e Energia solicitou formalmente a suspensão da venda dos ativos por meio de dois ofícios, que chegaram ao Gabinete da Presidência e foram direcionados internamente à diretora executiva de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, Clarice Coppetti – um nome, por sinal, que suscita fagulhas políticas dentro da própria empresa. Ordem similar veio ainda mais de cima: o próprio presidente Lula declarou textualmente em entrevista ter determinado ao “companheiro Jean Paul” que interrompesse todas as operações em curso. Consultada pelo RR, a Petrobras não se manifestou especificamente sobre o timing para a conclusão da venda do Polo Potiguar e de outros ativos. A companhia limitou-se a replicar comunicados divulgados nos últimos dias. Na segunda-feira, dia 3, por meio de nota, a estatal reafirmou que a revisão dos processos de alienação de ativos “não deverá incluir desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos, de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela companhia e não causar qualquer dano às partes envolvidas nas negociações, em especial à Petrobras”.
Internacional
Contencioso da Three Gorges vai para a pauta de Lula e Xi Jinping
4/04/2023A China Three Gorges (CTG) terá um lugar de destaque nas conversas entre Lula e o presidente da China, Xi Jinping, na visita a Pequim, remarcada para o dia 11. Segundo fonte do Itamaraty, o governo chinês já sinalizou que pretende discutir uma solução para o contencioso entre a CTG Brasil, subsidiária do grupo, e a União. A companhia entrou na Justiça contra uma medida do Ministério de Minas e Energia. No ano passado, a Pasta reduziu em 4,9% a garantia física das hidrelétricas Capivara, Chavantes, Taquaruçu e Rosana, pertencentes aos chineses. Ou seja: reduziu a quantidade de energia que as três usinas podem entregar ao sistema. A medida provocou um curto-circuito que vai além da Justiça. A CTG estaria condicionando a realização do seu já anunciado IPO no Brasil à reversão da medida.
Energia
Brasil empurra crise hídrica para longe
29/03/2023Uma ótima notícia para o Brasil – e para o governo Lula. Segundo o RR apurou, a energia armazenada nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional deverá atingir até o fim desta semana os maiores níveis desde 2007. De acordo com informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a estimativa é que o subsistema Norte chegue a 99%. Ou seja: as hidrelétricas da região estão praticamente a plena carga. No caso do Nordeste, as projeções apontam para um indicador próximo dos 91%. O índice mede a energia potencialmente disponível por área a partir do volume de água dos reservatórios e consequentemente da capacidade de geração das usinas. Os dados apontam reduzida necessidade de acionamento de térmicas no país no início do outono, estação marcada pela queda da ocorrência de chuvas. No mapa energético nacional, a região que mais preocupa as autoridades do setor é o sul do país. Há cerca de duas semanas, a energia armazenada nos reservatórios da área estava em 40%. Na próxima medição, é provável que este número caia ainda mais – as previsões na Pasta giram em torno dos 38%.
Muito provavelmente, o puxão de orelhas de Lula na gestão das hidrelétricas do país não foi por acaso. Na semana passada, durante a posse de Enio Verri no comando de Itaipu, o presidente criticou o desperdício de água pelas grandes usinas, batendo na tecla de que o país não sabe lidar com a abundância dos mananciais. Nos últimos meses, por exemplo, as usinas de Belo Monte, Tucuruí, São Simão – as duas primeiras operadas pela Eletrobras e esta última controlada pela chinesa Spic – abriram suas comportas para reduzir o nível dos reservatórios, deixando de gerar a energia equivalente.
Destaque
Petrobras e Sinopec ensaiam parceria em energia renovável
23/03/2023A Petrobras terá lugar de destaque na agenda de Lula em Pequim. Segundo o RR apurou, a companhia poderá se associar à Sinopec para investimentos em transição energética no Brasil. De acordo com informações que circulam no Ministério de Minas e Energia, a estatal chinesa já sinalizou interesse em investir em geração eólica e solar no país. Outro alvo na mira da empresa é a instalação do hub de hidrogênio verde do Ceará – empreendimento que já conta com alguns investidores-âncora, como a australiana Energyx Energy.
Tanto do lado brasileiro quanto do lado do chinês, pode se dizer que a possível parceria entre as duas companhias segue um projeto de Estado. O governo Lula está recolocando a Petrobras nos trilhos da geração renovável, um caminho do qual a estatal se afastou durante o mandato de Jair Bolsonaro. Mais do que isso: a companhia será uma propulsora da transição energética no Brasil. O presidente da empresa, Jean Paul Prates, já anunciou, inclusive, a criação de uma nova diretoria específica para essa área. Dentro dessa estratégia, a tendência é que a Petrobras monte um arco de parcerias com grandes grupos internacionais. É o caso do acordo recém-firmado com a estatal norueguesa Equinor para a instalação de até sete usinas eólicas offshore no Brasil.
Por sua vez, na condição de maior consumidora de energia do mundo – algo como 25% de toda a produção global -, a China busca uma posição privilegiada na geoeconomia da geração renovável. E a Sinopec tem um papel fundamental nesse processo. A gigante dos combustíveis fósseis vem fazendo uma inflexão para a produção de energia limpa. No momento, está construindo em Xinjiang a maior fábrica de hidrogênio verde a partir de fontes renováveis do mundo. É responsável também pela instalação de uma mega planta na Mongólia. Somente nesses dois empreendimentos, vai investir mais de US$ 1,5 bilhão, uma “ninharia” perto do seu poder de fogo – a estatal chinesa fatura quase meio trilhão de dólares por ano.
Energia
O aditivado lobby dos produtores de biodiesel deu certo
9/03/2023O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vai referendar, na reunião marcada para o próximo dia 17, o aumento do percentual obrigatório de biodiesel acrescido ao diesel. A informação é de uma fonte do próprio Ministério de Minas e Energia. O índice, atualmente de 10%, passará a ser de 15%. Ponto para os produtores de biodiesel, que, desde a reta final do governo Bolsonaro, reivindicam o aumento da mistura para escoar os elevados estoques no país.
A dúvida é se o CNPE vai aplicar o novo índice de 15% de forma gradativa ou integralmente já a partir de abril. Uma pista: a queda dos preços do biodiesel dá margem para que a segunda opção seja a escolhida sem grande impacto sobre o custo do diesel na bomba, justamente no momento em que o governo reonerou o produto. Segundo dados da ANP, nas últimas 12 semanas a cotação médio do biodiesel acumula uma queda de 17%.
Energia
Geradoras brasileiras lucram com crise hídrica no Uruguai
27/02/2023Prejuízo de uns, ganhos de outros: as fortes secas registradas em território uruguaio deverão beneficiar grupos brasileiros da área de energia. A Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas do Uruguai (ETE) está batendo na porta de empresas de geração para comprar energia. Bolt Energy e Tradener já receberam sinal verde do Ministério de Minas e Energia para vender o insumo ao país vizinho. A CPFL também já teria sido contatada pelos uruguaios. A situação do outro lado da fronteira é delicada. No mês passado, as duas principais hidrelétricas do Uruguai geraram apenas cerca de 20% da energia consumida no país. A taxa média normal é da ordem de 45%.
Empresa
Grupo indiano planeja investir em energia verde no Brasil
24/02/2023A indiana ReNew Power estuda se instalar no Brasil. A empresa já sinalizou ao Ministério de Minas e Energia a intenção de investir em geração eólica e solar no país. A aterrissagem em solo brasileiro se daria no âmbito de um grande projeto global dos indianos, que prevê o desembolso de mais de US$ 9 bilhões até 2025 para triplicar sua capacidade de produção de energia verde. Além da Ásia, a estratégia do grupo passa por investimentos na Europa e na América Latina. Voltagem financeira não deverá faltar: a ReNew tem entre seus acionistas a Goldman Sachs e o Canada Pension Plan Investment Board.
Negócios
Governo estuda aumentar a adição de biodiesel ao diesel
7/02/2023O Ministério de Minas e Energia estuda elevar de 10% para 15% o índice de biodiesel misturado ao diesel. Segundo informações filtradas da Pasta, a decisão poderá ser anunciada até o fim de março. Bom para as empresas de biocombustíveis e também para os produtores de soja. Se confirmada, a medida manterá forte a demanda pelo cereal. Ressalte-se que já existe uma grande procura em função da queda na produção da Argentina, grande player mundial. No país vizinho a quebra esperada na produção é superior a 30%, em função da falta de chuvas.
Energia
Grupo chinês planeja produzir turbinas para usinas eólicas no Brasil
6/02/2023Segundo informação que circula no Ministério de Minas e Energia, a chinesa Envision Energy estuda instalar uma fábrica de equipamentos para usinas eólicas no Brasil. Seguiria, assim, os passos das conterrâneas Goldwind e Sinoma, que já anunciaram projetos para produzirem turbinas no país. A Envision Energy, uma das três maiores indústrias do setor na China, chega ao Brasil de olho na construção de eólicas offshore, que deve provocar um boom na demanda por equipamentos.
Mercado
Gigante chinês estuda adiar IPO no Brasil
3/02/2023A CTG Brasil, leia-se a chinesa Three Gorges, estuda postergar seu IPO na B3 para o segundo semestre. A abertura de capital estava inicialmente prevista para abril, mas o grupo entende que as condições de mercado talvez ainda estejam longe do ideal. Some-se a isso o contencioso com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia, um fator de pressão sobre a precificação dos ativos da CTG. No ano passado, o Ministério reduziu em 4,9% a garantia física das hidrelétricas Capivara, Chavantes, Taquaruçu e Rosana, na prática diminuindo a quantidade de energia que as geradoras podem entregar ao sistema.
Destaque
Lítio entra no radar do governo Lula
3/02/2023Energia
Shenzen Energy tem planos de entrar no Brasil
27/01/2023Mais um grande player chinês da área de energia ensaia seu desembarque no Brasil. Segundo o RR apurou, a Shenzen Energy acenou ao Ministério de Minas e Energia o interesse em investir no país, mais precisamente em geração renovável. Os chineses já estariam vasculhando o mercado em busca de projetos maduros de usinas solares e eólicas. A companhia é a maior fornecedora de energia da importante e rica província de Shenzen, sendo responsável por mais de 40% da capacidade instalada de geração na região. Com pesados investimentos, sobretudo no Norte da China, o grupo tem se concentrado em aumentar a participação da energia renovável no seu portfólio. A meta é chegar a 40% até 2025 – no ano passado, esse índice foi de 37%.
Destaque
Governo quer agilizar regulação do hidrogênio verde
5/01/2023O governo Lula pretende acelerar a regulação do hidrogênio verde no Brasil. Segundo o RR apurou, a intenção é apresentar uma primeira proposta de arcabouço até junho, antecipando em mais de meio ano os prazos com os quais o Ministério de Minas e Energia e a Aneel vinham trabalhando na gestão Bolsonaro. Os estudos, iniciados pela equipe de transição, sob o comando de Mauricio Tolmasquim, ficarão concentrados na recém-criada Secretaria de Transição Energética. A ideia do novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é criar uma espécie de comitê com empresas do setor de energia para colaborar na formulação das normas. Parte da regulação já está “dentro de casa”: o governo vai tomar como ponto de partida o Projeto de Lei 725/2022, de autoria do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates – o PL, em tramitação no Senado é chamado informalmente de “Lei do Hidrogênio”. Uma das prioridades é garantir o direito de passagem do hidrogênio verde por gasodutos, assegurando, portanto, a distribuição e a entrega do produto. O PL 725 prevê percentuais mínimos para o transporte do insumo – 5% a partir de 2032 e 10% a partir de 2050. No governo já se cogita aumentar os índices ou antecipar os prazos, como estímulo a investimentos no setor.
O novo governo trata o assunto como prioridade, dentro do plano maior de fazer do Brasil a grande potência global na produção de energia verde. Já existe uma fila de projetos e promessas de investimento em hidrogênio verde à espera de que o segmento seja regulamentado. Por ora, todos os estudos se dão em um ambiente de penumbra, a começar pelo principal: a falta de regulação impede cálculos mais precisos sobre o retorno potencial dos projetos. Ainda assim, os números que já espocam aqui e acolá são alvissareiros. A australiana Fortescue, por exemplo, assinou um memorando de entendimentos com o governo do Ceará para investir US$ 6 bilhões na construção de um hub para a produção de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. A trinca BI Energia, Cactus Energia Verde e Uruquê Energias Renováveis está debruçada sobre o projeto de instalação de uma planta de eletrólise para a produção de hidrogênio verde, vinculada a um complexo de geração de energia sola e um parque um eólico offshore também em Pecém. Esse combo receberia investimentos da ordem de R$ 26 bilhões.
Internacional
Novo preço da energia de Itaipu cria faíscas diplomáticas com o Paraguai
4/01/2023O governo Lula terá de administrar um curto-circuito bilateral herdado da gestão Bolsonaro. O governo do Paraguai fez chegar ao Itamaraty e ao Ministério de Minas e Energia (MME) sua discordância com o preço da tarifa da energia fixado pelo Brasil para 2023. Em 20 de dezembro, a Pasta de Minas e Energia anunciou o valor de US$ 12,67/kW, uma redução de 38,9% em relação ao preço em vigor no ano passado. Assessores do presidente Mario Abdo Benitez alegam que o corte não foi discutido com o governo paraguaio. O país vizinho defendia uma redução conjunta de 15% dos dois lados da fronteira. A divergência é uma fagulha mais entre Brasil e Paraguai às vésperas da complexa negociação do novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira em agosto.
Infraestrutura
Um dos últimos legados do governo Bolsonaro
29/11/2022O Ministério de Minas e Energia informou ao Palácio do Planalto que a nova ponte entre o Brasil e o Paraguai deverá ser inaugurada em dezembro. Os R$ 420 milhões para a obra saíram dos cofres de Itaipu Binacional. Os 5% que faltam para conclusão da via são os acessos e trevos em terra, o que não impede a inauguração oficial. Por quem, não se sabe. O projeto sempre foi tratado como prioridade por Jair Bolsonaro, dada a boa relação com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez – um dos raros chefes de governo da América do Sul mais próximos a Bolsonaro. Só que agora, contando os dias para deixar o Palácio do Planalto, é pouco provável que o presidente queira saber de cortar fita de ponte.
Economia
Custo de vida 1
27/10/2022O preço do pãozinho nosso de cada dia pode subir. O Ministério da Agricultura monitora, com apreensão, o nível dos estoques de trigo na Argentina. Há um crescente risco do governo de Alberto Fernández conter as exportações do produto para reequilibrar a oferta local no momento em que a indústria de panificação aumenta o ritmo de produção para o Natal. Ressalte-se que a última safra de trigo na Argentina foi duramente afetada pelas secas, reduzindo os estoques do cereal. Má notícia para o Brasil. Guardadas as devidas proporções, em termos de dependência, a Argentina está para o trigo como a Rússia para os fertilizantes. O Brasil exporta aproximadamente 60% do trigo que consome. Desse total, mais de 85% vêm do país vizinho.
Custo de vida 2
O Ministério de Minas e Energia estuda reduzir, nos próximos dias, o índice de etanol misturado à gasolina, hoje de 27%. Trata-se de uma tentativa de conter novos aumentos dos preços dos combustíveis, em razão da entressafra na produção de cana de açúcar e do consequente impacto sobre a oferta de álcool no país.
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Cabos de transmissão
19/10/2022A estatal Power Grid Corporation of India sinalizou ao Ministério de Minas e Energia o interesse em participar dos próximos leilões de linhas de transmissão no Brasil. Uma das possibilidades seria se unir à também indiana Sterlite Power, que já atua no país.
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“Vale Itaipu”
10/10/2022Circula no Ministério de Minas e Energia a informação de que o governo do Paraguai quer aumentar o valor dos royalties pagos por Itaipu Binacional aos municípios localizados no seu entorno. A medida valeria tanto para as cidades do lado paraguaio quanto brasileiro. A justificativa é que a usina terá uma folga de caixa de R$ 10 bilhões com a quitação do financiamento referente à sua construção, previsto para 2023.
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“Embrapa do hidrogênio” entra no radar de Lula
30/09/2022Empresas do setor de energia encaminharam ao comitê responsável pelo programa econômico de Lula uma proposta que visa acelerar a transformação do Brasil em uma potência da geração renovável. A ideia que circula entre os assessores do ex-presidente é a criação de uma espécie de “Embrapa do hidrogênio”. Ou seja: uma empresa pública da área de pesquisa dedicada ao desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de hidrogênio verde, em parceria como a iniciativa privada. Se a Embrapa surgiu em 1973, em pleno governo militar, para garantir um modelo de agricultura e pecuária “genuinamente tropical”, caberia a essa estatal criar soluções para o aproveitamento das notórias potencialidades do Brasil para o setor.
Um exemplo: hoje existem pesquisas no país para a produção de hidrogênio verde a partir da vinhaça, um resíduo proveniente do etanol. Essa “escória” sucroalcooleira é puro ouro para o setor energético: sua composição tem 95% de água. Basicamente, o hidrogênio verde é obtido a partir da quebra das moléculas da água por meio de um processo chamado eletrólise. A eletricidade necessária para essa transformação vem de fontes renováveis, como solar e eólica. O Brasil tem sol, tem vento e tem muita cana de açúcar. A cada litro de etanol – o país produz 28 bilhões de litros do biocombustível por ano – são obtidos dez litros de vinhaça. Os estudos em torno dessa técnica vêm sendo conduzidos pela USP e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), financiado pela Fapesp e pela Shell. A existência de uma “Embrapa do hidrogênio” teria o potencial de acelerar o desenvolvimento dessa e eventualmente de outras tecnologias.
Até o momento, Lula tem sido razoavelmente econômico nas menções aos seus planos para a área de energia. Algumas das poucas citações ao tema têm sido feitas por Mauricio Tolmasquim, que ocupou cargos no Ministério de Minas e Energia no governo do petista e é um de seus principais assessores para o setor. Sem entrar em detalhes, Tolmasquim já afirmou que os planos de Lula passam pela construção de hidrelétricas de menor porte e usinas solares e eólicas. A proposta de criação da Embrapa do “hidrogênio verde” daria uma voltagem bem maior ao plano de governo do petista. Até porque os investimentos nessa matriz energética do futuro, fundamental para a transição para uma economia de baixo carbono, ainda são incipientes perto do potencial que se enxerga para o Brasil.
Ainda assim, alguns projetos de porte já estão no pipeline. A Unigel vai investir cerca de US$ 120 milhões em uma planta na cidade de Camaçari (BA). A AES assinou um pré-contrato com o Porto de Pecém (CE) para instalar no local um hub de produção de hidrogênio verde com capacidade de até 2 GW. A australiana Fortescue também assinou um memorando de entendimentos com o governo do Ceará para investir US$ 6 bilhões em uma usina no mesmo complexo portuário. Há ainda a expectativa pela vinda de grandes fundos internacionais ESG. É o caso do VH Global Sustainable Energy Oportunities. O RR apurou que os ingleses querem se associar a projetos de hidrogênio verde no país. O VH Global, por sinal, já deu um primeiro passo em energia renovável no país: em parceria com a Paraty Energia, comprou a hidrelétrica Mascarenhas, até então pertencente à EDP.
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“Pré-Vento” também sopra forte no programa do PT
30/09/2022Os estudos conduzidos pela equipe de Lula na área de energia renovável passam também pela geração eólica. A ideia é lançar um plano de ações logo no início do mandato com o objetivo de estimular a instalação de usinas offshore. O ponto de partida seria a criação de uma estatal específica para o segmento, que ficaria pendurada no Ministério de Minas e Energia (MME).
Guardadas as devidas proporções, seria um modelo similar ao da PPSA (Pré-sal Petróleo), instituída no governo Dilma. A premissa é que, a exemplo do pré-sal, o “Pré-Vento” é um ativo precioso, capaz de atrair forte investimento estrangeiro. Assim como no caso do hidrogênio verde, diversos grupos já sinalizaram interesse em entrar no negócio, entre os quais EDF, Prumo Logística, Shell, Equinor e NeoEnergia.
Só no Rio de Janeiro há nove projetos em análise no Ibama, com investimentos previstos de R$ 85 bilhões. Se eleito, Lula vai pegar um quebra-cabeças com várias peças faltando. Não obstante o Decreto 10.946/2022, que deu início ao marco regulatório das eólicas offshore, ainda não há regulamentação específica para a cessão das áreas. Ao menos duas minutas de Portarias sobre o tema estão em análise no MME, mas é pouco provável que saiam ainda neste ano. Não se sabe também qual será o modelo de concessão e muito menos os critérios para o cálculo dos valores que os investidores terão de pagar à União.
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A “volta” de Angra 3
22/09/2022A Eletronuclear vai iniciar nos próximos dias a concretagem de Angra 3. Será a retomada das obras de construção da usina, paralisadas desde 2015, por causa da Lava Jato. O Ministério de Minas e Energia estima que serão necessários cerca de R$ 17 bilhões para a conclusão da unidade, prevista para 2026.
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Quem paga a conta do “Auxílio Paraguai”?
21/09/2022Um contencioso bilateral pode cair no colo do próximo governo – seja ele quem for. O Ministério de Minas e Energia e a diretoria do lado brasileiro de Itaipu Binacional estudam acionar uma corte arbitral internacional contra a lei aprovada recentemente pelo Congresso do Paraguai. A nova legislação determina o pagamento de um bônus a cidadãos paraguaios que trabalharam na construção da hidrelétrica. A medida abrangeria cerca de 15 mil operários. Ocorre que o governo do presidente Mario Abdo Martínez quer fazer política social com o caixa de Itaipu. Estima-se que o benefício custaria quase US$ 1 bilhão aos cofres da usina.
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Um litígio de alta voltagem
30/08/2022O contencioso entre a China Three Gorges (CTG) e o Ministério de Minas e Energia terá um novo capítulo nos próximos dias. A AGU prepara uma ação na tentativa de derrubar recente liminar obtida pelos chineses. A CTG conseguiu suspender na Justiça uma decisão recente do Ministério reduzindo em quase 5% o volume de energia máxima que pode ser comercializada por quatro hidrelétricas da empresa. Os chineses alegam que a Portaria da Pasta que regulamente o tema é ilegal.
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Chineses em alta voltagem
23/08/2022A SPIC (State Power Investment Corporation of China) está em conversações com o fundo Castlelake para a aquisição da Ibitu Energia. Segundo informação que circula no mercado, os norte-americanos pedem cerca de US$ 1,2 bilhão pela empresa. O pacote de ativos inclui cinco complexos eólicos no Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará, duas usinas de energia solar na Bahia e três hidrelétricas, localizadas em Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Consultadas pelo RR, SPIC e Ibitu não quiseram se manifestar. A aquisição representaria o maior investimento da SPIC no Brasil. O grupo chinês, que já tem negócios no país em geração térmica, hídrica e eólica, comprou recentemente dois projetos de energia solar da Canadian Solar. Ao todo, investirá cerca de R$ 2 bilhões na construção das usinas.
…
Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a CCCC (China Communications Construction Company) planeja investir em geração renovável no país. O ponto de partida será a instalação de usinas eólicas offshore no Nordeste, no rastro de um mercado promissor aberto pelo novo marco regulatório para o segmento. De acordo com a mesma fonte, os chineses já teriam iniciado gestões junto à Aneel e ao Ibama com o objetivo de viabilizar um primeiro projeto, no Rio Grande do Norte.
É só a fagulha inicial. Os planos da CCCC para o Brasil passam também pela energia solar, seja com investimentos no greenfield, seja com a compra de participações em projetos já maduros. Procurada pelo RR, a CCCC não se pronunciou. A CCCC é um dos maiores conglomerados de infraestrutura da China, com faturamento da ordem de US$ 80 bilhões por ano.
A empresa já tem negócios no Brasil: controla a Concremat, maior fabricante de concreto do país. A investida em energia no mercado brasileiro está vinculada a um projeto geoeconômico mais largo, que contempla outros países da América Latina. É o caso da Nicarágua, onde os asiáticos estão alocando cerca de US$ 100 milhões no projeto de energia solar El Hato.
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Causa própria
3/08/2022A GM tem feito gestões junto ao Ministério de Minas e Energia. Busca o apoio do governo para o aumento do número de pontos de recarga para carros elétricos nas rodovias federais. A partir de setembro, a montadora começa a vender no Brasil o modelo Bolt EV.
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Bye bye Petrobras?
15/07/2022O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, com ajuda de ex-companheiros do Ministério da Economia, toca celeremente o projeto de privatização da Petrobras. O prazo para apresentação da Emenda Constitucional encomendada pelo ministro Paulo Guedes é até o final de agosto.
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Sachsida na cova do Centrão
23/06/2022O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, entrou na linha de tiro do Centrão. O motivo é a discordância de Sachsida em participar do estupro da Petrobras que está sendo praticado por políticos da base aliada. O ministro acha que a estatal é quem define os preços dos combustíveis, o que vai contra Ciro Nogueira e Arthur Lira, além dos palacianos de quatro costados. Em princípio, Paulo Guedes é quem segura Sachsida. A pergunta que não quer calar é se Guedes ainda consegue segurar alguém.
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Pré-empossado
22/06/2022O engenheiro Hailton Madureira, cotado para assumir a secretaria executiva do Ministério de Minas e Energia, já trabalha por conta. Assessor de Adolfo Sachsida no Ministério da Economia, Madureira tem auxiliado o “ex” e provavelmente futuro chefe na formulação de cenários para o setor elétrico.
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Falta de gás
20/06/2022Em meio à tunga na arrecadação proveniente do ICMS, surge mais um foco de atrito entre o governo federal e as unidades federativas. O Ministério de Minas e Energia tem pressionado os estados a adequar sua legislação local ao novo marco regulatório do gás. Até o momento, apenas sete deles redesenharam seu arcabouço regulatório. A mudança é vital para a abertura do mercado de distribuição de gás para novas empresas.
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Bola dentro das Minas e Energia
8/06/2022A falta de “aprovações governamentais” – termo usado pela Petrobras para justificar a suspensão da venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III à russa Acron – diz da missa apenas a metade. O próprio Ministério de Minas e Energia brecou a operação por receio de calote. Por duas vezes seguidas, segundo o RR apurou, a Acron teria adiado a apresentação de garantias financeiras para a conclusão do negócio. Tampouco comprometeu-se a investir os R$ 4 bilhões necessários para a conclusão das obras. Nos dois casos, alegou problemas de ordem operacional. “Problema de ordem operacional” para transações financeiras é exatamente o que mais a Rússia tem neste momento: o país está banido do Swift, o sistema bancário internacional.
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Militares batem em retirada da área de Minas e Energia
25/05/2022A área de Minas e Energia está sofrendo um processo de “desmilitarização”. A próxima baixa deverá ser o presidente de Itaipu, almirante Anatalicio Risden Junior. A troca no comando da estatal completaria uma trilogia de demissões de militares,juntando-se às recentes saídas do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras e do também almirante Bento Albuquerque do próprio Ministério. Risden, cabe ressaltar, está no cargo como uma indicação direta e pessoal do colega de farda e ex-ministro.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou. O governo já analisa nomes para a presidência de Itaipu. O RR apurou que o mais cotado é o da ex-governadora do Paraná Maria Aparecida Borghetti, atualmente no Conselho de Administração da hidrelétrica. As articulações não passam exatamente pelo gabinete do novo ministro de Minas e Energia, Alfredo Sachsida. A costura para a indicação de Maria Aparecida estaria sendo conduzida por Ciro Nogueira. Ou seja: Centrão na veia. A ex-governadora é mulher do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e correligionário de Nogueira.
…
A possível troca na presidência de Itaipu coincide com um momento de razoável tensão bilateral. O RR teve a informação de que o governo do Paraguai já enviou ao Itamaraty o pedido formal para o início da renegociação do Tratado da hidrelétrica, que vence em 2023. Os paraguaios acenam, desde já, com algumas exigências, como o pagamento de um valor fixo e mensal à província de Canindeyu. Seria uma indenização tardia para cobrir prejuízos econômicos causados pelo desaparecimento de Sete Quedas, ainda nos anos 80.
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Mais um chinês no setor elétrico
12/05/2022Informação que circula no Ministério de Minas e Energia: a China Power prepara seu desembarque no Brasil. Os chineses estão em conversações para se associar a um dos grandes projetos em energia eólica do país.
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Recalibragem
12/05/2022Com o aumento de 32% no preço do etanol anidro somente este ano, o Ministério de Minas e Energia já discute a redução do índice de mistura do produto na gasolina, hoje em 27%. E a gritaria dos usineiros? O governo acredita estar com crédito: recentemente liberou a venda direta de etanol aos postos, antigo pleito do setor.
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Adubo chinês
4/05/2022A China Molybdenum (CMOC) sinalizou ao Ministério de Minas e Energia a disposição de aumentar a produção na sua mina de fosfato de Chapadão, em Goiás. O projeto seria enquadrado no Plano Nacional de Fertilizantes. A CMOC tem outras operações no setor, por meio da controlada Copebras.
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Megawatts
2/05/2022Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a empresa indiana Adani Renewables planeja investir em energia renovável no Brasil.
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Mapa da mina 1
20/04/2022Roraima e Pará serão os estados mais impactos pela iminente autorização para atividades minerais em terras indígenas. Segundo informações filtradas da Agência Nacional de Mineração (ANM), do total de 3,5 mil pedidos de exploração em reservas, as duas unidades da federação respondem por mais de 80%. Em área, trata-se de aproximadamente nove milhões de hectares que poderão ser garimpados e Roraima e Pará. Ao todo, os pedidos pendentes na ANM equivalem a cerca de 12 milhões de hectares de terras indígenas na Amazônia.
Mapa da mina 2
Vencedora há três anos de uma licitação para explorar minério no Complexo de Palmeirópolis, no Tocantins, a australiana Alvo Minerals vai acelerar os investimentos na área. Estudos técnicos que acabam de ser concluídos e apresentados ao Ministério de Minas e Energia o subsolo da região muito promissor, em especial para zinco, cobre, ouro e chumbo. O projeto vai consumir cerca de R$ 150 milhões.
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Energia solar
20/04/2022O Ministério de Minas e Energia pretende fazer algum barulho com as novas regras para a produção de equipamentos de geração solar no Brasil. O governo cogita até mesmo um evento, para alardear a redução dos custos da energia. Segundo o RR apurou, o Inmetro vai publicar a portaria com a nova regulamentação no início de maio.
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Chinatown 2
19/04/2022Informação que circula no Ministério de Minas e Energia: a petroleira chinesa Sinopec tem planos de investir em geração renovável no Brasil.
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O governo vai pagar para ver?
12/04/2022Os produtores de biodiesel têm feito pressão junto ao Ministério de Minas e Energia com o objetivo de brecar os planos do governo de flexibilizar as importações do insumo. Segundo o RR apurou, nas conversas com as autoridades, os empresários pintam um cenário sombrio caso a medida seja levada adiante, com o risco de mais de 30 mil demissões no setor.
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O futuro CEO já está na Petrobras?
5/04/2022Entre outras opções sobre a mesa, o Palácio do Planalto e o Ministério de Minas e Energia cogitam a hipótese de uma solução caseira para a presidência da Petrobras, leia-se a indicação de um executivo da própria estatal. A ideia teria começado a ser discutida já no fim de semana, quando surgiram os primeiros sinais de que Adriano Pires desistiria de assumir o comando da empresa. De acordo com informações que circulam na Pasta de Minas e Energia, dois nomes são vistos com bons olhos no governo: Fernando Assunção Borges, atual diretor executivo de Exploração e Produção, e Rafael Chaves, que responde pela diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade.
Ambos seriam “concorrentes” do secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, também cotado para o cargo. Fernando Borges tem a seu favor o fato de ser o diretor da Petrobras com mais tempo de casa – 38 anos. Com bom trânsito nas mais diversas áreas da empresa, seria um nome bem recebido dentro da estatal.
Já Rafael Chaves tem como principal handicap o relacionamento mais próximo justamente com a equipe de Paulo Guedes. Funcionário de carreira do BC, foi cedido à Petrobras em janeiro de 2019, no início da gestão de Roberto Castello Branco. Um dos argumentos a favor da solução interna é que essa opção agilizaria a posse do novo CEO, reduzindo a percepção de vácuo de comando na Petrobras. Ao contrário de um “forasteiro”, um diretor da Petrobras já passou por todos os ritos internos de conformidade exigidos para a nomeação e estaria automaticamente apto para assumir o cargo.
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AGU desata os nós para a construção do linhão de Tucuruí
30/03/2022O governo vai fazer um importante movimento na tentativa de viabilizar a construção da linha de transmissão de Tucuruí, um projeto de quase R$ 3 bilhões. Segundo o RR apurou, a AGU trabalha em uma proposta que será encaminhada à comunidade indígena Waimiri Atroari. O acordo prevê o pagamento de uma indenização financeira para cobrir os danos socioambientais causados pelo empreendimento. O valor ainda está sendo calculado, mas, conforme a mesma fonte, deverá passar dos R$ 100 milhões.
Dessa forma, o governo espera colocar um ponto final no litígio que se arrasta na 1a Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas. Cerca de 120 dos 700 quilômetros do traçado do linhão cortam o território dos Waimiri Atroari em Roraima. Estudos preliminares encomendados pelos indígenas apontam 37 impactos socioambientais decorrentes da construção do linhão, 27 deles classificados como irreversíveis.
O acordo com os indígenas é apenas um dos nós que o governo precisa desatar para tirar o projeto do papel. Na paralela, o Ministério de Minas e Energia intensificou as tratativas com a Transnorte Energia, consórcio encabeçado pela Alupar. Antes mesmo das obras começarem, a empresa exige da Aneel o reequilíbrio financeiro do contrato de concessão, sob o argumento de que os custos para a construção do linhão já subiram R$ 1 bilhão desde o leilão, no longínquo ano de 2011.
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Energia na fronteira
25/03/2022O RR tem informações de que o Ministério de Minas e Energia retomou conversações com o governo boliviano para a construção de até duas hidrelétricas binacionais, cada uma com capacidade de até 6 mil MW. As usinas seriam instaladas no Rio Madeira ou em afluentes. O problema é que, do lado brasileiro, os projetos estão indexados à Eletrobras. Nas contas do governo, parte do financiamento depende da venda da estatal.
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Fila indiana
25/03/2022Segundo informação que circula nos gabinetes do Ministério de Minas e Energia, a estatal indiana Powergrid está garimpando ativos em transmissão no Brasil. A empresa deverá se juntar à Sterlite, conterrânea que já investe em linhas transmissoras no país.
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Rede de transmissão
15/03/2022Tem mais chinês com um pé no setor elétrico brasileiro: no Ministério de Minas e Energia, a China Southern Power Grid Company é dada como nome praticamente certo nos próximos leilões de transmissão da Aneel.
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O “custo Putin” para as térmicas brasileiras
10/03/2022A guerra entre Rússia e Ucrânia deve jogar pólvora nos custos da geração térmica no Brasil. Segundo o RR apurou, cálculos preliminares do Ministério de Minas e Energia apontam que os gastos para o abastecimento das termelétricas a gás ou diesel poderão duplicar caso o conflito se estenda por dois meses ou mais. Os estudos levam em consideração as projeções de alta do petróleo e derivados no mercado internacional e seu impacto sobre a política de preços da Petrobras. O Brasil tem 166 usinas movidas a gás natural e outras 2.260 a óleo diesel. Menos mau que São Pedro está ajudando com as chuvas recentes. O ONS estima que os lagos do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, chegarão ao fim deste mês com algo em torno de 60% da capacidade. A se confirmar, será o melhor nível desde meados de 2016.
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Luz do sol
22/02/2022Informação entreouvida pelo RR no Ministério de Minas e Energia: a chinesa Risen Energy, uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, com receita anual de US$ 20 bilhões, planeja se instalar no Brasil.
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Megawatts a menos na conta
2/02/2022O Ministério de Minas e Energia já trabalha com o cenário de que o Uruguai vai diminuir a venda de energia para o Brasil. O motivo é a forte seca no país vizinho, que tem reduzido o nível de água nas hidrelétricas locais – a exemplo do que acontece no Brasil. Hoje, a estatal uruguaia UTE comercializa 587 MW por dia à Eletrobras. O risco de soluços no fornecimento do insumo se dá justo no momento em que o governo Bolsonaro vinha aumentando a compra de energia junto ao Uruguai por conta da crise hídrica no Brasil. Em 2021, por exemplo segundo a fonte do RR, a importação chegou a 1,1 milhão de MWh, volume mais de 50% superior ao adquirido em 2020.
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Para onde vai a energia de Itaipu?
1/02/2022O governo do Paraguai quer que Itaipu passe a vender energia no mercado livre brasileiro, como forma de aumentar sua receita. Segundo o RR apurou, autoridades paraguaias já sinalizaram ao Ministério de Minas e Energia que levarão a proposta à próxima reunião do Conselho de Administração da hidrelétrica. Promessa de mais faíscas entre os dois países. A medida não conta com muita simpatia do governo brasileiro. A bola dividida com o Paraguai é tão delicada que as autoridades parecem estar cheia de dedos para abordar o assunto. Ao RR, o Ministério de Minas e Energia disse que o tema deveria ser tratado diretamente com Itaipu. A estatal, por sua vez, saiu pela tangente e informou que “a comercialização do excedente da margem paraguaia no Mercado Livre de Energia não é um tema de gestão direta da Itaipu, mas que cabe às altas partes contratantes (os governos dos países sócios do empreendimento).”
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Depois da doença, a “profilaxia”
26/01/2022O governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, planeja fazer um mapeamento do risco geológico em áreas turísticas. Trata-se de uma resposta tardia à recente tragédia em Capitólio (MG).
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Energia que vem da China
14/01/2022Entreouvido pelo RR nos corredores do Ministério de Minas e Energia: a Suntech Power, um dos maiores fabricantes chineses de equipamentos para usinas solares, tem planos de se instalar no Brasil.
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Transmissão indiana
6/01/2022A Unitech Power, uma das maiores empresas de transmissão de energia da Índia, estuda entrar no Brasil. Já fez chegar ao Ministério de Minas e Energia seu interesse em participar da próxima rodada de leilões no setor.
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Vento ventania
23/12/2021Informação soprada aos quatro ventos no Ministério de Minas e Energia: a chinesa Goldwind, uma das maiores produtoras de turbinas para usinas eólicas do mundo, tem planos de montar uma fábrica no Brasil. O projeto seria motivado pelo crescente número de encomendas de empresas chinesas no país.
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Mapa da mina
15/12/2021O Serviço Geológico Brasileiro, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, vai apresentar, nos próximos dias, um levantamento apontando áreas com maior potencial para a exploração de ouro e cobre na Região Amazônica. O mapeamento abrange uma extensão que vai da Província de Carajás (PA) até as cidades de Tapajós e Alta Floresta (MT). Promessa de polêmica e questionamentos por parte de ambientalistas: a maior parte das jazidas está localizada em regiões de mata nativa.
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Urubu no Senado?
9/12/2021Jair Bolsonaro teria um nome guardado no bolso do colete para disputar a eleição ao Senado no Rio de Janeiro em 2022: o do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. No ano passado, Landim chegou a ser sondado para ocupar um cargo no Ministério de Minas e Energia.
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Energia indiana
30/11/2021Informação que circula no Ministério de Minas e Energia: o Brasil entrou na rota da indiana ReNew Power. O grupo mira a compra de ativos em energia renovável. Recentemente, a ReNew anunciou investimentos globais de US$ 9 bilhões.
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Efeito retardado
18/11/2021Nos cálculos do Ministério de Minas e Energia, ainda vai demorar mais de seis meses para que a venda direta de etanol do produtor ao posto de gasolina tenha impacto perceptível nos preços do produto. Esse é o tempo médio de contratos ainda vigentes entre distribuidoras de combustíveis e o segmento retalhista. Ou seja: até lá, os postos, queiram ou não, ainda estão amarrados a esses acordos.
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Bons ventos
5/11/2021O que se diz nos corredores do Ministério de Minas e Energia é que a Indowind Energy, uma das grandes fabricantes de turbinas para usinas eólicas da Índia, prepara seu desembarque no Brasil.
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Custo inflamável
1/11/2021O corpo técnico do Ministério de Minas e Energia tem feito estudos e simulações financeiras em torno da possível redução do percentual de álcool misturado à gasolina, hoje de 27%. Neste momento, com o preço do etanol nas alturas, o entendimento é que é preciso ajustar essa dosagem, ainda que de forma provisória. O álcool tem sido um fator a mais de pressão sobre os preços da gasolina.
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Os ventos vão mudar de direção
21/10/2021O Ministério de Minas e Energia pretende anunciar até o fim do ano o novo marco normativo para a geração de energia offshore. Palavra da própria Pasta, em conversa com o RR. A questão se arrasta desde o início do ano, na contramão do interesse dos investidores. O que não falta é projeto engatilhado para o setor. Que o diga o Ibama: no instituto, repousam pedidos de licenciamento ambiental para a construção de geradoras eólicas em alto-mar que somam cerca de 40 gigawatts.
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Indígenas vão ao STF e à ONU contra o Linhão de Tucuruí
7/10/2021Há um novo embate à vista entre o governo Bolsonaro e os povos indígenas – um caso, diga-se de passagem, que tem tudo para contaminar ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Segundo o RR apurou, a Associação Comunidade Waimiri-Atroari, que representa a etnia nativa da Região Amazônica, pretende recorrer ao STF com o objetivo de barrar a construção da polêmica linha de transmissão de Tucuruí. De acordo com a mesma fonte, a entidade planeja também acionar o Conselho de Direitos Humanos da ONU, inclusive contra a própria Funai.
O organismo multilateral, ressalte-se, tem adotado uma postura bastante contundente contra o governo brasileiro. No último dia 13 de setembro, a alta comissária para direitos humanos da ONU e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, mencionou as preocupantes “ameaças a indígenas no Brasil”. Segundo o RR apurou, os Waimiri-Atroari deverão, inclusive, solicitar o envio de uma comitiva da ONU ao Brasil. A construção do Linhão do Tucuruí é objeto de embates entre indígenas e o governo há quase uma década. Nos últimos dias, no entanto, a temperatura subiu consideravelmente, com seguidas reuniões da própria tribo.
Entre os Waimiri-Atroari, o entendimento é que as negociações com a Funai chegaram a um impasse difícil de ser equacionado. “Negociações”, a essa altura, é quase uma força expressão. Há um razoável grau de tensão entre as partes depois que o Ibama e a Funai autorizaram o início das obras, na semana passada. Os indígenas acusam a autarquia de ter tomado a decisão de forma unilateral, sem consultar a tribo sobre os impactos socioambientais do projeto e sem atender às suas reivindicações.
Os Waimiri-Atroari exigem que o governo faça uma série de compensações socioambientais para os danos que serão gerados com o empreendimento. Dos 721 quilômetros da linha de transmissão, 123 deles cortarão a reserva da etnia, entre o Amazonas e Roraima. Procuradas pelo RR, a Associação Comunidade Waimiri-Atroari e a Funai não se pronunciaram. O Ministério de Minas e Energia, por sua vez, afirma que “o processo de licenciamento atendeu às regulamentações nacionais e internacionais, o que incluiu a consulta livre, prévia e informada às comunidades indígenas afetadas, bem como o cumprimento do Protocolo de Consulta Waimiri Atroari”. Perguntado especificamente sobre o a judicialização do caso e o risco de paralisação das obras, a Pasta não se pronunciou.
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Garimpo fiscal
16/09/2021O governo prepara uma tour de force para acelerar a concessão de alvarás de pesquisa e lavra. A maior pressão vem do Ministério de Minas e Energia. A Agência Nacional de Mineração já tem mapeadas mais de 52 mil jazidas que podem ser oferecidas à iniciativa privada.
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Custo da necessidade
9/09/2021As autoridades do setor elétrico cogitam aumentar a importação de energia da Argentina e do Uruguai. A contratação diária já está em 1,3 mil MW – 11 vezes maior do que a média em setembro de 2020. Ao RR o Ministério informou que “as ofertas de importação de energia serão avaliadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e aceitas se for de interesse do Sistema Interligado Nacional”.
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Custo inflamável
6/09/2021O Ministério de Minas e Energia já cogita reduzir, temporariamente, o percentual obrigatório de álcool que deve ser adicionado à gasolina – hoje de 25%. O motivo é a queda na oferta do etanol e a consequente alta dos preços, em decorrência da quebra da safra de cana de açúcar. Nesse cenário, o álcool acaba sendo um fator de pressão a mais sobre o custo da gasolina. Consultado, o Ministério não comentou o assunto.
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Cada gota vale milhões
20/07/2021O ex-ministro Francisco Turra, que assumiu a presidência do Conselho da Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil), está às voltas com sua primeira e intrincada missão. Turra tem feito gestões junto ao Ministério de Minas e Energia para que o governo volte a adotar o índice de 13% na mistura de biodiesel ao diesel. Em abril, o percentual subiu de 10% para 12%. Segundo a própria Aprobio confirmou ao RR, o setor reivindica “que seja retomada o quanto antes a utilização do biodiesel nos teores estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, ou seja, 13%. Vale a briga: cada ponto percentual significa R$ 700 milhões em receita.
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Está faltando água para as empresas de navegação
13/07/2021Há uma crescente pressão das empresas de navegação sobre o governo por conta da crise hídrica. O setor tem cobrado medidas para mitigar o impacto da escassez de água nos reservatórios sobre o transporte fluvial, notadamente na hidrovia Tietê-Paraná, a mais importante rota de escoamento de grãos no país. Em conversa com o RR, um representativo empresário da área de navegação informou que o setor discute a possibilidade de entrar na Justiça.
O objetivo, segundo esta fonte, seria obrigar o governo a abrir as comportas das represas o mínimo necessário para garantir o nível de navegabilidade dos rios, notadamente no Sul e Sudeste. Entre as empresas de navegação, o entendimento é que o governo tem administrado o problema quase que exclusivamente com foco na geração de energia, relegando a segundo plano o impacto do fechamento das represas sobre os principais corredores logísticos fluviais. Ou seja: o Ministério de Minas e Energia, a Aneel e o ONS estariam segurando recursos hídricos apenas para uso nas hidrelétricas, pouco se importando com a redução dos níveis de águas nos rios. Ressalte-se que os armadores já carregam queixas e prejuízos de outros tempos.
O mesmo empresário cita ao RR o episódio ocorrido em 2015, durante outro período de fortes secas. Na ocasião, a água da represa de Ilha Solteira, em São Paulo, foi exclusivamente utilizada para o abastecimento de hidrelétricas. Resultado: a decisão gerou perdas de mais de R$ 1 bilhão para o agronegócio e os armadores devido à baixa navegabilidade da Tietê-Paraná. Por quase dois anos embarcações de maior calado ficaram impossibilitadas de passar pelo corredor logístico. Ainda hoje, quase seis anos depois, a situação não se normalizou em vários trechos da hidrovia.
As empresas de navegação se ressentem também da forma como seus pleitos vêm sendo conduzidos pelo governo. O ministro Tarcísio Freitas e sua equipe são praticamente o único canal de interlocução que os armadores têm encontrado entre as diferentes esferas de Poder envolvidas diretamente com a gestão da crise hídrica. A resposta de um e o silêncio de outros corroboram a informação passada ao RR. Consultado em relação à hidrovia Tietê-Paraná, o Ministério da Infraestrutura informa “que já está tratando o assunto de forma estratégica, junto à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Na tentativa de minimizar ao máximo os impactos, estão alinhadas a operação da hidrovia com a necessidade de poupar água nos reservatórios, inclusive, com reuniões técnicas semanais, além do acompanhamento pela Casa Civil.”. Ainda segundo a Pasta, “soma-se aos esforços a obra de derrocamento do pedral de Nova Avanhandava (SP), orçada em cerca de R$ 300 milhões, que está prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2024.” Aneel, ONS e Ministério de Minas e Energia não se manifestaram.
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Há uma estranha fuligem de carvão solta no ar
17/06/2021Parece até uma coincidência provocada pelas energias crepitantes do inferno. Somente no mais profundo dos círculos de Dante estariam conjugados a disposição de senadores de incluir na MP da Eletrobras um financiamento de R$ 2,5 bilhões para “revitalização” da indústria carbonífera, o estímulo de termoeletricidade a carvão para os futuros leilões e uma controversa e eventual do gestão do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, junto ao BNDES para o financiamento de termelétricas à base do combustível poluente. Tudo ao mesmo tempo e agora, junto com as declarações duríssimas do Departamento de Estado norte-americano, de que punirá financeiramente e comercialmente os países com mau comportamento ambiental. A termoeletricidade a carvão é um dos itens mais incandescentes nesse balaio de castigos que os EUA pretendem infringir ao Brasil.
A Europa seguirá a cartilha do governo Biden. Para todos os efeitos, Albuquerque teria o argumento de que vale tudo na crise hídrica. Mas será que cola? Não seria mais adequado ao “zeitgeist ambiental” buscar a cobertura energética apenas através das termelétricas a gás natural, biomassa e recuperação de resíduos? O ministro poderia justificar que a termoeletricidade a carvão é mais barata. Mas, qual o preço de “carbonizar” a matriz energética do país? Tudo indica que, para Albuquerque, esse não seja um dilema relevante. O RR enviou à assessoria do ministro uma série de questões.
Recebeu como resposta que as perguntas somente seriam atendidas na sexta-feira e mesmo assim com a ressalva de que “poderiam tentar”. O BNDES foi bem mais rápido. Informou que “não financia usinas térmicas a carvão e a óleo combustível e não há procedimentos em curso para que isso mude”. Vale lembrar que, em 2019, o assunto esteve em voga nas Minas e Energia. Na ocasião, o secretário de Planejamento da Pasta, Reive Barros, disse publicamente que o Ministério apresentaria um “programa específico de viabilização de termelétricas a carvão no Rio Grande do Sul e Santa Catarina”.
Citou ainda que a ideia era o Ministério de Minas e Energia conversar com o Ministério da Economia para que o BNDES voltasse a financiar essas usinas. O tema submergiu. A queda do nível dos reservatórios parece tê-lo deixado à mostra novamente. O RR considera, contudo, que o almirante Bento Albuquerque é uma autoridade responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente. De qualquer maneira, é uma coincidência dos infernos.
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Cerca eletrificada
14/06/2021O almirante Bento Albuquerque conseguiu blindar o Ministério de Minas e Energia do Centrão. Apesar da forte pressão política, foi dele a indicação de Christiano Vieira como novo secretário de Energia Elétrica da Pasta.
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Lusco-fusco
23/03/2021O RR ouviu nos corredores do Ministério de Minas e Energia que a ordem do Palácio do Planalto para o ministro Bento Albuquerque e sua equipe é bater bumbo sobre os 1.841 projetos inscritos para o próximo leilão de geração da Aneel, programado para junho. A ideia é vincular a oferta potencial de 66,8 gigawatts de energia à recuperação da economia brasileira. Assim é se lhe parece…
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Insegurança jurídica dá nó no linhão de Tucuruí
2/03/2021O mais importante projeto do setor elétrico na Região Norte entrou em curto-circuito. A Transnorte Energia, consórcio liderado pela Alupar, se nega a reiniciar as obras de construção do linhão de Tucuruí. A empresa exige o reequilíbrio financeiro do contrato de concessão e o reconhecimento pelo governo de mais de R$ 900 milhões que já teriam sido investidos no projeto. Do outro lado da mesa de negociações – se e é que o termo pode ser usado -, o consórcio tem encontrado zero de boa vontade em relação ao pleito.
Pelo contrário. De acordo com a mesma fonte, o Ministério de Minas e Energia e a Aneel estariam preparando a cassação e a posterior relicitação da licença. É a “solução” com cheiro de um problema ainda maior: se o governo partir para a medida mais radical, o mais provável é que a Transnorte judicialize o caso. Ainda assim, a julgar por declarações recentes do ministro Bento Albuquerque, talvez a decisão já esteja tomada.
Em dezembro, em audiência com parlamentares, Albuquerque foi enfático ao dizer que as obras serão retomadas neste ano. Só não disse por quem. Consultado, o Ministério de Minas e Energia informou que, “não identificamos até o momento nenhum ato relacionado à cassação do contrato”. Em relação ao reequilíbrio, a Pasta diz que “trata-se de negociações realizadas entre a Aneel e a Transnorte Energia”.
Procuradas, a agência reguladora e a Alupar não se manifestaram. O embate acentua a percepção de insegurança jurídica que cerca os contratos de concessão no país, já alimentada pela postura intervencionista do presidente Jair Bolsonaro. A linha de transmissão, orçada em mais de R$ 2 bilhões, é vital para que o estado de Roraima, enfim, seja conectado ao sistema interligado nacional de energia. Como se não bastasse o risco jurisdicional que cerca o empreendimento, a construção da linha entre Manaus e Boa Vista enfrenta outros percalços. Somente no início deste ano, a Funai concluiu o estudo de impacto do empreendimento sobre o território dos Wamiri-Atroari. Cerca de 120 dos 700 quilômetros do traçado da linha cruzam a aldeia indígena.
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Transmissão indiana
11/01/2021Segundo informações auscultadas no Ministério de Minas e Energia, a indiana Reliance Power está prospectando ativos em transmissão no Brasil. Seguiria, assim, os passos da conterrâneas Sterlite e Adani.
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Luz verde
3/12/2020Informação que circula no Ministério de Minas e Energia: a indiana Adani Group tem cerca de US$ 1 bilhão para investir em energia renovável no Brasil.
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Ventos fortes
12/11/2020Há um forte burburinho nos gabinetes do Ministério de Minas e Energia de que a chinesa Envision Energy, uma das cinco
maiores fabricantes globais de turbinas eólicas, prepara-se para se instalar no Brasil. A empresa responde por quase 8% de todos os equipamentos do setor produzidos no mundo.
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Mar de almirante
29/10/2020O discreto e eficiente almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, teve um papel decisivo na autorização do TCU para que o governo realize o leilão de linhas de transmissão, somando cerca de dois mil quilômetros. Os ministros do Tribunal de Contas há meses estavam sentados sobre o edital.
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Medida sob encomenda
13/10/2020Circula no Ministério de Minas e Energia a informação de que o SunPower Group, um das maiores produtoras de energia solar da China, tem interesse em investir no Brasil. O atrativo veio da decisão do governo Bolsonaro de zerar as alíquotas de importação de equipamentos para a geração solar.
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Colchão energético
22/09/2020O Ministério de Minas e Energia já cogita a possibilidade de importar energia da Argentina. Seria um hedge à escassez de chuvas no Sul do país, que tem afetado significativamente as hidrelétricas da região. Desde junho, a seca já causou a paralisação ou intermitência de 20 usinas na Região Sul.
Acervo RR
Bola dividida
8/09/2020O Ministério de Minas e Energia e a Aneel divergem sobre a retomada das licitações no setor. A Agência defende que há espaço para um leilão de transmissão ainda neste ano. A Pasta, no entanto, considera mais prudente empurrar todos os certames para 2021. O receio é que um leilão ainda em 2020 seja um fracasso de bilheteria. Faz todo o sentido.
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Angra 3 offline
4/06/2020Angra 3 sofre um novo apagão. Com a crise do coronavírus, o Ministério de Minas e Energia jogou a toalha, empurrando para 2021 o plano de retomada das obras. Os estudos e tratativas com potenciais investidores foram suspensos. Até porque, neste momento, o projeto de R$ 15 bilhões está longe de ser uma prioridade.
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Comportas fechadas em Itaipu
13/05/2020O governo brasileiro brecou uma inusitada operação envolvendo Itaipu Binacional. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, os paraguaios manifestaram a intenção de realizar um empréstimo internacional por meio da geradora. De acordo com a mesma fonte, em uma engenharia sinuosa, o governo do presidente Mario Abdo Benítez pretendia lastrear a operação em recebíveis de Itaipu e destinar os recursos a projetos para o combate ao coronavírus no país vizinho. Faltou o sinal verde do Brasil, que não concordou em aumentar a alavancagem da usina.
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Sinal dos tempos
16/04/2020Segundo projeções do Ministério de Minas e Energia, o reservatório da hidrelétrica de Sobradinho vai atingir 100% da capacidade em maio, algo que não acontecia há mais de 20 anos. Ainda assim, com 32 bilhões de metros cúbicos na barragem, as autoridades do setor elétrico não planejam aumentar a vazão. Não há por que ampliar a capacidade da usina em meio à quarentena e ao desabamento da produção industrial.
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Itaipu opera em alta tensão no lado paraguaio
9/04/2020Há uma preocupação na cúpula do Ministério de Minas e Energia e na diretoria de Itaipu Binacional com a segurança operacional da usina. O motivo é a crescente tensão entre o governo de Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai, e os sindicatos locais, em especial do setor elétrico. Segundo o RR apurou, o Ministério de Minas e Energia recebeu de autoridades do país vizinho a informação de que os trabalhadores do lado paraguaio estariam articulando uma paralisação forçada da hidrelétrica.
Seria uma reação à prisão, na semana passada, de cinco dirigentes de sindicatos da área de energia. O pano de fundo da queda de braço é a Covid-19. Os trabalhadores da metade paraguaia de Itaipu protestam contra a decisão do governo de Abdo Benítez de reduzir seus salários entre 10% e 20%. A medida faz parte do pacote de ações adotadas no país para mitigar os impactos do novo coronavírus sobre a economia.
Os empregados da hidrelétrica questionam os “tijerazos” – algo como “tesourada”, em uma tradução livre – com a alegação de que os salários do lado paraguaio já estavam defasados. O assunto, inclusive, começa a espocar nas redes sociais no Paraguai, gerando discussões acaloradas. Há manifestações de apoio aos trabalhadores do setor elétrico tanto quanto mensagens agressivas contra os sindicatos, encorajando o governo a usar de força para impedir eventuais protestos.
Deve haver um “gabinete do ódio” por lá também. Por mais remota que seja, qualquer ameaça de paralisação ou de distúrbios em Itaipu acende um sinal de alerta que vai além dos eventuais transtornos para o setor elétrico – a usina responde por 11% do consumo de energia do Brasil. O ambiente psicossocial no Paraguai e a segurança da usina são questões particularmente caras à atual cadeia de comando da geradora, egressa das Forças Armadas – o Almirante Bento Albuquerque no Ministério e o general Joaquim Silva e Luna na presidência da estatal.
É possível perceber, inclusive, um compreensível zelo das autoridades ao abordar o tema. Procurado, o Ministério de Minas e Energia sugeriu que o assunto fosse tratado com a assessoria de Itaipu. Esta, por sua vez, disse que “não há risco para a segurança operacional da usina”, mas passou a bola para o outro lado da fronteira, recomendando o contato com a divisão de imprensa da margem paraguaia de Itaipu. A comunicação da usina pelo lado do Paraguai não se pronunciou.
Acervo RR
Curto-circuito
2/04/2020O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Bruno de Carvalho, foi escalado para negociar com os estados a unificação das medidas adotadas em relação ao setor elétrico. Vários governadores proibiram cortes no abastecimento de luz com prazos e punições distintos. Distribuidoras se negam a cumprir as determinações, alegando que tal competência é da União.
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Curto-circuito
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Zona de risco
2/03/2020Depois de discussões internas devido ao coronavírus, o Ministério de Minas e Energia decidiu, por conta e risco, manter a agenda de participações do Brasil em dois eventos internacionais programados para o Japão. O secretário adjunto de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, João Souto, ficará no país asiático até o dia 7 deste mês, participando de seminário sobre bioenergia. Já Renata Cardoso, da Eletronuclear, permanecerá no Japão de 6 a 15 de março, para um workshop sobre emergências na área nuclear.
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Alta voltagem em Itaipu
6/02/2020A intrincada renovação do Tratado de Itaipu já começou, ao menos do lado do Paraguai. O Ministério de Minas e Energia tem a informação de que o governo vizinho decidiu contratar uma empresa de auditoria e consultoria internacional para produzir um diagnóstico independente sobre a gestão da hidrelétrica. Ela terá a missão também de apresentar um plano estratégico para a companhia. Na diplomacia de espinhos que cerca a negociação de Itaipu, o presidente Mario Abdo Benítez busca um instrumento de pressão contra o governo de Jair Bolsonaro. A três anos do prazo limite para a assinatura do novo acordo bilateral, Benítez reúne munição para a discussão em torno do ponto mais nevrálgico do Tratado, o chamado Anexo C, as regras de partilha tanto da energia quanto da receita da usina binacional. O governo paraguaio alega que os termos do acordo atual, em vigência desde 1973, são lesivos aos interesses do país.
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Alcolumbre lidera apagão no comando de Minas e Energia
27/01/2020O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, lançou-se numa ofensiva junto ao Palácio do Planalto para derrubar a cúpula da área de Minas e Energia. Além da fritura do Almirante Bento Albuquerque, manobra para tirar do cargo a secretária executiva da Pasta, Marisete Dadald Pereira. O veredito de Alcolumbre e de seus pares é que a n.2 do Ministério cometeu o mesmo erro do n. 1: virar as costas para o Congresso. O presidente do Senado já teria nome e sobrenome para as duas patentes. Seu candidato a ministro é o senador Marcos Rogério. Para a Secretaria Executiva, o indicado seria Rodrigo Limp, diretor da Aneel. Próximo a Alcolumbre, Limp foi consultor legislativo, participando da elaboração de projetos da área de energia. No fim do ano passado, em uma tentativa de construir pontes com o Congresso já antevendo o pior, Bento Albuquerque teria convidado Limp para a Secretaria de Energia da Pasta. O diretor da Aneel, no entanto, recusou. Provavelmente por já saber qual seria seu próximo movimento no tabuleiro.
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Reserva
14/01/2020Onyx Lorenzoni trabalha pela indicação do senador Rodrigo Pacheco para Minas e Energia. No Planalto, já não se discute “se”, mas “quando” o Almirante Bento Albuquerque irá para a “reserva”.
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Vem do gabinete
2/01/2020O ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, não tem a menor dúvida: o óleo que esquenta a sua fritura no cargo vem do gabinete de Onyx Lorenzoni.
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Lobby em força máxima
17/12/2019A Enel recorreu ao Olimpo. Tem feito gestões junto ao Palácio do Planalto e ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, para que ambos intervenham no imbróglio com o governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado quer tomar a concessão da distribuidora no estado alegando falta de investimentos e péssima prestação de serviços.
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A novela de Itaipu
20/11/2019O acordo de Itaipu vai atrasar ainda mais. O Ministério de Minas e Energia tem informações de que o presidente do Paraguai, Mario Benítez, pretende dividir a responsabilidade pela aprovação com o Congresso local. A votação provavelmente empurrará a assinatura para 2020. Coisa de gato escaldado: Benítez quase sofreu um impeachment por causa de Itaipu.
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Um novo curto-circuito em Itaipu
9/09/2019Itaipu deixou de ser somente um assunto de Estado. O Brasil está se digladiando com o Paraguai em defesa de interesses corporativos. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo paraguaio quer assegurar o direito de comercializar diretamente no Brasil o excedente da cota que lhe cabe da energia produzida pela usina binacional. Vai encontrar um muro pela frente. A firme disposição no governo Bolsonaro é barrar a inclusão dessa cláusula no novo acordo de Itaipu, que começará a ser negociado a partir desta semana com a vinda ao Brasil do presidente da estatal paraguaia ANDE, Luis Alberto Villordo Recalde. A resistência do governo brasileiro vocaliza o interesse das grandes empresas de geração que atuam no Brasil – da Eletrobras, na fila das privatizações, a grandes grupos privados, a exemplo de State Grid/CPFL, Engie e EDP. Estes players não querem ter a concorrência da porção paraguaia de Itaipu no mercado brasileiro, notadamente na venda de energia para grandes clientes industriais.
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Distância de Maduro
6/09/2019A Venezuela comunicou ao Itamaraty e ao Ministério de Minas e Energia estar em condições de retomar o fornecimento de energia da hidrelétrica de Guri para o Brasil, interrompido em fevereiro com o agravamento da crise no governo Maduro. O governo Bolsonaro, no entanto, está propenso a não retomar a parceria comercial. A falta de manutenção da hidrelétrica venezuelana já impôs seguidos apagões em Roraima, principal destino da energia de Guri.
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Cessão onerosa
19/07/2019Informação soprada ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro pelo ministro Bento Albuquerque: o Ministério de Minas e Energia trabalha com a expectativa de que o leilão do excedente de cessão onerosa do pré-sal, previsto para 6 de novembro, reunirá as dez maiores petroleiras do mundo. Todas elas – um cast que vai da chinesa Sinopec à Chevron, passando por Shell e Total – têm feito seguidas consultas à ANP.
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Os “carbonários”
5/07/2019A bancada do carvão, capitaneada pelo senador Lasier Martins (Pode -RS), pressiona o Ministério de Minas e Energia a fomentar projetos para a construção de térmicas no Sul do país. Não por coincidência, o lobby se dá no momento em que o governo gaúcho prepara a privatização da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), dona da mina de carvão de Candiota, com reservas estimadas em um bilhão de toneladas.
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Lacuna
18/04/2019Ao que parece, o cobre não é prioridade para o governo brasileiro. Mesmo após o convite de autoridades chilenas, o Ministério de Minas e Energia não enviou representante para a Conferência Mundial dos produtores do minério, realizada na semana passada em Santiago.
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Fast track
17/04/2019Rodrigo Maia fará um afago aos mais de 200 parlamentares da bancada ruralista. Vai pautar para a próxima semana a votação em plenário do projeto de lei que revalida os subsídios da energia elétrica para o produtor agrícola. A proposta foi aprovada a toque de caixa na Comissão de Minas e Energia da Câmara na última quinta-feira.
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Buracos e blecautes
16/04/2019Os Ministérios de Minas e Energia e de Infraestrutura estão desenhando a quatro mãos um plano emergencial para garantir o suprimento de energia de Roraima, que sofre com seguidos apagões. Com a proximidade da temporada de chuvas na região, a ameaça passa a ser o mau estado de conservação das estradas e, com isso, o risco do diesel não chegar às térmicas do estado.
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Uma luz para Roraima
27/02/2019Na esteira da crise venezuelana, o Palácio do Planalto está elaborando um regime de fast track para viabilizar no menor tempo possível a extensão da linha de transmissão Tucuruí-Manaus até Boa Vista, capital de Roraima. O tema tem sido tratado em reuniões entre o Ministério de Minas e Energia (MME), a Casa Civil e a AGU. A meta é que Ibama e Funai concedam as licenças ambientais em caráter extraordinário no máximo em 90 dias – o tempo médio para a emissão dos certifi cados gira em torno dos seis meses. Segundo o RR apurou, o governo pretende iniciar as obras de construção em setembro. A extensão do linhão de Tucuruí é fundamental para garantir a conexão do estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e acabar com os seguidos cortes de energia na região. A situação é crítica. Com o derretimento do governo de Nicolás Maduro, a Venezuela interrompeu o fornecimento de energia – Roraima depende do insumo gerado pela hidrelétrica de Guri, no país vizinho. Consultado, o MME informou que “tem atuado para implantar a conexão de Roraima ao SIN, estando os estudos para obtenção da licença de instalação em andamento.”
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Bolsonaro deve quebrar cartel das distribuidoras na venda de etanol
18/02/2019No que depender das recomendações do Ministério de Minas e Energia, do Cade e da ANP, o presidente Jair Bolsonaro deverá aprovar a proposta de que as usinas passem a comercializar etanol diretamente aos postos revendedores, sem a necessidade de intermediários. Uma vez confirmada, a medida representará um duro revés para as grandes distribuidorasde combustíveis do país, notadamente BR, Raízen (Cosan e Shell) e Ipiranga (Grupo Ultra) – o trio concentra mais de 50% das vendas de etanol hidratado no país. No governo, a proposta é vista como uma saída para dar fôlego à indústria sucroalcooleira nacional, sem a necessidade de renúncia fiscal ou outros combustíveis do gênero.
Há hoje mais de 80 usinas em recuperação judicial no país. Isso para não falar da possibilidade de redução do preço final do etanol na bomba. O assunto está concentrado na ANP, que já se posicionou favoravelmente àmudança. Consultada, a agência confirmou que “não há óbices regulatórios para a venda direta de etanol das usinas”. Mais do que isso: informou também que está “alinhada ao Cade”. O órgão antitruste emitiu parecer técnico apontando que a norma vigente “produz ineficiências econômicas, à medida que impede o livre comércio e dificulta a possibilidade de concorrência que poderia existir entre produtor de etanol e distribuidor de combustível”. O Cade sabe bem do que está falando.
No momento, há seis procedimentos abertos no Conselho para investigar a formação de cartel entre as grandes distribuidoras de combustíveis. A questão opõe dois importantes setores da economia. De um lado, a indústria do etanol; do outro, as grandes distribuidoras de combustíveis. A situação deste último grupo é complicada. Além dos aspectos de ordem econômica que sustentam a mudança das regras, há outro fator que potencializa a frágil posição das distribuidoras de combustíveis nesta contenda: o crescente grau de criminalização do setor.
Em 2017, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu à Justiça o cancelamento do registro da Raízen, da Ipiranga e da BR no estado por venda de etanol adulterado. A trinca também é investigada pela Polícia Civil do Paraná por suspeita de formação de quadrilha. No Distrito Federal, por sua vez, investigação conjunta do próprio Cade, da Gaeco – a Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial e dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público – e da Polícia Federal desbaratou um cartel formado por 13 redes de postos locais. A indústria sucroalcooleira aproveita para descarregar sua munição contra as grandes distribuidoras de combustíveis. Elas são acusadas de inibir a venda de etanol e privilegiar a comercialização de gasolina, que oferece maiores margens.
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Privatização da Eletrobras é a sintonia perfeita
4/01/2019O ministro da Economia, Paulo Guedes, bem pode estar recitando curtos solilóquios que demonstram o seu estado de espírito. Um deles seria: “Vinde a mim sucesso pertencido”. Uma dessas muitas vitórias foi determinada pelo destino: a indicação do almirante Bento Albuquerque para ministro de Minas e Energia. Albuquerque era a peça que faltava para amalgamar a privatização da Eletrobras e amolecer as resistências que ainda existem no governo contra a venda das maiores estatais. O recado é soberba pura: Bolsonaro disse que não venderia a Eletrobras. Pois bem, agora ele aceita privatizar a companhia.
Bolsonaro disse que não se desfaria da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica. Será? Guedes tomou conhecimento com antecedência da posição do almirante. As conversas se deram em meio à troca de informações sobre a complexa gestão e áreas de influência da Petrobras. O ministro da Economia queria eliminar qualquer ruído pelo fato de ter nomeado o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O almirante Albuquerque é o dono do setor. Ponto final. A identificação do presidente da Petrobras com o ministro remete à Marinha.
Ontem, em seu discurso de posse, Castello Branco fez questão de ressaltar sua passagem pelo Colégio Naval. A coincidência de pensamento em relação ao futuro da Eletrobras, estimulado pela evidência de que a empresa está financeiramente com a língua de fora, alinhou os ministros da Economia e de Minas e Energia, fortalecendo a argumentação para que o presidente Bolsonaro recuasse em sua posição contrária. A calda do pêssego foi a confirmação da permanência de Wilson Ferreira Jr. na presidência da Eletrobras.
A primeira função de Ferreira Jr. será vender a empresa; a segunda, vender a empresa; e a terceira, vender a empresa. A operação tanto pode ser uma privatização hard, com a transferência para um novo controlador, ou uma privatização soft, com a capitalização da empresa através do modelo corporation. O certo é que ela ocorrerá. Os entendimentos iniciais levam a crer que a área nuclear será separada da Eletrobras e inteiramente reestruturada. Os pruridos foram mitigados.
É possível, inclusive, a formação de uma joint venture com capital estrangeiro e gestão a cargo da Marinha. Bolsonaro tem planos especiais para o setor. Vale reiterar que o almirante Albuquerque exerceu os postos de diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e diretor do Programa de Submarinos da Força. Nesse ínterim, há sinalizações de que o 3G Radar permanece candidatíssimo à compra da Eletrobras. O fundo fez chegar a Paulo Guedes que, inclusive, estaria disposto a participar em modelos menos convencionais de privatização. Jorge Paulo Lemann, que hoje é um minoritário do 3G Radar, também colaborou acenando com o seu apoio. Pelo lado do capital estrangeiro, a italiana Enel já teria assoprado o seu interesse. Parece que os astros conspiram para transformar em realidade os sonhos mais lindos do ministro da Economia. A começar, quem diria, pelo presidente Bolsonaro, todos tocam de ouvido a mesma sinfonia privatizante.
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Fertilizante entra no radar do governo Bolsonaro
13/12/2018O governo Bolsonaro quer estimular a criação de consórcios entre mineradoras e grandes grupos agrícolas para explorar reservas de potássio, cálcio e magnésio. A medida atenderia a dois objetivos: de um lado, reduzir o déficit comercial e a dependência brasileira de matéria -prima importada para a produção de fertilizantes: do outro, diminuir a concentração de preços do setor. Assessores dos ministros de Minas e Energia, Almirante Bento Leite, e da Agricultura, Tereza Cristina, iniciaram estudos para avaliar o potencial de exploração de reservas de potássio, cálcio e magnésio no Mato Grosso e na Bahia.
Praticamente todas as jazidas ficam próximas a áreas de plantio. Um amplo trabalho de zoneamento agrogeológico realizado pela Embrapa e pelo Serviço Geológico do Brasil/ CPRM foi apresentado à futura equipe da Pasta de Minas e Energia no último dia 4, em seminário fechado na sede do Ministério, em Brasília. O setor de fertilizantes é uma prioridade nacional que vai e volta há mais de quatro décadas. Já foi predominantemente de controle estatal, com a Vale e a Petrobras.
Esta última deixou o segmento, regressou e agora mesmo flerta com a porta de saída novamente. Nesse vai e vem, tudo continua como dantes. Desde a década de 90, com as privatizações no setor, o grau de concentração da indústria tem se acentuado cada vez mais. Apenas quatro empresas – Mosaic, Yara, Fertipar e Heringer – dominam 70% da produção de fertilizantes e consequentemente controlam os preços do mercado. Ao mesmo tempo, o déficit comercial do país no setor segue nas alturas. O Brasil importa 95% do potássio, 83% do nitrogênio e 60% do fosfato utilizados no mercado doméstico.
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Itaipu abre uma nova fenda nas relações entre Brasil e Paraguai
20/11/2018O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tem à sua espera um elétrico imbróglio com o Paraguai. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo do presidente Mario Benítez tem feito pressão pelo cancelamento da licitação para a atualização tecnológica de Itaipu. Excetuando-se a sua construção, trata-se de uma das maiores contratações já realizadas pela empresa binacional: o valor passa dos US$ 600 milhões. De acordo com a fonte do RR, o país vizinho questiona os critérios da concorrência. Alega que a diretoria da hidrelétrica estipulou regras sob medida para embarreirar empresas paraguaias e manter o centro de decisões do projeto no Brasil. Em início de mandato, o presidente Benítez certamente vislumbra a oportunidade de se capitalizar ao brigar pela maior participação de empresas e de mão de obra paraguaia no projeto. Ressalte-se ainda que o impasse tem como pano de fundo uma questão ainda maior. Trata-se da negociação do chamado Anexo C, que envolve as cláusulas financeiras do Tratado de Itaipu – ver RR edição de 17 de outubro. O novo governo paraguaio já sinalizou que quer uma cota maior da energia produzida pela hidrelétrica. Consultada, Itaipu Binacional disse não “ter conhecimento sobre as supostas divergências” em torno do Anexo C. Sobre a licitação, informou que o processo “está em fase de pré-qualificação das empresas e consórcios interessados”. A companhia não se pronunciou acerca dos questionamentos feitos pelo governo do Paraguai. No total, 140 empresas adquiriram o caderno de bases e condições para a licitação – 100 brasileiras e 40 paraguaias. Destas, 21 se apresentaram para a disputa. De acordo com a assessoria de imprensa de Itaipu, as companhias habilitadas serão definidas até 14 de dezembro, data da última reunião do Conselho de Administração em 2018.
Acervo RR
Blecaute
14/05/2018O alerta está aceso no Ministério de Minas e Energia: as audiências públicas para a venda das seis distribuidoras de energia já terminaram há dois meses e até agora nem sinal de anuência do TCU para os leilões.
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Road show
8/03/2018Durante sua passagem por Nova York nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, terá encontros reservados com mais de uma dezena de fundos de investimento. O assunto é um só: Eletrobras, Eletrobras e Eletrobras.
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Legado
1/02/2018Antes de sair do cargo, em abril, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, pretende deixar engatilhada a privatização de pelo menos duas das seis distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas) são consideradas as mais arrumadinhas – ou as menos bagunçadas – para a venda.
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Último ato
25/01/2018O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, costura com a Aneel a realização de um leilão de transmissão até maio. Se a privatização da Eletrobras não sair até abril, o que é mais provável, seria o canto de cisne, ou melhor, de Coelho antes de deixar o Ministério para concorrer ao governo pernambucano.
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Pato manco
9/01/2018Eliseu Padilha chamou para si a condução da privatização da Eletrobras. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que deixa o cargo em abril, virou regra três.
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Lusco-fusco
3/01/2018O presidente da Cemig, Bernardo Afonso de Alvarenga, fez chegar ao ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, pesadas críticas ao novo modelo tarifário do setor. Cálculos da própria estatal indicam que a nova “tarifa branca” poderá apagar de 3% a 5% da sua receita anual sem necessariamente a redução do consumo como contrapartida.
Acervo RR
Tapajós
6/11/2017A área técnica do Ministério de Minas e Energia defende a retomada do projeto da hidrelétrica do Tapajós. A proposta, no entanto, esbarra em alguns obstáculos. O Ibama já negou a licença ambiental para o empreendimento. Outro óbice é o processo de venda da Eletrobras, que neste momento inviabiliza a oferta de qualquer grande projeto hidrelétrico à iniciativa privada.
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Tapajós
6/11/2017A área técnica do Ministério de Minas e Energia defende a retomada do projeto da hidrelétrica do Tapajós. A proposta, no entanto, esbarra em alguns obstáculos. O Ibama já negou a licença ambiental para o empreendimento. Outro óbice é o processo de venda da Eletrobras, que neste momento inviabiliza a oferta de qualquer grande projeto hidrelétrico à iniciativa privada.
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Uma estatal sob risco de extinção
3/11/2017A Pré-Sal Petróleo (PPSA) é uma estatal marcada para desaparecer. No Ministério de Minas e Energia já se discute o fechamento da empresa diante da provável extinção do regime de partilha para os próximos leilões do pré-sal. Parte das suas funções seria assumida pela própria Pasta, mais precisamente pela Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Entrariam neste pacote a gestão de contratos de partilha já firmados, como o Campo de Libra, e o papel de representante da União nos Acordos de Individualização de Produção. Na prática, a PPSA nem sequer decolou. Dos 150 funcionários previstos, tem aproximadamente 30.
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Fernando Coelho desata o nó entre Eletrobras e Petrobras
8/09/2017O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, acredita ter encontrado a solução para a dívida de quase R$ 16 bilhões da Eletrobras com a Petrobras, referente ao fornecimento de gás para termelétricas. O modelo sobre a mesa passa pela transferência de ativos da Amazonas Energia, controlada pela holding do setor elétrico. Fariam parte do pacote as usinas Mauá e Aparecida.
São as duas grandes térmicas da Amazonas Energia, responsáveis pela maior parte da encomenda de gás à Petrobras e, consequentemente, dos débitos junto à petroleira. A ideia da Pasta de Minas e Energia é que uma proposta seja alinhavada e apresentada aos Conselhos de ambas as empresas em outubro. Consultado pelo RR, o Ministério não quis se pronunciar.
O modelo muy amigo do ministro Coelho – e de um governo que tem conseguido impor suas vontades – não está sendo pensado exatamente para resolver o passivo da Petrobras, mas para evitar que o imbróglio possa atrapalhar a “descotização” da Eletrobras. E, ao mesmo tempo, impedir uma tungada fiscal e uma nova frustração de receita do governo. A petroleira já soltou um balão de ensaio solicitando a inclusão de um artigo na MP do setor elétrico que lhe dê primazia no recebimento de recursos amealhados com a “descotização” da Eletrobras.
Com as devidas ressalvas, a proposta guarda alguma semelhança com a operação feita entre o governo federal, o BNDES e a Cedae. A estatal de saneamento será jogada no colo do banco como lastro do empréstimo emergencial ao Rio de Janeiro, sem que possa ser privatizada agora. No seu caso, mesmo ganhando, a Petrobras vai perder. Se o projeto seguir adiante, a empresa acabará assumindo ativos que não serão vendidos no curto prazo e tampouco fazem parte do seu core business. Paciência! Quem sabe não surge uma proposta melhor para a Petrobras se um dia ela for privatizada…
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Temer mostra aos chineses programa nuclear brasileiro
31/08/2017O memorando de entendimentos com a China National Nuclear Corporation (CNNC) para a conclusão de Angra 3 é apenas a ponta do iceberg. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, em sua visita a Pequim Michel Temer terá conversas reservadas com o governo chinês sobre um projeto maior: a ressurreição do programa nuclear brasileiro. Os planos passam pela construção de quatro usinas nucleares, divididas entre o Nordeste e o Sudeste – duas a menos do que a proposta elaborada e engavetada ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
O reavivamento do projeto está visceralmente ligado à firme disposição do Palácio do Planalto de quebrar o monopólio estatal na produção de energia nuclear e abrir as portas do setor para o capital estrangeiro – ver RR edição de 9 de agosto. Como tudo que diz respeito à era Temer, o tempo é curto. O governo teria de aprovar a PEC 122/07 do deputado Alfredo Kaefer, que autoriza o ingresso de investidores privados na construção e operação de reatores nucleares, rever o programa, encaminhar as conversas com os chineses e fazer conta, muita conta.Por maior que seja o interesse dos asiáticos, um projeto dessa dimensão não se viabiliza apenas no plano privado. Inexoravelmente o Estado terá de entrar com alguma fatia dos recursos.
Não será simples encaixar esse gasto de longo prazo em um orçamento com projeção de déficit para os próximos cinco anos. Apesar de todos os pesares, o governo identificou uma janela de oportunidade com vista para Pequim. O término de Angra 3, um projeto de aproximadamente R$ 7 bilhões, é pouco para o apetite e o rol de interesses que a CNCC representa. A companhia carrega atrás de si toda uma cadeia de negócios, que engloba bancos de fomentos, empresas de construção pesada, fornecedores de equipamentos e tecnologia e até mesmo a oportunidade de trazer mão de obra chinesa para o Brasil.
Para os asiáticos a exclusividade no programa nuclear seria altamente estratégica em função desse múltiplo pacote de variáveis. Sob a ótica do governo, a ressurreição do programa nuclear é uma engenharia com impacto sobre a autoestima nacional. Ela seria embalada com um discurso de Brasil Grande, na mão inversa do regime militar, ou seja, com menor presença do Estado e consequentemente reduzido endividamento público. A abertura do setor ao capital estrangeiro seria acompanhada do instrumento da golden share, que desde já começa a assumir o papel de pau para toda obra nos planos de privatização do governo Temer.
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Reserva Nacional do Cobre reluz feito ouro para os Moreira Salles
28/07/2017A família Moreira Salles está acompanhando de perto a decisão do governo de privatizar a Reserva Nacional do Cobre – uma gigantesca área metalogenética encrustada no estado do Pará, com enorme potencial de minerais não ferrosos e radioativos. A Reserva do Cobre ainda é um resquício do enrosco entre o empresário Daniel Ludwig,
idealizador do Jari, e os governos militares. A região pertencia a Ludwig, mas acabou sendo tomada na mão grande pelo então comandante do Grupo Executivo do Baixo Amazonas (Gebam), Almirante Roberto Gama e Silva. Foi fechada, lacrada e transformada em uma espécie de ativo estratégico da União.
Agora, Temer quer vender tudo. Na Reserva do Cobre, além do minério que lhe empresta o nome, encontram-se em abundância quase todas as matérias-primas: cassiterita, ferro, níquel, manganês, zinco, tungstênio, ouro – muito ouro, aliás – anatásio e nióbio. Os Moreira Salles querem comprar as reservas deste último minério e somá-las ao portfólio da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), detentora do monopólio mundial de nióbio e localizada na região de Araxá (MG).
A monumental jazida foi repassada de bandeja pelo então ministro de Minas e Energia, Antonio Dias Leite, a Walther Moreira Salles, que sempre dizia que seu melhor negócio não era o banco, mas a CBMM. Recentemente, os Moreira Salles venderam 15% do seu latifúndio de nióbio para um grupo de empresas chinesas, que deverá acompanhar a tradicional família banqueira na incursão para abocanhar o nióbio amazônico. A Reserva Nacional do Cobre é cheia de lendas e histórias.
O general João Baptista Figueiredo dizia que, se alguém quisesse explorá-la, ele prendia e arrebentava. Mais recentemente, o empresário Eike Batista moveu montanhas junto a Dilma Rousseff no afã de comprar a região inteira de uma tacada só. As negociações estavam até se encaminhando bem quando Eike foi seduzido pelo canto da sereia do petróleo. O resto todo mundo sabe.
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Governo busca uma saída para os passivos judiciais do setor elétrico
30/06/2017O governo trata como uma das condições sine qua nom para a retomada dos investimentos na área de energia a “desjudicialização” do setor elétrico, leia-se a redução do emaranhado de contenciosos que opõem o Estado e a iniciativa privada. O estoque de ações contra a União soma quase R$ 100 bilhões. O mais agudo movimento do governo para reverter esse cenário se dará nos próximos dias, quando o Ministério de Minas e Energia deverá apresentar uma nova proposta para o pagamento da dívida de R$ 62,2 bilhões referente à RBSE – Rede Básica de Sistemas Existentes, indenização paga a concessionárias de transmissão.
A solução prevê o parcelamento do valor devido – a área técnica do ministério e a Aneel ainda vão definir o prazo e os critérios para o cálculo das prestações. Metade do passivo da RBSE está “dentro de casa”: o governo federal deve à Eletrobras, sua controlada, R$ 36,5 bilhões. O equacionamento passa ainda pelas distribuidoras. O governo vai propor descontos graduais no repasse dessa dívida para as tarifas de energia.
Será uma tentativa de solucionar um imbróglio jurídico paralelo, criado no início deste ano, quando um percentual da RBSE passou a ser cobrado nas taxas de consumo. Conforme o RR antecipou na edição de 3 de abril, a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) entrou na Justiça contra a transferência do passivo para os preços da energia. O governo quebra a cabeça para resolver outros passivos judiciais do setor elétrico.
É o caso da dívida de R$ 10 bilhões das distribuidoras da Eletrobras com a Petrobras, referente à compra de gás. Nada, no entanto, se compara à extensão e às cifras da RBSE. Em valores, esta é a maior fatura decorrente do desarranjo regulatório que o governo Dilma provocou no setor elétrico. O instrumento funciona como uma indenização às companhias de transmissão por investimentos não amortizados realizados antes de maio de 2000. Estas concessionárias aceitaram renovar antecipadamente suas licenças em 2012, com base na MP 579. A partir daí, governo e empresas entraram em um quarto escuro, sem regras definidas para a valoração dos ativos e a quitação da RBSE.
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Reforma 1
21/12/2016Basta começar o zunzunzum sobre reforma ministerial para José Sarney exibir aquele brilho diferente nos olhos. O ex-presidente não vê a hora de recuperar o que é “seu”, a Pasta de Minas e Energia, nas mãos do PSB desde o início do governo Temer.
Acervo RR
Luz apagada
28/09/2016No Ministério de Minas e Energia, já se discute um novo adiamento do leilão da Celg, marcado para novembro. Por ora, só a State Grid demonstrou interesse pela empresa.
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Governo retoma hidrelétricas com reservatórios
26/09/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, vai apresentar uma resolução autorizando a construção de novas hidrelétricas com reservatórios d´água. A proposta será encaminhada ao Conselho Nacional de Política Energética até o fim de outubro. Este formato de geradora foi colocado em segundo plano no governo Dilma Rousseff, que deu prioridade à instalação de usinas a fio d´água. É o caso de Belo Monte, que dispensa a instalação de reservatório e usa apenas o curso normal do rio. A mudança pode ser interpretada como um afago do governo aos investidores do setor, com vistas às futuras licitações na área de geração. As usinas com reservatórios têm um ganho de até 30% de capacidade em relação a uma hidrelétrica a fio d´água de porte similar. Não por outra razão, é o modelo de preferência dos grupos de energia. Já não se pode dizer o mesmo dos ambientalistas. Como se sabe, as usinas com reservatórios de água têm um impacto ambiental maior.
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Cemig declara guerra à Aneel para ficar com hidrelétricas
23/09/2016A Cemig decidiu buscar na Justiça a renovação de quatro concessões de hidrelétricas que não conseguiu no âmbito administrativo da Aneel e do Ministério de Minas e Energia. Duas dessas usinas já estão sendo discutidas no judiciário. No caso de Jaguara (424 MW), cujo pedido foi negado pelo Ministério, a estatal mineira tem conseguido manter a concessão com base no Mandado de Segurança nº 20.432/2013, interposto no STJ, e na ação cautelar ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF). Pela decisão da Justiça, a geradora permanecerá com a Cemig até que seja realizada Audiência de Conciliação, determinada pelo ministro relator Dias Toffoli, e julgado o mérito da questão. Em situação semelhante está a usina de São Simão, a maior do quarteto, com 1.170 MW, mantida com a Cemig com base no Mandado de Segurança nº 21.465/2014, impetrado no STJ. Para evitar o impasse jurídico, após inúmeras decisões sobre o caso, o Ministério baixou a Portaria nº 432/2015, que designa a Cemig como operadora da usina São Simão até que nova licitação seja feita. As próximas investidas judiciais serão destinadas à manutenção das concessões das usinas de Miranda (408 MW) e de Volta Grande (380 MW), com os contratos vencendo em 2016 e 2017 respectivamente. Em ambos os casos, a Cemig vai apelar ao STJ usando como ações correlatas as que foram impetradas sobre Jaguara e São Simão. Está em jogo a permanência no parque gerador da empresa de quatro hidrelétricas que somam 2,9 mil megawatts, equivalente a um terço da capacidade de geração do grupo. A receita anual dessas unidades é de R$ 2,5 bilhões de um faturamento total de R$ 7,3 bilhões da Cemig GT, o braço de geração e transmissão da estatal. Esses ativos estão avaliados no mercado em R$ 10 bilhões. Sem as geradoras, a Cemig GT perde cerca de 30% do seu Ebitda – R$ 4,2 bilhões em 2015. • Procuradas, as seguintes empresas não se retornaram ou não comentaram o assunto: Cemig.
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Um corpo no chão
15/09/2016O presidente da Eletronorte, Tito Cardoso, foi eletrocutado, sem dó nem compaixão, pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Cardoso, apadrinhado do senador Jader Barbalho, será substituído por Vilmos Grunvald, ex-diretor da Celpa e indicado pelo senador tucano Flexa Ribeiro. A nomeação deverá sair nos próximos dias.
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Cinturão do gás
12/09/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, vai se reunir, em dezembro, com seus pares da Argentina, Uruguai e Bolívia para negociar a construção de um anel de gasodutos entre os cinco países. A Venezuela seria o quinto participante, mas pulou fora devido a sua derrocada financeira. O custo aproximado do negócio é de US$ 1,5 bilhão.
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A procura de um nome
26/08/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, procura um nome para dirigir a Aneel. Romeu Rufino é visto no governo federal como carta fora do baralho em função de sua resistência aos cortes orçamentários da agência de energia elétrica.
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Agenda atômica
15/08/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, está tentando postergar para 2017 a visita de uma comitiva da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), prevista para outubro. Com a construção de Angra 3 paralisada, o indiciamento e afastamento de exdiretores da Eletronuclear por corrupção e cortes de investimentos, a vinda dos técnicos da AIEA seria um prato cheio para novas exigências e reparos ao programa nuclear.
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Luz amarela
12/08/2016Engana-se quem pensa que a decisão do Ibama de arquivar o licenciamento da hidrelétrica do Tapajós enterrou o projeto de vez. Para todos os efeitos, a área de Minas e Energia tirou a usina do seu planejamento estratégico. Mas uma alta fonte do Ministério informou ao RR que há uma carta chinesa capaz de virar o jogo.
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Operação tartaruga
26/07/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, recebeu a informação do diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, de que há um movimento embrionário entre os funcionários da agência para que seja feita uma operação tartaruga. O motivo são os cortes de quase 80% no orçamento da agência neste ano. O plano dos insurretos é esticar ao máximo prazos e retardar a aprovação de medidas. De uma forma bem dissimulada, o movimento contaria com o apoio da própria diretoria, que quer pressionar o governo a rever, pelo menos, parte dos cortes.
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Resistência
20/07/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, terá de convencer primeiro o PSB, seu partido, se quiser seguir adiante com a proposta de entregar o comando da Chesf a um técnico do setor. Há uma forte articulação entre parlamentares socialistas para brecar a decisão e indicar um nome ligado à sigla.
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A insistência da Cemig
19/07/2016Apesar do esperneio da Cemig, que já brigou na Justiça e fez diversas tentativas de acordo, o governo federal vai licitar três hidrelétricas da estatal mineira que não tiveram suas concessões renovadas. São dois mil megawatts de potência instalada. A decisão do Ministério de Minas e Energia está baseada na convicção de que a Cemig vai tentar recuperar as três hidrelétricas nos leilões e terá de aceitar tarifas menores porque são usinas amortizadas.
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Energia más barata
12/07/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, adicionou um pouco de fricção nas relações com os “hermanos”. Coelho encaminhou secamente ao presidente da Argentina, Maurício Macri, um comunicado formal de revisão do acordo bilateral permitindo a venda, a preços abaixo de mercado, de energia em caráter emergencial. O ministro ficou de enviar sua proposta para os novos preços em breve. No momento a oferta no país vizinho está normalizada. O Brasil exporta energia para a Argentina a partir da termelétrica de Uruguaiana e de usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul.
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Pedrosa
15/06/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, escalou o secretário-executivo, Paulo Pedrosa, para encontrar nomes que preencherão as chamadas diretorias técnicas das estatais do setor elétrico. Foi a forma encontrada pelo ministro para tirar de si parte da pressão por cargos.
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Um abacaxi na mesa de Fernando Coelho
7/06/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, encontrou sobre a sua mesa um abacaxi político. Tem de decidir sobre a construção de uma linha de transmissão entre o Brasil e a Venezuela. O projeto visa abastecer de energia estados da Amazônia nos períodos de queda de volume nos reservatórios de grandes hidrelétricas da região. O problema é que o Brasil teria de bancar 100% do empreendimento, avaliado em R$ 1 bilhão. Se ficar, Henrique Meirelles, frita o Coelho, pois o caixa do Tesouro não está para gastos adicionais. Se correr, José Serra devora o Coelho, já que os investimentos bilaterais acabam sendo incorporados ao seu figurino de “chanceler fazedor de tudo”.
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Tropa de choque
23/05/2016O Planalto escalou uma tropa de choque para garantir que o Senado aprove a polêmica Medida Provisória 706. Na linha de frente, estão os ministros Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, que têm notória influência sobre o Congresso. Entre os senadores, o trabalho de convencimento é conduzido pelos peemedebistas Eduardo Braga e Edison Lobão – não por coincidência, dois ex-ministros de Minas e Energia. A MP 706 prevê o repasse aos consumidores de energia de R$ 3,5 bilhões relativos a perdas das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. A proposta passou sem problemas pela Câmara dos Deputados. Mas, devido à forte reação contrária das empresas de energia e da própria Aneel, o governo colocou seus centuriões em campo para evitar uma reviravolta no Senado.
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Leilão de hidrelétricas está pendurado por um único fio
4/11/2015O governo está desesperado com a iminência de mais um fracasso na área de infraestrutura. Na semana passada, mais precisamente na quarta e na quinta-feira, o ministro Eduardo Braga e sua equipe mantiveram uma exaustiva agenda de reuniões na tentativa de arrancar do fígado algum modelo capaz de salvar o leilão de hidrelétricas. A menos de três semanas do Dia D – 25 de novembro –, praticamente ninguém do governo acredita que a licitação será efetivamente realizada. Entre quarta e sexta-feira, o próprio Braga, o secretário-executivo do Ministério, Luiz Eduardo Barata, e o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Altino Ventura Filho, mantiveram contato com dirigentes de exatos 12 grupos do setor, entre eles AES, China Three Gorges (CTG), Engie, Iberdrola e Equatorial Energia. Apenas a Three Gorges teria confirmado sua participação no leilão do dia 25. Nada mais sintomático que o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, tenha divulgado uma estimativa de déficit primário de R$ 110 bilhões que já exclui a receita com a venda das hidrelétricas. Entre as simulações feitas no Ministério de Minas e Energia, surgiu uma nova proposta para o leilão que, no entendimento de Eduardo Braga e da área técnica, é a única que talvez possa salvar o evento e garantir algum nível de atratividade para os investidores. Esta última cartada passa pelo fatiamento da licitação em dois blocos. No dia 25 de novembro, seriam ofertadas ao mercado apenas as licenças das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, ex-Cesp. As outras 27 usinas ficariam para 2016. No fundo, são as únicas concessões que despertam algum interesse entre as empresas do setor. Seria uma forma de o governo salvar uma parte substancial da receita esperada. Nos cálculos do Ministério, Jupiá e Ilha Solteira correspondem a aproximadamente 80% dos R$ 11 bilhões do valor estimado para o leilão, contabilizando-se apenas o pagamento à vista pelas licenças. Consultada sobre a possibilidade de adiamento da licitação ou de mudança no modelo, o Ministério de Minas e Energia informou que “o leilão está programado para ocorrer em 25 de novembro nas condições já divulgadas”. O esquartejamento de ativos de geração não está restrito ao governo federal. O RR apurou que Geraldo Alckmin pretende vender separadamente cada uma das três hidrelétricas da Cesp. As usinas já estão sendo avaliadas por um banco de investimentos
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Porta fechada
28/01/2015O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, está descontrolado. Desde o fim de dezembro, quando Eduardo Braga foi anunciado como novo ministro de Minas e Energia, Chipp tenta agendar uma audiência privada com o ex-governador amazonense. Até o momento, foi solenemente ignorado.
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Eletrobras pluga seus investimentos na State Grid
26/01/2015Se, no passado, a State Grid era uma pulga atrás da orelha do governo, desconfiado de suas reais intenções no país, agora os chineses pisam em tapete vermelho. Os asiáticos mereceram a distinção de uma reunião com Eduardo Braga no fim de dezembro, antes, portanto, de ele assumir formalmente o Ministério de Minas e Energia. Motivo do encontro: o governo quer estender a parceria entre a Eletrobras e a State Grid, por ora restrita a construção da linha de transmissão de Belo Monte. O foco é a área de geração. Em pauta, a construção não apenas de hidrelétricas, mas também de termelétricas a gás natural, carvão e biomassa, usinas eólicas e solares. As duas empresas deverão assinar um protocolo de intenções tão logo seja definida a nova diretoria da Eletrobras. Em português claro: a área de Minas e Energia quer transformar o grupo chinês em parceiro preferencial da estatal para investimentos no segmento de geração. O que mais a Eletrobras precisa, a State Grid tem de sobra. Os chineses já desembolsaram mais de R$ 8 bilhões no Brasil em investimentos no setor de transmissão. Prometem outro tanto para os próximos quatro anos. A parceria com a estatal no segmento de geração envolveria aportes da ordem de R$ 12 bilhões em três anos, valor equivalente a um quarto do que a Eletrobras prevê investir no período para a expansão do parque gerador brasileiro. Ou seja: a aliança com os asiáticos, se consumada, trará um refrigério para o caixa da companhia. O estreitamento das relações entre a Eletrobras e a State Grid tem também um forte caráter profilático. Por razões mais do que óbvias, o Ministério de Minas e Energia trabalha com a expectativa de uma redução dos aportes das grandes construtoras em projetos hidrelétricos. Ao que tudo indica, ainda há muita água para passar pelas turbinas da Operação Lava Jato. As negociações com a State Grid preveem ainda a atração de outros parceiros internacionais, como as nipônicas Itochu e Sumitomo, interessadas em participar como investidoras de projetos na área de geração.
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Corrente elétrica
1/12/2014José Sarney, que deverá perder a primazia sobre o Ministério de Minas e Energia com a saída de Edison Lobão, se movimenta, ao menos, para manter um pé em Furnas. O senador trabalha com afinco pela continuidade de Flávio Decat no comando da estatal. **** A denúncia do suposto envolvimento de Humberto Grault, ex-gerente de Novos Negócios da Petros, com o doleiro Alberto Yousseff dinamitou a articulação do PT para que o executivo assumisse uma diretoria na fundação. Grault, ressalte- se, já rechaçou ter qualquer relação com Yousseff.
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Governo arma uma barricada anti-Eike nos leilões de energia
19/05/2014O sinal de alerta está aceso no Ministério de Minas e Energia e na Aneel. A associação entre a Eneva (ex-MPX) e a Prumo Logística (antiga LLX) para o leilão de energia A-5, marcado para setembro, causou alvoroço entre as autoridades do setor elétrico. No governo, há uma enorme resistência e, mais do que isso, uma boa dose de receio quanto a participação da Eneva na licitação. Segundo uma alta fonte do Ministério, a Aneel chegou a encaminhar a companhia um pedido de esclarecimento sobre a sua real situação financeira e a capacidade de honrar a eventual construção de novas térmicas. Mera formalidade. De acordo com o informante do RR, o governo já sabe a resposta para as suas indagações. E é exatamente por isso que a presença da antiga MPX no leilão é tratada como uma temeridade em Brasília. Com o desabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas e o crescente risco de um racionamento, a licitação tornou-se fundamental. O que está em jogo é um acréscimo de 3.000 MW a matriz energética, algo que exigirá um volume de investimentos superior a R$ 5 bilhões. Ou seja: não há margens para atrasos e muito menos para apagões financeiros que possam colocar em risco a implantação dos projetos que serão licitados. Consultada pelo RR, a Aneel limitou-se a dizer que”desconhece as informações”. Por estas razões, o que o governo menos quer é ver um “X” no leilão de térmicas. O que dizer, então, dois “X”? O consórcio junta o enfermo com o alquebrado. A Prumo, controlada pela norte-americana EIG, ainda tem dado alguns sinais de recuperação – não obstante os sucessivos prejuízos. No caso da Eneva, a questão é bem mais grave. Mesmo com o aumento de capital recém anunciado, da ordem de R$ 1,5 bilhão, o futuro da companhia é uma incógnita. A própria reestruturação da Eneva ainda depende da venda de ativos estratégicos, como a termelétrica Pecém II. Ao mesmo tempo, a companhia está prestes a levar uma multa milionária da Aneel pelos atrasos na construção da usina Parnaíba II. Diante destes fatos, a entrada da Eneva nos leilões soa, no mínimo, como um atentado ao bom senso. Como uma empresa que não consegue manter seus próprios ativos e colocar suas usinas para rodar pode se comprometer com a construção de novas térmicas a gás? Por isso mesmo, a própria intenção da Prumo de se associar a combalida Eneva foi vista no Ministério de Minas e Energia como um despropósito. Só não se pode dizer que a decisão causou perplexidade no governo. Afinal, as duas companhias podem até ter deixado de carregar o “X” em seu nome, mas ainda têm como fator de interseção Eike Batista, acionista minoritário de ambas. Ora, e a quem mais interessaria a associação?