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O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tem à sua espera um elétrico imbróglio com o Paraguai. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, o governo do presidente Mario Benítez tem feito pressão pelo cancelamento da licitação para a atualização tecnológica de Itaipu. Excetuando-se a sua construção, trata-se de uma das maiores contratações já realizadas pela empresa binacional: o valor passa dos US$ 600 milhões. De acordo com a fonte do RR, o país vizinho questiona os critérios da concorrência. Alega que a diretoria da hidrelétrica estipulou regras sob medida para embarreirar empresas paraguaias e manter o centro de decisões do projeto no Brasil. Em início de mandato, o presidente Benítez certamente vislumbra a oportunidade de se capitalizar ao brigar pela maior participação de empresas e de mão de obra paraguaia no projeto. Ressalte-se ainda que o impasse tem como pano de fundo uma questão ainda maior. Trata-se da negociação do chamado Anexo C, que envolve as cláusulas financeiras do Tratado de Itaipu – ver RR edição de 17 de outubro. O novo governo paraguaio já sinalizou que quer uma cota maior da energia produzida pela hidrelétrica. Consultada, Itaipu Binacional disse não “ter conhecimento sobre as supostas divergências” em torno do Anexo C. Sobre a licitação, informou que o processo “está em fase de pré-qualificação das empresas e consórcios interessados”. A companhia não se pronunciou acerca dos questionamentos feitos pelo governo do Paraguai. No total, 140 empresas adquiriram o caderno de bases e condições para a licitação – 100 brasileiras e 40 paraguaias. Destas, 21 se apresentaram para a disputa. De acordo com a assessoria de imprensa de Itaipu, as companhias habilitadas serão definidas até 14 de dezembro, data da última reunião do Conselho de Administração em 2018.
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