Chineses em alta voltagem

  • 23/08/2022
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A SPIC (State Power Investment Corporation of China) está em conversações com o fundo Castlelake para a aquisição da Ibitu Energia. Segundo informação que circula no mercado, os norte-americanos pedem cerca de US$ 1,2 bilhão pela empresa. O pacote de ativos inclui cinco complexos eólicos no Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará, duas usinas de energia solar na Bahia e três hidrelétricas, localizadas em Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Consultadas pelo RR, SPIC e Ibitu não quiseram se manifestar. A aquisição representaria o maior investimento da SPIC no Brasil. O grupo chinês, que já tem negócios no país em geração térmica, hídrica e eólica, comprou recentemente dois projetos de energia solar da Canadian Solar. Ao todo, investirá cerca de R$ 2 bilhões na construção das usinas.

Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, a CCCC (China Communications Construction Company) planeja investir em geração renovável no país. O ponto de partida será a instalação de usinas eólicas offshore no Nordeste, no rastro de um mercado promissor aberto pelo novo marco regulatório para o segmento. De acordo com a mesma fonte, os chineses já teriam iniciado gestões junto à Aneel e ao Ibama com o objetivo de viabilizar um primeiro projeto, no Rio Grande do Norte.

É só a fagulha inicial. Os planos da CCCC para o Brasil passam também pela energia solar, seja com investimentos no greenfield, seja com a compra de participações em projetos já maduros. Procurada pelo RR, a CCCC não se pronunciou. A CCCC é um dos maiores conglomerados de infraestrutura da China, com faturamento da ordem de US$ 80 bilhões por ano.

A empresa já tem negócios no Brasil: controla a Concremat, maior fabricante de concreto do país. A investida em energia no mercado brasileiro está vinculada a um projeto geoeconômico mais largo, que contempla outros países da América Latina. É o caso da Nicarágua, onde os asiáticos estão alocando cerca de US$ 100 milhões no projeto de energia solar El Hato.

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