Tag: Xi Jinping
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Política externa
Parceria entre Brasil e China chega também às escolas públicas
25/11/2024Na esteira da visita de Xi Jinping, o que se dizia na última sexta-feira no Ministério da Educação é que a China acenou com apoio tecnológico para melhorar o acesso das escolas públicas brasileiras à internet. O ministro da Educação, Camilo Santana, tratou diretamente do assunto com assessores do presidente chinês. A iniciativa se dará no âmbito do acordo firmado entre o Ministério das Comunicações e a SpaceSail, chamada de “Starlink da China” em alusão à empresa de satélites de Elon Musk. Pelo memorando de entendimentos assinado com o governo brasileiro, a companhia poderá oferecer serviço de internet por meio de satélites de órbita baixa a regiões do Brasil não atendidas por infraestrutura de fibra óptica. No caso da parceria na área de educação, a Huawei seria uma peça-chave no projeto, trazendo a reboque outras empresas chinesas. A gigante da área de tecnologia, não custa lembrar, já presta serviços de conectividade por banda larga à rede de ensino na Bahia e em Minas Gerais por meio de parcerias com o governo federal e governos estaduais.

Destaque
Ponte Salvador-Itaparica é um espinho nas relações entre Brasil e China
10/10/2024Um assunto desagradável deverá tangenciar a visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, no fim de novembro. Trata-se do imbróglio bilateral que cerca a construção da ponte Salvador-Itaparica, um dos maiores projetos de mobilidade urbana do Nordeste. Escalado pelo próprio presidente Lula para equacionar o contencioso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pouco ou nada avançou nas tratativas com a China Railway Group e a China Communications Construction Company Limited (CCCC), responsáveis pela obra e pela futura operação da via. Costa chegou a ir a Pequim no último mês de junho.
Como foi, voltou: sem solução para o impasse, que se arrasta há mais de três anos. Em conversas reservadas, as duas companhias chinesas já falam até mesmo em submeter o caso a uma câmara de arbitragem internacional. No governo da Bahia, segundo informações filtradas pelo RR, o movimento é interpretado como jogo de cena, um instrumento de pressão, principalmente sobre o Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA).
Há pouco mais de um mês, com a concordância dos próprios chineses e do governador Jerônimo Rodrigues, o TCE instaurou um processo de Solução Consensual de Controvérsias e Prevenção de Conflitos. De fato, há muito blefe nesse enredo. Faz parte do jogo.
Não são 12,4 km de concreto – a distância projetada para a ponte Salvador-Itaparica – que vão congestionar as excelentes relações entre o Brasil e a China, seu maior parceiro comercial. Ainda assim, o ideal é que esse espinho fosse retirado antes do encontro entre Lula e Xi Jinping. Seria bom para todo mundo. Originalmente, o custo do empreendimento foi fixado em R$ 6 bilhões, valor a ser desembolsado por meio da Parceria Público-Privada firmada entre o estado, a China Railway e a CCCC.
No entanto, após a pandemia, as duas companhias passaram a subir o sarrafo sucessivamente. Sob a alegação de que os estudos técnicos do governo baiano continham inconsistências e o preço das matérias-primas subiram, a dupla passou a estimar a obra em R$ 9 bilhões. Depois, mais um reajuste: para a casa dos R$ 12 bilhões. Agora, o que se diz é que a conta colocada sobre à mesa já beira os R$ 14 bilhões.
No entorno do governador Jerônimo Rodrigues, há alguns mais exaltados que chegam até a insinuar que os chineses estariam elevando artificialmente o orçamento para forçar o estado a entrar com mais recursos e, assim, obter vantagens indevidas. Definitivamente, não é um assunto para ser tratado com o fígado.
De acordo com uma fonte do governo da Bahia, Rodrigues chegou a consultar a Procuradoria Geral do Estado sobre a possibilidade de cancelar a licitação, mas foi aconselhado a recuar. Por falar em governador da Bahia, Rui Costa tem um duplo papel nesse script. O agora ministro da Casa Civil tenta buscar uma solução para um problema que nasce na sua gestão. Antecessor de Jerônimo Rodrigues, Costa foi o governador que licitou a concessão da ponte Salvador-Itaparica, em 2019.
Energia
China Huaneng acena com US$ 3 bilhões em investimentos no Brasil
17/05/2023Na esteira da recente passagem de Lula por Pequim, a China Huaneng Group está alinhavando um plano para investir em geração renovável no Brasil. De acordo com informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, as tratativas passam por projetos de usinas solares e eólicas. As primeiras conversas envolvem cifras da ordem de US$ 3 bilhões. Com ativos de aproximadamente US$ 250 bilhões, a China Huaneng Group é uma das cinco maiores estatais chinesas do segmento de geração. A empresa segue a trilha da Energy China International, que anunciou recentemente um novo pacote de investimentos no Brasil também na onda da aproximação entre Lula e o governo de Xi Jinping. Após a recente reunião entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da companhia, Lyu Zexiang, no fim de abril, a Energy China anunciou a intenção de investir mais de US$ 10 bilhões na produção de energia verde e em transmissão no Bras

Destaque
Brasil quer renegociar acordo com a China para as exportações de carne
9/03/2023Segundo o RR apurou, Lula pretende aproveitar a viagem a Pequim, no fim do mês, para iniciar uma discussão complexa com o presidente Xi Jinping: a revisão do protocolo assinado entre Brasil e China em 2015, referente às exportações de carne. A intenção do governo brasileiro é costurar um novo acordo, menos draconiano e punitivo para os frigoríficos nacionais. Na prática, Lula levará na bagagem a pressão para consertar o que os grandes grupos do setor classificam como uma herança maldita da gestão de Dilma Rousseff e um péssimo tratado comercial para os interesses brasileiros. O acordo em vigor há oito anos prevê o auto-embargo automático, ou seja, a suspensão imediata dos embarques, assim que detectado um único caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) – a popular doença da “vaca louca”. E independentemente do local do registro. Ou seja: um diagnóstico de EEB no Oiapoque é o suficiente para brecar as exportações de um frigorífico no Chuí. A rigor é o que está acontecendo neste momento: todos os embarques de carne bovina brasileira para a China estão paralisados desde o dia 23 de fevereiro devido à identificação de um caso de “vaca louca” no Pará. Até o momento, não há uma data confirmada para a retomada das vendas. O prejuízo para os frigoríficos brasileiros – e para a balança comercial – já está na casa dos US$ 500 milhões.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que deverá acompanhar Lula na viagem a Pequim, já começou a entabular conversas prévias com autoridades chinesas. Nos últimos dias, tem mantido um canal direito de interlocução com o embaixador da China em Brasília, Zhu Qingqiao. Vai ser preciso muita diplomacia para remodelar um protocolo tão confortável para os chineses. O atual acordo, firmado na gestão de Katia Abreu à frente do Ministério da Agricultura, se deu em um momento de fragilidade do Brasil à mesa de negociações. Além disso, à época foi a moeda de troca aceita pelo governo brasileiro para a habilitação de quase duas dezenas de frigoríficos pelas autoridades chinesas. O problema é que o protocolo foi mal costurado. No entendimento dos exportadores, o maior pecado é a falta de dosimetria. Ainda que temporária, a pena para o Brasil é a mesma, seja na ocorrência de uma endemia, seja no registro de um caso atípico e isolado da doença.
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Em mandarim o bordão do presidente é “Fica Temer”
16/10/2017Lula cultuava Chávez e Morales na sua política externa bolivariana, além de presidentes da África subsaariana. Já o fetiche de Michel Temer tem os olhos amendoados. O nome do idolatrado é Xi Jinping, presidente da República Popular da China. A identidade não é ideológica.
O projeto de Temer é arrancar um compromisso firme de investimento com os chineses, assinando o primeiro acordo bilateral do Brasil com outra nação, praticamente nos moldes de um mercado comum. Os termos iriam além dos firmados no despenteado Mercosul: cotas para trabalhadores brasileiros e chineses em obras mútuas de bandeira própria, dispensa de licitação para projetos de engenharia básica em empreendimentos pré-licitados, preferência em “privatizações estratégicas”, garantia de ampla desburocratização nos negócios da China, sistema preferencial de tarifas aduaneiras e criação de uma espécie de PPC – Parceria Público Chinesa etc. Os passos seguintes para consolidação do bloco Brasil-Ásia seriam acordos econômicos com a Coreia do Sul e a Índia.
Mas a prioridade do governo Temer é cimentar uma ponte para Beijing. O Brasil dos sonhos da segunda geração da Lava Jato é uma ópera comercial Sino-Tropicalista. Temer quer detonar os 35 acordos ocos que Dilma Rousseff fez com chineses para obter o falso montante de R$ 53 bilhões. O dinheiro não veio no seu tempo. De 2015 até setembro de 2017, os investimentos orientais superaram os US$ 60 bilhões – a maior parte, no entanto, pós-impeachment.
O Brasil é o segundo destino dos aportes de capital da China. E o passivo externo líquido (IDE) do país com os chineses já superou os US$ 100 bilhões. Parece muito, mas é pouco. Se Temer avançar um terço das suas ambições na China, terá compensado sua popularidade zero na margem de erro das pesquisas de opinião. É o maior projeto que o Brasil poderia almejar fora das suas fronteiras, nunca dantes sequer cogitado pelos governos anteriores.