Tag: Fertilizantes

Destaque

Petrobras viabiliza fornecimento de gás para retomada de investimentos em fertilizantes

7/11/2023
  • Share

Quem pensa que as conversas entre executivos da Petrobras e autoridades bolivianas, há duas semanas, em La Paz, ficaram circunscritas a investimentos no país vizinho, notadamente em E&P, não conhece da missa a metade. Os emissários da estatal cumpriram uma missão tão ou mais importante: obter do governo da Bolívia garantias de fornecimento de gás para a Unidade de Nitrogenados de Três Lagoas (UFN III), no Mato Grosso do Sul. Ao que tudo indica, foram bem-sucedidos. Nos corredores da própria Petrobras, circula a informação de que a empresa deverá anunciar nos próximos dias a retomada da construção da UFN III, projeto que marcará o retorno da estatal ao setor de fertilizantes. Um forte indício nesta direção é a presença de uma estrelada comitiva nesta semana em Três Lagoas. Está prevista para amanhã uma visita ao local do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente da estatal, Jean Paul Prates. Tebet, por sinal, tem a sua cota de contribuição para a retomada do projeto. Ainda que o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes tenha sido uma promessa de campanha do próprio Lula, Tebet tornou-se uma voz de peso dentro do governo para a retomada da construção da UFN III. Procurada pelo RR, a Petrobras não se pronunciou.

#Bolívia #Fertilizantes #Geraldo Alckmin #Jean Paul Prates #Petrobras #Simone Tebet

Painel RR – Comércio exterior 

Os efeitos do Conflito Israel-Hamas na cadeia global de fertilizante

18/10/2023
  • Share

De uma só vez, dois conflitos internacionais alimentam a preocupação do agronegócio brasileiro em relação ao suprimento de matérias-primas para a produção de fertilizantes. Ainda que em menor proporção do que a guerra entre Rússia e Ucrânia, a ofensiva de Israel em Gaza pode afetar suas exportações de adubo. O país é responsável por aproximadamente 5% dos fertilizantes consumidos no Brasil. O RR reúne a seguir algumas análises de especialistas internacionais sobre os possíveis impactos do conflito contra o Hamas na produção e distribuição de adubo em Israel: 

 

  • Porto de Ashdod A deflagração do conflito entre Israel e Hamas acentuou as preocupações em relação à cadeia global de fertilizantes, conturbada em âmbito mundial desde o início da Guerra na Ucrânia. O porto de Ashdod, um dos principais de Israel e localizado próximo ao norte do território da Faixa de Gaza, especialmente na exportação de fertilizantes a base de potássio, está operando em situação de emergência desde o início da guerra, o que fez disparar as ações de companhias que atuam no setor de fertilizantes.                         https://www.moneycontrol.com/news/business/stocks/fertilizer-stocks-soar-on-increased-prices-due-to-israel-hamas-war-11540121.html 
  • Sarah Zimmermann O preço do fertilizante está sujeito também à taxação por “risco de guerra”. Seguradoras começaram a realizar esta cobrança a navios que fazem escala nos portos de Israel. Em relação especificamente ao comércio marítimo, a apreensão é em relação ao envolvimento do Irã e do Egito no conflito, prejudicando o escoamento das exportações via Estreito de Ormuz (Irã) e Canal de Suez (Egito). A operação em “modo de emergência” na região coloca em risco cerca de 2 a 3% do fornecimento global de potássio.                                                           https://www.agriculturedive.com/news/israel-hamas-war-fertilizer-exports-shipping-gaza/696567/ 
  • Josh Linville Uma eventual expansão do conflito para outros países próximos a Israel podem afetar a exportação de ureia, popular fertilizante hidrogenado. Segundo Josh Linville, da StoneX, mais de 50 % das exportações globais de ureia correspondem aos países do Norte da África e Oriente Médio. O impacto na agricultura desencadearia, consequentemente, a elevação dos preços dos alimentos em escala global.           https://www.rrfn.com/2023/10/16/the-new-war-and-the-impact-on-agriculture/ 

 

  • Michael Cada, Joe DeLaura, Stefan Vogel                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         O cenário que mais preocupa agora é a escalada do conflito para nações vizinhas à Israel. O impacto não seria apenas na produção local, mas em proporções mundiais a partir do momento em que afetaria o comércio marítimo, especialmente no Mar Mediterrâneo, onde grande parte dos navios chegam por meio do Canal de Suez. O preço do fertilizante é diretamente relacionado ao custo de energia. Para além de insumos como potássio e ureia, o Oriente Médio concentra também maiores nações produtoras e exportadoras de petróleo do mundo. https://www.rabobank.com/knowledge/d011397372-from-ukraine-war-to-middle-east-war-another-huge-blow-to-global-stability

 

#Fertilizantes #guerra #Hamas #Israel

Agronegócio

Queda nas importações de fertilizantes acende alerta na Agricultura

3/08/2023
  • Share

A três meses do início do plantio da safra 2023-2024, um dado preocupante circula entre nos gabinetes do Ministério da Agricultura. Segundo levantamento feito pela Pasta, entre janeiro e junho deste ano houve uma queda de 5% no desembarque de fertilizantes em portos brasileiros na comparação com os primeiros seis meses de 2022. Esse declínio deve pressionar para cima os preços do insumo para o começo do período de plantio.

A principal razão para a queda é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Só no primeiro trimestre do ano, a produção russa caiu 8,3%. Na Agricultura, há um receio de que a redução da oferta na Rússia, de onde vem um quarto do fertilizante consumido no Brasil, afete o agronegócio em um momento-chave. O pico das importações brasileiras ocorre justamente entre agosto e outubro. Os números do segundo semestre costumam superar com alguma folga os desembarques dos seis primeiros meses do ano. Tanto que o relatório Visão Agro, do Itaú BBA, divulgado na última segunda-feira, prevê um aumento das importações de adubo de 7% a 10% no acumulado de 2023. Ocorre que há fatores que ameaçam essa estimativa. A Rússia rompeu um acordo com a Ucrânia que permitia o escoamento de insumos agrícolas pelo Mar Negro. O governo Putin acusa a Ucrânia de não ter cumprido termos do tratado que permitiam a exportação de fertilizantes russos, o que pode pressionar ainda mais a oferta global do produto.

#Fertilizantes #Itaú BBA #Ministério da Agricultura

Política externa

Bolívia pede apoio do Brasil para construir fábrica de fertilizantes

25/07/2023
  • Share

A Bolívia tem feito sondagens junto ao governo Lula sobre o eventual interesse do Brasil em participar do projeto de construção de uma fábrica de amônia e ureia na região de Cochabamba. Os dois insumos são fertilizantes nitrogenados – a dependência brasileira do nitrogênio é de 95,7% da demanda interna. O empreendimento, a cargo da estatal boliviana YPFB, está orçado em aproximadamente US$ 1,3 bilhão. O governo do presidente Luiz Arce mira, sobretudo, na Petrobras. Ressalte-se que a companhia já anunciou o plano de retomar investimentos nos países vizinhos. Assim como sinalizou o seu retorno ao setor de fertilizantes. O projeto da YPFB juntaria uma coisa com a outra. A questão é como o governo Lula justificaria um investimento como esse em território boliviano com o Brasil tendo que importar 85% do fertilizante que consome.   

#Bolívia #Fertilizantes #Lula #YPFB

Destaque

Brasil busca parceiros internacionais para aumentar produção de fertilizantes

12/04/2023
  • Share

O governo pretende fazer movimentos mais contundentes no mapa geopolítico para reduzir o déficit de fertilizantes no Brasil. A estrada principal leva à Rússia. Lula tem feito aproximações sucessivas com Vladimir Putin no intuito de aumentar os investimentos de empresas russas na produção de adubo no país. Nenhuma outra nação tem uma posição tão expressiva na indústria brasileira de fertilizantes quanto a Rússia. O principal player é a Eurochem, que já comprou a Tocantins e Heringer e, segundo o RR apurou, está em busca de novas aquisições no país. Isso para não falar dos projetos greenfield da companhia, como o aumento da produção de concentrado fosfático no Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre (MG) – a meta é saltar de 400 mil toneladas para um milhão de toneladas por ano. No governo, há, inclusive, quem enxergue a Eurochem como um potencial parceiro da própria Petrobras, que, conforme o próprio Lula já declarou reiteradamente, voltará a ter um papel estratégico no aumento da produção interna de fertilizantes. A estatal, ressalte-se, tem importantes empreendimentos no pipeline. O maior deles é a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), de Três Lagoas (MS). A companhia também planeja desengavetar a instalação da UFN V, em Uberaba. No caso da UFN III, não custa lembrar que outra empresa russa, a Acron, esteve perto de comprar a unidade em 2021. 

A Rússia é o principal, mas não o único caminho. Na cartografia dos fertilizantes, o governo Lula pretende pegar também uma estrada vicinal. A China surge como uma alternativa de parceria para aumentar a produção de adubo no Brasil. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, autoridades diplomáticas dos dois países vêm discutindo a possibilidade de investimentos conjuntos no setor. O tema, inclusive, poderá ser incluído na pauta do encontro entre Lula e o presidente Xi Jinping, nesta semana. Ainda que não seja um grande player global da área de fertilizantes, a China teria interesses específicos para investir nesse segmento em solo brasileiro. Uma das motivações seria garantir o suprimento da Cofco International, um gigante do agronegócio. A estatal chinesa já investiu mais de US$ 1 bilhão na produção de grãos no Brasil. A empresa é hoje a sexta maior exportadora de soja do país. Não custa lembrar também que a China fez recentemente um movimento importante no tabuleiro sul-americano: a mineradora Shaanxi Coal Group anunciou investimentos de US$ 1,2 bilhão na instalação de uma fábrica de amônia e ureia na Argentina.  

A aproximação com a China seria uma forma de o governo brasileiro equilibrar a balança dos acordos internacionais de forma a não ficar excessivamente indexada à Rússia. Ou melhor: mais indexado à Rússia. O Brasil importa 85% dos fertilizantes que consome. Dessa montanha de adubo, mais de um terço vem do país de Vladimir Putin. 

#Acron #China #Cofco International #Fertilizantes #Lula #Rússia #Shaanxi Coal Group #Vladimir Putin

Agronegócio

Agricultura sofre com a falta de fertilizantes da Bolívia

20/03/2023
  • Share

O RR apurou que o Ministério da Agricultura e o Itamaraty têm feito gestões junto ao governo da Bolívia na tentativa de equacionar um gargalo no fornecimento de fertilizantes para o Brasil. Segundo informações filtradas da Pasta da Agricultura, a estatal Depósitos de Lítio da Bolívia vem atrasando os embarques de cloreto de potássio, notadamente para a região Centro-Oeste. A companhia vem tendo sistemáticas interrupções na sua produção devido aos protestos da população da região de Potosí, onde fica sua fábrica. Os manifestantes têm feito bloqueios em estradas próximas, atrapalhando a chegada de matérias-primas e o escoamento da produção. O Brasil é um dos cinco maiores importadores de cloreto de potássio da Bolívia. No Ministério da Agricultura, já se discute um Plano B, com a importação do fertilizante de outros países, notadamente do Canadá.

#Bolívia #Fertilizantes #Ministério da Agricultura

Economia

Menos adubo para o Plano Nacional de Fertilizantes

9/11/2022
  • Share

Um desafio a mais para Simone Tebet ou quem que venha assumir o Ministério da Agricultura: o Projeto Santa Quitéria, uma das maiores apostas do Brasil para reduzir a dependência em relação aos fertilizantes importados, corre sério risco de ficar no papel. Segundo o RR apurou, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) produziu um relatório técnico que, no melhor dos cenários, deverá dificultar a execução do empreendimento no curto prazo, notadamente no que diz respeito à concessão das licenças pelo Ibama. De acordo com a fonte da publicação, o documento aponta que a exploração de fosfato e urânio no município de Santa Quitéria (CE) é inviável tanto do ponto de vista ambiental quanto social. O estudo de 142 páginas – produzido a partir de inspeções in loco no fim de agosto (informação antecipada com exclusividade pelo RR na edição de 29 de agosto) – será submetido ao colegiado do CNDH ainda nesta semana. Em contato com o RR, o Conselho confirmou que “a expectativa é que o relatório sobre a missão a Santa Quitéria seja apreciado pelo Pleno do colegiado na reunião a ser realizada nos dias 10 e 11 de novembro.”. O Conselho disse ainda que “qualquer manifestação só pode ocorrer após as discussões e deliberações.”  

Segundo a mesma fonte, o parecer vai apresentar 32 recomendações ao Ibama e à CNEM (Comissão Nacional de Energia Nuclear). O CNDH, vinculado ao Ministério da Mulher e da Família, alega que o Projeto Santa Quitéria já está produzindo impacto danoso antes mesmo da sua execução. As três galerias abertas para testes geológicos seriam responsáveis pela irradiação de componentes químicos prejudiciais à saúde. De acordo com dados do Conselho, a região de Santa Quitéria soma um número de casos de câncer até cinco vezes superior à média de outros municípios do Nordeste com condições geográficas e sociais similares e sem as mesmas atividades minerais.  

O projeto de R$ 2,5 bilhões está a cargo do consórcio Santa Quitéria, formado pela Galvani Fertilizantes e pela estatal INB (Indústria Nuclear Brasileira). Também consultado, o Consórcio Santa Quitéria não se pronunciou. A jazida de Santa Quitéria tem reservas estimadas de 8,9 milhões de toneladas de óxido de fósforo de 80 mil toneladas de urânio – a razão para a presença da INB no negócio. O projeto original prevê a produção de 1,05 milhão de toneladas/ano de fertilizantes fosfatados, o que, a título de exemplo, seria suficiente para garantir 25% da demanda de toda o Norte e Nordeste por adubo. 

#CNEM #Fertilizantes #Ibama #Ministério da Agricultura #Simone Tebet

Todos os direitos reservados 1966-2024.