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Destaque

Concessionárias de rodovias exigem “seguro” para concorrência com ferrovias

18/06/2025
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O governo está diante de mais um obstáculo ao avanço dos leilões de concessão na área de infraestrutura. Grandes grupos do setor rodoviário, reunidos sob a égide da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), pressionam o Ministério dos Transportes e a ANTT a ampliar os mecanismos de compensação para eventuais perdas de receita decorrentes da transferência de cargas para ferrovias.

O impasse surge a partir de uma decisão recente do Tribunal de Contas da União. Ao aprovar a licitação de dois lotes de rodovias no Paraná, o TCU condicionou o leilão à existência de cláusulas contratuais que protejam o futuro concessionário em caso de queda no volume de cargas por conta da implantação de ramais ferroviários. A decisão deve criar “jurisprudência”, passando a pautar o TCU na aprovação de próximos leilões no segmento rodoviário. Até aí, são regras a futuro, para jogos ainda a serem jogados.

Ocorre que as concessionárias de rodovias cobram do governo que o regulamento seja aplicado de forma retroativa, para contratos já em vigor. A alegação é que concessões já constituídas também virão a ser afetadas pela eventual construção de novas ferrovias, o que justificaria instrumentos especiais para o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

O lobby pelo hedge contratual interessa a velhos e novos players do setor. É o caso, por exemplo, da Galápagos Investimentos, que acaba de entrar no segmento de concessões rodoviárias ao arrematar a gestão da Rota da Celulose, que engloba trechos da BR-262 e da BR-267. A operação poderá perder um significativo volume da carga projetada caso a Suzano decida tirar do papel o projeto de construção de uma ferrovia para o escoamento da produção das suas fábricas de celulose de Ribas do Rio Pardo e de Três Lagoas, ambas no Mato Grosso do Sul.

Quem também tem razões de sobra para se preocupar é a Motiva, antiga CCR. Há pouco mais de um mês, a empresa venceu o leilão de relicitação da BR-163, que já estava sob sua administração. Todas as projeções de receita e rentabilidade da operação vão por água abaixo caso o governo consiga realizar a licitação do corredor Fico-Fiol, formado pelas ferrovias de Integração Centro-Oeste e de Integração Oeste-Leste, prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Nos dois exemplos citados, os investidores entraram nos leilões sabendo do risco de perda de volume de cargas para futuras ferrovias. É um argumento que o Ministério dos Transportes até poderia usar a seu favor, não obstante o risco de um desgaste institucional. No entanto, a recente decisão do TCU deu gás para as concessionárias contestarem contratos já firmados.

Trata-se de um nó que o governo terá de desatar. Entre executivos do setor, já se fala em petit comité na possibilidade de judicialização dos contratos com base na determinação do Tribunal de Contas da União. É uma faca de dois gumes, ambos afiados, que corta pelo lado das rodovias e das ferrovias. No governo, já existe um receio de que as concessionárias de estradas venham a embargar judicialmente leilões ferroviários enquanto não houver regras claras para a compensação por perdas de receita.

Seria mais um duro revés para um país que patina em sua infraestrutura. Segundo projeções da CNI, o Brasil vai investir neste ano o equivalente a 2,2% do PIB no setor. De acordo com cálculos do economista Claudio Frischtak, uma das maiores autoridades do assunto no país, seria necessário, no mínimo, duplicar esse índice ao longo das próximas duas décadas para o Brasil ter uma infraestrutura modernizada. Parece uma linha de chegada ainda muito distante.

#Rodovias #TCU

Infraestrutura

Debêntures incentivadas entram no radar de rodovia paulista

7/10/2024
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O consórcio que arrematou, em abril, o Lote Litoral Paulista, composto pela Companhia Brasileira de Infraestrutura (CBI) e a construtora Consladel, avalia a emissão de debêntures incentivadas. Já houve, inclusive, sondagens ao BNDES, o tomador-mor desses papéis no Brasil. O lançamento seria uma peça da maior importância na estrutura financeira necessária par cumprir os investimentos de mais de R$ 4,3 bilhões nos 213 km de rodovias. A hora de aproveitar a maré é essa. Entre janeiro e agosto deste ano, o volume de emissões de debêntures de infraestrutura subiu 30% em relação ao mesmo período em 2023.

#debêntures #Infraestrutura #Rodovias

Infraestrutura

Italiana INC mira leilões rodoviários em São Paulo

20/06/2024
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As paredes do Palácio Bandeirantes escutam demais. Escutam, por exemplo, que a italiana INC fez chegar ao governador Tarcísio Freitas o interesse em participar das próximas concessões rodoviárias de São Paulo. Um dos projetos no radar seria a construção do túnel entre Santos e Guarujá, orçado em mais de R$ 6 bilhões. Os italianos desembarcaram nas estradas brasileiras em 2022, ao vencer a licitação do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte.

#INC #Rodovias #São Paulo

Infraestrutura

Conglomerado chinês quer investir nas rodovias brasileiras

11/12/2023
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Informação que corre no Ministério dos Transportes: a China Energy Engineering Corporation (CEEC) vai debutar nos leilões de concessão rodoviária no Brasil em 2024. Segundo o RR apurou, os chineses estão submersos nos números da BR-153 e da BR-262, que figuram entre as maiores licitações do setor programadas para o próximo ano. O governo pretende leiloar as duas rodovias em um único bloco, com investimentos previstos da ordem de R$ 5,7 bilhões. A CEEC é um dos maiores conglomerados da área de construção pesada da China. Tem também um importante braço no setor de energia, braço este já esticado até o Brasil. Em maio, o grupo estatal assinou um acordo com o governo para investir até US$ 10 bilhões em geração renovável no país.

#CEEC #China #Infraestrutura #Ministério dos Transportes #Rodovias

Brookfield pilota criação da maior holding rodoviária do Brasil

25/07/2017
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A Brookfield já tem R$ 60 bilhões em ativos no Brasil e quer mais. Neste momento, “mais” significa a criação da maior holding de concessões rodoviárias do país, a partir de duas operações em paralelo conduzidas pelos canadenses. De um lado, o grupo negocia a aquisição da carteira da Odebrecht Transport (1,8 mil quilômetros de estradas em seis estados); do outro, movimenta-se para assumir o controle da Arteris, que reúne um colar de nove concessões, com mais de 3,2 mil quilômetros. A Brookfield já detém 56% da empresa e pisa no acelerador para ficar com o restante das ações, pertencente à espanhola Abertis.

Estima-se que as duas negociações envolvam um investimento somado da ordem de R$ 5 bilhões. Mais à frente, todas estas estradas se encontrariam, com a fusão das concessões da Odebrecht e da Arteris sob o mesmo guarda-chuva. A Brookfield teria, então, uma operação integrada com faturamento superior a R$ 6 bilhões e mais de cinco mil quilômetros sob administração, deixando para trás a atual líder do setor, a CCR (3,5 mil quilômetros). Procurada pelo RR, a Odebrecht Transport informou que “segue com seu plano de reestruturação que inclui a busca por novos investidores para seu portfólio de rodovias”.

Brookfield e Abertis não quiseram comentar o assunto. Segundo fonte próxima à Brookfield, o acordo com a Odebrecht Transport deve ser sacramentado até o fim de agosto. No caso da Arteris, o timing é uma variável ainda mais importante. Isso porque a própria Abertis está à venda na Espanha. A Brookfield considera fundamental comprar a participação dos sócios e tomar o controle da Arteris antes da venda do grupo ibérico e, automaticamente, da entrada de um novo acionista na empresa brasileira. Esse investidor, eventualmente, pode vir a ser um obstáculo aos planos dos canadenses. Segundo a mídia local, os candidatos mais fortes à aquisição da Abertis são a italiana Atlanta e a também espanhola ACS, de propriedade de um dos homens mais ricos do país, Florentino Perez, presidente do Real Madrid.

#Arteris #Brookfield #Odebrecht #Rodovias

OHL troca os céus pelo asfalto

16/03/2017
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Após desistir de participar do leilão de concessões aeroportuárias, previsto para hoje, a espanhola OHL volta suas baterias para as licitações de rodovias. O grupo tem especial interesse nos trechos das BRs 364 e 365, entre Goiás e Minas Gerais, que serão leiloados no segundo semestre. Seria o retorno da OHL às estradas brasileiras. Em 2013, o grupo espanhol vendeu todas as suas concessões rodoviárias e deixou o país.

#OHL #Rodovias

Para onde vai a estrada da CR Almeida?

17/11/2015
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 As placas na estrada indicam que faltam poucos quilômetros para os herdeiros de Cecilio do Rego Almeida desembarcarem do controle da CR Almeida. A companhia estaria desativando o escritório de São Paulo, medida que deverá se estender também à filial do Rio de Janeiro. Na sede do grupo, em Curitiba, fornecedores e prestadores de serviços teriam sido convocados para negociar uma drástica redução dos valores de seus contratos. Vistas de maneira isolada, parecem medidas até comezinhas, forçadas pela conjuntura econômica e pelo impacto da Lava Jato sobre a área de infraestrutura como um todo. No entanto, se coladas a outras peças, está formado o mosaico da venda do controle da CR Almeida e, por extensão, da EcoRodovias, seu braço na área de concessões. A CR Almeida nega a venda do controle e as medidas de corte de custos. Mas, já há algum tempo, espocam boatos sobre a saída da família do negócio. O nome da Merrill Lynch é citado como provável adviser. Entre os candidatos estaria a canadense Brookfield. Motivos para a decisão não faltam. A crise na área de construção e a escassez de crédito se juntam a crescentes desentendimentos familiares e aos baixos resultados da EcoRodovias. No terceiro trimestre, a receita e o lucro da empresa caíram 3%.

#Brookfield #CR Almeida #Ecorodovias #Rodovias

Arteris

16/11/2015
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 O resultado da Arteris em 2015 deverá ser o mais baixo desde que o grupo espanhol se instalou no Brasil, há 18 anos. Na média, a queda de receita das concessões chega a 10%. Não por acaso, a S&P já rebaixou o rating da Arteris, levando junto a nota de crédito do presidente da subsidiária brasileira, David Almazán. Seu mandato vence em abril e na empresa ninguém aposta na renovação. A Arteris admite que a receita com pedágio foi impactada pela interrupção da cobrança dos eixos suspensos de caminhões vazios nas rodovias federais. Mas garante que parte do faturamento será reequilibrada na próxima revisão tarifária.

#Arteris #Rodovias

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