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Destaque

Contaminação de estoques de milho pode pressionar preços de alimentos no Nordeste

18/02/2025
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Em meio à batalha para conter a inflação dos alimentos, o governo está às voltas com problemas no abastecimento de milho para produtores de aves e suínos no Nordeste. O RR apurou que há atrasos no despacho do cereal pela Conab para a região. O enredo se desenrolou ao longo das últimas duas semanas. Após uma inspeção na unidade do Agrobom Armazéns Gerais em Bom Jesus (GO), onde fica armazenada uma parcela dos estoques públicos, técnicos da estatal emitiram um laudo atestando o volume e a pureza do milho estocado.

Ato contínuo, a Conab realizou um leilão de frete e fechou a contratação da transportadora responsável especificamente por levar os grãos para o Nordeste. Tudo como manda o figurino. No entanto, na semana passada, quando os caminhões chegaram aos armazéns, a estatal foi surpreendida pela informação de que os grãos não poderiam ser retirados, pois haviam sido contaminados por insetos e estavam impróprios para distribuição.

Em contato com o RR, a Conab confirmou a contaminação dos estoques de milho na Agrobom. A estatal afirma que “no início da remoção, identificou a presença de insetos e notificou a empresa de imediato para realizar o tratamento. O armazém realizou o tratamento fitossanitário e a Conab constatou que a infestação havia sido eliminada, o que permitiu a retomada da remoção”.

Segundo a empresa subordinada ao Ministério da Agricultura, “É comum a ocorrência de insetos em grãos estocados em armazéns. Faz parte das operações de armazenagem o combate a infestações. Quando ocorrem essas infestações em nível patológico, são aplicadas medidas fitossanitárias, que foi o que aconteceu no caso da Agrobom. A carga foi liberada em bom estado”.

Segundo a fonte do RR, o fornecimento ao Nordeste ainda não foi regularizado. Na conversa com a publicação, a Conab garantiu que não há riscos de faltar milho para os produtores de suínos e aves na região. A companhia diz ter outros pontos que “abastecem o Nordeste, inclusive em Goiás”. O episódio, no entanto, ocorre em um período sensível.

Em janeiro, os Ministério da Agricultura, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário editaram uma portaria conjunta autorizando a Conab a adquirir até 50 mil toneladas de milho em leilão público para atender ao Programa de Venda em Balcão (ProVB), voltado a garantir suprimento a produtores de pequeno porte. A medida foi tomada para assegurar o abastecimento por até 90 dias em regiões mais necessitadas. É o caso exatamente do Nordeste.

Há um problema logístico na região: o próprio Ministério da Agricultura identificou um vazio de estruturas de estocagem de grãos no Nordeste. Recentemente, a Pasta anunciou, inclusive, um investimento para a recuperação da unidade de Imperatriz (MA).

Além da ameaça de escassez do produto no Nordeste, consequentemente com impacto negativo na formação de preços de alimentos, por si só um problema para o governo, o episódio tem também delicadezas de ordem política. Para começar, respinga no titular da Agricultura, Carlos Fávaro, às portas de uma reforma ministerial. Artur Lira está aquecendo à beira do gramado, ávido para tomar o lugar de Fávaro.

Além disso, a Agrobom, dona dos armazéns de Goiás, pertence ao ex-prefeito de Bom Jesus e agora deputado federal Daniel Ramos (PL-GO), não por acaso conhecido como “Daniel Agrobom”. Dentro do Ministério da Agricultura, até se discute a hipótese de uma ação contra a empresa na Justiça por possíveis prejuízos. A necessidade de purificação do produto exigiu um tempo maior de estocagem, portanto com custos adicionais para a Conab.

Perguntada especificamente se pretende adotar medidas contra a Agrobom para se ressarcir pelas perdas, a estatal não se manifestou. Uma reação do Ministério da Agricultura contra a empresa é tida como pouco provável. Uma disputa judicial com um parlamentar do agro seria quase como comprar briga com a bancada ruralista inteira. No momento que o governo faz contas para aprovar projetos de seu interesse no Congresso, talvez não seja prudente.

#Milho #Ministério da Agricultura

Agronegócio

Brasil e China semeiam acordo bilateral para produção e exportação de milho

24/10/2023
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A estratégia da China de fazer do Brasil o seu grande supridor de alimentos agrícolas vai avançar mais alguns hectares. Os dois países negociam um acordo com o objetivo de aumentar a área de plantio de milho em terras brasileiras e consequentemente as exportações do cereal. As tratativas, conduzidas pelo Ministério da Agricultura, envolvem investimentos chineses em manejo sustentável de lavouras e pesquisas em agrociência, que poderão ser realizadas em conjunto com a Embrapa.

De acordo com a mesma fonte, companhias da China deverão participar do projeto. É o caso da Ningxia Eppen Biotech, uma das maiores empresas locais de agrobiotecnologia. Um importante passo para a parceria será dado nesta semana. O RR apurou que uma comitiva com quatro emissários do governo chinês e representantes de empresas do país asiático está no Brasil para reuniões e visitas técnicas. Hoje, o grupo terá uma agenda em Goiás.

O milho é a semente de um projeto ainda maior, que começou a ser cultivado em abril, quando da visita de Lula a Xi Jinping, em Pequim. Os chineses já sinalizaram o interesse em investir na conversão de grandes extensões de pastagens brasileiras em áreas de plantio de grãos, mediante a garantia de fornecimento de parte da produção. Trata-se de um movimento bastante engenhoso de Pequim em seu projeto de ocupação de espaços no agronegócio brasileiro.

A China não vai se limitar à importação do produto final. O país está literalmente comprando o Brasil na raiz, colocando dinheiro em agrociência, no manejo de terras e na expansão das lavouras, de onde sairão alimentos para a população chinesa.

A China tem fome de Brasil e o milho representa bem esse apetite comercial. Que o diga a balança comercial. Apenas um ano após o início dos embarques, a China já é o maior importador de milho do Brasil, deixando para trás “clientes” que há anos ocupavam as primeiras posições do ranking, como Japão, Vietnã e Coreia do Sul. Neste ano, os chineses deverão comprar algo em torno de sete milhões de toneladas do cereal. Com isso, o Brasil passou a ocupar um lugar privilegiado, deslocando países como Estados Unidos e Ucrânia, que, até o ano passado, lideravam o fornecimento de milho para o país asiático.

#Agricultura #China #Embrapa #Milho #Ministério da Agricultura

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