Agronegócio

Fumo ganha mais peso nas relações comerciais entre Brasil e China

  • 3/10/2023
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O Brasil negocia um acordo com a China para aumentar as exportações de fumo a partir de 2024. As tratativas se dão no âmbito do protocolo bilateral de comércio entre os dois países. Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, nas últimas três semanas técnicos do governo chinês conduziram uma inspeção das lavouras brasileiras, notadamente no Rio Grande do Sul, que responde por pouco mais da metade da safra brasileira de tabaco. A partir da auditoria, a China deverá habilitar novos produtores. No ano passado, as exportações de fumo para o país asiático totalizaram 62 mil toneladas (ou cerca de US$ 400 milhões), 19% a mais do que em 2021. Na Pasta da Agricultura, a estimativa é de um aumento médio de 30% nos próximos dois anos, o que colocará o Brasil em condições de tirar o lugar do Zimbábue, hoje o maior vendedor de tabaco para os chineses.  

O acordo, ressalte-se, não mexe apenas com a balança comercial brasileira. O aumento das vendas para a China pode ter um impacto razoável no mercado interno, com a alta dos preços cobrados pelos agricultores aos dois grandes compradores de fumo no país: a Philip Morris e, sobretudo, a BAT Brasil. Neste ano, os produtores conseguiram, a duras penas, arrancar um reajuste de 6,5% à mesa de negociações com os dois fabricantes. No setor, há projeções de que esse índice pode chegar perto dos 10%, puxado pela maior demanda por parte da China.

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