Tag: Aneel
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Regulação
Minas e Energia e Aneel impõem amarra para renovação de contratos das distribuidoras
11/11/2024Um raro momento de convergência entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Aneel. Silveira tem defendido que a renovação das concessões de distribuidoras fique condicionada à renúncia de ações judiciais contra o Poder concedente, proposta já discutida no âmbito da agência reguladora. Ou seja: para estender os contratos, as empresas teriam de abrir mão de contenciosos contra a União ou estados. A possibilidade já está provocando um curto-circuito entre a Aneel e as empresas de energia. E, ironia das ironias, ameaça aumentar ainda mais o nível de judicialização do setor. Há informações de que a Abradee (Abradee (Associação dos Distribuidores de Energia Elétrica) cogita entrar na Justiça para brecar o projeto.
Destaque
Alexandre Silveira quer colocar diretor-geral da Aneel na cadeira elétrica
5/11/2024Governo
O nome de Alexandre Silveira para a diretoria da Aneel
2/10/2024O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trabalha dia sim e o outro também pela nomeação do secretário de energia elétrica da Pasta, Gentil Nogueira, para a diretoria da Aneel. Silveira quer matar dois coelhos com uma só cajadada: não apenas aninhar alguém próximo na cúpula da agência reguladora, mas impor uma derrota ao presidente da Aneel, Sandoval Feitosa, seu desafeto, que também está ávido para emplacar um nome da sua confiança na vaga aberta com a saída de Hélvio Guerra.
Energia
Bandeira amarela deve voltar às contas de luz por falta de chuvas
26/08/2024Energia
Há mais otimismo do que gigawatts nas projeções sobre geração renovável no Brasil
18/07/2024A julgar por informativo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o setor de infraestrutura, o governo nem precisaria dar subsídios para o segmento de energias alternativas, leia-se renováveis. Essas subvenções, como se sabe, são transformadas em “empobrecimento poluente” no bolso dos consumidores. O relatório prevê que, até 2028, as usinas solares fotovoltaicas (UFV) têm uma brutal possibilidade de aumento da capacidade instalada, com um crescimento de 132%. Em segundo lugar, ficam as eólicas, com previsão de 12% de aumento de capacidade. Mas, mesmo com as UFVs crescendo em uma marcha aceleradíssima, as usinas eólicas ficarão na frente das fotovoltaicas, no mesmo período. Explica-se: apesar da previsão de que essa fonte permanecerá no atual patamar de 16% da geração total de energia do país, ela parte de uma base muito mais alta do que as UFVs. Estas últimas, em 2028, deverão responder por 10% da capacidade instalada total. O relatório da CNI, em sua projeção otimista, estima que a participação da geração a partir de fontes de energia alternativa alcance 41% da capacidade instalada total. Talvez haja mais otimismo do que energia renovável nas previsões da CNI.
Energia
Termelétrica Rio Grande terá mais um round nos tribunais
13/05/2024A AGU vai entrar com recurso contra a decisão da Justiça Federal no Rio Grande do Sul, que obrigou a Aneel a restituir a licença de construção e operação da Termelétrica Rio Grande. Mais do que isso: a agência reguladora deverá pedir também a condenação da espanhola Cobra por litigância de má-fé. Os ibéricos travam uma disputa nos tribunais. Contam com um aliado importante: o governador Eduardo Leite faz pressão política pela retomada de um projeto que já deu muita dor de cabeça à Aneel. A pendenga remonta a 2014, quando o Grupo Bolognesi ganhou o leilão para a construção da hidrelétrica, a um custo de R$ 6 bilhões. A usina teria de entrar em operação até 2019. No entanto, as obras não andaram, e a agência cancelou a licença em 2017. E o que fez a Bolognesi? Três anos depois, mesmo com a decisão do órgão regulador, transferiu o projeto para a Cobra.
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Regulação
Aneel deve aumentar a lista de punições à Equatorial Energia
16/04/2024Em meio à crise da Enel em São Paulo, longe dos holofotes a Equatorial Energia também está na mira do Ministério de Minas e Energia e da Aneel. O grupo tem acumulado uma sequências de multas por irregularidades em diferentes estados. E a ficha corrida pode aumentar. Segundo o RR apurou, a agência reguladora vai julgar hoje o processo nº 48500.006802/2022-32, contra a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), controlada pela Equatorial. A ofensiva do órgão regulador se deve a um “apagão” contratual. A CEA não teria realizado investimentos obrigatórios em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética no período entre 2013 e 2020 – exigência, ressalte-se, que se aplica a todas as concessionárias e permissionária de distribuição de energia. A rigor, a Equatorial não tem responsabilidade direta pelo eventual calote. A inadimplência da CEA se deu antes da concessão ser arrematada pelo grupo, em junho de 2021. No entanto, é a Equatorial que trava uma queda de braço com a Aneel para escapar da punição. Em dezembro de 2022 (Despacho no 3.542/2022), a diretoria colegiada da Agência aplicou uma primeira multa contra a CEA por não honrar com os investimentos. A empresa, já sob gestão da Equatorial, entrou com recurso administrativo contestando a cobrança. De acordo com uma fonte da própria Aneel, a tendência é que a diretoria colegiada confirme a punição, da ordem de R$ 41 milhões. Em contato com o RR, a Aneel confirmou que o julgamento recurso está pautado para a sessão de hoje. Também consultada, a Equatorial Energia não quis comentar o assunto.
Isoladamente, a eventual multa contra a CEA não teria tanto peso para a Equatorial Energia. No entanto, o processo se soma a outros episódios recentes que têm contaminado a reputação do grupo junto às autoridades do setor elétrico. Em outubro do ano passado, a AGERGS, agência reguladora do Rio Grande do Sul, aplicou uma multa de R$ 24,3 milhões contra a CEEE Equatorial pelo descumprimento de metas e pela precariedade da manutenção de suas instalações. Em dois anos e meio à frente da distribuidora gaúcha, o grupo acumulou sanções de R$ 69 milhões. Até agora, não pagou um centavo sequer, graças a um emaranhado de recursos administrativos. Em maio do ano passado, a Equatorial levou uma multa de R$ 10 milhões do Procon por má prestação de serviços na região de Jaraguá, em Goiás Em outubro, recebeu outra punição, de R$ 11 milhões, por conta das constantes queda de energia no estado. Na ocasião, o governador Ronaldo Caiado convocou uma reunião com o presidente da empresa, Lener Jayme, a quem fez duras cobranças por investimentos.
Empresa
Equatorial Energia entra na mira da Aneel
28/02/2024Vem mais chumbo grosso na direção da Equatorial Energia. Segundo informações obtidas pelo RR, o Ministério Público do Rio Grande do Sul vai solicitar à Aneel a abertura de processo e punição financeira contra a CEEE Equatorial pelas seguidas falhas no fornecimento de energia no Rio Grande do Sul. O MP-RS, cabe lembrar, já ajuizou ação civil pública contra a companhia, exigindo indenizações superiores a R$ 200 milhões para cobrir prejuízos causados pelos apagões no estado. Ressalte-se que a ofensiva vai encontrar a Aneel em um período de apetite punitivo – e arrecadatório. Na semana passada, a agência confirmou multas de mais de R$ 100 milhões contra a Enel por interrupções na distribuição de energia em São Paulo entre 2019 e 2021.
Energia
Eletrobras não tem refresco: Aneel vai confirmar multa de mais de meio bilhão de reais
27/02/2024A Eletrobras está às vésperas de sofrer uma derrota na Aneel. O RR apurou que a agência reguladora deverá confirmar, ainda nesta semana, a multa aplicada à empresa, que terá de devolver R$ 558,3 milhões à conta da Reserva Global de Reversão – em cargo destinado a financiar o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos). A ex-estatal foi punida no dia 26 de dezembrodo ano passado, mas recorreu ao órgão regulador. A empresa alegou prescrição do direito de cobrar pelo governo federal, tese recusada pela Procuradoria Federal da Aneel. Ressalte-se que o relator do processo, o diretor da agência Hélvio Neves Guerra, já votou contra o recurso da Eletrobras – informação confirmada ao RR pela própria Aneel. Também consultada, a empresa não se manifestou.
Destaque
Equatorial Energia enfrenta uma crise de alta voltagem
15/02/2024Há um razoável nível de tensão nas tratativas entre o governo do Rio Grande do Sul e Equatorial Energia, controladora da CEEE. Segundo o RR apurou, o governador Eduardo Leite está exigindo que a companhia apresente, em caráter emergencial, um novo plano de investimentos na distribuidora gaúcha. As conversas têm como pano de fundo a possibilidade de medidas mais duras contra a empresa, no limite incluindo até mesmo uma requisição à Aneel para a cassação da sua licença.
As cobranças do governo gaúcho são decorrentes das interrupções no fornecimento de energia no estado. As seguidas falhas colocaram a Equatorial na berlinda, com pressões vindas de diferentes esferas do Poder Público. Há pouco mais de duas semanas, o próprio diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, foi a Porto Alegre para discutir o problema com representantes da CEEE e autoridades locais.
Na Assembleia gaúcha, os deputados estaduais articulam a criação de uma CPI para investigar a CEEE e também a RGE, outra distribuidora que atua no estado – esta última controlada pela CPFL.
Em contato com o RR, a Equatorial informou que “desde a sua chegada, em julho de 2021, vem realizando um conjunto de obras e investimentos estruturantes no sistema elétrico do Rio Grande do Sul, com o objetivo de trazer maior robustez e qualidade dos serviços prestados à população. Ao assumir o controle da CEEE, o Grupo Equatorial diz ter se deparado “com mais de 70% das subestações em situação de sobrecarga, mais de 570 mil postes de madeira em final de vida útil, por exemplo.” A companhia afirma ainda que “prezando pela transparência, vem mantendo uma agenda aberta ao diálogo com as autoridades, a fim de continuar avançando na melhoria da prestação de serviços no Rio Grande do Sul, fazendo isso cada vez mais rápido e com mais qualidade.”
Destaque
Compartilhamento de postes provoca batalha entre empresas de energia e de telefonia
7/02/2024As empresas do setor elétrico e as grandes operadoras de telefonia do país – leia-se Claro, Vivo e TIM – estão travando uma acirrada disputa, com intensas articulações em Brasília e acusações de parte a parte. O pano de fundo é a definição do novo arcabouço regulatório para o compartilhamento de postes com prestadoras de serviços de telecomunicações, um mercado potencial da ordem de R$ 12 bilhões. Em outubro do ano passado, a Anatel aprovou um conjunto de regras, e tudo levava a crer que a Aneel iria pelo mesmo caminho, colocando um ponto final no impasse.
No entanto, há duas semanas, o diretor da Agência de Energia Elétrica Fernando Mosna pediu vista do processo, postergando a definição do assunto. A prorrogação aumentou a tensão e tem alimentado uma guerra de versões. Dirigentes do setor de telefonia atribuem o adiamento à pressão das empresas de energia. Ao mesmo tempo, têm encaminhado à Anatel denúncias de que as distribuidoras – as “donas” dos postes – estariam forçando não apenas o trio Vivo, TIM e Claro, mas também outros prestadores de serviços de banda larga a renovar antecipadamente os contratos de aluguel das estruturas.
Seria uma manobra para impor o aumento das taxas de passagem de cabos antes da Aneel bater o martelo em relação às novas regras. Disparos de um lado, disparos do outro. Por sua vez, as companhias do setor elétrico, representadas pela Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica), rebatem e alegam que as empresas de telefonia pagam valores subapreciados pelo compartilhamento dos postes. As distribuidoras reivindicam que o novo arcabouço estabeleça tarifas mais altas pelo uso desses equipamentos.
O duelo não se restringe às empresas. Aneel e Anatel também protagonizam uma queda de braço, que mimetiza o embate entre os players de seus respectivos setores. A agência de energia elétrica faz eco às distribuidoras e prega que as companhias de telecomunicação devem desembolsar um valor maior pela utilização dos postes. Defende que as operadoras paguem um Fator de Utilização (FU) superior a 35%.
Já a Anatel puxa a conta para baixo e trabalha com um índice inferior a 20%. Basicamente, o FU é uma metodologia de cálculo que leva em consideração os custos de construção e/ou manutenção de um poste. Atualmente, as distribuidoras de energia recebem por ano algo em torno de R$ 3 bilhões pelo aluguel dessas estruturas; o setor se apoia em estudos, um deles do BTG, indicando que esse valor deveria ser até quatro vezes superior.
Se, nos bastidores, sobram discordâncias, publicamente as agências reguladoras tratam o assunto com reservas. Ou sequer tratam. Procurada pelo RR, a Aneel não quis se pronunciar. A Anatel, por sua vez, adota um tom protocolar. Diz que “é necessário um alinhamento com a Aneel, o estabelecimento de um consenso entre os interesses dos atores envolvidos e uma interlocução com a sociedade civil e o controle externo”.
Consultada especificamente sobre as tarifas, a agência informou que “a respeito de preço de referência, as áreas técnicas sugeriram que se mantenha o fixado na Resolução Conjunta nº 4/2014, corrigido pelo IPCA, até que se publique ato próprio pela Aneel. No momento a Anatel aguarda deliberação da Aneel”.
Entre os atores privados envolvidos no imbróglio, as distribuidoras de energia sobem o tom. Em contato com o RR, o diretor executivo de Regulação da Abradee, Ricardo Brandão, vocaliza a insatisfação do setor com os valores praticados hoje pela locação dos postes. “Pela regulação da Aneel, 60% da receita bruta do “aluguel” dos postes vai para a modicidade tarifária, ou seja, abate da tarifa para reduzir a conta dos consumidores de energia elétrica. E isso faz sentido, já que o consumidor pagou e paga na tarifa pelo investimento nos postes e paga pela sua manutenção.
O que sobra para as distribuidoras, após os custos, é um valor residual, e para muitas é até negativo.”. Brandão afirma que “uma minoria dos fios nos postes tem contratos e pagam regularmente o compartilhamento. A grande maioria é de fios clandestinos, lançados no meio da noite, muitas vezes retirando as placas de identificação dos fios regulares e é impossível a distribuidora saber que são os donos”.
Segundo o diretor da Abradee, “É fundamental que aqueles que têm poder de polícia, especialmente a Anatel, atuem mais firmemente para punir o clandestino e inibir essa prática”. Brandão diz que “hoje a empresa de telecom não é obrigada a mostrar para a Anatel que tem contrato com uma distribuidora para passar os seus fios e, por esta razão, não há maiores consequência por este comportamento ilegal destas telecoms com fios clandestinos. Se não houver uma atuação mais firme da Anatel contra estes clandestinos, de nada vai adiantar um processo de regularização, porque na semana seguinte já haverá inúmeros clandestinos.
Sempre será melhor não pagar nada do que ser regular, se não houver nenhuma punição ou consequência.” Procuradas pelo RR, as três grandes operadoras de telefonia, Claro, TIM e Vivo, não se pronunciaram.
Regulação
Aneel deve barrar pedido da Inpasa Brasil
6/02/2024Até ontem, no fim do dia, emissários da Inpasa Brasil, maior produtora de combustível à base de milho da América Latina, trabalhavam na tentativa de impedir um revés na reunião de diretoria da Aneel, que começa daqui a pouco, às 9 horas. Segundo informações que circulam dentro da própria agência, o colegiado deverá a negar o pedido feito pela empresa de abatimento nos 50% nos custos de distribuição (TUSD) e de transmissão (TUST) da energia gerada pela duplicação de sua unidade em Nova Mutum (MT). O relator do processo, Hélvio Neves Guerra, já votou contra a concessão do benefício.
A Inpasa não teria apresentado, no prazo correto, a licença ambiental para o projeto. Some-se a isso o erro cometido pela companhia durante a tramitação do processo. Originalmente, a Inpasa encaminhou à Aneel a outorga de recursos hídricos de outra instalação, localizada em Sinop (MT), e não da unidade de Nova Mutum. Consultada, a Aneel confirmou que o assunto será apreciado na reunião pública ordinária de hoje. Perguntada especificamente sobre a possível negativa ao recurso, a agência não se pronunciou. Também procurada pelo RR, a Inpasa não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Energia
Governo quer surfar na maré de investimentos em transmissão
1/02/2024O RR apurou que a Aneel e o Ministério de Minas e Energia trabalham para realizar três leilões de transmissão ao longo de 2024 – um a mais do que o previsto originalmente. O otimismo do governo é alimentado pela demanda verificada na mais recente licitação, em dezembro. Nos bastidores, a State Grid, que amealhou um pacote de linhas com investimentos somados de R$ 18 bilhões, avisou que quer mais.
E grupos que ficaram de fora, como a Eletrobras, já sinalizaram interesse nos projetos a serem leiloados. Outro indicador de melhora do cenário captado pelo governo: apenas pesos-pesados entraram na disputa de dezembro. Na cúpula da Aneel e do Ministério, ainda está viva a lembrança do controverso leilão de junho do ano passado, quando o Consórcio Gênesis, formado por empresas sem negócio no setor, apareceu do nada e arrematou dois lotes com investimentos da ordem de R$ 16 bilhões. Deu no que deu: o novato acabou desqualificado pela agência reguladora por “inconsistências de ordem jurídica, fiscal e trabalhista”.
Energia
O apagar das luzes da Amazonas Energia
23/01/2024A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai se reunir daqui a pouco para decidir o futuro da Amazonas Energia. Segundo o RR apurou, o órgão regulador deverá referendar a recomendação de que o Ministério de Minas e Energia decrete a caducidade e a consequente extinção do contrato de concessão. O entendimento é que não há muito a fazer. De acordo com informações filtradas da própria Aneel, em trecho do voto que lerá na reunião de hoje, o relator do processo, Ricardo Tili, destacará que foram dadas “oportunidades” nos últimos anos para que a companhia fizesse a troca de controle. No entanto, a avaliação é que faltou “eficiência na gestão econômica e financeira da concessão”.
Em novembro, a Aneel já havia determinado a caducidade do contrato. No entanto, o assunto voltou ao colegiado da Aneel após recurso interposto pelo Grupo Oliveira Energia, atual concessionário. O apagar das luzes da Amazonas Energia tem sido um processo lento e melancólico. Em dificuldades, o Grupo Oliveira tentou transferir o controle da empresa para a Green Energy Soluções em Energia. No entanto, a operação foi vetada pela própria Aneel. No entendimento da agência, a Green não comprovou capacidade técnica e econômico-financeira para assumir a distribuidora.
Caso o Ministério de Minas e Energia acate a recomendação da Aneel, o mais provável é que o próprio governo federal assuma a operação de distribuição no Amazonas até encontrar um novo concessionário. Não vai ser fácil. Com receita líquida negativa e dívida da ordem de R$ 9,6 bilhões, a Amazonas Energia não consegue mais garantir a qualidade dos serviços e muito menos realizar investimentos na rede. A companhia foi federalizada em 2001, com a sua transferência para a Eletronorte, então subsidiária da Eletrobras. Em 2016, a estatal não participou do processo de renovação do contrato. Posteriormente, a Amazonas Energia foi parar nas mãos do Grupo Oliveira. Hoje, há problemas em praticamente todos os 62 municípios amazonenses sob sua jurisdição.
Energia
Mais um curto-circuito entre a Enel e os agentes reguladores
12/01/2024Os advogados da Enel avaliam recorrer à Justiça na tentativa de reverter ou ao menos reduzir substancialmente a multa de R$ 95,8 milhões aplicada pela Aneel por problemas no fornecimento de energia em São Paulo em 2021. A empresa usaria a seu favor as divergências na própria diretoria da agência reguladora em relação ao valor da sanção. A discordância ficou evidente na reunião do colegiado do último dia 8 de dezembro, quando os diretores da Aneel defenderam punições distintas, em um intervalo de R$ 53 milhões aos R$ 95,8 milhões impostos inicialmente. O embate chegou a tal ponto que o processo foi retirado de pauta. A Enel, por sinal, é figurinha carimbada na Aneel quando o assunto é multa. Desde que assumiu a distribuição de energia em São Paulo, em 2018, já recebeu R$ 157 milhões em sanções da Aneel por problemas operacionais. Some-se os recentes R$ 12,7 milhões aplicados pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) pelo apagão na capital paulista no início de novembro.
Energia
Um processo de alta voltagem nos bastidores da Aneel
28/11/2023Um imbróglio que se arrasta desde 2019 ganhou ainda mais voltagem com uma súbita decisão da Aneel. Aos 44 do segundo tempo, a agência adiou a análise da transferência do projeto de construção da termelétrica Rio Grande (RS) da Bolognesi Energia para o grupo espanhol Cobra. A avaliação estava prevista na pauta da reunião de diretoria do órgão regulador marcada para hoje. O que se diz nos bastidores é que o adiamento teria se dado após gestões das duas empresas junto à Aneel.
Seria uma tentativa da dupla de ganhar tempo e buscar uma virada em um placar que lhe é desfavorável. Tarefa difícil. De acordo com informações filtradas da própria Aneel, o relator do caso, o diretor Helvio Guerra, entende que a alteração contratual necessária para a transferência do projeto não teria respaldo em dispositivos legais ou regulatórios.
Procurada, a agência reguladora não se manifestou. Bolognesi e Cobra também não se pronunciaram até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto a todos os citados.
O que está em jogo é um empreendimento da ordem de R$ 6 bilhões que insiste em não sair do papel. Em 2014, a Bolognesi venceu o leilão da Aneel e arrematou a licença para a construção da térmica, que deveria estar em operação até janeiro de 2019. A empresa não apresentou plano de execução de obras no prazo estipulado, o que levou a agência a revogar a concessão.
No meio do caminho, a Cobra entrou em cena, com uma proposta para assumir a licença e levar o empreendimento para Pecém (CE). Desde então, Bolognesi e o grupo espanhol travam uma batalha em duas frentes, na Aneel e na Justiça, para cancelar a suspensão do contrato e aprovar a transferência do controle. A dupla não tem tido muito êxito. No ano passado, o ministro do STJ Humberto Martins anulou decisões de instâncias inferiores favoráveis às duas empresas e restabeleceu a revogação da licença decretada pela Aneel.
Destaque
Governo embala medidas para estimular investimentos em eólicas offshore
19/09/2023Enquanto o marco regulatório não sai, o governo está quebrando a cabeça em busca de medidas para estimular investimentos em usinas eólicas offshore. Uma das propostas em discussão no Ministério de Minas e Energia é vincular a cessão das áreas a contratos de venda de energia de até 20 ou 30 anos, ancorados no mercado cativo. Ou seja: o investidor teria, já na partida, a garantia de compra do insumo por acordos de longo prazo e com o chamado preço definido, ou seja, fixado pela Aneel, regime no qual os consumidores não têm liberdade para negociação das tarifas.
Segundo estudos da área técnica do Ministério de Minas e Energia, as eólicas offshore em funcionamento no mundo somente atingiram seu breakeven entre 15 e 20 anos. Os contratos de longo prazo seriam uma maneira de assegurar o retorno do investimento. Outra medida que ganha corpo no governo é a participação direta do BNDES no financiamento dos projetos.
Uma das ideias é o uso de debentures incentivadas de infraestrutura. As empresas ou consórcios à frente dos projetos emitiriam os papéis com a garantia firme de que o banco de fomento ficaria com uma parcela mínima. Seria um considerável reforço, além das linhas de crédito já criadas pelo BNDES para financiar projetos em energia renovável, que somam até o momento algo em torno de R$ 15 bilhões.
Um dos maiores óbices à construção de eólicas em alto-mar é justamente o seu elevado custo. Para cada 1 GW de capacidade instalada, estima-se que é necessário um investimento da ordem de US$ 2,5 bilhões, mais de duas vezes maior valor exigido em usinas onshore.
As discussões dentro do governo vêm sendo conduzidas diretamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – à frente também das articulações junto ao Congresso para a aprovação do marco regulatório das eólicas offshore ainda neste ano. Um dos principais colaboradores de Silveira na formulação de propostas para o setor é Mauricio Tolmasquim, gerente de Estratégia e Planejamento da Petrobras. Durante o período de transição, Tolmasquim foi quem elaborou boa parte das diretrizes do governo Lula para a área de transição energética.
Na Petrobras, é o executivo responsável pelos projetos para o segmento. A própria estatal, conforme já anunciado pelo governo, terá um forte papel como indutora de investimentos em energia renovável e, mais especificamente, em geração eólica offshore. Na semana passada, a empresa divulgou já ter protocolado junto ao Ibama estudos para licenciamento ambiental em dez projetos na costa brasileira, com capacidade somada de 23 GW.
Contencioso
Leilão de transmissão da Aneel vai parar nos tribunais
8/09/2023O leilão de transmissão realizado pela Aneel no último dia 30 de junho, que somou quase R$ 16 bilhões em investimentos, tem tudo para se transformar em uma batalha nos tribunais. O Consórcio Gênesis vai entrar na Justiça contra a agência reguladora. O Consórcio ganhou o leilão dos Lotes 1 e 8, mas não levou: foi inabilitado pela Aneel por “inconsistências de ordem jurídica, fiscal e trabalhista”. Com a sua desclassificação, a ISA CTEEP e a Rialma, respectivamente, foram homologadas como vencedoras dos dois lotes – conforme o RR antecipou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/isa-cteep-esta-perto-de-assumir-investimento-de-r-34-bi-em-transmissao/). O Gênesis é um grande enigma no setor de energia. O consórcio é formado pela The Best Car Transporte de Cargas e Entec Empreendimentos, sem qualquer negócio anterior na área de transmissão. As duas empresas não teriam apresentado as garantias financeiras necessárias para assumir um investimento somado da ordem de R$ 3,4 bilhões. Na Aneel, o que se diz à boca miúda é que o Gênesis quer voltar ao game e retomar os direitos sobre os dois lotes para posteriormente vendê-los a outros investidores.
Energia
Leilão da Aneel deve marcar o desembarque de mais um gigante chinês no Brasil
28/08/2023O leilão de linhas de transmissão da Aneel previsto para o dia 15 de dezembro deverá marcar a entrada de mais um grande grupo chinês no Brasil. A China Southern Power Grid já deu garantia firme ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que vai participar da disputa. O grupo tem uma carteira com mais de US$ 180 bilhões em ativos na China, quase todos concentrados nas províncias de Guangdong, Guangxi, Yunnan, Guizhou, and Hainan. A China Southern já fez recentemente um movimento mais agudo na América do Sul, ao comprar ativos em distribuição de energia da italiana Enel no Peru, ao valor de US$ 2,9 bilhões.
Institucional
Disputas políticas provocam um curto-circuito na Aneel
16/08/2023Há uma disputa política pelo comando da Aneel, alimentada pelo Centrão. A ala governista do PL trabalha junto ao Palácio do Planalto para emplacar o diretor Fernando Mosna na chefia da agência, em substituição a Sandoval Feitosa Neto. Já o MDB, em especial o ex-senador e ex-governador de Rondônia, Valdir Raupp, tem feito gestões para que o atual secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Efrain Cruz, assuma o posto.
Trata-se de uma difícil batalha. Feitosa, o atual diretor-geral, tem uma couraça resistente. Indicado em agosto do ano passado pelo então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ele acabou se reposicionando junto ao PP. Pragmaticamente, aproximou-se do grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira, o que costuma ser meio caminho andado no atual governo.
Difícil dissociar a movimentação pela troca na direção da Aneel das divergências internas que vieram à tona nos últimos dias. Na semana passada, Fernando Mosna, acompanhado do também diretor Ricardo Tilli, abandonou uma reunião pública, por divergências relacionadas à possível nomeação de Paulo Firmeza para a Procuradoria-Geral da Agência. Toda ação provoca uma reação em força igual e contrária. O PP, de pronto, entrou em campo para blindar Sandoval Feitosa Neto.
Segundo o RR apurou, há pressões para que a Comissão de Ética da Presidência da República (CEP) instaure um processo contra Mosna – e, de quebra, Tilli. Nesse caso, a título ilustrativo, as punições previstas pela CEP vão de uma simples advertência ou censura ética até mesmo à demissão por “quebra do decoro inerente ao cargo”, com base na Conduta das Altas Autoridades.
Energia
Prazo de concessão vira entrave para a venda da Coelce
15/08/2023A direção da Enel abriu tratativas com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia com o objetivo de antecipar a renovação da licença da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o ministro Alexandre da Silveira tem se mostrado mais flexível ao pleito, ao contrário da agência reguladora, que condiciona a extensão do contrato a uma série de exigências, especialmente em relação a investimentos. São garantias que a Enel não pode dar. Os italianos estão de saída do negócio e tentam a renovação antecipada justamente como forma de destravar a venda da distribuidora cearense. A CPFL e a Equatorial, principais candidatas à aquisição da Coelce, estariam condicionando o negócio à prorrogação da concessão. Entre outras questões, o fim da concessão em 2028 é um óbice à tomada de crédito por prazos mais longos.
Energia
Consórcio Gênesis fez a festa no leilão da Aneel. Agora, precisa de um sócio
2/08/2023Corre no setor elétrico que o consórcio Gênesis saiu busca um sócio majoritário para levar adiante a construção de duas linhas de transmissão, uma entre a Bahia e Minas Gerais e a outra em Recife. Os investimentos somam aproximadamente R$ 3,3 bilhões, o que seria um passo muito além da capacidade financeira dos acionistas do consórcio – The Best Car, sócia majoritária, e Entec, empresas praticamente desconhecidas na área de energia. O Gênesis gerou forte estranheza no setor ao arrematar dois lotes no mais recente leilão de transmissão da Aneel, no fim de junho. Deixou a impressão de que vai apenas esquentar a cadeira para algum outro investidor. O RR tentou contato com a The Best Car, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Infraestrutura
Minas e Energia corre para reduzir o gargalo no setor de transmissão
6/07/2023O Ministério de Minas e Energia e a Aneel discutem uma espécie de fast track para acelerar os novos leilões de transmissão. No momento, há apenas uma licitação confirmada, em 15 de dezembro. No mais, existem apenas estudos na agência reguladora. O governo entende que é possível realizar mais dois grandes certames já no primeiro semestre de 2024. Há duas fortes razões para imprimir um ritmo mais veloz às licitações. O leilão do último dia 30 de junho, quando foram contratados mais de R$ 15 bilhões, mostrou que há uma significativa demanda dos investidores. Além disso, o ministro Alexandre Silveira e sua equipe quebram a cabeça para reduzir os gargalos em transmissão no país, hoje um grande entrave para a execução de projetos em energia renovável. Um exemplo: dos mais de R$ 160 bilhões em investimentos já contratados na geração eólica, quase um terço está parado por falta de redes de distribuição.
Energia
Sterlite Power promete alta voltagem em leilão de transmissão
2/06/2023A indiana Sterlite Power vai entrar pesado no próximo leilão de transmissão da Aneel, marcado para 30 de junho. Trata-se de uma guinada em relação à postura conservadora do grupo nas últimas concorrência. Na licitação mais recente, em dezembro, a Sterlite teve uma participação apagada e não arrematou qualquer ativo. Agora, os indianos deverão concentrar suas baterias em Minas Gerais, onde está o filé mignon do leilão. Ao todo, serão seis blocos no estado, com investimentos previstos superiores a R$ 14 bilhões. A Sterlite, ressalte-se, já desembolsou mais de R$ 8 bilhões em projetos licitados pela Aneel.
Energia
State Grid prepara nova temporada de investimentos no Brasil
16/05/2023Vem aí uma nova fornada de investimentos chineses no setor elétrico no Brasil. Nos corredores da Aneel, a State Grid é dada como nome certo no leilão de concessões de transmissões marcado para o dia 30 de junho. O foco principal seria Minas Gerais, onde os asiáticos têm negócios e já investiram mais de R$ 2 bilhões até o momento.
Energia
Aneel faz pressão por obras do Linhão do Tucuruí
24/04/2023A Aneel subiu o tom contra a Eletronorte, leia-se Eletrobras, e a Alupar, sócias do consórcio Transnorte Energia. A agência reguladora cobra a aceleração das obras de construção do chamado Linhão de Tucuruí, rede de transmissão de 720 quilômetros que interligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional de Energia. O apagão de cinco horas no estado, registrado no fim de semana retrasado, aumentou a pressão sobre as duas empresas. O Linhão de Tucuruí é uma novela do setor elétrico, em cartaz há mais de uma década. A obra deveria estar concluída em 2015, mas travou diante da falta de licenciamento ambiental e dos questionamentos do povo indígena Waimiri Atroari. Em setembro do ano passado, a Justiça selou um acordo entre o consórcio Transnorte Energia e a comunidade originária local. Eletronorte e Alupar já sinalizaram à Aneel sucessivas datas para a retomada das obras, mas, até agora, nada. O novo prazo é julho deste ano. Ressalte-se que a pressão da agência reguladora coincide com uma mudança societária na Transnorte Energia. A Eletronorte/Eletrobras está assumindo a posição de acionista majoritária, antes pertencente à Alupar.
Energia
Governo trabalha para esticar isenção à energia solar
19/01/2023O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, articula com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que a Casa vote logo na volta do recesso o Projeto de Lei nº 2703/22. O PL prevê a prorrogação por mais seis meses da isenção de tributos sobre a geração de energia solar produzida por residências ou estabelecimentos comerciais. Em dezembro do ano passado, a Câmara aprovou a extensão da medida. No entanto, a proposta empacou no Senado, o que, inclusive, criou uma zona cinzenta. O prazo anterior de isenção terminou em 6 de janeiro. Ou seja: todos os projetos de geração solar protocolados junto à Aneel desde então são passíveis de tributação. Uma possibilidade seria uma emenda ao PL 2703/22, estipulando isenção retroativa para esse período a descoberto. O senão é que, com a mudança do texto, mesmo com a aprovação no Senado, a proposta terá de voltar à Câmara.
Energia
Ibama quer voar em dezenas de projetos de energia eólica
18/01/2023O Ibama recebeu até o momento cerca de 70 projetos para geração de energia eólica offshore. Juntos, representam 176,5G W a mais no sistema interligado nacional – quando em atividade. No momento, as empresas interessadas preenchem no órgão a Ficha de Caracterização de Atividade, etapa inicial para o licenciamento obrigatório. O instituto também já criou um termo de referência para balizar os estudos ambientais, porém, não há previsão de quando começará a emissão das autorizações. Isso porque a Aneel precisa regular as eólicas offshore, diretrizes que incluem a realização das concorrências das áreas e os modelos de cessão planejada ou independente. Consultada, a agência informou que vai tratar do assunto este ano, mas sem precisar quando.
Destaque
Governo quer agilizar regulação do hidrogênio verde
5/01/2023O governo Lula pretende acelerar a regulação do hidrogênio verde no Brasil. Segundo o RR apurou, a intenção é apresentar uma primeira proposta de arcabouço até junho, antecipando em mais de meio ano os prazos com os quais o Ministério de Minas e Energia e a Aneel vinham trabalhando na gestão Bolsonaro. Os estudos, iniciados pela equipe de transição, sob o comando de Mauricio Tolmasquim, ficarão concentrados na recém-criada Secretaria de Transição Energética. A ideia do novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é criar uma espécie de comitê com empresas do setor de energia para colaborar na formulação das normas. Parte da regulação já está “dentro de casa”: o governo vai tomar como ponto de partida o Projeto de Lei 725/2022, de autoria do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates – o PL, em tramitação no Senado é chamado informalmente de “Lei do Hidrogênio”. Uma das prioridades é garantir o direito de passagem do hidrogênio verde por gasodutos, assegurando, portanto, a distribuição e a entrega do produto. O PL 725 prevê percentuais mínimos para o transporte do insumo – 5% a partir de 2032 e 10% a partir de 2050. No governo já se cogita aumentar os índices ou antecipar os prazos, como estímulo a investimentos no setor.
O novo governo trata o assunto como prioridade, dentro do plano maior de fazer do Brasil a grande potência global na produção de energia verde. Já existe uma fila de projetos e promessas de investimento em hidrogênio verde à espera de que o segmento seja regulamentado. Por ora, todos os estudos se dão em um ambiente de penumbra, a começar pelo principal: a falta de regulação impede cálculos mais precisos sobre o retorno potencial dos projetos. Ainda assim, os números que já espocam aqui e acolá são alvissareiros. A australiana Fortescue, por exemplo, assinou um memorando de entendimentos com o governo do Ceará para investir US$ 6 bilhões na construção de um hub para a produção de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. A trinca BI Energia, Cactus Energia Verde e Uruquê Energias Renováveis está debruçada sobre o projeto de instalação de uma planta de eletrólise para a produção de hidrogênio verde, vinculada a um complexo de geração de energia sola e um parque um eólico offshore também em Pecém. Esse combo receberia investimentos da ordem de R$ 26 bilhões.
Energia
Caiado vai eletrocutar a Enel até o fim
23/11/2022A Enel não vai ter vida fácil em Goiás nem na hora da despedida. A Aneel está monitorando de perto todo o processo de transferência da concessão de distribuição de energia de Goiás do grupo italiano para a Equatorial Energia. O pedido de fiscalização partiu do próprio governador Ronaldo Caiado. Uma das missões da agência reguladora será avaliar a eventual responsabilidade dos italianos nas quedas no fornecimento de energia em Goiás, que têm sido registradas com alguma recorrência desde o fim de outubro. Em contato com o RR, o governo de Goiás confirmou as tratativas com o governo federal e a agência reguladora: “O processo de transferência para a Equatorial está sendo avaliado pela Aneel, que vai verificar se a nova empresa cumpre as exigências para atender Goiás”. De acordo com a assessoria do governo goiano, Ronaldo Caiado tratou do assunto diretamente com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, durante encontro realizado no último dia 26 de outubro.
A relação institucional entre o governador Ronaldo Caiado e a Enel está em curto-circuito praticamente desde o início do mandato. Caiado acusou seguidamente o grupo italiano de prestar um serviço ineficiente, com permanentes ameaças de cassação do contrato. A saída “acordada” foi a venda da concessão, comprada pela Equatorial. Ainda assim, não sem as últimas faíscas. O governo de Goiás ingressou com ação na Justiça por conta de “eventuais suspensões dos planos de manutenção”. A partir de um pedido da Procuradoria-Geral do Estado, a Justiça determinou que a Enel se abstenha de “qualquer conduta que prejudique a adequada prestação de serviço de distribuição de energia elétrica”, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão. A Enel não se manifestou até o fechamento da matéria.
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Lusco-fusco
29/09/2022A incerteza eleitoral está provocando um curto-circuito no leilão de linhas de transmissão programado pela Aneel para 16 de dezembro. Até o momento, segundo o RR apurou, há poucas consultas por parte de investidores e nenhum grupo do setor deu o firme quanto a sua participação na disputa. São seis lotes, com investimentos previstos acima dos R$ 3 bilhões.
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Bons ventos
14/09/2022Segundo informação que circula na Aneel, a americana Invenergy pretende investir em geração eólica no Brasil. O grupo já tem negócios no Uruguai.
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Em busca da energia perdida
2/09/2022As empresas de geração reivindicam à Aneel a realização de dois leilões de transmissão no primeiro semestre de 2023. A falta de linhas é um dos entraves para os novos projetos de geração, notadamente de energia renovável. Estima-se que mais de 100 mil MWh/hora deixam de ser lançados no sistema integrado pela escassez de estruturas de transmissão.
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Na mira da Energisa
9/08/2022De primeira: a Energisa vai participar do leilão de energia térmica da Aneel marcado para 30 de setembro. O grupo da família Botelho pretende entrar pesado na disputa dos projetos no Nordeste.
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A “boiada” das agências vai passar
8/07/2022O presidente Jair Bolsonaro prepara a “farra” das agências reguladoras. Bolsonaro quer aumentar o número de vagas na diretoria desses órgãos, a começar por Anatel e Aneel. A iniciativa não ficará restrita aos altos cargos. Segundo o RR apurou, o governo pretende ampliar também o total de funções gratificadas nas agências.
Tudo em uma canetada só, por meio de uma única Medida Provisória. O que é uma ou outra agência reguladora para um governo que está rasurando a Constituição a torto e a direito? A ideia de fortalecimento do arcabouço regulatório nem sequer é mencionada nas conversas entre Jair Bolsonaro e aliados sobre o tema. Pelo contrário. Por uma lógica reversa, ampliar o número de assentos, com o devido aparelhamento, seria uma forma de diluir por dentro o poder dessas instituições.
Desde a campanha, Bolsonaro tem mostrado pouco apreço pelos órgãos reguladores. Mais recentemente, disse que as agências “criam dificuldades para vender facilidades”, o que, inclusive, rendeu uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar). A proposta surge como um afago ao Centrão. Às vésperas das eleições, o Palácio do Planalto terá um punhado de cargos a mais para distribuir entre partidos da base governista. O ministro Ciro Nogueira já teria sido encarregado de mapear indicações para os novos postos. Há cerca de dois meses, o PP, do próprio Nogueira, e o PL, de Valdemar da Costa Neto, foram os principais contemplados na leva de 21 nomeações feitas para agências reguladoras e autarquias.
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Compensação
8/07/2022A Equatorial Energia vai partir para a compra de ativos maduros no setor de transmissão. Ainda que por vias transversas, é a forra do último leilão da Aneel, em junho, quando saiu de mãos vazias.
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PT usa Eletrobras para animar sua torcida organizada
8/06/2022Na prática, a proposta do PT de reestatização da Eletrobras é uma pseudo-ameaça de expropriação, nacionalização ou algo do gênero que somente assusta o mercado. Como se daria essa mágica? Pela via da recompra das ações em bolsa é que não seria, devido aos custos absurdos que a operação teria para o erário. E não fosse isso, como impor ao Conselho de uma empresa privada que aprove a sua reestatização, ainda mais com a determinação vindo de um acionista minoritário? Só se Lula fosse resgatar o encampamento da Companhia de Energia Elétrica (CEE) do Rio Grande do Sul, então pertencente à americana Bond & Share, que tanto maculou a gestão do engenheiro Leonel Brizola em tempos de capa e espada. Se o PT não quiser apenas jogar para a arquibancada, pode discutir medidas factíveis para manter algum tipo de controle sobre a Eletrobras privatizada, notadamente no que diz respeito a políticas públicas. Um exemplo: bastaria dar mais poder de intervenção à Aneel para conter eventuais excessos de autonomia da empresa. A Agência, inclusive, poderia ser incluída na Constituição – a exemplo da ANP e da Anatel.
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Votorantim elétrico
25/05/2022Os Ermírio de Moraes avançam mais algumas jardas na área de energia. O RR apurou que a Auren, leia-se Votorantim e a canadense CPP Investments, planeja disputar o leilão de transmissão da Aneel marcado para o fim de junho. Seria o début da joint venture no segmento.
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Alta voltagem
19/05/2022A Maturati Participações pretende recorrer ao STF para levar adiante a construção de seis PCHs no Rio Cuiabá. O projeto está sob risco devido ao projeto de lei 957/2019, em tramitação na Assembleia Legislativa do Mato Grosso, proibindo a instalação de usinas geradoras ao longo do manancial. A empresa considera a proposta inconstitucional, sob a alegação de que o assunto é de competência da União. Ressalte-se que o projeto já recebeu autorização da Aneel. No setor há quem diga que a Assembleia do Mato Grosso quer impor dificuldades para oferecer “soluções” mais à frente.
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Curto-circuito
16/05/2022A superintendente da Aneel, Camila Bonfim, está no meio de um cabo de guerra entre o Congresso e o setor elétrico. De um lado, tem sido cortejada por emissários de Arthur Lira, presidente da Câmara. Lira busca apoio ao projeto de lei que propõe o adiamento do reajuste das tarifas de energia no Ceará para 2023. Do outro, Camila vem sendo procurada por grandes distribuidoras de energia que trabalham contra a medida. As empresas temem que a interferência da Câmara se estenda a outros estados, provocando uma bola de neve tarifária. Ressalte-se que Camila responderá pela diretoria geral da Aneel até agosto, quando Sandoval Feitosa assumirá o cargo.
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Lula e Alckmin planejam um choque regulatório
10/05/2022Lula e Geraldo Alckmin já estão trocando ideias para um futuro programa econômico. O petista e o ex-tucano estudam lançar uma espécie de choque de reafirmação regulatória. Esta pode ser uma das grandes surpresas da campanha. O projeto consistiria no fortalecimento da figura das agências. As atribuições de todos os órgãos reguladores do Estado passariam a ser definidas na própria Constituição. Hoje, apenas a Anatel (Artigo 21) e a ANP (Artigo 177) estão previstas na Carta Magna, ainda assim de forma superficial. As demais – a exemplo da ANAC, Aneel e ANTT, entre outras – nem isso.
Vivem em um limbo legal. Seu papel é definido de forma dispersa, a partir de uma algaravia de leis, portarias e decretos. A constitucionalização teria como objetivo tornar os órgãos reguladores independentes, a exemplo do Banco Central. Lula e Alckmin embalariam a medida com o discurso de que é necessário dar autonomia de fato às agências como forma de garantir o cumprimento de contratos em setores regulados da economia, como óleo e gás, energia elétrica, telefonia, concessões de infraestrutura etc. Ou seja: a dupla pretende passar um recado forte aos agentes de mercado de que, em seu governo, haverá segurança jurídica.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, muito provavelmente, Lula não fará a autocrítica de que esse intervencionismo começou no governo de Dilma Rousseff, com sua nova matriz econômica. Entre outros artificialismos, Dilma segurou os preços da energia na marra. Deu no que deu. Como sempre, Lula vai mimetizando as circunstâncias. Há um algoritmo político na ideia de revigoramento dos órgãos reguladores. Seria um gesto exatamente na contramão do que o governo Bolsonaro tem feito. O presidente Jair Bolsonaro vem provando que é possível desacreditar as agências. Umas das marcas da sua gestão é que qualquer área regulada está à mercê dos caprichos do Executivo.
Trata-se da mesma e tortuosa lógica que pauta as seguidas intervenções do Palácio do Planalto na Petrobras, uma sociedade de economia mista. Isso quando a ameaça de descumprimento das regras do jogo não vem do Legislativo. Neste momento, por exemplo, o Congresso está acelerando a tramitação de um projeto que adia para 2023 o reajuste das tarifas de energia no Ceará, previsto para este ano. Uma vez aprovada, a proposta abre brecha para que o mesmo ocorra em outros estados.
Não haveria uma Carta ao Povo Brasileiro II. Lula e Alckmin apresentariam de forma picada propostas para a economia, notadamente com o intuito de acalmar os mercados. E, nesse caso, conforme já sinalizado, o ex-tucano terá um papel fundamental nessas inflexões ao centro e à direita. Uma das funções de Alckmin será testar esses projetos, medir a aceitação dos agentes privados e até mesmo abordá-los publicamente, de forma a diluir a vinculação do ex-presidente a temas menos afeitos ao seu eleitorado. É um dos temperos do “Risoto de Lula com Chuchu”.
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Vira-casaca
25/04/2022O diretor da Aneel Efrain Pereira da Cruz, cujo mandato se encerra em agosto, deverá mudar de lado do balcão. Já foi sondado por grupos da área de geração. Consultado pelo RR, Pereira não se manifestou.
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Meu menino
14/04/2022O que se diz nos gabinetes da Aneel é que Ciro Nogueira vai mandar e desmandar na agência com a nomeação de Sandoval de Araújo Feitosa Neto para a diretoria do órgão regulador.
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Aneel corre contra o vento
13/04/2022Segundo uma fonte do RR, a Aneel identificou projetos de energia eólica offshore no país sem as condições financeiras necessárias para aprovação. Não é a primeira nem a segunda vez que isso ocorre. Isso para não falar de empreendimentos supostamente à margem da legislação do setor. Promessa de novos contenciosos. Recentemente, a Aneel cancelou a autorização para a instalação dos complexos Asa Branca e Caucaia, sob a alegação de que as empresas responsáveis, respectivamente a Eólica Brasil e a BI Energia, não cumpriram os requisitos técnicos e legais. Ambas já recorreram à Justiça.
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AGU desata os nós para a construção do linhão de Tucuruí
30/03/2022O governo vai fazer um importante movimento na tentativa de viabilizar a construção da linha de transmissão de Tucuruí, um projeto de quase R$ 3 bilhões. Segundo o RR apurou, a AGU trabalha em uma proposta que será encaminhada à comunidade indígena Waimiri Atroari. O acordo prevê o pagamento de uma indenização financeira para cobrir os danos socioambientais causados pelo empreendimento. O valor ainda está sendo calculado, mas, conforme a mesma fonte, deverá passar dos R$ 100 milhões.
Dessa forma, o governo espera colocar um ponto final no litígio que se arrasta na 1a Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas. Cerca de 120 dos 700 quilômetros do traçado do linhão cortam o território dos Waimiri Atroari em Roraima. Estudos preliminares encomendados pelos indígenas apontam 37 impactos socioambientais decorrentes da construção do linhão, 27 deles classificados como irreversíveis.
O acordo com os indígenas é apenas um dos nós que o governo precisa desatar para tirar o projeto do papel. Na paralela, o Ministério de Minas e Energia intensificou as tratativas com a Transnorte Energia, consórcio encabeçado pela Alupar. Antes mesmo das obras começarem, a empresa exige da Aneel o reequilíbrio financeiro do contrato de concessão, sob o argumento de que os custos para a construção do linhão já subiram R$ 1 bilhão desde o leilão, no longínquo ano de 2011.
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Rede de transmissão
15/03/2022Tem mais chinês com um pé no setor elétrico brasileiro: no Ministério de Minas e Energia, a China Southern Power Grid Company é dada como nome praticamente certo nos próximos leilões de transmissão da Aneel.
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Dividendos II
3/12/2021O deputado federal Altineu Cortes, presidente do PL no Rio, celebrou como poucos a entrada de Jair Bolsonaro no partido. Cortes está faminto por cargos na Aneel e na ANP. Nesta última, trabalha pela indicação de Simone Araújo para uma das diretorias.
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Está faltando água para as empresas de navegação
13/07/2021Há uma crescente pressão das empresas de navegação sobre o governo por conta da crise hídrica. O setor tem cobrado medidas para mitigar o impacto da escassez de água nos reservatórios sobre o transporte fluvial, notadamente na hidrovia Tietê-Paraná, a mais importante rota de escoamento de grãos no país. Em conversa com o RR, um representativo empresário da área de navegação informou que o setor discute a possibilidade de entrar na Justiça.
O objetivo, segundo esta fonte, seria obrigar o governo a abrir as comportas das represas o mínimo necessário para garantir o nível de navegabilidade dos rios, notadamente no Sul e Sudeste. Entre as empresas de navegação, o entendimento é que o governo tem administrado o problema quase que exclusivamente com foco na geração de energia, relegando a segundo plano o impacto do fechamento das represas sobre os principais corredores logísticos fluviais. Ou seja: o Ministério de Minas e Energia, a Aneel e o ONS estariam segurando recursos hídricos apenas para uso nas hidrelétricas, pouco se importando com a redução dos níveis de águas nos rios. Ressalte-se que os armadores já carregam queixas e prejuízos de outros tempos.
O mesmo empresário cita ao RR o episódio ocorrido em 2015, durante outro período de fortes secas. Na ocasião, a água da represa de Ilha Solteira, em São Paulo, foi exclusivamente utilizada para o abastecimento de hidrelétricas. Resultado: a decisão gerou perdas de mais de R$ 1 bilhão para o agronegócio e os armadores devido à baixa navegabilidade da Tietê-Paraná. Por quase dois anos embarcações de maior calado ficaram impossibilitadas de passar pelo corredor logístico. Ainda hoje, quase seis anos depois, a situação não se normalizou em vários trechos da hidrovia.
As empresas de navegação se ressentem também da forma como seus pleitos vêm sendo conduzidos pelo governo. O ministro Tarcísio Freitas e sua equipe são praticamente o único canal de interlocução que os armadores têm encontrado entre as diferentes esferas de Poder envolvidas diretamente com a gestão da crise hídrica. A resposta de um e o silêncio de outros corroboram a informação passada ao RR. Consultado em relação à hidrovia Tietê-Paraná, o Ministério da Infraestrutura informa “que já está tratando o assunto de forma estratégica, junto à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Na tentativa de minimizar ao máximo os impactos, estão alinhadas a operação da hidrovia com a necessidade de poupar água nos reservatórios, inclusive, com reuniões técnicas semanais, além do acompanhamento pela Casa Civil.”. Ainda segundo a Pasta, “soma-se aos esforços a obra de derrocamento do pedral de Nova Avanhandava (SP), orçada em cerca de R$ 300 milhões, que está prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2024.” Aneel, ONS e Ministério de Minas e Energia não se manifestaram.
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Linha de transmissão
7/07/2021O nome da indiana Unitech Power circula nos corredores da Aneel como candidata a participar dos próximos leilões de transmissão no Brasil. Vai seguir o rastro da conterrânea Sterlite, que já tem negócios no país.
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Lusco-fusco
23/03/2021O RR ouviu nos corredores do Ministério de Minas e Energia que a ordem do Palácio do Planalto para o ministro Bento Albuquerque e sua equipe é bater bumbo sobre os 1.841 projetos inscritos para o próximo leilão de geração da Aneel, programado para junho. A ideia é vincular a oferta potencial de 66,8 gigawatts de energia à recuperação da economia brasileira. Assim é se lhe parece…
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Insegurança jurídica dá nó no linhão de Tucuruí
2/03/2021O mais importante projeto do setor elétrico na Região Norte entrou em curto-circuito. A Transnorte Energia, consórcio liderado pela Alupar, se nega a reiniciar as obras de construção do linhão de Tucuruí. A empresa exige o reequilíbrio financeiro do contrato de concessão e o reconhecimento pelo governo de mais de R$ 900 milhões que já teriam sido investidos no projeto. Do outro lado da mesa de negociações – se e é que o termo pode ser usado -, o consórcio tem encontrado zero de boa vontade em relação ao pleito.
Pelo contrário. De acordo com a mesma fonte, o Ministério de Minas e Energia e a Aneel estariam preparando a cassação e a posterior relicitação da licença. É a “solução” com cheiro de um problema ainda maior: se o governo partir para a medida mais radical, o mais provável é que a Transnorte judicialize o caso. Ainda assim, a julgar por declarações recentes do ministro Bento Albuquerque, talvez a decisão já esteja tomada.
Em dezembro, em audiência com parlamentares, Albuquerque foi enfático ao dizer que as obras serão retomadas neste ano. Só não disse por quem. Consultado, o Ministério de Minas e Energia informou que, “não identificamos até o momento nenhum ato relacionado à cassação do contrato”. Em relação ao reequilíbrio, a Pasta diz que “trata-se de negociações realizadas entre a Aneel e a Transnorte Energia”.
Procuradas, a agência reguladora e a Alupar não se manifestaram. O embate acentua a percepção de insegurança jurídica que cerca os contratos de concessão no país, já alimentada pela postura intervencionista do presidente Jair Bolsonaro. A linha de transmissão, orçada em mais de R$ 2 bilhões, é vital para que o estado de Roraima, enfim, seja conectado ao sistema interligado nacional de energia. Como se não bastasse o risco jurisdicional que cerca o empreendimento, a construção da linha entre Manaus e Boa Vista enfrenta outros percalços. Somente no início deste ano, a Funai concluiu o estudo de impacto do empreendimento sobre o território dos Wamiri-Atroari. Cerca de 120 dos 700 quilômetros do traçado da linha cruzam a aldeia indígena.
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Alta voltagem
5/02/2021Informação auscultada pelo RR na Aneel: a agência deu sinal verde para o início dos testes da termelétrica UTE GNA I, no Porto do Açu, no Norte fluminense. A previsão é que a usina comece a operar comercialmente em maio. Esta é apenas uma das pontas de uma mega projeto da área de energia, com investimento total de quase R$ 10 bilhões. O complexo receberá ainda outra usina, empreendimento também a cargo do trio Prumo Logística, BP e Siemens.
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Um senador elétrico
3/02/2021O senador Ciro Nogueira (PP-PI) anda se gabando da decisão da Aneel de autorizar a instalação de 19 unidades de geração eólica no Piauí, investimento da ordem de R$ 1,5 bilhão que estava em banho-maria na Agência há alguns meses. “Ciro conta vantagem” tem dito que a aprovação só saiu depois que ele falou diretamente com Jair Bolsonaro. Coincidência ou não – muito provavelmente, não -, tudo às vésperas da eleição na Câmara.
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Pane elétrica
18/12/2020As conversas entre Eletronorte, Companhia de Eletricidade do Amapá, Aneel e ONS, mediadas pelo MPF, entraram em curto. É um tal de um colocar a culpa no outro que os procuradores acham que não haverá outra solução se não acionar todos na Justiça.
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Amapá vs. Brasília
12/11/2020O governador do Amapá, Waldez Góes, pretende acionar o governo federal na Justiça, cobrando uma indenização milionária pelos caos no fornecimento de energia no estado. Segundo fonte próxima a Góes, o governador quer responsabilizar a Aneel pelo acidente, alegando negligência na fiscalização dos serviços da espanhola Isolux, responsável pela subestação que pegou fogo. Procurada, a agência informou que “realiza periodicamente fiscalizações nas geradoras, distribuidoras e transmissoras de todo o país”.
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Contra o relógio
19/10/2020Entende-se a pressa do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de privatizar a distribuidora CEEE-D ainda neste ano. A Aneel está na cola da estatal, ameaçando até mesmo cassar a concessão por conta da delicada situação financeira da empresa.
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Chineses elétricos
22/09/2020Os chineses vão ampliar seus domínios no setor elétrico brasileiro. A Mingyang Smart Energy deu o firme à Aneel de que participará dos próximos leilões de geração, previstos para 2021. Os asiáticos falam em investimentos de aproximadamente R$ 30 bilhões no país. Uma parcela desse valor, cerca de R$ 6 bilhões, já está comprometida com a construção de complexo de usinas eólicas offshore no Ceará, anunciada na semana passada.
Acervo RR
Bola dividida
8/09/2020O Ministério de Minas e Energia e a Aneel divergem sobre a retomada das licitações no setor. A Agência defende que há espaço para um leilão de transmissão ainda neste ano. A Pasta, no entanto, considera mais prudente empurrar todos os certames para 2021. O receio é que um leilão ainda em 2020 seja um fracasso de bilheteria. Faz todo o sentido.
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Descarga elétrica
19/08/2020A Aneel pretende realizar até dezembro um leilão de linhas de transmissão de alta voltagem. O certame incluiria todos os ativos dos dois leilões que já deveriam ter ocorrido neste ano e foram cancelados por conta da pandemia.
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Sinal verde
11/08/2020Segundo o RR apurou, a diretoria da Aneel deverá se reunir hoje para referendar o pedido de suspensão do reajuste das tarifas da Cemig, feito pelo governador Romeu Zema. O aumento foi autorizado pela própria agência, em maio. Os mineiros agradecem.
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Curto circuito
23/07/2020Deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica vão solicitar à Aneel que breque qualquer pedido de aumento da conta de luz até o fim do ano. A alegação é que, além dos R$ 16 bilhões liberados pelo governo no âmbito da “Conta Covid”, as concessionárias já serão favorecidas pela decisão do STF, que excluiu o ICMS da base de cálculo do Cofins e do Pasep das faturas de energia emitidas entre 2008 e 2013. A sentença já transitada em julgado obrigará a União a repassar vultosa quantia às distribuidoras nos próximos meses
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Geradoras de energia cobram sua “Conta Covid”
10/07/2020A “Conta Covid” está longe de resolver o curto-circuito no setor elétrico, causado pela pandemia. Os grandes grupos de geração – a exemplo de State Grid, Engie, Three Gorges/EDP, entre outros – estão pleiteando ao governo um pacote de ajuda específico para o segmento, similar ao concedido às distribuidoras no valor de R$ 16 bilhões. No modelo elaborado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel e anunciado na semana passada, em tese caberá às empresas de distribuição receber os empréstimos da União e fazer com que esses recursos irriguem toda a cadeia do setor elétrico. Em tese. Na prática, as geradoras alegam que não vão ver a cor desse dinheiro. O argumento é que a maior parte do empréstimo será tragada na “fonte”, cobrindo os prejuízos das próprias distribuidoras. Até agora, das 53 concessionárias do segmento, 50 já solicitaram sua adesão à “Conta-Covid”.
As empresas de geração pressionam o governo valendo-se do principal trunfo que têm à mão: acenam com o risco de um apagão de investimentos no setor caso não recebam recursos públicos para atravessar a pandemia. O estoque de projetos do segmento soma mais de R$ 310 bilhões, contabilizando-se os leilões promovidos pela Aneel até o fim de 2019. A questão é de onde o Ministério de Minas e Energia vai tirar o dinheiro para uma eventual ajuda às geradoras? A cúpula do setor elétrico levou quase
quatro meses da pandemia para fechar o modelo da “Conta Covid” com a equipe econômica.
Em 16 de abril, a Aneel soltou uma nota técnica recomendando uma renegociação entre agentes de geração e distribuição para a “modulação de pagamentos relativos à compra de energia”. Para hidrelétricas, térmicas e congêneres foi o popular “resolvam vocês aí”. Além do risco de suspensão de investimentos na área de geração, em um cenário mais radical o Ministério de Minas e Energia já vislumbra uma nova onda de ações na Justiça. Como se o passivo judicial do setor elétrico no Brasil, da ordem de R$ 40 bilhões, já não fosse o suficiente.
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Energia nova
28/05/2020A chinesa CGN Energy International Holdings (CGNEI) está à caça de projetos de geração renovável no Brasil. A empresa era vista na Aneel como presença certa nos leilões de energia nova marcados para este ano. Mas todas as licitações foram suspensas com a pandemia. A companhia entrou com apetite em um dos últimos certames realizados pela agência reguladora, em outubro do ano passado, fechando contratos para parques eólicos na Bahia e no Piauí.
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Um ano no escuro
7/04/2020A diretoria da Aneel já trabalha com o cenário de não realizar nenhum leilão de energia em 2020. Por ora, as cinco licitações marcadas para este ano estão suspensas por tempo indeterminado.
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Transmissão chinesa
7/02/2020Mais um chinês a caminho: a China Southern Power Grid é nome forte para o próximo leilão de transmissão da Aneel.
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Câmara de Arbitragem
30/01/2020A disputa entre a Enel e Ronaldo Caiado tem novo round. O grupo está pleiteando ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, que intervenha na contenda. A companhia encaminhou a Albuquerque e à Aneel farta documentação para comprovar que tem cumprido as metas previstas na privatização da antiga Celg Distribuição. Caiado diz o contrário e quer cassar a concessão. Procurada, a Enel afirma manter “diálogo constante” com o Ministério.
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Boa nova
28/01/2020A Aneel estuda realizar três leilões de transmissão em 2020, e não apenas dois como previsto inicialmente. Tem demanda pra isso.
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“Banco dos réus”
14/01/2020As empresas reunidas na Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa já elegeram os “culpados” pela morosidade na abertura de novas PCHs no país. Os players do setor entregaram à Pasta de Minas e Energia e à Casa Civil um estudo atacando a Aneel e a ANA pela burocracia na gestão dos recursos hídricos.
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O sol da State Grid
6/01/2020A CPFL, ou melhor, a chinesa State Grid vai aportar cerca de R$ 2 bilhões em energia solar no Brasil. O valor é um pequeno feixe de raio ultravioleta no programa de investimentos do grupo no país – R$ 140 bilhões nos próximos cinco anos. Mas, será o primeiro grande desembolso da State Grid no segmento no Brasil, no rastro da queda dos preços no último leilão de energia solar da Aneel.
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À concorrência, o farelo
29/10/2019A State Grid prepara um arrastão no leilão de transmissão da Aneel de 19 de dezembro. O RR teve a informação de que os chineses vão entrar na disputa por lotes que somam mais de R$ 2 bilhões em investimentos, metade do valor total dos projetos que serão licitados.
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Eletrocutado
29/10/2019O Palácio do Planalto quer eletrocutar o diretor geral da Aneel, André Pepitone, tido como os olhos e ouvidos do encrencado ex-senador Edison Lobão na agência reguladora.
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Bilhete comprado
7/10/2019
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Luz para (quase) todos
25/04/2019O governo vai fazer uma devassa no cadastro de beneficiários da Tarifa Social – desconto de 10% a 65% nas contas de luz para a população de baixa renda. Trata-se de mais um exemplo da barafunda em que se tornou a gestão dos programas sociais no país. A Aneel contabiliza pouco mais de 8,5 milhões de famílias que recebem a Tarifa Social. Já o Cadastro Único do governo aponta um número quase três vezes maior: 23 milhões de famílias. O pente fino ganha mais importância diante do aumento do desconto aprovado pelo Senado há cerca de duas semanas, que significará aproximadamente R$ 1 bilhão a mais em subsídios, cifra que vai desaguar na conta de luz de todos os contribuintes.
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Transmissão direta
11/01/2019O governo está acelerando medidas de regulamentação para que as licenças ambientais não se tornem um óbice a projetos de infraestrutura. A medida urge. Um exemplo específico do impacto positivo que estas ações podem ter: elas permitiriam ao governo realizar dois leilões de transmissão neste ano. Por ora, há apenas um certame previsto pela Aneel.
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Transmissão contínua
20/12/2018Logo após o leilão de 16 lotes de linhas de transmissão marcado para hoje, com investimentos previstos de R$ 13 bilhões, o corpo técnico da Aneel já virará a chave e começará a trabalhar em uma nova rodada de concessões. A agência reguladora pretende ofertar as novas licenças em abril de 2019.
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Bolsonaro ataca a judicialização do setor elétrico
11/12/2018O governo Bolsonaro pretende atacar, logo na partida, o excessivo grau de judicialização do setor elétrico. A principal proposta discutida na equipe de transição é a publicação, logo nos primeiros 60 dias de gestão, de uma Medida Provisória com o objetivo de revogar parte dos efeitos da MP 579/2012, posteriormente convertida na Lei 12.873/2013, e da Lei 13.203/15. Um dos maiores nós a serem desatados é o chamado risco hidrológico – medido pelo fator GSF, que corresponde à relação entre o volume de energia gerado pelas usinas e a garantia física total delas.
A diferença gera uma conta de compensação que é cobrada às distribuidoras e, na última linha, aos consumidores. Descontentes com os valores recebidos, as geradoras dispararam uma guerra de liminares contra a Aneel e a União. A MP teria como intuito uma repactuação dessas cifras repassadas às hidrelétricas, oferecendo, em contrapartida, uma extensão dos respectivos prazos de concessão. Outro impasse que deságua nos tribunais é a dívida de mais de R$ 60 bilhões referente à RBSE (Rede Básica de Sistemas Existentes) indenização paga a concessionárias de transmissão.
A equipe de transição, com anuência do futuro ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Lima Leite, já desenha um modelo de parcelamento do valor. Mais de metade desse montante devido pela União, algo como R$ 35 bilhões, tem como credor a própria Eletrobras. Resolver a judicialização do setor elétrico é um desafio somente comparável à reforma da Previdência, com permissão para o exagero. Michel Temer chegou a tatear a questão, mas deu meia volta quando mediu as dificuldades e o tamanho do barulho. O emaranhado de ações judiciais é considerado condição sine qua non para destravar os investimentos no mercado de energia. Somente o estoque de ações contra a União envolve cerca de R$ 110 bilhões.
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Energisa com força total
4/12/2018
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Bolsonaro quer “higienizar” agências reguladoras
22/11/2018O governo Bolsonaro mira nas agências reguladoras. A equipe de transição discute, desde já, propostas para alterar as regras de nomeação dos dirigentes da Anatel, ANP, Aneel e suas congêneres menos votadas. A premissa é que a excessiva politização destes órgãos tornou-se um fator de engessamento das decisões regulatórias e, consequentemente, um entrave à execução de projetos estruturantes. Ou seja: a “descontaminação” das agências é vista no núcleo duro do futuro governo como condição sine qua nom para reverter o gargalo de investimentos em infraestrutura e deslanchar a agenda de concessões e privatizações a partir de 2019. A ideia é estimular a contratação de nomes da iniciativa privada para os órgãos reguladores.
Entre as mudanças estudadas, está a exigência de formação acadêmica compatível com o cargo e a comprovação de experiência profissional na área em questão. Outra proposta é estabelecer uma lista tríplice para a indicação do diretor-geral ou presidente das agências, com a criação de uma comissão independente para avaliar o currículo dos candidatos. Pesquisa realizada pela FGV em 2016 mostrou que 81% das indicações para as agências reguladores vêm de órgãos públicos – Câmara, Senado, ministérios, estatais, além da própria agência.
Na ocasião, apenas 6% dos servidores mapeados pelo estudo tinham passagem pela iniciativa privada. A equipe de Bolsonaro cogita a possibilidade de editar uma medida provisória logo no início do mandato para agilizar a questão. Seria, inclusive, uma forma de pressionar o Congresso a votar um dos três projetos de lei em tramitação para alterar a Lei 9.986/2000, que rege as contratações para as agências reguladoras. Todos estão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). O mais avançado deles e com maiores chances de aprovação no plenário é o PL 495/2015, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Entre outros pontos, o texto exige experiência profissional ou acadêmica de, no mínimo cinco anos, a todos os indicados para a diretoria de órgãos reguladores.
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Último ato
25/01/2018O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, costura com a Aneel a realização de um leilão de transmissão até maio. Se a privatização da Eletrobras não sair até abril, o que é mais provável, seria o canto de cisne, ou melhor, de Coelho antes de deixar o Ministério para concorrer ao governo pernambucano.
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Energia indiana
6/12/2017As conterrâneas Adani Transmission e Power Grid Corporation of India estão costurando um consórcio peso-pesado para o leilão de transmissão Energia indiana da Aneel do próximo dia 15.
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Uma luz ao longe para as pequenas centrais hidrelétricas
27/11/2017O Ministério de Minas e Energia e a Aneel discutem mudanças nas regras dos leilões de energia elétrica a partir de 2018 com o objetivo de estimular a participação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). A principal alteração, segundo o RR apurou, deverá ser a retirada da obrigação de autorização prévia da agência reguladora para todas as PCHs, algo que já ocorre com as demais fontes, como grandes hidrelétricas, eólicas e térmicas. Trata-se de um pleito de grandes grupos do setor com investimento em pequenas centrais, como CPFL, EDP e Energisa, além das próprias estatais, casos de Cemig e Copel.
Desde já, a mobilização do governo pode ser precificada como uma reação ao provável fracasso da licitação marcada para 18 de dezembro. A expectativa no Ministério de Minas e Energia é que a maior parte das PCHs já autorizadas pela Aneel não vai participar do leilão. Herança do governo Dilma Rousseff e do seu tortuoso modelo para o setor elétrico, a regra em vigor tem gerado distorções nos leilões de energia, inclusive entre as próprias PCHs. As usinas precisam de licenciamento ambiental e autorização prévia da Aneel; porém, as geradoras com projetos licenciados pelos órgãos de meio ambiente e aprovados pela agência, mas ainda sem autorização de exploração, podem entrar no leilão.
A falta de isonomia criou duas castas de PCHs. Na concorrência de dezembro, por exemplo, os projetos de pequenas centrais já autorizados têm preço-teto fixado em R$ 211,81/ MWh. Para os empreendimentos sem autorização de exploração da Aneel, o limite será de R$ 281,00/MWh. A discrepância se deve à premissa de que os projetos ainda não autorizados têm uma taxa de risco maior e, portanto, uma melhor remuneração. O que o governo quer é acabar com esse samba do megawatt doido e uniformizar as regras para as PCHs.
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Contencioso com Abengoa põe em risco leilões de transmissão
6/11/2017Depois da conturbada privatização das quatro hidrelétricas da Cemig, o governo federal está às portas de um novo contencioso, desta vez referente ao leilão de linhas de transmissão programado para o dia 15 de dezembro. Segundo o RR apurou, a Abengoa prepara-se para entrar na Justiça com o objetivo de brecar o certame e evitar a relicitação de suas concessões recentemente retomadas pelo Ministério de Minas e Energia. No total, nove licenças tiveram sua caducidade decretada por atrasos na execução das obras.
Os lotes 2, 4 e 5 do leilão de dezembro já contemplam projetos em substituição às linhas que pertenciam aos espanhóis, notadamente para a distribuição de energia da hidrelétrica de Belo Monte para o Nordeste. Os espanhóis alegam que o Ministério de Minas e Energia só poderia ter concluído o processo de caducidade após o julgamento do mérito na ação em curso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o que ainda não ocorreu. O imbróglio entre o governo e a Abengoa se arrasta há mais de um ano.
Agora, no entanto, a disputa ganha uma nova proporção e ameaça não apenas o leilão de dezembro, mas também a primeira licitação de 2018. Ainda sem data definida, a princípio, também deverá incluir antigos projetos do grupo espanhol. A disposição litigante da Abengoa para retomar suas licenças lança uma insegurança jurídica sobre os próximos leilões de transmissão da Aneel.
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Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
19/10/2017Se é por estratégia comercial, excesso de rigor ou , pouco importa, o fato é que a decisão da Petrobras de não vender gás para a Âmbar, térmica da J&F Investimentos, está custando caro ao consumidor. Na semana passada, a Aneel, autorizou a entrada em operação da térmica de Araucária ao custo de R$ 636 o megawatt/hora (MWh) – a petroleira, por sinal, é sócia da usina, com 20%. Está longe de ser o pior dos casos.
O Custo Marginal de Operação (CMO) do sistema chegou a R$ 860,84 o MWh. Ou seja: todas as termelétricas que trabalhem até este preço podem ser ligadas. Enquanto isso, a térmica da Âmbar em Cuiabá, que tem um custo de produção bem inferior, de R$ 511, está parada por falta de gás desde que a Petrobras rompeu unilateralmente o contrato de fornecimento do insumo, em junho. Procurada, a estatal reafirmou a versão de que suspendeu o acordo por “violação de cláusula contratual que trata da legislação anticorrupção”.
Estima-se que a interrupção da usina custe cerca de R$ 60 milhões por semana ao Sistema Interligado Nacional. Ou 1% a menos nos reservatórios de água das hidrelétricas do Sudeste – o que não é pouca coisa. A conta já começa a parar onde sempre para. Na última terça-feira, quatro distribuidoras de energia anunciaram em bloco o reajuste de suas tarifas. Os maiores aumentos médios vieram da EDP São Paulo e CPFL Piratininga, respectivamente, de 24,3% e 17,2%.
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Isolux vende seus anéis
10/10/2017A colombiana ISA, que fechou recentemente a compra de duas linhas de transmissão da Isolux no Norte e Nordeste, negocia a aquisição de mais três concessões do grupo espanhol no Brasil. A companhia ibérica vive um momento bastante delicado no país. Foi proibida pela Aneel de participar de novos leilões de transmissão por dois anos e corre o risco de ter concessões cassadas pela agência por atrasos nas obras.
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Ventos fortes
4/10/2017Ontem, o dia foi de celebração na ABEEólica. Não vai faltar mercado para as geradoras de energia eólica. A Aneel sucumbiu a pressões e proibiu a construção de uma térmica no Rio Grande do Sul. De forma indireta – ou bem direta -, deu o empurrão que faltava para os dois leilões de energia nova programados para este ano.
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Espanhóis deixam vários fios soltos
3/10/2017Depois da Abengoa, é a vez da conterrânea Isolux cair em desgraça na Aneel. Além da ameaça de suspender a empresa de novas licitações por até dois anos, a agência estuda retomar concessões dos espanhóis no país. Na mira, as licenças para a construção de uma rede de 436 quilômetros interligada à usina de Belo Monte e um linhão de mais de 300 quilômetros em Rondônia. Os dois projetos estão atrasados. A Isolux tenta uma solução meio-termo: obter a autorização para transferir o controle das concessões, o que lhe permitiria colocar algum dinheiro no bolso. Por ora, a ideia tem encontrado pouca ou nenhuma simpatia da parte do órgão regulador.
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Aneel corta os fios da Abengoa
20/09/2017O plano de recuperação judicial da Abengoa no Brasil, apresentado há pouco mais de um mês, corre sério risco de ser eletrocutado pela Aneel. As gestões feitas pelo grupo espanhol para encerrar as pendências com o órgão regulador e manter sob o seu guarda-chuva nove licenças de transmissão ricochetearam contra uma parede de concreto. A Aneel já teria, inclusive, formalizado ao Ministério de Minas e Energia o pedido de caducidade das concessões. A partir de agora, a companhia só tem dois caminhos: brigar na Justiça, tendo contra si a Aneel e um governo ávido por revogar e relicitar tudo o que é concessão possível, ou ver escapar entre seus dedos um pacote de ativos fundamental para a quitação do seu passivo, da ordem de R$ 3,4 bilhões. A Abengoa diz já ter recebido uma oferta de R$ 1,8 bilhão do fundo Texas Pacific Group por outras sete linhas de transmissão, estas em operação. Ainda assim, a conta não fecha. Os espanhóis dependem da venda das concessões que a Aneel quer retomar. Dependem ainda da negociação de ativos menores, também uma seara na qual sobram faíscas. A companhia quer vender um hospital em Manaus ao valor de R$ 143 milhões. No entanto, o governo do Amazonas estaria se recusando a autorizar a transferência do empreendimento, construído por meio de uma PPP com o estado.
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Bertin tenta evitar o apagão da sua idoneidade
5/09/2017Mais um contencioso de alta voltagem à vista no setor elétrico. O Grupo Bertin vai recorrer da decisão da Aneel que o proibiu de participar de contratações na área de energia pelos próximos dois anos. O maior temor dos Bertin é que a sentença da agência reguladora resulte na declaração de inidoneidade da companhia, já solicitada ao Ministério de Minas e Energia. Seria um duro golpe para a empresa, às voltas com uma turbulenta recuperação judicial. A Aneel tem seus motivos para ser dura com o Bertin. De acordo com a agência, o grupo deixou de entregar 23 empreendimentos contratados e mais de R$ 8 bilhões em investimentos.
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Adiamento
22/08/2017Na Aneel já se cogita o adiamento do leilão de energia nova previsto para dezembro. Motivo: a baixa demanda.
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Aneel quer Abengoa fora da jogada ainda neste ano
10/08/2017No que depender da Aneel, a Abengoa não terá direito nem a respirar. A agência articula com o Ministério de Minas e Energia para que a cassação das nove linhas de transmissão da empresa espanhola seja consumada ainda neste ano. Este prazo permitiria à Aneel relicitar as concessões no primeiro leilão de transmissão de 2018, no primeiro trimestre. A punição à Abengoa é decorrência do descumprimento dos prazos do edital: dos nove projetos, apenas um saiu do papel, na Bahia – ainda assim, nem um terço da obra está concluído. São mais de seis mil km em linhas e investimentos pendentes de R$ 7 bilhões.
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Governo busca uma saída para os passivos judiciais do setor elétrico
30/06/2017O governo trata como uma das condições sine qua nom para a retomada dos investimentos na área de energia a “desjudicialização” do setor elétrico, leia-se a redução do emaranhado de contenciosos que opõem o Estado e a iniciativa privada. O estoque de ações contra a União soma quase R$ 100 bilhões. O mais agudo movimento do governo para reverter esse cenário se dará nos próximos dias, quando o Ministério de Minas e Energia deverá apresentar uma nova proposta para o pagamento da dívida de R$ 62,2 bilhões referente à RBSE – Rede Básica de Sistemas Existentes, indenização paga a concessionárias de transmissão.
A solução prevê o parcelamento do valor devido – a área técnica do ministério e a Aneel ainda vão definir o prazo e os critérios para o cálculo das prestações. Metade do passivo da RBSE está “dentro de casa”: o governo federal deve à Eletrobras, sua controlada, R$ 36,5 bilhões. O equacionamento passa ainda pelas distribuidoras. O governo vai propor descontos graduais no repasse dessa dívida para as tarifas de energia.
Será uma tentativa de solucionar um imbróglio jurídico paralelo, criado no início deste ano, quando um percentual da RBSE passou a ser cobrado nas taxas de consumo. Conforme o RR antecipou na edição de 3 de abril, a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) entrou na Justiça contra a transferência do passivo para os preços da energia. O governo quebra a cabeça para resolver outros passivos judiciais do setor elétrico.
É o caso da dívida de R$ 10 bilhões das distribuidoras da Eletrobras com a Petrobras, referente à compra de gás. Nada, no entanto, se compara à extensão e às cifras da RBSE. Em valores, esta é a maior fatura decorrente do desarranjo regulatório que o governo Dilma provocou no setor elétrico. O instrumento funciona como uma indenização às companhias de transmissão por investimentos não amortizados realizados antes de maio de 2000. Estas concessionárias aceitaram renovar antecipadamente suas licenças em 2012, com base na MP 579. A partir daí, governo e empresas entraram em um quarto escuro, sem regras definidas para a valoração dos ativos e a quitação da RBSE.
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E o vento levou o contrato da Weg
27/06/2017O cancelamento dos projetos de energia eólica de Furnas doeu no bolso dos controladores da Weg. A empresa estava prestes a assinar contrato com a subsidiária da Eletrobras para o fornecimento de 160 geradores em 2018 e 2019, ao valor de R$ 1,6 bilhão. O pior: a Weg não trata o episódio como fato isolado. Já trabalha em um plano de contingência para o esperado aumento da sua capacidade ociosa. O Brasil tem hoje um excesso de energia – resultado da economia em frangalhos. No setor, já se dá como certo, inclusive, que a Aneel ficará por um bom tempo sem realizar novos leilões de energia eólica.
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Energia extra do BNDES
27/06/2017O BNDES, que agora é só paz e amor com o empresariado, deverá aumentar o volume de recursos disponíveis para a área de transmissão. O objetivo é reduzir os atrasos na implantação de concessões já leiloadas pela Aneel. Neste ano, o banco já liberou mais de R$ 2,5 bilhões para a construção do linhão da usina de Belo Monte.
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CTG quer as usinas da Cemig
23/05/2017A China Three Gorges (CTG) deverá entrar com carga extra no leilão das hidrelétricas que pertenciam à Cemig e serão relicitadas pelo governo federal – até prova em contrário, marcado para 30 de setembro. Como se não bastasse sua notória voltagem financeira, terá a companhia do compatriota Clai Fund, dono de uma carteira de US$ 12 bilhões. Trata-se do mesmo fundo que, recentemente, comprou uma participação na Duke Energy Paranapanema, controlada pela própria CTG. A CTG considera o leilão uma etapa crucial na escalada para se tornar o maior grupo privado de geração do Brasil, superando a Suez. A companhia tem especial interesse pela maior das hidrelétricas do pacote, a usina de São Simão, com capacidade de 1.710 MW. Segundo estimativas da própria Aneel, o lance pela hidrelétrica deverá ficar acima dos R$ 4 bilhões.
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Quem vai desatar o nó nas linhas da Abengoa?
28/04/2017A Aneel já contabiliza três grandes grupos interessados nas concessões de transmissão da Abengoa no Brasil – a colombiana ISA, a chinesa State Grid e a Taesa, leia-se Cemig. A agência reguladora trava uma disputa jurídica com os espanhóis para retomar e relicitar suas licenças no país. A Abengoa interrompeu as obras de construção das novas linhas por dificuldades financeiras. O enrosco já leva mais de um ano e meio.
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Vitória de Pirro
25/04/2017A Light ganhou, mas corre o risco de não levar. Segundo informações filtradas da própria Aneel, o aumento da tarifa anunciado pela distribuidora no mês passado poderá ser revisado caso a Justiça confirme a suspensão da cobrança da indenização paga às transmissoras de energia — o RBSE (Rede Básica do Sistema Existente). O reajuste médio de 10% foi concedido pela Aneel exatamente com base no RBSE.
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Governadores do Nordeste pedem um sopro da Aneel
4/04/2017Com o pires na mão, os governadores do Nordeste, capitaneados por Paulo Câmara (Pernambuco) e Camilo Santana (Ceará), negociam com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para que a Aneel realize ainda neste ano um leilão de usinas eólicas. Por ora, não há qualquer licitação prevista para 2017. Segundo documento encaminhado ao ministro, os projetos represados na Aneel poderão gerar investimentos em torno de R$ 5 bilhões no Nordeste apenas nos próximos dois anos. Os governadores citam como argumento nomes de grupos estrangeiros que estariam dispostos a investir em novas usinas, casos da espanhola Gestamp e da francesa Voltalia.
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ISA entra com apetite redobrado nos leilões de transmissão
24/03/2017A colombiana ISA está montando uma operação de guerra para o leilão de transmissão da Aneel de 24 de abril. A companhia quer arrematar o maior número possível dos sete lotes de concessões em São Paulo, um pacote que totaliza investimentos de R$ 4 bilhões. Para isso, numa postura agressiva, está disposta a receber o menor valor da Receita Anual Permitida (RAP) para as licenças, fixado em R$ 2,7 bilhões. A ISA vislumbra na operação uma oportunidade sob medida para dar ainda mais escala à controlada Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP).
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Aneel quer cortar de vez as linhas da Abengoa
22/03/2017A Aneel resolveu subir o tom no contencioso com a Abengoa. Segundo fonte da Procuradoria Federal da Agência, vinculada à Advocacia Geral da União (AGU), a entidade já recorreu à Justiça Federal com o objetivo de derrubar a decisão da juíza Maria da Penha Mauro, da 5a Vara Federal do Rio de Janeiro. A magistrada suspendeu a caducidade das obras nas linhas transmissoras do grupo espanhol no Brasil.
Na prática, a medida engessou a Aneel, impedindo a revogação e a retomada das licenças da Abengoa. A companhia tem uma sucessão de passivos junto ao órgão regulador: descumpriu prazos, não honrou investimentos previstos no edital e deixou de instalar mais de 4,3 mil quilômetros de fios no país. Procurada, a Aneel confirmou o recurso. A Abengoa não quis se pronunciar. O caso mais grave é o da linha de transmissão de Belo Monte.
O empreendimento, de R$ 1,3 bilhão, deveria ter sido entregue pela Abengoa em fevereiro do ano passado. No entanto, as obras estão paralisadas, comprometendo a distribuição da energia gerada pela usina. Se a construção não for retomada imediatamente, dificilmente o sistema de transmissão estará completamente instalado até 2019, quando Belo Monte atingirá sua plena capacidade.
De acordo com a fonte do RR, há na Aneel um profundo incômodo com o comportamento dos espanhóis. Já faz mais de um ano que o grupo entrou em recuperação judicial e segue sentado sobre projetos que demandam investimentos de quase R$ 4 bilhões. A leitura na Aneel é que a Abengoa vem se valendo de uma série de gincanas para procrastinar a questão. Na semana passada, por exemplo, solicitou à 5a Vara Empresarial o adiamento da assembleia de credores de 30 de março para 30 de maio.
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Concha fechada
20/03/2017
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Isolux solta faíscas contra a Aneel
21/02/2017O curto-circuito entre a Isolux e o governo federal está apenas começando. Os espanhóis vão entrar na Justiça contra a decisão da Aneel, que cassou duas concessões do grupo na área de transmissão. A agência bateu o martelo porque a Isolux não depositou as garantias necessárias para ficar com as licenças. Por estar em recuperação judicial, o grupo entende que dispõe de um prazo maior para acertar o pagamento dos R$ 121 milhões. Os espanhóis terão de correr: a Aneel promete relicitar as licenças em abril. Procurada, a agência informou que tomará as medidas judiciais cabíveis assim que for comunicada.
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Um facho de luz
9/02/2017O governo deverá marcar ainda para este semestre um leilão de energia solar e eólica. É um alento aos investidores do setor que têm gastado milhões de dólares em novos projetos e passaram 2016 em branco. Ao longo do ano, a Aneel não fez sequer uma contratação de energia eólica.
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Fiação elétrica
25/01/2017A Eletrobras pretende acertar com a Aneel um caminho alternativo que acabe com a proibição da Chesf e da Eletronorte de participarem de leilões de linhas de transmissão de energia elétrica em função de atrasos em obras no segmento. A tratativa passa pela concessão de um waiver pela agência às duas estatais, que poderiam disputar os próximos leilões mediante a assinatura de um termo de compromisso. Por ele, Chesf e Eletronorte terão novos prazos para acabar com o descumprimento de cronogramas, mas, se não forem honrados, as empresas perdem as concessões arrematadas nos novos leilões. A Chesf tem 1,5 mil dias de atraso médio nos empreendimentos e a Eletronorte, 500 dias.
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Tem uma Aneel no caminho da Energisa
22/12/2016A Energisa tem enfrentado uma muralha na Aneel para conseguir agrupar suas cinco concessões de distribuição de energia em São Paulo e no Paraná. A medida é considerada estratégica no grupo para melhorar a rentabilidade das empresas. Enquanto as outras distribuidoras da Energisa trabalham com margem de lucro variando de 15% a 20%, as concessões do Sudeste têm apresentado continuamente resultado inferior a 10%. O assunto foi colocado em audiência pública, mas um parecer interno da área técnica da Aneel faz uma série de ressalvas ao pleito, que deverá resultar em reajustes tarifários por causa dos custos de consolidação
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Bullets
24/10/2016Jerson Kelman, ex-Aneel e atual nº 1 da Sabesp, está bem cotado para integrar o secretariado de João Doria. ••• Assim como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e – por que não? – Lula, Zico só pensa em 2018. Desde já, começa a se articular para a disputar a eleição à presidência da CBF. ••• Sarney Filho perdeu. Apesar da resistência do ministro do Meio Ambiente, a usina de São Luiz do Tapajós – projeto de R$ 18 bilhões – será incluída no Plano Decenal de Energia.
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Aneel fecha o cerco ao lusco-fusco da AES Eletropaulo
4/10/2016A performance operacional da AES Eletropaulo acendeu o sinal de alerta na Aneel. A distribuidora tem sido duramente cobrada pela agência por conta das seguidas falhas em seus serviços e dos problemas de qualidade registrados nos 24 municípios paulistas sob sua concessão, onde estão mais de 20 milhões de clientes e uma parcela importante da indústria. Segundo o RR apurou, a Aneel já teria exigido da companhia a apresentação de um plano de contingência capaz de reduzir consideravelmente o número de ocorrências, especialmente no que diz respeito à interrupção no fornecimento de energia. Caso contrário, dificilmente a empresa escapará de pesadas punições, leia-se multas ou até mesmo uma redução das tarifas de energia, medida que teria grave impacto contábil no curto e médio prazos. Procurada pelo RR, a AES Eletropaulo não negou os problemas operacionais. A companhia informou que “está destinando mais de R$ 500 milhões para melhorias na rede e no atendimento”. Disse ainda que “está instalando o cabeamento de rede compacta, mais resistente aos impactos externos.”. Segundo a Eletropaulo, neste ano serão trocados 161 km de fiação e, em 2017, mais 115 km. O desempenho da AES Eletropaulo no primeiro semestre deste ano acentuou ainda mais a preocupação da Aneel. Segundo o RR apurou, a companhia figura entre as três piores distribuidoras do país em quase todos os indicadores usados pela agência para medir a qualidade dos serviços – um cardápio que vai do número de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor aos registros de queda na distribuição de energia e ao tempo de persistência do problema. De janeiro a junho, a companhia não conseguiu melhorar sua performance em nenhum dos quesitos avaliados. Trata-se de um quadro que vem se agravando especialmente desde o ano passado, quando a Eletropaulo despencou no ranking da Aneel. De 36 distribuidoras avaliadas pela agência, a empresa ficou no 34º lugar, 20 posições abaixo em relação ao ano anterior. Pior do que ela apenas a goiana Celg e a CEA, do Amapá. De acordo com os critérios de medição adotados pela Aneel, em um intervalo de pontuação que variou entre 0,65 para a primeira colocada (a maranhense Cemar) e 2,33 para a última (exatamente a CEA), a Eletropaulo teve a nota 2,01. Não por acaso, nos últimos anos, a distribuidora paulista tornou-se useira e vezeira em receber corretivos da Aneel. Só em 2014 e 2015, as multas aplicadas pela agência devido a falhas na operação somaram R$ 109 milhões.
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Cemig declara guerra à Aneel para ficar com hidrelétricas
23/09/2016A Cemig decidiu buscar na Justiça a renovação de quatro concessões de hidrelétricas que não conseguiu no âmbito administrativo da Aneel e do Ministério de Minas e Energia. Duas dessas usinas já estão sendo discutidas no judiciário. No caso de Jaguara (424 MW), cujo pedido foi negado pelo Ministério, a estatal mineira tem conseguido manter a concessão com base no Mandado de Segurança nº 20.432/2013, interposto no STJ, e na ação cautelar ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF). Pela decisão da Justiça, a geradora permanecerá com a Cemig até que seja realizada Audiência de Conciliação, determinada pelo ministro relator Dias Toffoli, e julgado o mérito da questão. Em situação semelhante está a usina de São Simão, a maior do quarteto, com 1.170 MW, mantida com a Cemig com base no Mandado de Segurança nº 21.465/2014, impetrado no STJ. Para evitar o impasse jurídico, após inúmeras decisões sobre o caso, o Ministério baixou a Portaria nº 432/2015, que designa a Cemig como operadora da usina São Simão até que nova licitação seja feita. As próximas investidas judiciais serão destinadas à manutenção das concessões das usinas de Miranda (408 MW) e de Volta Grande (380 MW), com os contratos vencendo em 2016 e 2017 respectivamente. Em ambos os casos, a Cemig vai apelar ao STJ usando como ações correlatas as que foram impetradas sobre Jaguara e São Simão. Está em jogo a permanência no parque gerador da empresa de quatro hidrelétricas que somam 2,9 mil megawatts, equivalente a um terço da capacidade de geração do grupo. A receita anual dessas unidades é de R$ 2,5 bilhões de um faturamento total de R$ 7,3 bilhões da Cemig GT, o braço de geração e transmissão da estatal. Esses ativos estão avaliados no mercado em R$ 10 bilhões. Sem as geradoras, a Cemig GT perde cerca de 30% do seu Ebitda – R$ 4,2 bilhões em 2015. • Procuradas, as seguintes empresas não se retornaram ou não comentaram o assunto: Cemig.
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A procura de um nome
26/08/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, procura um nome para dirigir a Aneel. Romeu Rufino é visto no governo federal como carta fora do baralho em função de sua resistência aos cortes orçamentários da agência de energia elétrica.
Acervo RR
Luz vermelha
16/08/2016A inadimplência pesa cada vez mais no balanço das empresas do setor elétrico. No primeiro semestre do ano, as dez maiores distribuidoras de energia do país aumentaram, na média, em 55% o volume de provisões para calotes nas contas de luz.
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Luz vermelha
16/08/2016A inadimplência pesa cada vez mais no balanço das empresas do setor elétrico. No primeiro semestre do ano, as dez maiores distribuidoras de energia do país aumentaram, na média, em 55% o volume de provisões para calotes nas contas de luz.
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Operação tartaruga
26/07/2016O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, recebeu a informação do diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, de que há um movimento embrionário entre os funcionários da agência para que seja feita uma operação tartaruga. O motivo são os cortes de quase 80% no orçamento da agência neste ano. O plano dos insurretos é esticar ao máximo prazos e retardar a aprovação de medidas. De uma forma bem dissimulada, o movimento contaria com o apoio da própria diretoria, que quer pressionar o governo a rever, pelo menos, parte dos cortes.
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Chesf fora
21/07/2016Apesar da forte pressão do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tentou uma última cartada na semana passada junto à Aneel, a Chesf permanecerá no índex da agência no segmento de transmissão de energia elétrica. Está proibida de participar dos leilões desse ano por causa de atrasos em linhas que está construindo no Nordeste.
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Água e energia
29/06/2016Entre as propostas em estudo no programa de reestruturação do sistema regulatório do país está a incorporação da ANA pela Aneel.
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Cepisa
17/06/2016Os planos do governo de privatizar ainda neste ano a Cepisa, uma das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras, podem esbarrar na Aneel. Na agência, já se discute a possibilidade de intervenção na distribuidora piauiense. A decisão seria motivada pela piora dos indicadores técnicos e operacionais e pela preocupante situação financeira da companhia. A Cepisa tem um passivo a descoberto da ordem de R$ 700 milhões. Ou seja: se a Aneel nada fizer, a questão é saber que investidor se candidata a pegar essa lâmpada incandescente.
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Petrobras já conta com o dinheiro das elétricas no caixa
3/06/2016O novo comandante da Petrobras, Pedro Parente, conta como líquido e certo que Michel Temer vai sancionar nos próximos dias a Medida Provisória 706, aprovada pelo Senado na última terça-feira, véspera da posse do executivo. Parente já ganhou do governo federal a promessa de que os reajustes dos preços dos combustíveis não mais estarão subordinados à política econômica. Conta agora com o apoio do governo federal para obter um reforço no caixa da companhia. Se a MP for sancionada, a Petrobras conseguirá receber ainda nesse ano a totalidade ou a maior parte do pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 10 bilhões da Eletrobras com a companhia. O débito está relacionado à compra de combustível para o abastecimento de termelétricas que fornecem energia a distribuidoras da holding de eletricidade na Região Norte. É o maior crédito da petroleira no mercado brasileiro, cujo valor chega bem perto do que a companhia pretende arrecadar com o plano de vendas de ativos em 2016 – aproximadamente R$ 14 bilhões. O caso mais grave está localizado no Amazonas. A Eletrobras tem se valido de seguidas liminares na Justiça para impedir que a Petrobras venda combustível à distribuidora amazonense apenas mediante pagamento à vista. A MP 706 não apenas autoriza que as dívidas das distribuidoras de Rondônia, Roraima, Amapá e Amazonas sejam pagas parcialmente com o aumento das tarifas de energia elétrica em todo o país como também autoriza que o restante seja quitado com repasses do Tesouro para o grupo Eletrobras. Joga a favor do pleito de Parente o fato de que, se não houver repasse das dívidas para as tarifas, o Tesouro terá de arcar com tudo ou, no limite, deixar o endividamento contaminar cada vez mais o caixa dessas distribuidoras até o limite da insolvência. A situação impediria a privatização das companhias e ainda abriria espaço para uma – há bem pouco tempo impensável – intervenção da Aneel nas quatro distribuidoras. — Na cerimônia de posse da presidência da Petrobras, Pedro Parente deu a entender que não conta com um aporte do Tesouro na Petrobras. Bulhufas! Parente estava na frente de Henrique Meirelles, que projetou um déficit primário de R$ 170 bilhões; um déficit que pode ser ainda maior. Se dissesse o contrário, abriria uma crise no governo logo após a conclusão da sua posse. Mas todos sabem que cortar gastos e vender ativos não é suficiente frente ao tamanho do passivo da empresa. Uma forma mimética de capitalizar a estatal seria fazer um encontro de contas entre a Petrobras, BNDES e Tesouro Nacional. Em vez de repassar R$ 40 bilhões à União, conforme está previsto, os recursos seriam destinados à Petrobras. A capitalização, de uma forma ou de outra, não tarda. A não ser que haja intenções inconfessáveis em relação à estatal.
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Novo diretor do ONS está sentado em uma cadeira elétrica
24/05/2016A julgar pelo agressivo bote do governo Temer sobre o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), não haverá blindagem ou tempo de mandato capazes de proteger os diretores de agências reguladoras e congêneres de interferências políticas. Há apenas uma semana no cargo e com quatro anos de gestão pela frente, o novo diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, já é um “cabra marcado para morrer”. Segundo o RR apurou, o ministro da Casa Civil, Geddel Vieira Lima, e o titular da Pasta de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, articulam com aliados e empresas do setor elétrico a derrubada de Barata e a consequente tomada do controle do ONS. O nome mais cotado para substitui-lo é o de Jerson Kelman, ligado ao PSDB. Atual presidente da Sabesp, Kelman já presidiu a Aneel e a Agência Nacional de Águas (ANA), esta última ainda na gestão FHC. Também comandou a Light, controlada pela Cemig, entre 2010 e 2012, portanto durante o governo do tucano Antonio Anastasia em Minas Gerais. O governo e, em especial, a cúpula do setor elétrico não abrem mão de ter o comando do ONS, cargo estratégico pelo seu poder sobre a operação de todo o sistema interligado de energia do país. Aproveitam-se do fato de que Luiz Eduardo Barata é um personagem fragilizado. Sua permanência no cargo depende de uma capacidade de articulação política e do apoio das empresas privadas, fios que dificilmente ele conseguirá juntar neste momento. Ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Barata carrega o que na atual circunstância é um passivo fatal: sua proximidade com Dilma Rousseff. A ligação vem desde os tempos em que Dilma comandava a Pasta, ainda no Lula I. Em tempo: independentemente do nome, o diretor-geral do ONS terá a missão de desarmar uma bomba-relógio deixada pelo antecessor, Hermes Chipp. A Aneel apura indícios de irregularidades financeiras no Operador do Sistema. Em relatório preliminar da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (SFF), a agência fez uma série de ressalvas à última prestação de contas da entidade no ciclo 2013/2014. Consultada pelo RR, a Aneel informou que “aguarda manifestação do ONS para dar prosseguimento ao processo que continua em fase de análise.” Procurada pelo RR, a ONS não comentou o assunto.
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Tropa de choque
23/05/2016O Planalto escalou uma tropa de choque para garantir que o Senado aprove a polêmica Medida Provisória 706. Na linha de frente, estão os ministros Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, que têm notória influência sobre o Congresso. Entre os senadores, o trabalho de convencimento é conduzido pelos peemedebistas Eduardo Braga e Edison Lobão – não por coincidência, dois ex-ministros de Minas e Energia. A MP 706 prevê o repasse aos consumidores de energia de R$ 3,5 bilhões relativos a perdas das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. A proposta passou sem problemas pela Câmara dos Deputados. Mas, devido à forte reação contrária das empresas de energia e da própria Aneel, o governo colocou seus centuriões em campo para evitar uma reviravolta no Senado.
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Light espalha suas geradoras sobre o balcão
20/05/2016A Light prepara um plano emergencial de desmobilização de ativos, notadamente na área de geração, para fazer frente a sua delicada situação financeira. Segundo o RR apurou, a proposta deverá ser submetida ao Conselho de Administração na reunião prevista para a próxima semana. A companhia pretende se desfazer da sua participação na Renova Energia, maior geradora de fontes renováveis do país, e na usina de Belo Monte . Também seriam colocadas à venda cinco usinas hidrelétricas no Rio e em São Paulo, com capacidade total de 855 MW. Segundo o RR apurou, a empresa espera arrecadar algo em torno de R$ 3 bilhões com a alienação dos ativos e, assim, ganhar fôlego para atravessar sua maior crise desde a privatização, há exatos 20 anos. A Light está no meio da tempestade perfeita. A queda no consumo de energia, o avanço da inadimplência, o rombo fiscal de R$ 9 bilhões em Minas Gerais – o que inviabiliza qualquer novo aporte de capital da Cemig, seu controlador – e a escalada do passivo têm formado uma combinação explosiva para a distribuidora fluminense. Nos últimos 12 meses, a relação dívida líquida/Ebitda pulou de 3,7 para 4,3 vezes e a situação tende a se agravar. Segundo o RR apurou, as projeções da própria Light indicam que esse índice vai romper o patamar de cinco para um até o fim do ano. Um dos casos mais delicados – não exatamente pelo montante, mas pelo potencial impacto sobre a própria operação da companhia – é o passivo com Itaipu. Há cerca de dois meses, a Light abriu uma nova rodada de negociações na tentativa de repactuar o pagamento da dívida de US$ 80 milhões referente à compra de energia. No entanto, segundo fontes próximas à empresa, as conversações fracassaram e a geradora exige a imediata quitação dos valores atrasados. A dívida com Itaipu é um fio desencapado que se estende até a Aneel. A presidente da Light, Ana Horta Veloso, solicitou à agência reguladora uma revisão tarifária extraordinária, dois anos antes do previsto. A justificativa da companhia é que ela fez uma série de investimentos adicionais, sobretudo por conta dos Jogos Olímpicos no Rio. No entanto, a direção da Aneel já deixou claro que qualquer discussão está condicionada à quitação dos pagamentos atrasados à Itaipu. Por falar em inadimplência, na outra ponta a Light sofre com o crescente atraso no pagamento das contas de luz. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou em balanço cerca de R$ 50 milhões em provisões para recebíveis de liquidação duvidosa. Ou seja: em apenas três meses, a empresa provisionou mais de 60% do valor lançado ao longo de todo o ano de 2015 (R$ 80 milhões). Procurada pelo RR, a Light não comentou o assunto.
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Cortes no orçamento tornam Aneel um síndico ausente
17/05/2016A Aneel é um bom, ou melhor, um mau exemplo do legado de Dilma Rousseff entre os órgãos reguladores. No momento em que o setor elétrico desponta como um dos pilares da política de privatizações da gestão Michel Temer, a agência enfrenta uma enorme escassez financeira que vem comprometendo as mais básicas das suas funções. Desde o fim do ano passado, as verbas para custeio já foram reduzidas em mais de 70% – cortes confirmados pela própria Aneel. Também em consequências dos ajustes, a Aneel recebeu autorização para usar apenas 10% dos recursos provenientes da Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica (TFSEE), paga pelos consumidores na conta de luz, o que significará o embolso de apenas R$ 48 milhões. Diante do quadro saárico, a Aneel tem encontrado dificuldades para manter o trabalho de fiscalização das empresas do setor, que depende do contínuo deslocamento de funcionários. Também por conta do drástico corte nas despesas com passagens aéreas, a entidade não vem conseguindo nem mesmo manter a agenda de reuniões públicas de revisão tarifária. Estudos técnicos foram interrompidos pela falta de recursos para a contratação de consultorias externas. Procurada pelo RR, a Aneel confirma que o “contingenciamento implica restrições às principais atividades da Agência, com prejuízo para consumidores, agentes regulados e para a sociedade e o setor elétrico brasileiro.” A agência reguladora admite que foi obrigada a “descontinuar serviços, ainda que essenciais e necessários, como fiscalização, ouvidoria e informática, entre outros.” Um fato dá bem a medida da aridez financeira na Aneel: os serviços da Central de Teleatendimento estão suspensos desde 6 de maio. Na reta final da era Dilma, a falta de recursos serviu também para acelerar o desgaste nas relações entre o comando da Aneel e o Ministério de Minas e Energia. Em alguns casos, a fadiga de material, ao que tudo indica, é irreversível, mesmo com a troca de governo. É o caso, por exemplo, do próprio diretor-geral, Romeu Rufino. Segundo informações filtradas junto à própria agência, ele já teria decidido deixar o cargo – fato este negado pela Aneel.
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Novas regras
18/04/2016A Aneel estuda mudanças nos leilões de energia de térmicas a gás. A principal é o fim da exigência de comprovação prévia do suprimento de gás para toda a concessão, normalmente de 15 anos. Pela nova regra, o investidor teria de apresentar garantias só para os primeiros cinco anos. É mais uma tentativa da Aneel de garantir a oferta de energia. Imaginem se o país estivesse crescendo 2% ao ano…
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Prêt-à-porter
11/04/2016O Ministério de Minas e Energia e a Aneel estudam um modelo casado de concessão elétrica. A proposta prevê que grandes projetos hidrelétricos sejam leiloados em conjunto com a linha de transmissão que os atenderá. Seria uma forma de reduzir os custos e os riscos. Em tempo: no setor, o modelo já é chamado, com indisfarçável sarcasmo, de “Projeto State Grid”, uma alusão ao grupo chinês que está investindo rios de dinheiro no Brasil.
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Lava Jato põe foco nas feridas do Grupo Bertin
5/04/2016Os fatos que começam a ser desvendados pela Lava Jato apenas confirmam o que parceiros, credores e mesmo autoridades já conhecem: o Grupo Bertin tem um estilo bastante peculiar de fazer negócios. O jeito Bertin inclui relações sinuosas com o poder, sobre as quais a força-tarefa de Curitiba começa a jogar foco. Segundo o RR apurou, a acusação de operações fraudulentas com o pecuarista José Carlos Bumlai, que veio a público na última semana, seria apenas o fio da meada. De acordo com fontes envolvidas nas investigações, outra ponta deste emaranhado levaria ao lobista Fernando “Baiano”, tido como operador do PMDB. A conferir. O estilo Bertin inclui também vender energia de térmicas que não existem. E quem o diz é a própria Aneel, que recentemente anunciou a abertura de um processo para cobrar da companhia uma multa de R$ 6,25 bilhões. Seis usinas do grupo deveriam ter iniciado sua operação em 2013, mas, até hoje, as obras não foram concluídas. Ao longo dos últimos três anos, a agência reguladora fez uma série de alertas ao Bertin, que procrastinou o caso até não poder mais. A situação chegou a tal ponto que, ao divulgar a instauração do processo, o diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, disse textualmente que “hoje encerramos a longa e triste história desse contrato”. A julgar pelos fatos, o modus operandi do Bertin passa também pelo expediente de deslocar para sócios dívidas que lhe pertencem. O caso em questão está prestes a eclodir no Espírito Santo. O Tribunal de Justiça do estado vai julgar em breve ação em que o grupo é acusado de tentar empurrar para terceiros passivos de outras sociedades das quais é acionista, por meio de manobras contábeis vistas como pouco ortodoxas. O valor da causa gira em torno dos R$ 70 milhões. A maneira Bertin de reger seus negócios se volta contra o próprio grupo. A extensa folha de litígios ameaça a reestruturação da companhia, justamente agora em que seus acionistas, os irmãos Fernando, Silmar e Natalino, estariam tentando se desfazer de ativos para fazer caixa e repactuar as dívidas de suas empresas. Segundo informações filtradas junto ao Bertin, o grupo procura um comprador para a Águas de Itu, sua única concessão de saneamento. Em outro front, estaria em negociações para a venda do controle da Infinity Bioenergy, que reúne seis usinas sucroalcooleiras. As concessões rodoviárias SPMar e Atlantia também estariam na prateleira. Alguns destes ativos, no entanto, fazem mais parte do problema do que da solução. É o caso da Infinity Bioenergy. Em recuperação judicial, a companhia carrega um passivo estimado em aproximadamente R$ 2 bilhões. Procurado pelo RR, o Grupo Bertin não comentou o assunto.
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Eletrobras é o fio de esperança na transmissão
30/03/2016A Eletrobras é a Petrobras às avessas. Se, de um lado, o governo abriu mão da presença compulsória da petroleira no pré-sal; do outro, a holding do setor elétrico terá de engolir a fórceps quilômetros e mais quilômetros de linhas de transmissão. Diferentemente do que previa o modelo original, a Eletrobras vai entrar nos leilões do segmento previstos para abril e julho. A companhia terá participações minoritárias nos consórcios vencedores por meio das controladas Furnas, Eletronorte e Eletrosul. Apenas a Chesf ficará de fora – a companhia foi proibida pela Aneel de participar de novos empreendimentos de transmissão por conta de atrasos em antigos projetos. A entrada em cena da Eletrobras é vista no governo como a única maneira de viabilizar as novas licitações e evitar a repetição do fracasso registrado em novembro do ano passado: das 12 licenças ofertadas, apenas quatro receberam propostas. Na ocasião, a Aneel conseguiu arrecadar apenas R$ 3,5 bilhões, menos de 45% da receita estimada. Consultada, a Eletrobras não quis comentar o assunto. A escassez de investidores e a ameaça de um novo insucesso falaram mais alto do que a intenção do governo de preservar o caixa da Eletrobras. Mesmo depois de a Aneel incorporar uma série de determinações feitas pelo TCU – a começar pelo fatiamento das licenças em dois leilões e o aumento da taxa de remuneração dos projetos de 8,5% para 9,5% –, faltam candidatos para a licitação. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, até o momento apenas a Taesa – leia-se Cemig e o FIP Coliseu – garantiu sua presença na concorrência de abril. Ainda assim, condiciona sua participação à associação com a Eletrobras. O desembarque nas duas próximas licitações da Aneel exigirá um contorcionismo financeiro da Eletrobras. A companhia terá de fazer ajustes no seu orçamento, remanejando recursos que estavam originalmente destinados a outros projetos na área de transmissão – o plano de investimentos da estatal prevê cerca de R$ 5 bilhões para este segmento.
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Perdão elétrico
11/03/2016A direção da Aneel discute um waver para as distribuidoras de energia, com a renegociação dos investimentos obrigatórios e dos prazos para o aporte. A agência reguladora considera alto o risco de que algumas empresas de menor porte não aguentem o tranco e entrem em recuperação judicial.
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Abengoa deixa o bagaço para seus credores
1/03/2016A crise financeira da Abengoa avança pelos dois maiores negócios dos espanhóis no Brasil. Se, no setor elétrico, o grupo cogita vender ativos e até mesmo devolver licenças de transmissão para a Aneel , na área sucroalcooleira a situação é ainda mais grave. Com uma dívida superior a R$ 800 milhões, a Abengoa Bioenergia tem atrasado o pagamento de fornecedores e, principalmente, de agricultores. Nas últimas semanas, a empresa teria feito uma série de demissões na área administrativa. O RR fez várias tentativas de contato com a Abengoa Bioenergia, por telefone e e-mail. Em uma das ligações, um funcioná- rio que não quis se identificar informou que não havia ninguém autorizado a atender à imprensa. Disse ainda que a área de comunicação tinha sido desativada e apenas o setor de RH ainda estava em funcionamento na sede da companhia. No início do ano, a Abengoa Bionergia anunciou um plano para a repactuação de seu passivo. A medida, no entanto, não foi suficiente para acalmar seus credores, particularmente os fornecedores de cana. Segundo o RR apurou, um grupo de agricultores está se mobilizando para pedir na Justiça o arresto de parte da produção de etanol das duas usinas da Abengoa Bioenergia – localizadas em Pirassununga e São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. No fim do ano passado, os plantadores de cana conseguiram uma liminar para tomar posse de equipamentos da companhia e bloquear recursos que seriam remetidos à matriz, na Espanha. A Abengoa Bioenergia conseguiu cassar a liminar e ganhar tempo. Ainda não se sabe exatamente para quê?
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Desistências em série no leilão de transmissão
25/02/2016O próximo leilão de linhas de transmissão já tem data marcada, 13 de abril. Agora só falta o principal: investidor. Alguns dos maiores grupos do setor, que tradicionalmente batem ponto nas licitações da Aneel, não deverão participar desta rodada. Segundo o RR apurou junto à alta fonte do Ministério de Minas e Energia, a colombiana ISA, dona da CTEEP, a Copel e a Cemig já sinalizaram que não entrarão no leilão, mesmo com as mudanças nas regras exigidas pelo TCU. A esta lista some-se também a Abengoa, que enfrenta graves problemas financeiros – o mais provável, inclusive, é que os espanhóis se desfaçam de alguns de seus negócios no país. A tentativa do governo de estimular a entrada de novos investidores no setor de transmissão também tem sido um tiro n´água, vide o road show comandado pelo presidente da EPE, Maurício Tolmasquim em dezembro. De acordo com a mesma fonte, a EDF, ex-controladora da Light, e a inglesa National Grid foram procuradas e disseram não ter interesse em investir no setor. O governo tem menos de dois meses para preencher essas lacunas.
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Dinheiro na mão
24/02/2016A Cemig deverá fechar nos próximos dias um empréstimo com um pool de bancos, entre eles BB e CEF, para financiar as concessões arrematadas no leilão de geração da Aneel. Melhor assim. O mercado estava reticente quanto à possibilidade da estatal fechar captação dos R$ 2,3 bilhões em tempo hábil.
Acervo RR
Recompra
17/02/2016O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, deu sinal verde para a CEB participar do leilão da hidrelétrica de Paranoá. A concessão é da própria empresa, mas a Aneel não aceitou o pedido de renovação automática.
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Recompra
17/02/2016O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, deu sinal verde para a CEB participar do leilão da hidrelétrica de Paranoá. A concessão é da própria empresa, mas a Aneel não aceitou o pedido de renovação automática.
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Minas e Energia e Aneel se desentendem no leilão A-5
5/02/2016O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, bem que tem tentado acertar os ponteiros com o Ministério de Minas e Energia e com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do calendário de leilões de energia em 2016, mas a tarefa tem se mostrado inglória. O leilão A-5 – com entrega da energia em 2021 – é o mais problemático. Inicialmente marcado para 29 de janeiro desse ano, foi adiado para 5 de fevereiro e novamente adiado para 31 de março. Agora o ministro Eduardo Braga estuda empurrar o certame para abril. Consultado, o Ministério informou que não há nenhum indicativo de alteração de data. A indefinição sobre o leilão deixa um buraco no planejamento do setor, pois está prevista a comercialização da energia de 1.055 empreendimentos, com capacidade instalada total de quase 50 mil MW, ou cinco Itaipus. Tem um peso ainda maior porque cerca de 70% do total são projetos de usinas eólicas. Os seguidos adiamentos têm gerado um jogo de empurra-empurra. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, em reunião recente com o ministro Eduardo Braga, garantiu que, apesar da greve que paralisou a empresa por quase um mês, os empreendimentos estão sendo analisados. Só não deu um prazo final para acabar o processo. Romeu Rufino, por sua vez, informou ao Ministério na semana passada que está cumprindo o cronograma e já fez inclusive audiência pública para tratar do assunto. Nos bastidores, as maiores preocupações do ministro são mesmo quanto à demanda de energia das distribuidoras e ao licenciamento ambiental. Com o desaquecimento da economia, as distribuidoras pretendem comprar menos energia em leilão. Diante do quadro, a estimativa mais otimista do Ministério de Minas e Energia aponta que o leilão deverá vender 50% do estoque ofertado. No vale tudo para que o leilão ocorra em março ou no máximo em abril, o ministro Eduardo Braga autorizou que seja comercializada a energia de usinas em construção, como Belo Monte, e de outras em operação a preços mais alinhados com o mercado. Apesar de não ser energia nova, portanto fora da estatística da expansão da oferta nos próximos dez anos, a participação dessas usinas reduz a chance de fracasso do leilão A-5. O interesse maior do ministro Eduardo Braga é destravar os outros quatro leilões programados pelo Ministério este ano, com tempo de entrega menor da energia a ser produzida.
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Abengoa deixa o bagaço para seus credores
1/02/2016A crise financeira da Abengoa avança pelos dois maiores negócios dos espanhóis no Brasil. Se, no setor elétrico, o grupo cogita vender ativos e até mesmo devolver licenças de transmissão para a Aneel , na área sucroalcooleira a situação é ainda mais grave. Com uma dívida superior a R$ 800 milhões, a Abengoa Bioenergia tem atrasado o pagamento de fornecedores e, principalmente, de agricultores. Nas últimas semanas, a empresa teria feito uma série de demissões na área administrativa. O RR fez várias tentativas de contato com a Abengoa Bioenergia, por telefone e e-mail. Em uma das ligações, um funcioná- rio que não quis se identificar informou que não havia ninguém autorizado a atender à imprensa. Disse ainda que a área de comunicação tinha sido desativada e apenas o setor de RH ainda estava em funcionamento na sede da companhia. No início do ano, a Abengoa Bionergia anunciou um plano para a repactuação de seu passivo. A medida, no entanto, não foi suficiente para acalmar seus credores, particularmente os fornecedores de cana. Segundo o RR apurou, um grupo de agricultores está se mobilizando para pedir na Justiça o arresto de parte da produção de etanol das duas usinas da Abengoa Bioenergia – localizadas em Pirassununga e São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. No fim do ano passado, os plantadores de cana conseguiram uma liminar para tomar posse de equipamentos da companhia e bloquear recursos que seriam remetidos à matriz, na Espanha. A Abengoa Bioenergia conseguiu cassar a liminar e ganhar tempo. Ainda não se sabe exatamente para quê?
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Desligado
15/01/2016O projeto da Aneel que permite a fusão de distribuidoras mesmo de estados diferentes enfrenta fortes resistências entre os governadores. O mais insatisfeito é Geraldo Alckmin, preocupado com a perda de ICMS em caso de venda das empresas que atuam no interior de São Paulo. A Aneel já fez a primeira audiência pública sobre o assunto no mês passado. No que depender dos governadores, não haverá a segunda.
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Empresas de transmissão encostam governo contra a parede
7/01/2016O governo está no meio de uma queda de braço que afeta seus planos de fomentar uma temporada de sucesso nos leilões de concessões na área de infraestrutura. As companhias de transmissão pressionam o Ministério de Minas e Energia e a Aneel a mudar as regras do regime de indenizações instituído em 2015, uma contrapartida oferecida aos grupos que aceitaram renovar suas licenças antecipadamente. A Associação Brasileira das Empresas de Transmissão (Abrate) tem agido junto ao governo para que os pagamentos das indenizações sejam feitos no curto prazo. O presidente da Abrate, Mario Miranda, declarou ao RR que isso é fundamental para que as operadoras não sejam lesadas e possam fazer os investimentos obrigatórios e participar dos novos leilões. O principal foco de atrito são os critérios empregados pela Aneel para contabilizar os ativos de cada companhia – base para o cálculo das compensações financeiras. A dispersão entre o que o Estado admite pagar e o que as empresas querem receber é razoavelmente grande. É o caso da CTEEP, controlada pela colombiana ISA. Em cima dos ativos não amortizados ou depreciados anteriores a maio de 2000, linha de corte estipulada pela Aneel, o governo comprometeu-se a pagar R$ 3,6 bilhões. Os colombianos, no entanto, alegam que a cifra correta passa dos R$ 5 bilhões. Outro exemplo de discordância: com base em laudo de avaliação dos seus ativos elaborado pela Deloitte Touche Tohmatsu, Furnas reivindica um ressarcimento de R$ 10,7 bilhões. O governo deve, não nega, mas diz que só paga R$ 9 bilhões. Outro ponto de fricção é o prazo de pagamento das indenizações. As empresas cobram que o desembolso seja feito integralmente neste ano, como rezava o acordo inicial. O Ministério de Minas e Energia, no entanto, já acenou com a possibilidade de diferir o pagamento em um período de dois a quatro anos. As negociações entre as empresas de transmissão e o governo prometem ser tensas. Entre os investidores, há quem fale até mesmo em uma batalha jurídica. Talvez não seja para tanto. O que as gestões contêm é uma ameaça tácita das companhias de uma participação miúda no próximo leilão de transmissão da Aneel, o que não chega a ser uma novidade. As últimas quatro licitações foram um fracasso de bilheteria. Uma boa aposta é que o governo acabará cedendo para salvar as futuras concessões. Foi assim, por exemplo, no caso das licitações aeroportuárias: atendendo a um pleito dos investidores dispostos a entrar no setor, a participação obrigatória da Infraero foi eliminada.
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Brasil entra no mapa do bilionário Elon Musk
5/01/2016O sul-africano Elon Musk, dono de um amplo colar de empresas de tecnologia nos Estados Unidos, está com um pé no Brasil. A Solar City procura um local para construir uma fábrica de equipamentos voltados a usinas de energia solar – já houve sondagens junto aos governos de São Paulo e do Rio Grande do Sul. O investimento gira em torno dos US$ 200 milhões. Detentor de uma fortuna de US$ 14 bilhões, Musk fundou o sistema de pagamentos eletrônicos PayPal, posteriormente vendido ao eBay por US$ 1,5 bilhão. É dono também da Tesla, maior fabricante mundial de veículos elétricos. Desde que assumiu o controle da Solar City, há dois anos, a intenção de Musk é empurrar a companhia para a América Latina. O Brasil é uma excelente aposta: está barato e tem um mercado a ser explorado. O segmento praticamente inexiste no país, mas estudos da Aneel indicam que a geração de energia solar crescerá, em média, 20% ao ano até 2050. Ao longo desse período, a estimativa é de que a participação dessa fonte na matriz energética saia de microscópicos 0,01% para 15%.
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Tratamento de choque
25/11/2015A diretoria da Eletrobras vai adotar um tratamento de choque para reequilibrar o caixa da Chesf, subsidiária do grupo em situação financeira mais delicada. Além da venda de participações em projetos de geração, a empresa deverá ficar de fora dos leilões de transmissão programados para 2016. A medida já teria o aval do Conselho da Eletrobras e do próprio ministro Eduardo Braga. A projeção de caixa da Chesf para o próximo ano não permite que a estatal se comprometa com novos aportes no segmento. Ressalte-se que a empresa já havia sido proibida pela Aneel de participar da última licitação de linhas de transmissão deste ano, realizada no dia 6 de novembro, por conta do atraso médio de mil dias em suas obras no setor.
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Luz vermelha
17/11/2015O diretor-geral da Aneel , Romeu Rufino, tem defendido abertamente no governo um acompanhamento mais rigoroso da situação financeira das estatais do setor elétrico. Sua pregação inclui ações preventivas de fiscalização em parceria com o TCU.
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Geração
24/09/2015A Suez teria interesse no lote de cinco hidrelétricas em Santa Catarina que pertenciam à Celesc, com capacidade de 63MW. Isso, claro, se houver mesmo o leilão da Aneel marcado para 30 de outubro.
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Transmissão
24/08/2015Há uma crescente apreensão na Aneel com o leilão de linhas de transmissão previsto para o fim deste mês. Até o momento, poucos grupos demonstraram apetite pela licitação.
Acervo RR
State Grid
10/08/2015A chinesa State Grid, que já investiu mais de US$ 2 bilhões em distribuição de energia no Brasil, marcha agora para a área de geração. Está com um pé no leilão de usinas hidrelétricas que será realizado pela Aneel em setembro.
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State Grid
10/08/2015A chinesa State Grid, que já investiu mais de US$ 2 bilhões em distribuição de energia no Brasil, marcha agora para a área de geração. Está com um pé no leilão de usinas hidrelétricas que será realizado pela Aneel em setembro.
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Malha fina
10/07/2015O ONS está na mira da Aneel. Segundo informações filtradas junto ao próprio Operador do Sistema, a Agência tem feito uma série de ressalvas a contratos firmados entre a entidade e prestadores de serviço. Oficialmente, o ONS afirma que “não há contestação de contratos” da parte da Aneel.
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Mitsui é o curto-circuito da vez na hidrelétrica de Jirau
30/06/2015Com a Lava Jato a triscar nos seus calcanhares e em meio a um contencioso com a Aneel, o consórcio responsável pela construção da hidrelétrica de Jirau tem mais um fio desencapado pelo caminho. Dois anos após embarcar no negócio, a Mitsui quer vender sua participação de 20% na Energia Sustentável do Brasil (ESBR) – holding que abriga ainda Engie, antiga GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf. A coabitação entre espécies corporativas tão distintas e com interesses tão díspares não deu liga. Os demais acionistas da ESBR teriam instaurado um apartheid societário, alijando a trading de praticamente todas as decisões estratégicas. Não foi para virar uma mera passageira sentada no banco de trás do consórcio que a Mitsui pagou quase US$ 530 milhões e ingressou na usina. A julgar pelo desprezo da Engie, da Camargo Corrêa e das duas estatais em relação aos japoneses, a decisão da Mitsui poderia soar até como uma boa notícia. No entanto, a iminente saída da trading do consórcio traz um problema a reboque: periga os demais integrantes da ESBR terem de colocar a mão no bolso para recomprar a participação nipônica. Afinal, quem se habilita a entrar num negócio marcado por sucessivos atrasos nas obras, riscos ambientais e declaradamente na alça de mira da Lava Jato? As relações entre a Mitsui e seus sócios em Jirau se deterioraram, sobretudo, neste ano. Recentemente, a trading não teria participado das gestões com o Ministério de Minas e Energia em torno do possível aumento da capacidade de geração em 420 MW durante os meses de estiagem – negociação que envolve também o governo da Bolívia. O mesmo ocorreu quando da decisão da ESBR de abrir um contencioso contra a Aneel. O consórcio conseguiu uma liminar contra a determinação da agência reguladora, segundo a qual as grandes usinas em construção na Amazônia não poderiam mais evocar problemas como greves, revoltas trabalhistas e dificuldades de obtenção de licenças ambientais para se eximir de atrasos nos cronogramas dos projetos.
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Leilão de energia
20/05/2015A Aneel planeja um leilão de hidrelétricas para o segundo semestre. A intenção é licitar usinas de até 400 MW. Trata-se da única opção sobre a mesa para compensar o atraso nos estudos de viabilidade dos grandes projetos da Amazônia.
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Enfim, uma vitória das empresas de energia
6/04/2015Enfim, uma vitória das empresas de energia. A Aneel vai alterar os critérios para a análise de casos de concentração econômica nos chamados submercados do setor – as quatro regiões em que a agência divide o sistema elétrico no país. Trata-se de um velho pleito dos investidores. Na prática, a decisão do órgão regulador vai flexibilizar as regras para a compra e venda de ativos no setor.
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Segunda chance
20/02/2015A Aneel pretende leiloar até agosto três dos cinco lotes de linhas de transmissão que encalharam na licitação de novembro do ano passado.
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O carvão, o sujismundo vilão da matriz energética
19/02/2015O carvão, o sujismundo vilão da matriz energética, virou solução contra o racionamento. A Aneel vai incluir térmicas movidas pelo insumo no próximo leilão de energia.
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Vitória de Pirro
24/09/2014A Yamaha deve fechar o ano com um aumento das exportações de motos da ordem de 60%. A concorrência, no entanto, não morre de inveja. Sabe o quanto a montadora teve de sacrificar suas margens para ostentar tal número.
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Energia nova
25/08/2014Para minimizar a carência de fatos positivos no setor elétrico, o governo pretende anunciar a realização de um leilão de novas geradoras a biomassa para o início de 2015.