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Destaque

Um ponto de interrogação nos negócios da Vale em metais básicos

9/04/2024
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Há um ponto de atenção na divisão de metais básicos da Vale – a Vale Basic Metals (VBM) Os negócios da empresa no Peru têm exigido uma atenção especial da gestão de Eduardo Bartolomeo – ou de quem venha a ocupar seu cargo – e, por extensão, dos novos sócios da companhia na área de não ferrosos – a Manara, joint venture entre o fundo soberano saudita PIF e a mineradora Ma´aden, e a Engine. Segundo informações filtradas da própria Vale, há fatores de risco que podem forçar a mineradora a reavaliar ou mesmo suspender investimentos no país vizinho, justo no momento em que importantes projetos começam a sair do papel. Uma dessas ameaças vem da esfera tributária. O governo da presidente Dina Boluarte estuda aumentar os impostos sobre o setor de mineração. Há uma pressão política nesse sentido, a partir do entendimento de que as empresas do setor ganham muito e retribuem pouco ao Estado. Uma das propostas em estudo é a criação de um fundo soberano com recursos amealhados da taxação sobre o cobre – o país é um dos três maiores produtores mundiais do minério. Fala-se também na cobrança de royalties com base no lucro das mineradoras – algo similar à CFEM, no Brasil.

Ao mesmo tempo, a Vale enfrenta problemas na área de ESG, um território no qual a companhia é um benchmarking às avessas – vide as tragédias socioambientais de Brumadinho e Mariana. Há pressões de comunidades indígenas contra a atuação da empresa brasileira. O caso mais rumoroso ocorre no distrito de Vischongo, no departamento de Ayacucho. Etnias indígenas, especialmente os Quechua, alegam que as concessões da Vale na região de Chuku Urqu – “Vale914” e “Vale915”, obtidas pela subsidiária Vale Exploration Peru – são ilegais, uma vez que teriam sido outorgadas pelo governo federal sem aprovação das autoridades locais. Com o apoio de ONGs internacionais, cobram do governo a revogação das licenças da empresa brasileira. Procurada pelo RR, a Vale não se manifestou.

A reação das comunidades locais é alimentada pelo próprio avanço da Vale no Peru. No momento, a empresa ensaia uma nova leva de investimentos no país. O RR apurou que, na semana passada, a companhia encaminhou ao Instituto Geológico Mineiro e Metalúrgico (Ingemmet) o pedido de nove concessões para a extração de cobre nas regiões de Acayucho, Huancavelica e Tacna, no sul do país. A Vale já desenvolve atividades exploratórias do mineral em jazidas localizadas em Ancash e Moquegua. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a Vale sabe melhor do que ninguém que caminha sobre um terreno arenoso e instável. Segunda a mesma fonte, a diretoria da Vale condiciona os novos investimentos a uma melhora do ambiente.

#Vale

Empresa

Quando a Vale vai “limpar” toda a lama de Mariana?

2/04/2024
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A tragédia de Mariana não tem fim. O Ministério Público Federal e o Ministério Público de Minas Gerais já se mobilizam para acionar a Justiça, pedindo o aumento da multa imposta à Fundação Renova pelo descumprimento de decisões judiciais anteriores. Na semana passada, a 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte aplicou uma sanção de R$ 250 mil contra a entidade por litigância de má fé e por ignorar reiteradamente determinações da Justiça. A Fundação Renova – biombo atrás do qual os verdadeiros culpados pelo desastre, Vale e sua sócia BHP, se escondem – tem negado indevidamente direitos já concedidos às vítimas da tragédia. A entidade, por exemplo, interrompeu, sem qualquer justificativa, o pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) aos atingidos que aderiram ao Novo Sistema Indenizatório (Novel). Segundo uma fonte do MPF, a Fundação tem descumprido acordos já firmados com a vítimas e também rechaçado novas reivindicações. Uma delas é que o pagamento do AFE seja estendido, com valores retroativos a 2015, àqueles que nunca receberam o benefício, mas se encaixam nos critérios estabelecidos. Procurada pelo RR, a Fundação Renova limitou-se a dizer que “se manifestará nos autos do processo dentro do prazo legal”.

Enquanto o Ministério Público e a Justiça cobram da Vale e da BHP o que ambas insistem em não pagar, as vítimas fazem o que podem fazer: protestar e jogar foco sobre os responsáveis por 19 mortos e por incontáveis prejuízos socioambientais. A recente manifestação na entrada das instalações da Vale no bairro Jardim Camburi, em Vitória (ES), é apenas o começo. O Movimento dos Atingidos por Barragens estaria organizando atos em diversas sedes e minas da empresa em outros estados. Os mais exaltados falam em paralisar atividades da companhia.

#Vale

Destaque

Licitação de novo terminal portuário começa a virar a favor da Vale e da CSN

27/03/2024
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Uma das principais licitações do setor portuário está provocando uma batalha nos gabinetes de Brasília – e, de quebra, um racha na siderurgia nacional. De um lado, estão Vale e CSN, as grandes operadoras de terminais de minério de ferro do país; do outro, Usiminas, controladora da Musa Mineração, e ArcelorMittal Mineração, do grupo de mesmo nome, coadjuvadas por empresas de menor porte, como J. Mendes, Minerita, Itaminas e Comisa – todas estas chamadas de “mineradoras sem porto”. A disputa envolve as regras para o arrendamento do ITG 02, o novo terminal de granéis do Porto de Itaguaí (RJ), projeto da ordem de R$ 3 bilhões. De acordo com o edital lançado pela Antaq, empresas que já detêm contratos de arrendamento ou autorização de terminais de minério só poderão entrar na licitação caso não haja propostas de outros concorrentes. No setor, essa determinação ganhou a alcunha de “trava anti-Vale e CSN”, por ter endereço certo. Ela parece ter sido feita sob encomenda para brecar a participação da mineradora e da siderúrgica na concorrência. No entanto, há sinais de que a maré começa a virar a favor das duas empresas. Existem movimentos dentro do governo para desatar as amarras que limitam a presença da Vale e da CSN na licitação. O próprio Ministério dos Portos e Aeroportos é favorável à mudança das regras e tenta, digamos assim, a persuadir a Antaq. Os novos ventos vêm também do TCU. Segundo informações apuradas pelo RR, dentro do Tribunal começa a ganhar corpo o entendimento de que as restrições do edital ferem a concorrência e podem trazer prejuízos aos cofres públicos. O assunto é analisado no processo nº 039.355/2023-3, de relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues. Procurado pelo RR, o TCU confirmou a tramitação da ação, limitando-se a dizer que “Não há documentos públicos ou decisão do Tribunal no momento.” O Ministério dos Portos e Aeroportos também informou apenas que o “projeto encontra-se em análise no TCU. Assim, não é possível afirmar quais serão as regras para a licitação.”

Marés não mudam de direção sozinhas. Desde que a Antaq publicou o edital, no ano passado, Vale e CSN colocaram suas estruturas de lobby em campo na tentativa de virar o curso da licitação. Segundo o RR apurou, nos últimos meses, as duas empresas têm feito intensas gestões junto ao Ministério dos Portos e Aeroportos, à Pasta de Minas e Energia e dentro do Congresso, com o auxílio da “Bancada da Mineração” – tida como uma espécie de istmo parlamentar da Vale. Na outra ponta do cabo de guerra, Usiminas, Arcelor e demais mineradoras fazem pressão para que as regras do jogo sejam mantidas. Alegam que a Vale e a CSN já detêm a primazia sobre grande parte do escoamento da produção de minério no Sudeste, mais precisamente Minas Gerais. A primeira é dona da CPBS (Companhia Portuária Baía de Sepetiba); a siderúrgica, por sua vez, opera o Tecar, terminal de grãos de Itaguaí – além do Sepetiba Tecom, de contêineres. Usiminas, Arcelor e congêneres acusam Vale e CSN de impor restrições a movimentação de minério de terceiros nos dois terminais. A queda de braço ameaça inviabilizar o leilão do ITG 02 ainda neste ano. Os dois lados jogam ainda com a carta da judicialização do processo.

#ArcelorMittal #CSN #Usiminas #Vale

Política

Haddad dá sinais de incômodo com as seguidas trapalhadas do governo

13/03/2024
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A “reestatização” da governança da Vale e a interferência aberta na Petrobras têm incomodado Fernando Haddad. O ministro da Fazenda vem sendo o fiador das invencionices do grupo palaciano, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, à frente, seguido do inoperante ministro da Secom, Paulo Pimentel, e do ministro de Assuntos Institucionais, Alexandre Padilha, que, fora sua interlocução anódina com o Congresso, não consegue dar uma declaração capaz de distender as falas trapalhonas do chefe. Some-se a isso a resistência dos dirigentes das estatais em aderir a uma comunicação integrada e facilitadora da gestão do presidente Lula. No fim do dia, Haddad é o avalista quase solitário de toda essa disfuncionalidade.

Segundo uma fonte da cúpula do PT, é Rui Costa o principal responsável pelo anúncio das medidas intervencionistas do presidente Lula, que se embanana todo quando tem de explicar mudanças na política econômica. Haddad e Costa se bicam elegantemente, como se estivessem em uma mesa de chá de lordes ingleses. O fato é que toda a comunicação do governo relacionada à economia resulta em problema. Não que o eleitor dê pelota ao que acontece no andar de cima, mesmo porque as medidas populistas de Lula visam quase sempre a transferência direta ou indireta de renda para o bolso da população ou facilidades na qualidade de vida. Mas o ambiente, de uma maneira geral, fica permanentemente contaminado com a ideia de que o presidente está errando na mão – problema este agravado pela incapacidade da Secom de mudar a percepção da opinião pública – ver RR.

A orientação de que as ações do governo sejam todas direcionadas para adequação à energia renovável simplesmente é ignorada. Esse deveria ser o maior mote da comunicação do governo, justificando até a ida do mandatário aos canais de televisão no horário nobre. O “Brasil Verde” é um ativo de enorme valor que está sendo depreciado. A incompetência impera. E “amassa” Haddad, que pode vir a se tornar um ministro mais poderoso do que Paulo Guedes, não por atitude própria, mas por circunstâncias que fogem ao seu controle, notadamente a ausência de outros quadros de prestígio na gestão Lula. O ministro da Fazenda carrega sobre os ombros a missão de representar o governo em todos os caldeirões fumegantes. Haddad já dá sinais de cansaço. Seu incômodo é alimentado por vários fatores: por um lado, o ego da tecnoburocracia do PT; por outro, o trabalho de desconstrução permanente dos ministros palacianos; e, finalmente, a incompetência da comunicação do governo.

Um teste será a decisão e capacidade do BNDES de fazer do “Nova Indústria Brasil” um “Plano Real” do setor. Caberá ao banco explicar, analisar, destrinchar em minudências a estratégia para a indústria, tal qual fizeram os pais do Real por quase um mês – ver RR. Por enquanto, a nova política industrial é só uma carta de intenções. E tome lambada por parte dos ortodoxos, da Faria Lima e da classe média, que reproduz o que lê e ouve nas mídias. Mas, Senhor, esta última não sabe o que faz. Pelo menos, se serve de consolo, Janja está calada.

#Fernando Haddad #Petrobras #Reestatização #Vale

Empresa

Seca do Rio Paraguai atinge embarques da Vale

13/03/2024
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Quando não é o Palácio do Planalto tentando virar o barco de Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, é a seca que atinge a companhia. A empresa tem sido atingida pelo reduzido nível do Rio Paraguai, uma das principais rotas fluviais de escoamento de minério no país. Nos dois primeiros meses do ano, o volume de minério de ferro da empresa transportado pelo rio caiu 60% em relação a igual período em 2023. A marca d´água na região de Ladário (MT), usada como referência para toda a Bacia do Alto Paraguai, está em torno de um metro, bem abaixo de 1,50 m necessário para as condições ideais de navegabilidade. Muitos navios têm circulado com carga reduzida. E a situação tende a se agravar: a previsão do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) é que as secas aumentem até meados de abril.

#Vale

Destaque

Interferência do governo na Vale provoca insatisfação na Previ

26/01/2024
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As manobras do Palácio do Planalto para fincar Guido Mantega na presidência da Vale encontram resistências dentro da diretoria da Previ. Maior acionista individual da mineradora, com 8,7%, o fundo de pensão pode até dar seu aval à mudança no comando da empresa. No entanto, segundo o RR apurou, será um voto a fórceps, à revelia das suas próprias convicções e das advertências feitas pela área técnica da entidade.

Não faltam motivos para a posição contrária da fundação, a começar por uma boa dose de pragmatismo e cálculo patrimonial. A Vale é um dos maiores ativos da carteira de renda variável da Previ. Tomando-se como base o market cap da companhia, sua participação valia no fechamento de ontem algo em torno de R$ 27 bilhões, aproximadamente 10% do patrimônio total da fundação.

Nos últimos 30 dias, em meio ao intenso noticiário sobre a movimentação do governo para emplacar Mantega no cargo de CEO, a mineradora perdeu quase 10% do seu valor de mercado. Caso a troca na gestão da companhia se confirme, é de se esperar que o papel caia mais. Por mais esdrúxula que seja a ingerência do Palácio do Planalto sobre a Vale, o comando da Previ está em uma situação delicada.

Para o presidente da entidade, João Luiz Fukunaga, uma recusa à indicação de Guido Mantega nessas circunstâncias seria muito complicada. No limite, é o seu próprio cargo que está em jogo. Fukunaga tem mandato até maio de 2026. Mas é apenas para inglês ver. O governo muda o comando da Previ, assim como o de outros fundos de pensão de estatais, na hora que quiser.

Mas os prejuízos da intervenção do governo em uma companhia privada, com o uso explícito do nome do presidente, têm potência para mais estragos. No mercado, os analistas associam o incômodo à Nova Política Industrial. Estão previstos R$ 300 bilhões que, de uma forma ou de outra, sofrerão a influência do governo na alocação ou mesmo escolha dos players beneficiados, ainda que a distribuição dos recursos seja feita de forma horizontal, como anunciou o vice-presidente Geraldo Alckmin. Ou seja: a participação do governo nas empresas estaria sempre sob o risco de captura da gestão pelo governo. Tudo errado. O simples fato de Lula ter uma dívida de gratidão com um antigo colaborador fiel não poderia jamais chegar ao ponto de transtornar as expectativas econômicas e colocar em dúvida a própria sensatez do presidente da República.

#Geraldo Alckmin #Guido Mantega #Previ #Vale

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Banco do Brasil surge como uma rota de escape para Guido Mantega

23/01/2024
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A Vale continua sendo a prioridade. No entanto, diante das notórias dificuldades para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, o governo cogita um Plano B. Ou melhor: um Plano BB. A presidência do Banco do Brasil seria uma alternativa para a obsessão do PT e do próprio Lula em encontrar um cargo de prestígio para o ex-ministro da Fazenda.

O governo teria de fazer muito pouco ou quase nenhum contorcionismo para aninhar Mantega no comando do banco estatal, na cadeira hoje ocupada por Tarciana Medeiros – funcionária de carreira da instituição e ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Formalmente, cabe ao Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovar a nomeação do presidente executivo. Conselho este em que cinco dos oito integrantes são indicados pelo acionista majoritário, o próprio governo. Ou seja: na prática, a governança do BB é a seguinte: a escolha do CEO se dá por uma canetada do presidente da República e ponto.

Há demandas do PT – e não são poucas – para as quais Lula costuma fazer ouvidos de mercador. Não é esse o caso. Seja por compromisso partidário, por lealdade, por razões de ordem afetiva ou por algum outro motivo insondável, tudo leva a crer que Guido Mantega não vai ficar ao relento.

Mesmo sendo um estorvo para o governo. Nesse contexto, além da maior flexibilidade para a nomeação, a indicação para o Banco do Brasil seria até mais fácil de justificar. Mantega continuaria sendo um contrabando, mas, ao menos, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES estaria na sua praia. Não consta que entre as suas expertises esteja o mercado mundial de minério de ferro.

Por essas e outras, fica até difícil entender o fetiche do governo pela Vale, uma manobra que mobiliza da Presidência da República a membros da cúpula petista. A escolha da mineradora parece ser a menos adequada. O que o Palácio do Planalto ganha ao assumir o desgaste político de praticamente takeoverizar o comando de uma empresa privada?

O governo teria de quebrar fortes resistências – na Vale já se fala até na extensão do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ainda que por um período mais curto, apenas para barrar a ofensiva pró-Mantega. Outra hipótese, a nomeação do ex-ministro para o Conselho, também seria um movimento intrincado. Ele dependeria da renúncia de um dos integrantes do board, cujo mandato vai até 2025.

#Banco do Brasil #Guido Mantega #Lula #Ministério da Fazenda #PT #Vale

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Pragmatismo de Steinbruch visa Mantega na Vale e Samarco no bolso

18/01/2024
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Tudo certo, tudo em ordem, a política é mesmo uma avenida com sinais trocados, mas é interessante o indiscutível parentesco não sanguíneo entre Benjamin Steinbruch e os petistas. Entenda-se a figura de linguagem como uma metáfora sobre as relações estreitas de importantes quadros dos governos do PT, que privam e frequentam a intimidade e os domínios do Barão do Aço. Mas essa proximidade não significa constância ou fidelidade. Benjamin é daqueles personagens considerados de relação difícil até mesmo para os aliados. Brigou com a família em um processo em que queria destituir todos – ou quase todos – da participação na CSN. Tem 140 processos judiciais de toda ordem e feitio contra ele. Pode-se dizer que é confiável para os seus, pero no tanto. Em um momento em que o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, já tinha se tornado persona non grata de metade da Nação e um anátema para seus “amigos” no PT, Steinbruch foi cumprir missão, assumindo uma presidência interina da entidade somente para o “companheiro” fazer sua campanha política.

Na volta à Fiesp, consagrada a terceira era PT, Skaff jogou a toalha e promoveu uma chapa única para presidente, vencida por Josué Gomes, que chegou a ser cogitado para ministro da Indústria e Comércio do Lula. Lá estava Steinbruch virando casaca e apoiando Josué com vigor. Na verdade pode-se usar o termo de que a casaca de Steinbruch tem duas faces que podem ser usadas de um lado ou outro dependendo da circunstância. O Barão do Aço tem no presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, um dos seus melhores amigos. Mantém diálogo e recorrente contratação de serviços de Luciano Coutinho e Guido Mantega. Ambos consideram a CSN a natural consolidadora do setor siderúrgico, que virá inexoravelmente em algum momento não muito distante. Já teve como contratado formal o ex-ministro Ciro Gomes, para resolver “assuntos institucionais”. Agora, queira ou não queira, o fato é que emplaca seu diretor financeiro, Manoel Carlos, na Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, cargo estratégico que vinha sendo ocupado por Ricardo Capelli, considerado um dos heróis do oito de janeiro. E não é só isso.

O siderúrgico empresário é umas das peças do lobby pró-Guido Mantega, seu chapa, na Presidência da Vale. Um desastre para a companhia, mas que pode ser muito útil para Steinbruch. É sabido que o empresário aguarda o desfecho com bilhões de dólares de indenizações dos desastres de Mariana e Brumadinho, para fazer uma “oferta estupro” a BHP e Vale pela Samarco. A chamada “companhia assassina” virou um estorvo na imagem dos seus acionistas, além da produção da Samarco representar peanuts no mar de minério de ambas. Botar um preço na bacia das almas e incorporar a mineradora as suas reservas de ferro, e a tacada da vez. Para Steinbruch ir se fortalecendo como player do setor de minério de ferro é estratégico. E a presença do chapa Guido Mantega no comando da Vale ajudaria no mínimo para lubrificar o diálogo. Benjamin Steinbruch é considerado um sujeito de um gênio terrível. Mas é uma prova viva de que relacionamentos não exigem coerência ideológica, mas lealdade. E sem dúvida são facilitadores de negócios.

#Mantega #Samarco #Steinbruch #Vale

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Casa Civil busca no passado da Petrobras e da Vale um futuro para a produção de fertilizantes

10/01/2024
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Para quem gosta de projetos estatais, um novo empreendimento tem encantado Rui Costa, ministro da Casa Civil. A ideia é reduzir barbaramente o déficit de fertilizante, algo que não faz sentido em um país que se tornou uma potência agrícola. A composição do projeto é bastante complexa: mistura Petrobras, Vale e seus respectivos fundos de pensão – Petros e Valia, fundos de estatais entre outros parceiros. A ideia de Costa é jogar todos esses elementos no mesmo caldeirão e formar uma joint venture para a produção de NPK (nitrogênio, potássio e fosfato, principais insumos dos fertilizantes).

O projeto é grandioso: o maior da América Latina, com sobras. Na verdade, em parte, seria uma volta ao passado. A Petrobras já foi a maior produtora de nitrogênio do Brasil; e a Vale, de fosfato. Gestões beócias em ambas as empresas tiraram os dois gigantes do negócio. No caso da Petrobras, foi ainda pior: a estatal simplesmente fechou sua subsidiária no setor, a Petrofértil. Pois bem, antes desse mastodôntico e inevitavelmente polêmico plano de uma megaempresa de fertilizantes, há uma boa nova: a Petrobras, devagarinho, devagarinho, está voltando ao setor. Fechou contrato com a Unigel – que não vai bem das pernas – para produção dos insumos.

Hoje o Brasil importa quase a totalidade dos fertilizantes que consome. Portanto, o empreendimento é de demanda garantida. Haveria ainda um business derivativo: criar uma empresa coligada de terras raras, um subproduto de fosfato. O Brasil é a terceira maior reserva desse complexo de minérios, que congrega césio, vanádio, tório, ítrio etc. Simplesmente todos os produtos sofisticados, da bateria para carros elétricos até a TV Led de última geração usam terras raras. Se fosse na China, essa empresa já existiria. O país asiático é o maior detentor de reservas de terras raras do mundo. A pergunta que não quer calar: será que o setor privado, chamado para tocar o projeto, com o devido apoio, não daria conta disso?

#Casa Civil #NPK #Petrobras #Rui Costa #Vale

Empresa

Vale e CSN armam uma barricada no Porto de Itaguaí

15/12/2023
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Vale e CSN, ao que parece, ganharam o primeiro round, ainda que por pontos. O Ministério dos Transportes e a Antaq empurraram para o ano que vem a publicação do edital de licitação do ITG 02, o novo terminal graneleiro do Porto de Itaguaí. O modelo original elaborado pela Antaq prevê que empresas com contratos de arrendamento ou autorização de terminais para minério só poderão participar da licitação caso não haja propostas de outros concorrentes. É uma condicionante feita sob medida para barrar a Vale e a CSN, que mantêm terminais de movimentação de grãos no próprio complexo portuário de Itaguaí. Com o adiamento, as duas empresas ganham tempo para engrossar a articulação em Brasília na tentativa de mudar as regras do jogo.

#CSN #Porto de Itaguaí #Vale

Infraestrutura

Goiás prepara programa de concessões no setor ferroviário

15/03/2023
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Assessores do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, estão debruçados sobre a criação de um programa estadual de ferrovias. Segundo fonte do próprio governo, a meta é lançar o plano de concessões até junho. Os técnicos da Companhia de Desenvolvimento Econômico ainda não definiram os trechos que serão ofertados à iniciativa privada, mas a equipe de Caiado já tem consultado potenciais investidores, como a Rumo Logística e a Vale. A mineradora é responsável pela construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que cortará o estado de Goiás. Na tentativa de atrair grandes players do setor, a ideia do governo é oferecer contratos de longa duração, de até 50 anos.

#Goiás #Ronaldo Caiado #Rumo Logística #Vale

Empresa

Vale ganha um privilegiado maquinista para os seus “assuntos regulatórios”

17/02/2023
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A contratação do ex-ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio como diretor de assuntos regulatórios da Vale, apenas um mês meio após a sua saída da Pasta, ameaça criar uma perigosa jurisprudência. É como se não houvesse mais conflito de interesses entre o público e o privado. Segundo uma fonte da ANTT, Sampaio já estaria se movimentando junto a órgãos em Brasília, notadamente a própria agência, em temas de interesse da Vale no setor de transportes. Ou seja: com o oportuno beneplácito da Comissão de Ética da Presidência da República, que liberou Sampaio da necessidade de quarentena, a companhia passou a ter em seus quadros alguém que ainda cheira a ministro e carrega informações do aparelho de Estado extremamente atualizadas e, por isso mesmo, mais valiosas, além de acessos privilegiados. Guardadas as devidas proporções, é como se Roberto Campos Neto deixasse hoje o comando do BC e, daqui a 45 dias, não mais do que isso, já estivesse batendo ponto em um banco privado.  

O ex-ministro cruza a porta giratória do governo para a iniciativa privada justo no momento em que a VLI, das quais a Vale é uma das principais acionistas, está envolvida em uma agenda das mais complexas: as tratativas para a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Conforme o RR já informou (https://relatorioreservado.com.br/noticias/vli-tera-de-pagar-um-alto-pedagio-para-renovar-concessao-da-ferrovia-centro-atlantica/), há um impasse em torno do assunto. O governo exige pesados investimentos da VLI para estender o contrato de concessão. O RR perguntou à Vale qual será a área de atuação de Sampaio e se ele conduzirá assuntos relacionados a concessões ferroviárias do grupo. A empresa, no entanto, não se pronunciou até o fechamento desta matéria. 

A contratação de Marcelo Sampaio, braço direito de Tarcísio Freitas, abre brecha para as ilações não apenas em relação ao futuro, mas também ao passado. Foi com Sampaio na secretaria executiva do Ministério da Infraestrutura que a Vale conseguiu, em 2020, fechar acordo com o governo para a renovação antecipada das concessões da Estrada de Ferro de Carajás e da Vitória-Minas. É a velha e surrada máxima da mulher de Cesar: não basta ser honesta; é preciso parecer honesta. 

#ANTT #Brasília #Comissão de Ética da Presidência da República #ex-ministro #Infraestrutura #Marcelo Sampaio #setor de transportes #Tarcísio Freitas #Vale #VLI

Destaque

Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras

15/02/2023
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O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.   

O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.   

Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.   

Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.  

#3G Capital #Americanas #Beto Sicupira #BNDES #Eletrobras #estatal #família Abdalla #fraude #Jorge Paulo Lemann #Lula #Marcel Telles #privatização #Vale

O social descarrila nos trilhos da Vale

22/09/2021
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Antes mesmo de começar, a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) ameaça se tornar um passivo social para a Vale. Segundo o RR apurou, as Prefeituras de Boa (MT) e Maria Rosa (GO), onde ficarão os maiores canteiros de obras, já teriam manifestado à mineradora sua preocupação com o grande fluxo de pessoas que vêm chegando às duas cidades nos últimos dias em busca de emprego. Os dois municípios não têm condições de abrigar os retirantes. O principal fator de apreensão é com o risco de proliferação de Covid-19 na região. Ainda que indiretamente, a responsabilidade cai sobre os ombros da Vale. Procurada, a empresa não quis se manifestar.

#Covid-19 #Vale

Vale or not Vale? Eis a questão

10/05/2021
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A Funcef avalia a venda de uma parcela da sua participação na Vale. A operação, no entanto, está longe de ser um consenso na diretoria do fundo de pensão. A valorização dos papéis foi determinante para a Funcef fechar 2020 com uma rentabilidade mais de três pontos percentuais acima da meta atuarial – 13,7% contra 10,1%

#Funcef #Vale

Algo não está cheirando bem nos portos do Rio de Janeiro

4/05/2021
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O RR apurou que Vale, CSN e Porto Sudeste, leia-se Mubadala e Trafigura, pressionam o governador Claudio Castro a intervir e conter a estranha – e, para muitos, ilegal – espiral de sanções impostas por prefeituras a terminas portuários privados do Rio. Entre os operadores, a leitura é que municípios, sabe-se lá movidos por que interesses, estariam usurpando poderes do governo do estado referentes a regulação e fiscalização ambiental. Nas duas últimas semanas, sem anuência das autoridades estaduais, a Prefeitura de Itaguaí interditou dois terminais da CSN – Tecar e Sepetiba-Tecon-, impondo multas, respectivamente, de R$ 4 milhões e R$ 1,4 milhão. Aplicou ainda uma sanção de R$ 3 milhões no Porto do Sudeste. Também sem respaldo do governo estadual, a Prefeitura de Mangaratiba interditou o Terminal da Ilha da Guaíba, da Vale. Em tempo: pode ser só uma coincidência, mas a secretária de Meio Ambiente de Itaguaí, Shayane Barreto, é filha do secretário de Meio Ambiente de Mangaratiba, Antonio Marcos Barreto.

Há ainda outras águas turvas neste episódio. As companhias estariam sendo alvo de fake news. De acordo com a mesma fonte, há cerca de duas semanas surgiram “informes” em grupos de WhatsApp de moradores de Sepetiba de que peixes estariam morrendo em função da poluição no porto, algo sem comprovação. Não que o setor portuário seja um primor de respeito ao meio ambiente. No entanto, causa estranheza que nenhuma das irregularidades apontadas pelas Prefeituras sejam endossadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), responsável pela regulação ambiental no Rio de Janeiro. Pelo contrário. O INEA suspendeu a interdição dos terminais da CSN e da Vale e parece disposto a subir o tom contra os municípios. Ao RR o Instituto informou que “o que houve foi uma autuação das Prefeituras extrapolando suas respectivas competências e usurpando atribuições que são exclusivas do INEA”.

Ouvida pelo RR, a CSN diz que “não compete a uma prefeitura municipal interditar um porto devidamente licenciado pelo órgão ambienta estadual.” O Porto Sudeste foi ainda mais contundente: afirma que “se negou a receber os documentos de autuação e notificação da Prefeitura de Itaguaí” por se tratar de “medida arbitrária, sem o conhecimento do INEA”. A Vale não se pronunciou. A Prefeitura de Itaguaí diz que “todas as irregularidades foram mapeadas e indicadas pela Secretaria de Meio Ambiente, e encaminhadas ao INEA.” Já a Prefeitura de Mangaratiba não se manifestou, a exemplo do governo do Rio.

#CSN #Porto Sudeste #Vale

À Vale o que é da Vale

22/12/2020
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O naufrágio do Stella Banner, em fevereiro, na costa do Maranhão, não vai sair de graça para a Vale. Segundo fonte do MPF, o pedido de indenização à Justiça pode chegar à casa dos R$ 4 milhões. Além das despesas que a Marinha e o Ibama tiveram para retirar mais de 140 mil toneladas de minério do mar, há ainda outros custos, como aluguel de aeronaves e pagamento de horas extras a militares e servidores federais.

#MPF #Vale

Aliança Energia se come pelas beiradas

9/11/2020
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A Vale retomou as conversações para a compra da participação da Cemig na Aliança Energia – joint venture entre a mineradora e a empresa mineira. Em janeiro, quando houve uma primeira tentativa de acordo, a estatal pedia cerca de R$ 2 bilhões pela sua fatia de 45% no capital. Valeu a pena deixar o prato esfriar. Agora, se a Vale botar R$ 1,5 bilhão sobre a mesa, é bem capaz de levar. A Aliança reúne sete hidrelétricas em Minas Gerais e um parque eólico no Ceará.

#Cemig #Vale

Acervo RR

Lâmina afiada

19/10/2020
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A Vale está se inspirando no estilo da Petrobras de ceifadora do que vê dentro de casa. Está estudando uma série de corte de ativos e alguma redução na própria carne, para não dizer que não sofreu nada. O RR lamenta as perdas, caso ocorram.

#Petrobras #Vale

Lâmina afiada

19/10/2020
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A Vale está se inspirando no estilo da Petrobras de ceifadora do que vê dentro de casa. Está estudando uma série de corte de ativos e alguma redução na própria carne, para não dizer que não sofreu nada. O RR lamenta as perdas, caso ocorram.

#Petrobras #Vale

O Rio Paraguai virou sertão

14/08/2020
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As autoridades do setor elétrico do Brasil, Argentina e Paraguai discutem o aumento temporário da vazão das hidrelétricas no Cone Sul, na tentativa de facilitar o tráfego de barcaças no Rio Paraguai. Há praticamente um apagão no transporte fluvial de grãos na  região, onde a navegação de cabotagem sofre os efeitos da pior seca nos últimos 40 anos. Há mais de cem mil toneladas de carga paradas em portos ao longo do rio, devido à falta de navegabilidade. Estima-se que as perdas para os agricultores já esteja na casa dos US$ 30 milhões. Com viés de alta.

O problema não atinge apenas o agronegócio. No Porto de Ladário, há cerca de 1 milhão de toneladas minério de ferro da Vale paradas, esperando o embarque para a Argentina.

Aliás, a seca na região descortinou outro problema: o aumento do número de barcos com produtos contrabandeados que foram “naufragados” propositadamente, para evitar o flagrante da Polícia Federal.

#Argentina #Usina hidrelétrica #Vale

Trem da Vale vai atrasar

21/07/2020
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Provavelmente a Vale terá de esperar até 2021 pela prorrogação das licenças da Estrada de Ferro Carajás e da Vitória-Minas. Apesar
do empenho do ministro Tarcísio Freitas para acelerar o passo, há inúmeras pendências técnicas na ANTT. Depois da agência, o processo ainda terá de passar pela estação TCU. Não é viagem para menos de seis meses.

#ANTT #Vale

Dividir para lucrar

3/07/2020
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A Vale pegou seus 51 mil empregados de surpresa. A quatro meses do fim do Acordo Coletivo, a companhia tem procurado sindicatos para negociar pactos regionais, quebrando uma tradição de anos. Os trabalhadores enxergam uma manobra da Vale para cindir as lideranças sindicais e reduzir o já pequeno poder de barganha dos funcionários.

#Vale

Minério al mare

15/05/2020
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Com o aval de autoridades da área ambiental, as 350 mil toneladas de minério de ferro da Vale acondicionadas nos porões do navio Stella Banner deverão ser despejados no mar. A embarcação, pertencente à sul-coreana Polaris Shipping, está encalhada na costa do Maranhão desde fevereiro. Este é o quarto acidente envolvendo um navio da empresa asiática a serviço da Vale desde 2017 – como informou o RR em 18 de março.

#Vale

“Rodovia da morte”

13/05/2020
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A Vale comprometeu-se com prefeitos da região a financiar parte do custo de duplicação da rodovia entre Mariana e Brumadinho. O projeto está orçado em R$ 1 bilhão. O montante que caberá à mineradora ainda não está decidido. O certo mesmo é que não há região no país onde a Vale precise tanto expiar suas culpas.

#Vale

Higienização

4/05/2020
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A Vale vai aplicar testes rápidos de coronavírus em todos os seus 51 mil funcionários. A checagem começará pelo Maranhão, onde dois trabalhadores da empresa já morreram por Covid-19. Todos os empregados farão três exames, um a cada 21 dias. Depois de Mariana e Brumadinho, esta é uma área na qual a Vale não tem o menor direito de errar.

#Vale

O inferno ambiental da Vale

18/03/2020
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Dona do Stellar Banner, navio que está à deriva no litoral do Maranhão com quase 300 mil toneladas de minério de ferro da Vale, a Polaris Shipping tem uma extensa folha corrida de serviços prestados à companhia brasileira. Em março de 2017, a embarcação Stellar Daisy naufragou na costa do Uruguai quando levava 260 mil toneladas de minério da Vale para a China. 22 tripulantes desapareceram. Poucos meses depois, o Stellar Unicorn, também a serviço da mineradora, teve de ser levado para reparos emergenciais após a descoberta de uma rachadura na parte exterior de um tanque. Quase na mesma época, um terceiro navio, o Stellar Queen – fretado adivinhem por quem? – ficou três semanas ancorado no Maranhão e precisou passar por manutenção urgente. É de se admirar que a Vale, marcada pelos acidentes ambientais e, sobretudo, pelas mortes de Mariana e de Brumadinho, não tenha o devido cuidado na escolha de seus parceiros.

#Vale

Muito mais do que o minério no mar

10/03/2020
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A Vale pode ter um castigo fiscal com o encalhe do navio Stellar Banner na costa do Maranhão, se os 294 milhões de toneladas de minério da companhia se percam no mar. Em episódios semelhantes, a Receita Federal abriu processos contra o afretador da embarcação estrangeira, neste caso a mineradora. Segundo um especialista em direito marítimo ouvido pelo RR, o Leão costuma invocar legislação específica que determina que os impostos referentes à carga de navio naufragado têm de ser recolhidos quando o bem se perde por culpa. Detalhe: nesse tipo de situação o Fisco é rápido no gatilho e cobra os tributos sem aguardar a determinação da causa do acidente.

#Vale

Ecos de Brumadinho

4/03/2020
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Além de calar fundo no espírito dos “valerianos”, Brumadinho também vai doer no bolso. Segundo o RR apurou, nesta semana a direção da Vale vai apresentar aos sindicatos uma proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) entre três e quatro salários. Ficará, portanto, bem abaixo do PLR do ano passado, na média de 6,2 salários. Reflexo do prejuízo registrado pela mineradora em 2019, de R$ 6,6 bilhões.

#Vale

Presidente da Vale pode ser denunciado à Justiça

28/01/2020
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Pelo que o RR apurou, existem motivos de sobra para que haja tensão na cúpula da Vale. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estuda o indiciamento de um número maior de dirigentes da companhia – na semana passada, o ex-presidente Fabio Schvartsman e outros dez executivos da empresa foram acusados por homicídio doloso. A preocupação na mineradora é que o atual no 1, Eduardo Bartolomeo, esteja entre os novos investigados, com risco de também ser denunciado à Justiça. A rigor, Bartolomeo não tem uma relação direta com uma das maiores tragédias humanas do país – até o momento, 253 mortes confirmadas.

Na época do rompimento da barragem, há exato um ano, o executivo estava no Canadá, onde comandava a área de Metais Básicos da empresa. Após comprometer o então mais alto dirigente da Vale, Schvartsman, e a área de Geotecnia – onde trabalhavam sete dos 11 executivos da mineradora denunciados à Justiça, de um total de 16 pessoas –, os procuradores estariam concentrados agora em averiguar a responsabilidade de outras instâncias decisórias da companhia. Ressalte-se que, entre 2016 e 2017, Bartolomeo foi membro do Conselho de Administração e do Comitê de Conformidade e Risco da Vale.

Aliás, curiosamente, a passagem do executivo pelo Comitê não consta em seu currículo disponível no site da companhia, ainda que esta informação tenha sido citada no comunicado divulgado pela própria mineradora à imprensa, em março de 2019, quando Bartolomeo foi efetivado na presidência. Procurado, o MPMG informou que “as investigações foram concluídas com a denúncia de 16 pessoas”. Mas ressaltou que “caso surjam fatos novos (como novas provas), há a possibilidade de desarquivamento do procedimento de investigação para novas apurações.” Reforçou ainda que “há elementos sufi cientes que demonstram os crimes cometidos pelas 16 pessoas denunciadas.” O RR enviou uma série de perguntas à Vale, mas a empresa não retornou até o fechamento desta edição. O eventual indiciamento do presidente da Vale teria um significativo impacto sobre a companhia.

Como reagiriam os mercados internacionais diante do fato da maior produtora de minério de ferro do mundo ter o ex e o atual CEO acusados pelas mortes de Brumadinho? Isso para não falar das consequências intangíveis na já enlameada reputação institucional da companhia. O risco potencial é maior se considerada a possibilidade de condenação por crime doloso de Fabio Schvartsman, o que contaminaria ainda mais uma denúncia subsequente contra Bartolomeo. Independentemente de novas denúncias contra dirigentes da Vale, por si só o relatório de 467 páginas enviado pelo MPMG à Justiça (Procedimento Investigatório Criminal 0090.19.000013-4) é bastante duro em relação à empresa. De acordo com o inquérito da Polícia Civil de Minas (no 7977979), os executivos da Vale ignoraram relatórios das consultorias Potamos e Tractebel Engeneering alertando para o risco de rompimento da barragem.

A eventual decisão do MPMG de denunciar Eduardo Bartolomeo por um acidente que não lhe diz respeito, ao menos não diretamente, parece já ter entrado na categoria de vendetta do aparelho de Justiça contra a empresa. Com uma performance exemplar, o executivo tem surpreendido pela liderança que exerce na companhia. O infortúnio é o momento em que ele ascendeu ao comando da mineradora. A Vale já foi uma das maiores, se não a maior referência do país em responsabilidade sociocorporativa. Hoje, é um gigante com pés de barro. A mineradora matou mais gente do que qualquer outra companhia nessa área.

#Fabio Schvartsman #Ministério Público #Vale

Negociação pró-forma

20/01/2020
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A Vale apresentou a seus funcionários a proposta de participação nos lucros em 2020 – a ser paga no primeiro trimestre de 2021. Será um remake do acordo firmado para 2019, repetindo os parâmetros de remuneração – teto de até sete salários. Os 11 sindicatos que representam os 51 mil empregados da Vale devem responder até o fim de fevereiro. Na atual circunstância, imagina se algum vai dizer “não”.

#Vale

Qual o passivo?

11/12/2019
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Pergunta que não quer calar: qual é o verdadeiro, verdadeiro mesmo, verdadeiríssimo passivo da Vale?

#Vale

Suspense

5/12/2019
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O acordo entre a Vale e os 11 sindicatos que representam seus trabalhadores para o cálculo da participação nos lucros e resultados em 2019 ficou para janeiro. Os mais de 53 mil trabalhadores atravessarão Natal e Ano Novo às escuras, sem saber o tamanho da bonificação.

#Vale

O níquel de tolo da Vale

29/11/2019
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A Vale gostaria que Papai Noel jogasse a sua mina de níquel da Nova Caledônia no inferno. A operação, adquirida em um período que o falecido ex-presidente Roger Agnelli tinha o objetivo de criar uma “niquelândia”sob os domínios da Vale, sempre foi um estorvo. E tudo indica que continuará sendo, segundo os relatórios internos da companhia. Talvez fosse o caso de jogar a toalha e fazer um write off. Nova Caledônia custa caro demais.

#Vale

Legado Brumadinho

31/10/2019
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Aos poucos, as mineradoras brasileiras vão passando pelo buraco da agulha dos órgãos reguladores. Segundo o RR apurou, a Agência Nacional da Mineração estima que mais 18 barragens serão liberadas para uso até o fim do ano, depois de atender as exigências pós Brumadinho. Hoje, 38 reservatórios ainda estão interditados pela ANM por apresentar algum tipo de risco. Logo após a tragédia de Minas Gerais, esse número chegou a ser de quase 70. Das estruturas paralisadas, 16 pertencem à Vale.

#Brumadinho #Vale

Recapitalização

22/10/2019
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Nove meses após a tragédia de Brumadinho, a Justiça já aliviou bastante o torniquete da Vale. O RR apurou que o total de recursos da companhia sob bloqueio judicial caiu para cerca de R$ 5,8 bilhões, a números do início deste mês. Em março, essa cifra chegou a ser de R$ 13 bilhões.

#Brumadinho #Vale

Alta tensão

14/10/2019
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A direção da Vale, ao que parece, está travando uma guerra psicológica com os 12 sindicatos que representam os mais de 50 mil trabalhadores da companhia. Apenas amanhã, a companhia vai apresentar o primeiro esboço de proposta para o novo acordo trabalhista. Há mais de 20 anos que as negociações não começavam tão em cima da data-base da categoria, 1 de novembro.

#Vale

Logística verticalizada

5/09/2019
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A VLI, leia-se Vale, surge como candidata à compra de armazéns da Conab – ver edição de 27 de agosto. Segundo o RR apurou, executivos da empresa se reuniram recentemente com o diretor da estatal Bruno Cordeiro.

#Conab #Vale

Despedida completa

12/08/2019
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A Fundação Real Grandeza já estuda propostas pelo complexo de três edifícios em Botafogo, no Rio, sede histórica de Furnas. A estatal está de mudança para o antigo prédio da Vale, no Centro. O imóvel representa quase 3% da carteira de ativos da Real Grandeza. Consultada, a fundação diz manter “contatos com consultorias para avaliar as melhores opções em relação aos prédios”.

#Furnas #Vale

O novo round entre o Legislativo e o Judiciário

8/08/2019
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Há um novo ponto de fricção à vista entre o Legislativo e o Judiciário. Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre se articulam para ressuscitar a PEC 115/2019. A Proposta estabelece que convocados por CPIs terão de comparecer obrigatoriamente ao Congresso. O que está em jogo são os limites territoriais do Legislativo e do Judiciário. Com a reabertura da PEC, uma das questões mais incandescentes poderá ser a inclusão de uma emenda específica que também obrigue membros do aparelho de Justiça – magistrados e procuradores – a atender a convocações do Congresso. É difícil, mas a simples discussão é pura nitroglicerina. CPIs costumam ser um cabo de guerra entre Legislativo e Judiciário. Um caso de repercussão mais recente foi protagonizado pelo ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman. Convocado pela CPI de Brumadinho, Schvartsman escapou da inquirição graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes. O Congresso quer justamente impedir interferências da Justiça no curso das CPIs. O texto da PEC prega que convocações realizadas por Comissões Parlamentares não contrariam os direitos fundamentais.

#Davi Alcolumbre #Fabio Schvartsman #Rodrigo Maia #Vale

Vale e cia. ativam seus anticorpos

23/07/2019
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A bancada da mineração – entre os quais se destacam os deputados Paulo Abi-Ackel e Rodrigo de Castro, ambos de Minas Gerais – já se mobiliza para barrar o possível aumento dos royalties do setor. A tropa de choque trabalha para tirar do parecer final do senador Carlos Viana, relator da CPI de Brumadinho, a proposta de elevação da CFEM. O texto original, que ainda será votado em plenário, recomenda o aumento da taxação de 3% para 10% do faturamento bruto das empresas. A punição tem endereço certo: tomando-se como base os resultados de 2018, a tributação sobre a Vale passaria de R$ 4 bilhões para R$ 13 bilhões. Em tempo: um dos mais empenhados em derrubar a proposta no Congresso é o ex-deputado Leonardo Quintão. Mesmo sem ter sido reeleito, Quintão segue como uma espécie de presidente de honra da bancada da mineração. Costuma ser maldosamente chamado por seus desafetos de Vale e cia. ativam seus anticorpos “menino da Vale”.

#CFEM #Minas e Energia #Vale

Obituário

12/07/2019
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O parecer do senador Carlos Viana, relator da CPI de Brumadinho, vai estabelecer “jurisprudência”. Segundo o RR apurou, a Comissão Parlamentar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais também deverá pedir o indiciamento por crime doloso do presidente afastado da Vale, Fabio Schvartsman, e de outros executivos da companhia.

#CPI de Brumadinho #Fabio Schvartsman #Vale

Um alento para os empregados da Vale

11/07/2019
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Em reunião com sindicatos do setor de mineração, realizada na semana passada, representantes da Vale acenaram com a possibilidade de pagamento de participação nos lucros aos trabalhadores em 2020. Essa hipótese estava praticamente afastada após a tragédia de Brumadinho e seu impacto sobre os resultados da companhia – leia-se um prejuízo de R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano. No entanto, a própria mineradora já trabalha com uma projeção de lucro para este ano em razão do aumento dos preços do minério de ferro. Desde janeiro, a tonelada passou de US$ 73 para US$ 108. A estimativa no mercado internacional é que o valor possa chegar à casa dos US$ 120 até setembro. Procurada, a Vale não se pronunciou.

#Vale

O Dia D da Vale na CPI

27/06/2019
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O dia promete ser quente no Senado. O irrefreável Jorge Kajuru (PSB-GO) pretende colocar fogo na CPI de Brumadinho, apresentando um relatório paralelo e bastante contundente contra os executivos da Vale. Kajuru deverá pedir a condenação por homicídio doloso de todos os envolvidos diretamente na tragédia, a começar pelo presidente afastado da companhia, Fabio Schvartsman, além de outros dirigentes da mineradora e de empresas terceirizadas. A iniciativa pouco usual criará um inevitável constrangimento com o senador Carlos Viana, para todos os efeitos o relator da CPI. A tendência é que Viana apresente um parecer pedindo a condenação dos executivos por homicídio culposo, cujas penas são mais brandas.

#Brumadinho #Vale

Interino definitivo

26/06/2019
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O Conselho da Vale vai retirar o aposto “interino” do cargo de presidente da companhia. Já não era sem tempo. Eduardo Bartolomeu vem surpreendendo positivamente os acionistas e stakeholders, fora o fato de que, com a ajuda providencial do mercado internacional de minério, deverá apresentar um resultado acima das expectativas no ano de estreia. Surge desde já como possível candidato à “comenda Eliezer Batista”.

#Vale

CPI de Brumadinho entra na reta final

16/05/2019
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A CPI de Brumadinho, no Senado, já começa a trabalhar na elaboração do seu relatório final. O primeiro indiciamento, como seria de se esperar, será o do ex-presidente da Vale Fabio Schwartsman.

#Brumadinho #Fabio Schwartsman #Vale

Um alívio para os funcionários da Vale

8/05/2019
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Foi preciso Fabio Schvartsman ser substituído por Eduardo Bartolomeu na presidência da Vale para a companhia dar um afago a sua força de trabalho e tratar os funcionários de Minas Gerais de forma isonômica. Os empregados das minas de Vargem Grande, Fábrica, Pico, Capitão do Mato, Tamanduá, Abóboras, Alegria, Fábrica Nova e Timpobeba, o chamado Sistema Sul, também terão estabilidade até janeiro de 2020. A princípio, a medida estava restrita aos trabalhadores da região de Brumadinho, onde ocorreu a tragédia de janeiro. A medida já está sendo comunicada aos respectivos sindicatos das diferentes regiões. Não custa lembrar que a Vale interrompeu suas atividades em várias unidades de Minas Gerais, colocando um ponto de interrogação sobre o futuro de boa parte de seus quase 20 mil funcionários no estado.

#Fabio Schvartsman #Vale

Control C, control V

6/05/2019
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A CPI de Brumadinho na Câmara dos Deputados já nasceu com ar de déjà vu. Além do presidente afastado da Vale, Fabio Schvartsman, na próxima semana os deputados deverão convocar também Juarez Avelar, diretor de estratégia e novos negócios da companhia, e Washington da Silva, do setor de gerenciamento de riscos geotécnicos. Todos já foram ouvidos na CPI do Senado.

#Fabio Schvartsman #Vale

Corpo fechado

3/05/2019
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A defesa de Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, funcionária do setor de gestão da Vale, vai entrar nos próximos dias com um pedido de habeas corpus no STF. O objetivo é impedir que a Marilene eventualmente receba voz de prisão em seus depoimentos à CPI de Brumadinho, no Congresso. A executiva foi ouvida pelos senadores no último dia 25 e deverá ser novamente convocada. Marilene foi uma das funcionárias da mineradora presa logo após a tragédia e solta alguns dias depois por decisão do STJ.

#STF #Vale

O “valor” das vidas de Brumadinho

16/04/2019
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O RR teve acesso a termos do acordo assinado entre a Vale e a Defensoria Pública de Minas Gerais no dia 5 de abril, guardados a sete chaves pela companhia. De acordo com a fonte, a empresa ofereceu a título de dano moral o equivalente a 500 salários mínimos para pai, mãe, cônjuge ou filho das vítimas na tragédia de Brumadinho. No caso de irmãos e netos, a indenização proposta é, respectivamente, de 150 e 20 salários mínimos. O acordo é importante pelo seu caráter de firmar jurisprudência. Ele poderá servir como balizador para outras ações contra a Vale. Procurada pelo RR, a companhia não quis se pronunciar.

#Brumadinho #Vale

Lamas de Brumadinho

11/04/2019
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A investigação da maior catástrofe ambiental do Brasil parece não ter essa importância toda para alguns parlamentares. As constantes ausências nas sessões dos senadores mineiros Rodrigo Pacheco e Antonio Anastasia têm chamado a atenção na CPI de Brumadinho. No caso de Anastasia, não tardará a aparecer algum desafeto disposto a lembrar, maldosamente, que a Vale foi uma importante financiadora da sua campanha ao Senado em 2014.

#Brumadinho #Vale

Valerianas

26/03/2019
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A CPI de Brumadinho vai despachar uma comitiva de deputados para a região do Alto São Francisco, com o objetivo de averiguar o impacto do rompimento da barragem da Vale na região. Os parlamentares deverão ser escoltados por técnicos da Fundação SOS Mata Atlântica. Tudo, claro, com o devido barulho na mídia.

Por falar em Vale, todas as atenções da companhia estarão voltadas para a ANTT. A diretoria da agência deverá decidir hoje sobre o pedido de renovação antecipada da concessão da ferrovia Vitória- Minas. A negociação sobre a mesa envolve a extensão da licença até 2057, em troca da construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste.

#ANTT #Brumadinho #Vale

Acervo RR

Kramer vs. Kramer

21/03/2019
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O senador Carlos Vianna (PSD-MG), relator da CPI de Brumadinho, pretende realizar uma acareação entre dirigentes da Vale e os engenheiros Makoto Namba e André Yassuda, contratados pela empresa de auditoria alemã Tüv Süd. Ambos assinaram uma declaração de estabilidade da barragem, informando que as estruturas se adequavam às normas de segurança. Por todas as circunstâncias, o encontro frente a frente promete ser um dos momentos de maior tensão da CPI. Desde a tragédia, que provocou 206 mortes até agora confirmadas, Vale e Tüv Süd têm se acusado mutuamente, uma tentando criminalizar a outra.

#Brumadinho #Vale

Kramer vs. Kramer

21/03/2019
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O senador Carlos Vianna (PSD-MG), relator da CPI de Brumadinho, pretende realizar uma acareação entre dirigentes da Vale e os engenheiros Makoto Namba e André Yassuda, contratados pela empresa de auditoria alemã Tüv Süd. Ambos assinaram uma declaração de estabilidade da barragem, informando que as estruturas se adequavam às normas de segurança. Por todas as circunstâncias, o encontro frente a frente promete ser um dos momentos de maior tensão da CPI. Desde a tragédia, que provocou 206 mortes até agora confirmadas, Vale e Tüv Süd têm se acusado mutuamente, uma tentando criminalizar a outra.

#Brumadinho #Vale

Todos os holofotes sobre Schvartsman

19/03/2019
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Fabio Schvartsman, presidente licenciado da Vale, vai sair de uma inquirição para a outra. A Assembleia Legislativa de Minas protocolará nesta semana a convocação do executivo para a CPI de Brumadinho, recém-aberta na Casa. O depoimento deverá ocorrer já na semana que vem, poucos dias após à sabatina à que Schvartsman será submetido na Comissão Parlamentar do Senado, na próxima quinta-feira.

#Fabio Schvartsman #Vale

Um alívio aos trabalhadores da Vale

15/03/2019
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Em meio à hecatombe de Brumadinho, a gestão do presidente interino Eduardo Bartolomeo reserva um alento para os 51 mil funcionários da Vale. Segundo o RR apurou, a companhia vai pagar hoje a participação nos lucros e resultados de 2018. Em média, cada empregado deverá receber cerca de seis salários. Na própria empresa, havia dúvidas quanto ao pagamento após a Justiça determinar o bloqueio de R$ 10,8 bilhões nas contas da Vale.

#Vale

“Vale-funerária”

12/03/2019
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A Vale poderá sancionar um novo “benchmarking” na remuneração de executivos: o “bônus da morte”. Caso se confirmem a saída em definitivo de Fabio Schvartsman e de outros três diretores, afastados temporariamente de seus cargos, e o pagamento de R$ 80 milhões em indenizações a eles, o quarteto receberia o correspondente a R$ 406.091,37 por cada um dos 197 mortos de Brumadinho. É mais do que a mineradora propôs pagar ao cônjuge ou a cada filho de vítimas da tragédia – R$ 300 mil.

Por falar em Brumadinho, segundo o RR apurou, em um mês a Agência Nacional de Mineração inspecionou 23 barragens em Minas Gerais. É quase um terço de todas as vistorias feitas pelo órgão regulador em 2018 – 73. Números de um país habituado a encher de trancas uma porta arrombada.

#Vale

Truque

8/03/2019
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O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, pediu afastamento apenas temporário do cargo. É um truque velho de malandro agulha. Se der certo, é porque o Conselho quer outro Brumadinho.

#Fabio Schvartsman #Vale

Lama de Brumadinho atinge os 51 mil trabalhadores da Vale

27/02/2019
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A tragédia de Brumadinho trouxe uma angústia adicional para os funcionários da Vale. Um mês se passou e até o momento o presidente da empresa, Fabio Schvartsman, e demais executivos mantêm silêncio e não se pronunciam se os trabalhadores terão direito à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 2020. Antes do acidente, que deixou mais de 180 mortos, a mineradora apresentou aos 51 mil funcionários uma proposta de sete salários referentes ao PLR de 2019. A rigor, o pagamento se dará (ou daria) apenas em março de 2020. No entanto, tradicionalmente o valor é fixado com um ano de antecedência. A base de cálculo considera um gatilho financeiro – 50% do Ebitda. Os 12 sindicatos representantes dos trabalhadores da Vale chegaram a realizar assembleias no mês passado e aprovaram a proposta. Agora, os funcionários vivem incertezas decorrentes de um problema que não causaram. Com a suspensão das atividades de produção em Minas Gerais, o rendimento dos empregados da empresa poderá cair um terço em 2020, caso a Vale não aceite renegociar o acordo de PLR. A julgar pelo passado, tudo indica que a mineradora será duplamente reincidente. A empresa não pagou o adicional relativo a 2015. Não por coincidência, o ano da tragédia de Mariana.

#Fabio Schvartsman #Vale

CPI de Brumadinho

22/02/2019
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A lama da Vale vai chegar ao Congresso. O RR apurou que o senador Otto Alencar (PSD-BA) trabalha para instalar a CPI de Brumadinho na próxima semana. O presidente da empresa, Fabio Schvartsman, será o primeiro convocado.

#Brumadinho #Vale

O happy end de Fabio Schvartsman

18/02/2019
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Com relação à Vale, está tudo nos conformes. As coisas acontecem… Fazer o quê? Ficamos, então, assim:

  1.  A Vale é uma joia e não pode ser condenada.
  2. A diretoria não é demissível.
  3. O presidente da companhia, Fábio Schvartsman, não tem ideia dos motivos do “acidente”.
  4.  Schvartsman vai ficando enquanto tem a “confiança dos acionistas”.
  5.  O sistema operacional de barragens é descentralizado.
  6. Os gestores locais têm autonomia.
  7.  A empresa está protegida por um “laudo de estabilidade”.
  8. Cada família vai receber por morto o equivalente a 0,0007% do Ebitda da companhia do terceiro trimestre do ano passado (US$ 4,37 bilhões), ou seja, R$ 100 mil por vida perdida.
  9. O futuro das barragens a Deus pertence.

#Vale

Comunicação da Vale esconde Fabio Schvartsman

14/02/2019
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A orientação da área de comunicação da Vale ao presidente Fábio Schvartsman é “vamos submergir”. A ideia da companhia é ser mais reativa do que proativa nas notícias sobre Brumadinho, esconder-se dentro de si mesmo como um caracol. A Vale tentou a mesma estratégia quando da calamidade de Mariana. Não conseguiu porque a mídia e a sociedade não deixaram. Na ocasião, as ações de responsabilidade social foram acompanhadas com intensidade. Mas elas deixam como ensino que não basta atenção aos reparos do acidente. A temeridade está no não ocorrido, no desastre encoberto no porvir, em um outro Brumadinho.

O esboroamento da barragem da Vale superou a supertempestade Sandy, no oitavo lugar no ranking dos maiores acidentes por perdas de vida. Sandy, que devastou a Costa Leste americana, em 2012, deixou mais de 100 mortes. Brumadinho praticamente dobrou esses números. É preciso que se cobre a divulgação de cada detalhe do que a companhia está refazendo e ainda mais do que está prevenindo. Um site com o status diário das demais barragens não seria mal. A mineradora chegou a criar um portal exclusivo com a justificativa de atualizar as informações sobre Brumadinho e seus outros reservatórios. No entanto, o que se vê é pura advocacia de tese, notícias e vídeos postados pela companhia com o objetivo prioritário de promover sua autodefesa.

Não há menção às condições das demais barragens, muito menos a medidas que estejam sendo tomadas para evitar novos problemas, mas apenas uma compilação de dados genéricos extraídos de alguma apresentação institucional. O que se esperaria da Vale seria a realização de uma auditoria independente dirigida ao caso e aos riscos de sua repetição em outras barragens. Um benchmarking é a Petrobras. Por ocasião do rompimento do oleoduto n Baía de Guanabara, a estatal contratou a PwC para um projeto de quatro mil ações profiláticas, ao custo de US$ 4 bilhões, com o objetivo não só de pagar  uma dívida, mas de tornar-se uma referência para o mundo.

Um comparativo com a Petrobras: a Vale fez questão de divulgar como uma grande ação a montagem de um call center, com 60 profissionais de comunicação, a maior parte terceirizados, a título de gestão de crise. Serviu a quem faturou pelo trabalho de atender telefonemas e enviar mensagens prontas por computador. A Vale, por enquanto, não passa de um modelo de corporação especializada em desastres em barragens. Nas suas costas pesam mais de 180 mortes, computadas as duas tragédias. Cabe a ela dar garantias sobre o futuro. A Vale tem de falar muito, mas muito ainda. E é bom que melhore a gestão de barragens e a sua comunicação. O RR procurou a empresa em busca de um posicionamento. A assessoria da Vale informou que estava atendendo a várias demandas e que, portanto, não teria tempo de retornar. Apesar dos seus 60 atendentes de plantão.

#Fabio Schvartsman #Vale

Na Vale sofrem o capital e o trabalho

1/02/2019
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A tragédia da Vale em Brumadinho não cinde apenas centenas de famílias. Também abala instituições. Entre as dezenas de mortos do rompimento da barragem estão quatro diretores do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Metais Básicos (Metabase). Não há previsão – e clima – para a realização de eleições na entidade.

Ciente de que a tragédia de Brumadinho abalou todos os seus funcionários, a Vale tomou uma boa iniciativa. Colocou aparelhos de televisão e terminais de computador com acesso à internet em diversas áreas de suas unidades operacionais, de modo que as pessoas fiquem informadas sobre as buscas e providências que estão sendo tomadas pela companhia, nos intervalos da jornada.

#Vale

Vale estende a tragédia aos seus trabalhadores

29/01/2019
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Por ocasião das negociações para um novo Acordo Coletivo de Trabalho, no final do ano passado, a Vale impôs aos sindicatos que representam seus funcionários uma cláusula de força: só aceitava pagar adicional de periculosidade depois de 20 minutos de o empregado estar em seu local de trabalho. O caso de Brumadinho deixa claro que risco é risco, não importa o tempo que a pessoa está à disposição da empresa. Ao que parece, a Vale tem uma perversa bola de cristal.

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O senador Otto Alencar (PSD-BA) começa a recolher hoje assinaturas para criar uma CPI destinada a investigar e punir os responsáveis pela tragédia de Brumadinho. O parlamentar não deve ter dificuldades na obtenção de apoio, primeiro por ter bom trânsito entre todos os partidos políticos e, depois, em função da comoção que o acidente provocou no país. “É um crime contra a vida. A empresa tem enorme parcela de culpa. São muitos os absurdos, como construir refeitório, escritório administrativo e posto médico diante de uma barragem que começou com 17 metros de altura e chegou a 80 metros. Vamos fundo nessa investigação” disse ele ao RR.

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Não faltam derivativos perversos no que pode ser considerado o pior acidente de trabalho no Brasil, caso o número de mortes passe de 69 na tragédia em Brumadinho (esse é o total de vítimas no desabamento do Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, em 1971). A CLT que entrou em vigor em novembro de 2017 limitou a 50 salários-mínimos o teto da indenização que um trabalhador pode receber a título de dano moral – antes não havia limite, cabendo a cada juiz estabelecer a quantia. Assim, a família de um empregado morto pela barragem que se rompeu em Minas Gerais na última sexta-feira irá receber no máximo cerca de R$ 49 mil reais da Vale.

#Vale

Por trás da tragédia

26/01/2019
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Boa parte dos 51 mil empregados da Vale estão temerosos sobre os efeitos da tragédia de Brumadinho sobre seus bolsos. É que a companhia iniciaria nos próximos dias as negociações para pagar a participação nos lucros e resultados – crédito normalmente liberado em março. A conversa agora envolve as regras para o dinheiro que virá no primeiro trimestre de 2020. Os trabalhadores temem que a empresa adie o papo “sine die”, sob o argumento de que está concentrada em atenuar os danos do novo desastre ambiental que causou em Minas Gerais. Para se ter ideia do que representa o PLR, ele correspondeu a 6,7 salários no ano passado para a massa dos trabalhadores e 3,6, em 2017. Os executivos não entram nesse rateio. O bônus deles é tratado no andar de cima da companhia.

#Vale

Schvartsman na mira da Previ

19/12/2018
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Apesar de a Vale prometer uma política de dividendos cada vez maior, a Previ pretende vender parte das suas ações na mineradora. Por um lado, a decisão certamente tem motivações técnicas; por outro, conforme circula nos corredores da fundação, a entidade quer sair porque não consegue fazer sair o presidente da companhia, Fabio Schvartsman. Pesa sobre a cabeça do presidente da Vale a suspeita participação de Aécio Neves na sua indicação. Se fosse antes do modelo public company, quando os acionistas controladores pintavam e bordavam, Schvartsman já teria sido frito.

#Previ #Vale

Acervo RR

Papel passado

22/03/2018
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Em um determinado momento da gestão Murilo Ferreira, na Vale, a compra ou associação com a Suzano foi aventada no Conselho de Administração da companhia. O projeto tinha como alvo a posterior aquisição da Eldorado. A história, como se sabe, conduziu os participantes para direções distintas. No entanto, a compra da Fibria pela Suzano é uma prova de que o destino escreveu certo por linhas tortas.

#Suzano #Vale

Papel passado

22/03/2018
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Em um determinado momento da gestão Murilo Ferreira, na Vale, a compra ou associação com a Suzano foi aventada no Conselho de Administração da companhia. O projeto tinha como alvo a posterior aquisição da Eldorado. A história, como se sabe, conduziu os participantes para direções distintas. No entanto, a compra da Fibria pela Suzano é uma prova de que o destino escreveu certo por linhas tortas.

#Suzano #Vale

Governo arma uma arapuca com as golden share

24/01/2018
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pretende fazer o Congresso comer da farinha do engodo, constituída de pedacinhos da golden share. Essas ações de classe especial permitem ao governo intervir na gestão das empresas em casos de liquidação, modificação de objetos, das sedes e da denominação. A função mais enaltecida da golden share é a de que ela pode evitar a desnacionalização das companhias privatizadas. O governo tem uma penca dessas ações na Vale, na Embraer e no IRB. Quer socá-las todas no pilão de forma que cheguem a uma consistência tão fina que um simples sopro as empurre para o esquecimento.

A ideia é se desfazer delas todas, especialmente as que serão criadas com a futura venda da Eletrobras. O embuste do governo é usar as golden share para aprovar a privatização da Eletrobras no Congresso, enquanto, simultaneamente, se prepara para transformá-las em títulos negociáveis, reduzir o seu poder de interferência ou simplesmente sumir com elas. Há precisamente 94 dias, o governo encaminhou consulta ao Tribunal de Contas da União sobre a probabilidade de venda das ações ou até o extermínio delas. Consultado, o TCU informa que “não há, até o momento, deliberação em relação à consulta realizada pelo Ministério da Fazenda sobre a extinção dos direitos conferidos pelas golden share”. Esclarece ainda que “o processo recebeu instrução na unidade técnica incumbida e atualmente está em análise no âmbito do Ministério Público junto ao TCU”.

Neste caso, cabe ressaltar que as negociações entre a Embraer e a Boeing colocaram em banho-maria as tratativas entre o governo e o Tribunal de Contas. Outra questão, noves fora  fator soberania, é o retorno financeiro da União, já que essa classe especial de ações possui prerrogativas que exigem uma valoração diferenciada. Desde a privatização da Vale, os diversos governos tentam exterminar as golden share, medida que lubrificaria a venda das estatais. Meirelles está levando ao Congresso um discurso que prevê a manutenção desta modalidade de ação. Para convencer os parlamentares de que a Eletrobras precisa ser privatizada com urgência, dá-se como garantia as ações especiais que mantêm o controle das decisões estratégicas nas mãos do Estado.

Nada contra a venda da Eletrobras, mas tudo contra o logro. São as golden share que garantem a ingerência sobre as companhias públicas desestatizadas, evitando que seu controle seja desnacionalizado e o seu centro de decisões, transferido para o exterior. A ação é um hedge do país contra um neocolonialismo. Mas, como se vê, também pode servir a um governo que tem a intenção prévia de inutilizá-la ao mesmo tempo que faz uso da sua existência para ludibriar o país e gerar caixa a qualquer custo.

#Embraer #Golden Share #Henrique Meirelles #Vale

Ranking

13/12/2017
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O RR fez uma ligeira enquete sobre o executivo empresarial que galgou mais prestígio no mercado em 2017. Deu o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disparado na ponta do ranking.

#Vale

O bilhete de saída da BHP

1/11/2017
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Em meio ao esforço da Vale para tornar-se uma das empresas com a menor relação endividamento líquido/Ebitda – coisa de 0,4% – pode sobrar um dinheirinho para dar saída para a BHP Billiton da Samarco. É o que o grupo anglo australiano mais quer na vida – ver RR edição de 14 de dezembro de 2015. Possivelmente, o preço seria baixinho. Na geopolítica da Vale, essa medida somada a uma eventual associação com a Cemig Geração ou mesmo a compra de parte dos ativos, além da já expressiva participação na economia do estado, elevaria a companhia ao status de imperadora das Minas Gerais. A mineradora teria um cacife político que ela só teve no período dos generais Juracy Magalhães e João Batista Figueiredo.

#Cemig #Vale

“Valemig” é um facho de luz na área de geração

4/10/2017
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Agora que a Cemig perdeu seus anéis e a Vale ficou de fora da competição pelas quatro usinas da estatal mineira – São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande – pode ter chegado a hora de decisão se a parceria entre ambas foi pontual e fugidia. Melhor seria se a Aliança Energia, joint venture entre as duas companhias que ficou escanteada no leilão, desse lugar a uma “Valemig”, empresa consolidadora, mais capitalizada, com baixa alavancagem e sem as amarras estatais. Tudo aquilo que a Cemig não é hoje e a Vale pode oferecer. Uma fonte do RR disse que o assunto tem vida própria e paira no ar. Se non è vero, è ben trovato.

Está faltando um player de energia nacional mais forte na geração, algo que a Cemig chegou a ser, antes de a gestão entortar e a companhia e se meter em relações perigosas, envolvendo políticos e empreiteiros. Não é de hoje que se discute a possibilidade de a Vale diversificar seu core business. Nos idos de Roger Agnelli, um caminho buscado foi o carvão, mas os negócios não tiveram a combustão que originalmente prometiam. Há alguns anos, a ideia da Vale ser também uma companhia de energia passeava nas reuniões de diretoria.

A “Valemig”, por sua vez, traria a estatal mineira de volta ao jogo. Hoje, a Cemig parece viver um apagão. Perdeu as quatro usinas retomadas pelo governo federal, que respondiam por quase um terço da sua produção de energia. Ao mesmo tempo, tem sido forçada a desmobilizar ativos para reduzir seu nível de alavancagem – equivalente a quatro vezes o Ebitda. Só a Cemig Geração e Transmissão carrega uma dívida da ordem de R$ 11 bilhões. A Vale é acionista de três hidrelétricas e quatro PCHs. A Cemig, por sua vez, controla ou tem participações em 82 hidrelétricas e PCHs – fora projetos ainda em andamento –, além de três térmicas e 32 usinas eólicas. Para completar, há ainda as sete hidrelétricas e um parque eólico, em construção, compartilhados pela dupla por meio da Aliança Energia.

A capacidade somada destas geradoras gira em torno de 9 GW. Ainda que a companhia mineira se desfizesse de algumas participações – dando sequência ao seu plano de desmobilização de ativos –, a “Valemig” não ficaria muito distante da franco-belga Engie (7,2 GW) e da China Three Gorges (8 GW), os dois maiores grupos privados de geração do país. À frente, apenas as subsidiárias da Eletrobras. Pensando na musculatura financeira e na consequente competitividade do negócio, o formato ideal de associação traria a Vale numa posição majoritária, como, aliás, é o caso da própria Aliança Energia – a mineradora tem 55% do capital e a Cemig, o restante.

Este desenho permitiria à “Valemig” ter acesso a crédito internacional mais barato e contar com uma gestão profissional, protegida de ingerências políticas. De quebra, funcionaria como um modelo cleaner da imagem da Cemig, que nos últimos anos ricocheteou entre interesses públicos e privados – não necessariamente o bom interesse privado. A hipótese contrária exigiria que a Vale aceitasse ser minoritária de uma estatal. Neste caso, entre pesos e contrapesos, a perda da posição de controle se justificaria pela possibilidade de ser sócia de um grande conglomerado da área de geração, o que permitiria à mineradora adicionar valor a ativos que estão fora do seu core business. Apenas como referência, a “Valemig” já nasceria com uma receita estimada entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões ao ano.

#Cemig #Vale

Benjamin Steinbruch volta?

13/09/2017
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Benjamin Steinbruch está lustrando suas armas para investir na aquisição de ações da Vale em Bolsa. O empresário pretende montar uma participação expressiva na mineradora. O espelho é o modelo Usiminas, na qual ele é um investidor relevante com interesses em sinergias futuras com a CSN. A própria reestruturação societária da Vale criou condições mais propícias para uma investida desta natureza. A pulverização do capital aumenta a flexibilidade para que ele faça suas operações de aquisição no mercado. A engenharia montada por Benjamin Steinbruch pode envolver também a Congonhas Minérios, controlada pela CSN. Há motivações cruzadas nesta direção. Sabe-se que a Vale tem interesse no ativo; Benjamin, por sua vez, precisa gerar caixa para reduzir o a alavancagem de sua siderúrgica.

#Benjamin Steinbruch #CSN #Usiminas #Vale

Cascalhos tributários

15/08/2017
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O então presidente da Vale, Roger Agnelli, foi o maior espadachim entre as mineradoras na cruzada contra o aumento da alíquota de royalties sobre a produção mineral, a Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Agnelli venceu a batalha dos royalties duas vezes, nos governos Lula. Essa sua intensa movimentação política junto com uma gigantesca demissão de funcionários da mineradora por ocasião da crise do minério de ferro foram a pá de cal no seu projeto de permanência na Vale. A luta do executivo rendeu a manutenção do status tributário até os dias de hoje, quando o setor de mineração parece ter capitulado. A troca é mais CFEM por menos investimento e competitividade nas exportações e mais desemprego na indústria extrativa mineral. Não parece um bom negócio.

#Vale

Aécio Neves “vendeu” a Vale que não tinha

26/05/2017
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Em sua primeira reunião com o Conselho de Administração da Vale, na quarta feira (24), por volta de 9h30, na sede da companhia, Fabio Schvartsman, despiu-se dos constrangimentos que o acometeram no decorrer dos últimos oito dias, e disse, firme, a que veio. As diretrizes da sua gestão são: desempenho, estratégia, governança e sustentabilidade. Também não houve meias palavras em relação às prioridades.

Elas são duas: integridade das barragens e transformação da empresa em uma public company. Schvartsman foi atingido por um estilhaço da delinquência de Aécio Neves. Para alguém que, nos últimos cinco anos, esteve nos rankings dos 20 melhores executivos do país, frequentou todas as listas dos mais bem sucedidos dirigentes empresariais, conforme a avaliação da nata dos head hunters, e somente deu sete entrevistas no período (quase uma por ano), é possível imaginar a violência do impacto da notícia. A serena explanação de Schvartsman no Conselho é um ponto de partida para que o RR relate mais um capítulo da criminosa tentativa do ex-governador de Minas de usar a Vale como uma de suas falsas moedas de troca.

As primeiras conversas sobre a substituição de Murilo Ferreira da presidência da Vale começaram entre os acionistas-chave da companhia, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O assunto nunca foi tratado com Michel Temer, mas com o seu “entorno” no Palácio do Planalto. As “pressões” sempre se resumiram a assuntar como o processo estava sendo conduzido. As menções a influências de políticos mineiros, Aécio à frente, vinham de meados de 2016, antes da decisão de Ferreira de abdicar do cargo, antecipando-se, inclusive, ao próprio Conselho.

Em ordem decrescente de grandeza, o deputado Fabio Ramalho (o popular “Fabinho Liderança”), o deputado Newton Cardoso Jr., e Aécio fizeram chegar aos acionistas o interesse da “mineirada” que a solução para a presidência da Vale passasse pelo estado. Até então, Aécio falava com o “entorno do Planalto” e por meio da imprensa. Com a ampliação da Lava Jato e o aumento de operações da Polícia Federal, todos os sócios da Vale (os supracitados, mais BNDESPAR e Mitsui) entenderam que a nomeação do novo presidente deveria ser inteiramente blindada. A decisão foi levada ao “entorno do Planalto” há pouco mais de 60 dias.

O gabinete do Palácio, então, “autorizou” que fosse formado um comitê, presidido por Caffarelli, para definir a sucessão. Foi escolhida a Spencer Stuart, por consenso entre os sócios. A empresa de head hunter foi encarregada de apresentar diversas opções com um perfil desejado. A Spencer levantou 20 nomes. A lista, posteriormente, foi afunilada para cinco candidatos, entre os quais o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, e o presidente da Nissan, Carlos Ghosn. O nome de preferência de Joesley Batista, o ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine, sequer constou da relação inicial de 20 executivos.

A escolha de Schvartsman foi feita  por unanimidade entre os acionistas. O processo estava sacramentado, por assim dizer, em 22 de março. No dia 23 de março, Aécio procurou os acionistas da Vale, pedindo uma reunião urgente, tendo em vista a “importância da decisão para Minas”. O encontro foi marcado para o dia seguinte. Na sexta-feira, 24 de março, às 10 horas, o senador foi ao encontro de Trabuco e Caffarelli, nasede do Banco do Brasil, no quarto andar do prédio localizado na Av. Paulista, n° 1.200.

A reunião durou pouco mais de uma hora. Aécio somente queria assuntar como estava o processo da sucessão na Vale. Não arriscou qualquer sugestão de nome. Sabia que os dados já tinham sido jogados. De lá seguiu para o Hotel Unique, onde foi gravado por Joesley Batista, bravateando que “tinha feito o presidente da Vale”. Levou os R$ 2 milhões que queria sem entregar a moeda que não tinha. No dia 27 de março foi anunciada a escolha de Fabio Schvartsman para a presidência e, ao que tudo indica, o bem da Vale.

#Aécio Neves #Joesley Batista #Vale

Heróis da resistência

24/05/2017
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Há uma história a ser contada sobre a sucessão de Murilo Ferreira na presidência da Vale. Um capítulo já foi revelado, com a divulgação da conversa indecente de Aécio Neves e Joesley Batista tentando lotear o comando da companhia. Outros capítulos igualmente indecorosos ainda virão à tona – o RR pretende contá-los. O raro destaque positivo nessa inescrupulosa articulação foi a heroica resistência dos acionistas da mineradora, notadamente Bradesco e Banco do Brasil, que evitaram a ocupação não somente da presidência, mas de qualquer cargo de diretoria.

#Aécio Neves #Joesley Batista #Murilo Ferreira #Vale

O legado de Fabio Schvartsman

23/05/2017
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Fabio Schvartsman, que assumiu a presidência da Vale, não ficou para a consumação do feito. Mas, dentro da própria Klabin, a expectativa é que ainda neste ano a companhia passe a figurar entre as dez maiores produtoras de celulose do mundo. O bilhete para o seleto rol virá com a operação, a pleno vapor, da nova fábrica no Paraná, a unidade Puma, com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas. Foi o principal investimento da gestão Schvartsman e um dos maiores projetos da história da Klabin: R$ 8,5 bilhões.

#Klabin #Vale

As missões de Fabio Schvartsman na Vale

11/05/2017
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O mercado espera que o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, faça seu primeiro pronunciamento em grande estilo. Ele seguiria para além da reestruturação e conclusão dos investimentos deixados por Murilo Ferreira como sua herança. Sua missão seria a democratização societária da companhia e o aperfeiçoamento da governança. A expectativa é que o discurso de Schvartsman bafeje o acionista com a prosperidade futura e os primeiros ganhos nas bolsas.

#Vale

Padilha na Previ

23/02/2017
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Além de avançar sobre a cadeira do presidente da Vale, Murilo Ferreira, o ministro Eliseu Padilha tenta também meter a colher na Previ. Trabalha pela substituição de Gueitiro Genso, o único remanescente do governo Dilma nos três grandes fundos de pensão do país.

#Eliseu Padilha #Previ #Vale

A voz da Vale

20/02/2017
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Eliezer Batista, founding father da Vale, diz que, frente às intempéries, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, “fez o possível e o impossível”. Segundo Eliezer, “ele deveria ficar na presidência da empresa”. Por falar em presidência da Vale, o que Michel Temer tem a ver com isso? Vai colocar o cargo na conta da coalizão partidária? Tá mesmo tudo dominado.

#Eliezer Batista #Michel Temer #Murilo Ferreira #Vale

A profecia

16/02/2017
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Aécio Neves recebeu um recado singelo de que vai perder bem mais do que ganhar se insistir em se apossar da Vale. O remetente tem como contribuir para que a profecia seja autorrealizável.

#Aécio Neves #Vale

Eike é o fator mais imponderável da Lava Jato

31/01/2017
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O risco Eike Batista não tem limite. Devido a componentes megalômanos notórios e a uma ética peculiar – “tudo é mercado, as pessoas têm direito a cobrar por tudo” – a delação do empresário pode se tornar uma bomba mais explosiva do que o testemunho de Marcelo Odebrecht. Eike vai de A a Z. A crônica de regalias obtidas junto ao empresário registra o nome dos peixões José Dirceu, José Sarney, Aécio Neves, Delcidio do Amaral e o notório Sérgio Cabral.

Ele teve relações próximas com Lula, que foi requisitado pelo empresário durante e após o seu mandato para contornar problemas em países da América do Sul. Mas Eike tornou-se ainda mais próximo de Dilma Rousseff, de quem foi publicamente um entusiasta. Dilma ajudou o empresário em diversas vezes, pedindo celeridade à burocracia e facilitando seus pedidos na esfera da administração pública. Eike teve o que quis da Petrobras (vendeu uma termelétrica, a “Termoluma”, por um preço três vezes maior do que o valor de mercado), do BNDES (o banco tornou-se sócio de seus projetos “no papel”), da Fazenda (a “delação não premiada” sobre Guido Mantega é uma amostra de como os pedidos eram feitos e atendidos) e do Gabinete Civil, de Gleisi Hoffmann.

Os Conselhos das empresas de Eike também eram constituídos de luminares com trânsito diferenciado, a exemplo da ex-ministra do STF Ellen Gracie e de Pedro Malan. Todos os conselheiros nas diversas empresas de Mr. Batista foram agraciados com a honraria de processos na CVM. Eike sempre considerou que o “vil metal” resolve tudo. E não por distorção de caráter ou amoralidade, mas por patologia mesmo.

Ele acredita que comprar o que for é um caminho natural para resolver qualquer coisa. Aliciou mais de 40 geólogos e engenheiros da Petrobras (todos detentores de informações estratégicas e confidenciais) simplesmente triplicando ou quadruplicando seus salários. Com a Vale, usou o mesmo expediente do “vem para MMX, você também”. Arrumou um inimigo, o então presidente da mineradora Vale Roger Agnelli, para o resto da vida. Agnelli bem que tentou, mas não conseguiu equiparar os salários alucinantes oferecidos pelo empresário, que se apoderou de dezenas de funcionários seus, igualmente detentores de segredos vitais da Vale.

Quem conhece Eike Batista – tais como Bradesco, Itaú, Ricardo K, BTG, Rodolfo Landim, José Luis Alqueres, entre tantos e tantos – pode avalizar que ele age como se sofresse da Doença de Huntington, enfermidade em que as pessoas se comportam de forma inadequada e dizem coisas sem pensar. Sua megalomania o levou a contenciosos com governos da Rússia, Venezuela, Bolívia e Grécia, neste último é persona non grata. Quando tinha seus R$ 25 bilhões, Eike distribuiu muito dinheiro pelos critérios mais e menos imagináveis. Se for levado à delação, imbuído das virtudes que sempre encontra em tudo que faz, vai falar cobras e lagartos. Será o momento mais imponderável da Lava Jato.

#BNDES #Eike Batista #Vale

Ajustes deixam Vale na medida certa

27/01/2017
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A gestão do presidente da Vale, Murilo Ferreira, merece no mínimo uma nota oito. A medição do RR é fortemente influenciada pelo êxito no corte geral de despesas. Para dar uma ideia do fio da tesoura, em uma das áreas mais complicadas para compressão dos custos, o Centro Corporativo da companhia, Ferreira conseguiu uma redução de 80% em relação ao dólar/tonelada. O resultado está precificado na valoração da Vale, que saiu de US$ 16 bilhões, em 2015, para US$ 40 bilhões, neste ano. Mas a boa-nova, boa-novíssima, é que Ferreira já sinalizou que as demissões acabaram. Parece outra companhia.

#Murilo Ferreira #Vale

Um dos founding fathers da Vale

21/12/2016
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O ano de 2016 foi um período de recauchutagem para o engenheiro Eliezer Batista. Dias duros. Um intervalo de tempo voltado para colocar a máquina em forma. Mas Eliezer vem aí. Com sua mente irrequieta promete trazer inovações. Dessa vez com propostas na área de educação. Enquanto 2017 não chega, é emblemático que seu nome tenha sido escolhido pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, para o batismo do mega projeto S11D.

Eliezer foi o Michelangelo que deu vida à Carajás, à época o maior empreendimento de mineração do mundo. O conceito logístico porto-ferro-via-mina, responsável pela enorme competitividade de Carajás, foi o mesmo que norteou a construção do S11D. A escolha de Ferreira teve um caráter institucional, mas o que pesou mesmo foi o cunho pessoal. O presidente da Vale é um dos maiores admiradores de Eliezer.

Um dos seus primeiros atos ao assumir o comando da mineradora foi convidá-lo para um almoço. O S11D, com a benção de Eliezer Batista, traz a Vale novamente para o alto do pódio das mineradoras de ferro. É o maior projeto com inauguração prevista no governo Temer. Devido à grandiosidade pode, por uma via transversa, desanuviar a vista daqueles que enxergam mais no acionista – a Vale – do que na gestão da controlada, a Samarco – a responsabilidade maior pelo desastre de Mariana. É a perigosa jurisprudência do domínio do fato aplicada à mineração. Se a marca Eliezer Batista ajudar a Vale a superar suas máculas e retomar seus dias de glória, esse terá sido mais um grande feito do notável personagem.

#Samarco #Vale

Reconhecimento

8/12/2016
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Se depender da Mitsui, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, emplaca mais um mandato no cargo – o atual vence em maio.

#Mitsui #Vale

A “desmilitarização” da Reserva Nacional do Cobre

6/12/2016
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A iminente suspensão do decreto que proíbe a exploração da Reserva Nacional do Cobre pelas empresas privadas e estatais joga por terra um dos mais excêntricos fetiches do regime militar. A dita Reserva Nacional é uma área do tamanho do Projeto Jari original, ou seja, o correspondente a uma Bélgica. A menção explícita ao cobre é uma licença mineropoética. A área, entre o Pará e o Acre é, na verdade, uma reserva polimetálica, com evidências promissoras da ocorrência de molibdênio, tungstênio, bauxita, cassiterita, manganês e soi-disant do cobre. Era chamada pelos militares de “Segundo Carajás”.

Qualquer atividade na região necessita da aprovação do Conselho de Segurança Nacional. A Vale tentou inúmeras vezes incorporar algumas áreas mineralógicas ao seu portfólio de potenciais jazidas. Nunca conseguiu. Eike Batista, em momento de grande prestígio com a cúpula do governo do PT, também insistiu para explorar o filé. Esbarrou em algum gabinete militar.

A criação da Reserva Nacional do Cobre tem duas versões, ambas atribuídas ao nacionalismo extremado e ao desproporcional poder decisório de um militar pouco mencionado pelos estudiosos, o almirante Roberto Gama e Silva, que migrou do SNI para a presidência do Grupo Executivo do Baixo Amazonas (Gebam). Dentro do aparato de segurança, o Gebam foi criado para ser uma espécie de irmão gêmeo do Grupo Executivo do Araguaia-Tocantins (Getat). A principal diferença entre os dois, inicialmente dirigidos ao combate à guerrilha, era a fixação de Gama e Silva em guardar em um cofre forte a riqueza mineral do país, fechando-o para sempre.

Na primeira versão do nascimento da Reserva Nacional, o almirante leva ao grande amigo presidente João Batista Figueiredo o projeto para evitar que o Brasil exaurisse suas jazidas minerais, seguindo o roteiro da Vale de comercialização in natura, sem que a matéria-prima fosse beneficiada no país e exportada com alto valor agregado. Sua sala ficava no Palácio do Planalto, relativamente próxima do gabinete de Figueiredo. Gama e Silva teria pedido ao presidente que ordenasse as Forças Armadas para resguardar a área com destacamentos. “João” deu a reserva, mas não aprovou que a região se transformasse em algo similar a uma zona de guerra.

A segunda versão diz respeito ao ódio que Gama e Silva nutria por Daniel Ludwig, biliardário dono do Projeto Jari. Reza a lenda que, em uma das reuniões entre Ludwig e Gama e Silva para destravar os obstáculos ao empreendimento, o empresário colocou um dos pés sobre uma cadeira. Gama e Silva trovejou que não suportava desrespeito, que ia cercar toda a região em uma Reserva Nacional e prometia tirar Jari de Ludwig. O ex-presidente da Vale Eliezer Batista conta outra história. O superempresário Azevedo Antunes, dono do Grupo Caemi, que depois assumiria o controle do Jari, disse que Ludwig estava com uma suave torção na perna. A tentativa de amenizar o incômodo custou-lhe bilhões de dólares.

#Vale

Head hunter

14/11/2016
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Um executivo galáctico do ramo da proteína, que perfilou entre os top ten dos CEO durante diversos anos nas duas últimas décadas, está cotadíssimo para a presidência da Vale. Em tempo: seja quem for o ungido, vai encontrar mais da metade do edifício reerguido devido ao trabalho de Hercules de Murilo Ferreira.

#Vale

Campo fértil

1/11/2016
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 A norte-americana Mosaic quer recriar a antiga Petrofértil, reunificando os ativos da Petrobras e da Vale na área de fertilizantes. A ideia é consolidar tudo.

#Mosaic #Petrobras #Vale

Campanha contra Murilo?

13/10/2016
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 Uma boa medida da obsessão do governo em substituir o presidente da Vale, Murilo Ferreira, é o número de 16 citações na mídia sobre a saí-da do executivo no espaço de três meses. As “fontes em off do governo” insinuam que é preciso que alguém pague o pato do desastre da Samarco. Não fosse a tragédia, Ferreira estaria sendo saudado como o gestor que toureou a maior crise internacional dos preços do minério. Paciência! A reboque do noticiário sobre a eventual partida de Ferreira desponta o nome de José Carlos Martins, com 13 inserções na imprensa no mesmo período. Martins carrega duas curiosidades: diretor de ferrosos na gestão de Roger Agnelli, tinha uma “boa” ligação com o ex-presidente da Vale – tanto que conspirou para depô-lo; também trabalhou com Benjamin Steinbruch, primeiro controlador da Vale pós-privatizada.

#Murilo Ferreira #Vale

Por que não uma “Operação M&A”?

8/09/2016
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 A Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal na última segunda-feira, começa com o nome trocado. Deveria se chamar “Operação Investimentos Maduros”. A obsessão pelas estatais Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Correios, e seus respectivos fundos de pensão, assim como o desejo de achar algum petista envolvido em qualquer tramoia, acaba por dirigir a investigação para desequilíbrios atuariais ou irregularidades no trade. Melhor seria se a PF colocasse a lente na pilha de associações de rentabilidade inaceitável, revolvendo os investimentos de M&A, onde se encontram as piores e inexplicáveis participações das fundações. É lá que está o mapa das propinas. É pesquisa para mais de 30 anos.  No governo FHC despachar o mico para os fundos de pensão virou lugar comum. É bem verdade, nem tudo foram urtigas: houve aquisições positivas, como a Vale. Mas uma grande parcela das compras foi de companhias em situação lastimável, que vêm sugando as reservas dos fundos até hoje. Em algumas delas, as fundações, mais especificamente a Previ, não poderiam participar por determinação estatutária. E mesmo assim entravam ilegal e desarvoradamente no capital de empresas deficitárias. O RR não vai nominar nem uma das centenas de companhias passíveis de um “Lava Fundos”. Mas o mercado todo sabe. Tanto quanto sabia das propinas das empreiteiras em obras públicas.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Correios #FHC #Operação Greenfield #Petrobras #Previ #Vale

O que Temer faz não é o que Temer diz

8/06/2016
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 A Vale está prestes a levar um golpe. Um golpe que expõe a farsa dos anúncios feitos pelo presidente interino Michel Temer. Ao que tudo indica, a volta das privatizações, a gestão independente das empresas estatais, o respeito aos contratos e o primado da governança não passam de bolhas de sabão: tão logo estourem, terão servido apenas para que escorreguem no solo movediço aqueles que acreditaram em promessas. Temer pretende intervir no comando da Vale, uma empresa privada, arrombando com abuso de poder e a chutes de coturno o direito de seus acionistas majoritários. Quer destituir o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, à revelia dos seus controladores. É o mesmo Temer que diz que irá privatizar para proteger as estatais da intervenção política do governo.  O presidente da Vale, Murilo Ferreira, é um quadro técnico, que tem enfrentado com valentia, e em silêncio, as maiores tormentas arrostadas por um dirigente do setor privado em tempos recentes. Ninguém foi mais afetado pela crise das commodities do que a Vale. Que outra grande corporação teve seu faturamento reduzido a 30% da média histórica dos últimos 20 anos? E o que dizer da tragédia da Samarco? Ferreira tem feito a sua parte. Se for atingido, será por um golpe baixo, pois sua permanência no comando da companhia já foi decidida em reunião do Conselho de Administração há dois meses. Sairia devorado pelos pantagruéis saqueadores dos cargos que não lhes pertencem. Estranha sina esta da Vale, que parece se confundir com a do Brasil. Ambos, a seu jeito e maneira, atravessaram processos de quebra da normalidade em um terço de século. Será um ato de exceção se Temer conseguir encurralar os acionistas controladores da Vale. Não vai ter golpe.

#Michel Temer #Murilo Ferreira #Vale

Mosaic avança sobre o novo eldorado do fosfato

27/05/2016
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 A indústria brasileira de fertilizantes está em ebulição. No momento em que a China Molybdenum (CMOC) desembarca no país com a compra de ativos da Anglo American e a Vale busca um parceiro no setor, a Mosaic negocia a aquisição de um dos mais cobiçados “pedacinhos” de terra deste mercado. Os norte-americanos já teriam feito uma oferta pela mina de fosfato localizada entre as cidades de Presidente Olegário e Patos de Minas, deixando para trás concorrentes como a norueguesa Yara . Os direitos de pesquisa e lavra pertencem ao Grupo Magnor. A jazida, que ocupa uma área de 900 hectares, é a principal reserva de fosfato de Minas Gerais e uma das cinco maiores do país: o volume estimado gira em torno de 1,5 bilhão de toneladas. O investimento necessário para torná-la economicamente viável beira os R$ 3,5 bilhões.  Os norte-americanos consideram o negócio absolutamente estratégico para a montagem de uma operação integrada. A mina deverá garantir mais de um terço do fosfato consumido pelas misturadoras da Mosaic no Brasil, reduzindo em mais de 25% os custos da empresa com a aquisição do insumo – hoje integramente importado. A investida se dá pouco mais de dois anos depois de o grupo desembolsar US$ 350 milhões para ficar com os ativos de fertilizantes da conterrânea ADM no Brasil e no Paraguai. Maior produtora mundial de fertilizantes, a Mosaic não tem poupado adubo financeiro para expandir sua operação no Brasil. Além da aquisição dos negócios da ADM, desembolsou no ano passado cerca de US$ 10 milhões para ampliar sua fábrica de Catalão (GO). Mas nem só de flores é feita a lavoura da empresa no país. Há pouco mais de um ano, Tobias Grasso deixou a presidência da Mosaic no Brasil, sendo substituído por Floris Bielders. Consta que Grasso desgastou-se com os norteamericanos ao conduzir exatamente o processo de compra dos ativos da ADM. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Mosaic, Grupo Magnor e OAS.

#ADM #Anglo American #CMOC #Grupo Magnor #Vale #Yara

Opinião

11/05/2016
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 É preciso combater energicamente o lobby para substituir o presidente da Vale, Murilo Ferreira. A mineradora é uma empresa privada e não um joguete nas mãos de políticos de notória folha corrida. E Ferreira é um craque no que faz.

#Murilo Ferreira #Vale

Temer quer trocar concessões por privatizações ao pé da letra

28/04/2016
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 Pode ser que não dê tempo. Pode ser que resistências políticas e corporativas inviabilizem o projeto. Pode ser que tecnicamente várias obras e serviços públicos não caibam no modelo. Mas a disposição de Michel Temer é clara: substituir as concessões por privatizações puro-sangue. A proposta visa despertar um maior interesse dos investidores em participar dos leilões de venda para valer. No fundo, seria uma adaptação do regime de privatizações que vigorou no governo FHC ao atual, que mescla empresas em funcionamento com companhias a serem construídas. A lógica por trás da mudança é que o modelo de concessões reduz o apetite dos potenciais compradores por ter um prazo de uso e devolução, portanto sem a posse permanente do ativo. A privatização não; ela transforma o bem em propriedade. Além do mais, o novo modelo exterminaria com os complicadores que foram pendurados no leilão de concessões, tais como taxa de retorno e modicidade. Bastaria ao governo, a exemplo da Vale, deter uma golden share.  Temer revigoraria o império do maior preço. As empresas compradoras teriam maior liberdade de arrumar o seu negócio, inclusive formar preços. A regra para os recursos captados nos leilões de privatização seria a “fórmula Simonsen”, ou seja, não poderiam ser gastos em custeio das despesas do governo, mas em novos investimentos e abatimento da dívida pública. Paralelamente à mudança, a cada vez mais provável gestão Temer promoveria o fortalecimento da estrutura regulatória do governo. O movimento poderia ser resumido em poucas palavras: descomplicar e entregar para sempre.

#Michel Temer #Vale

Cultivo com fertilizante

15/04/2016
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 Apontada como potencial candidata a parceira da Vale na área de fertilizantes, a norueguesa Yara dedica-se a um negócio de menor calibre, mas, ainda assim, estratégico para sua operação no Brasil: um aumento de capital de US$ 150 milhões na Galvani. O aporte poderá aumentar sua participação na empresa paulista de 60% para 80%. Procurada pelo RR, a Galvani não comentou o assunto.

#Galvani #Vale #Yara

BHP Billiton fixa o olhar na porta de saída

14/12/2015
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  A BHP Billiton estaria analisando sua saída do Brasil. Por enquanto, é uma tese quase cochichada por sócios e altos executivos. Ela envolve mais do que uma decisão estratégica de mercado. A explosiva proposta pode criar a imagem de uma empresa covarde, fujona das suas responsabilidades sociais. O desastre de Mariana, com o rompimento da barreira da Samarco, deixou o comando da empresa anglo-australiano inseguro não somente em relação ao montante do dano ambiental, mas, em particular, quanto às dificuldades políticas que pode enfrentar no país. Ao contrário da Vale, que é nativa, nem sequer pensa em vender sua participação na mineradora e carrega consigo um histórico de “princesa” na área corporativa, a BHP fincou raízes raquíticas nestas plagas. Não é uma decisão simples, nem se pode dizer que é a mais provável. A venda dos seus 50% de participação na Samarco se daria em um momento de dupla depreciação: custo ambiental indefinido e baixa cotação do minério de ferro. A pesar em contrário, o fato de que o real desvalorizado estimularia uma maior disputa pelo ativo. Consultada, a Samarco não retornou até o fechamento da edição.  De qualquer forma, pular fora da mineradora não seria uma decisão puramente econômico-financeira. A despeito do megaproblema ambiental, a BHP tem deslizado aos poucos para fora do Brasil. Ainda em março deste ano, através de uma cisão, repassou todos os seus negócios de alumínio no país para a South 32, empresa que assumiu as operações eclipsadas da BHP. A empresa se desfez de participações de 15% na Mineração Rio do Norte, de 36% na planta de alumínio e de 46% na fábrica de alumina, ambas da Alumar. No mercado internacional, especula-se que a South 32 já estaria buscando comprador para estes ativos. A decisão da BHP, antes de Mariana, era manter a Samarco entre as suas joias da coroa, conforme os seus diversos reports. A extração de ferro foi retirada na primeira hora da lista de mineradoras e metalúrgicas que iriam integrar o portfólio da South 32, não obstante os comunicados da empresa insistirem na disposição de reduzir a diversificação. A tragédia teria sido o divisor de água.  Não é de hoje, contudo, que a BHP está se distanciando do Brasil. As equipes da área de petróleo, que vinham numerosas e constantemente ao país, foram rareando depois da mudança na lei das concessões. Os geólogos que davam plantão no país e os técnicos itinerantes também foram bastante reduzidos. No passado, a Vale demonstrou interesse na aquisição da Samarco. Hoje, provavelmente a resposta estaria na ponta da língua. Mas são outros tempos para todos.

#Alumar #BHP Billiton #Mineração Rio do Norte #Samarco #South 32 #Vale

Convite

29/10/2015
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 O ex-presidente da Vale Roger Agnelli foi convidado pelo CEO da Glencore, Ivan Glasenberg, para integrar o board do grupo.

#Glencore #Vale

Esteves quer levar o HSBC sem concorrência

8/05/2015
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 André Esteves é incorrigível. O balão de ensaio plantado na mídia de que ele é o ?cavalo vencedor? na disputa pelo HSBC é um filme trash já visto por todos. O enredo é autotélico. Esteves acha que somente o BTG pode disputar o certame pela compra do HSBC porque o sistema bancário brasileiro é concentrado. E ponto final. Só não diz concentrado em relação a quem? Confrontado com os Estados Unidos, o mercado brasileiro é super concentrado. Na comparação com a França, estamos mais ou menos ao par. Quando a referência é a Espanha, a correlação numérica de instituições bancárias é a mesma. Agora, se o parâmetro for a andia, o Brasil tem o dobro de bancos.  O argumento de André Esteves é casuísta e atende unicamente ao seu próprio interesse. A compra do HSBC permitiria a ele alavancar seus negócios, saindo de uma situação, digamos assim, desconfortável. Como é sabido, o banqueiro não tem sido exitoso em diversas das suas operações. O modelo para colocar o HSBC no bolso, Esteves conhece de cor. É uma derivada da fórmula vendida a Eike Batista para juntar a Vale com o Grupo X, desafogando este último em função do aumento da alavancagem. Sim, a palavra chave é esta: alavancagem. É em nome do abate desta presa que ele busca imobilizar a banca comercial mais bem equipada e situada no ranking do setor. Em vez de dizer solidez, Esteves esfaqueia com a palavra concentração. Espera-se que não seja mais um logro. Em tempos recentes, André Esteves ajudou a aumentar a concentração bancária com a compra do Banco Pan-Americano. Parceira no negócio, a Caixa Econômica deu mais uma engordada com o aperitivo. Ou seja: o manda-chuva do BTG diz uma coisa e faz outra. Apesar das semelhanças, contudo, ainda é muito cedo para dizer que André Esteves é um Eike II.

#André Esteves #Banco Pan-Americano #BTG Pactual #Eike Batista #Grupo X #HSBC #Vale

Esteves, BNDES e as tetas da traição

23/04/2015
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 O banqueiro André Esteves está sendo chamado de assador de porcos entre os técnicos do BNDES – uma alusão a uma fábula de origem espanhola que ficou célebre após ser citada na publicação argentina “Juicio a la escuela”, de 1976. Os funcionários do banco nunca simpatizaram com o estilo predador do dono do BTG. Mas agora ele teria passado dos limites. Esteves detonou a agência de fomento, chamando a instituição de “um monstrengo que beira o disfuncional”. Disse que o “uso dos recursos deve ser represado” e que estaria “menos preocupado com a qualidade técnica e até com casos de corrupção do que com o tamanho do BNDES”. No banco, o mínimo que se diz é que o banqueiro é um bufão – não confundir com porcão. A dinheirama que ele queria tirar para si não vale para os outros. Quem não se lembra da tentativa de Esteves de juntar o Pão de Açúcar com o Carrefour com o dinheiro – de quem? – do BNDES. E da rocambolesca operação de fusão da EBX com a Vale, igualmente envolvendo o capital do banco.  Esteves é o personagem certo para a fábula do porco assado. Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os donos dos animais, acostumados a comê-los crus, experimentaram e acharam a carne assada deliciosa. A partir daí, toda a vez que queriam comer porco assado incendiavam um bosque. O BTG, como se sabe, bem que tentou assar alguns projetos emporcalhados no BNDES, mas o banco, que obedece a critérios técnicos, não deixou Esteves queimar o bosque. Até surgir a oportunidade de torrar um novo suíno, o banqueiro vai mandar a ripa no lombo do BNDES.

#André Esteves #BNDES #BTG Pactual #Carrefour #EBX #Pão de Açúcar #Vale

O discreto fã-clube de Murilo Ferreira

6/02/2015
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Ontem, na hora do almoço, protegidos do clima abafado que molestava o bairro carioca do Leme, o diretor da área de Fertilizantes e Carvão da Vale, Roger Downey, e o conselheiro suplente da companhia e representante da Mitsui, Eduardo Rodrigues, dividiam uma mesa de canto no restaurante D’Amici.  A Mitsui tem se revelado uma parceirona da Vale. Entrou, por exemplo, com cerca de US$ 3 bilhões nos projetos de exploração de carvão e logística da companhia em Moçambique. Preocupados com o entorno, ambos cochichavam quase de rosto colado. Do discretíssimo papo, somente pôde se entreouvir uma única declaração: “Esse Murilo é um craque”.

#Mitsui #Murilo Ferreira #Vale

Nova Caledônia

23/01/2015
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A Vale iniciou estudos sobre a venda das minas de níquel da Nova Caledônia. Não há decisão fechada e muito menos qualquer associação com o boquirrotismo de Mike Davis, ex-CEO da Xstrata. O dito cujo afirmou que rasparia todo o níquel da Vale.

#Vale

Acervo RR

WWI mira no crédito imobiliário

13/08/2010
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A recém-criada WWI ? gestora de recursos controlada pela família Sabó e pelo executivo Marco Versiani, ex-Caixa Econômica Federal e Banco Itaú ? está fincando suas pilastras no mercado imobiliário. De uma só tacada, está perto de fechar a compra de participações em uma incorporadora e uma companhia de crédito habitacional. O desembolso deverá chegar a R$ 500 milhões, cerca de um quinto do aporte inicial feito pelos acionistas da WWI. Na área de crédito imobiliário, a ideia é aproveitar a sinergia com o site financiamento.com.br, que deverá entrar no ar em até dois meses. O domínio está registrado em nome de Versiani há mais de uma década. Simultaneamente, a WWI vem mantendo conversas com a Brookfield, antiga Brascan, para investimentos conjuntos em projetos imobiliários em São Paulo. Com um funding inicial de aproximadamente R$ 2,4 bilhões, a WWI também aposta no setor de energia renovável ? ainda que a maior parte dos recursos esteja comprometida com o mercado imobiliário. A gestora de recursos pretende comprar participações em usinas de álcool e açúcar e em geradoras a biomassa. Em outro front, já participa de um projeto voltado a  produção de biocombustível a partir de soja e sebo animal.

#Vale

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