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Pragmatismo de Steinbruch visa Mantega na Vale e Samarco no bolso

18/01/2024
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Tudo certo, tudo em ordem, a política é mesmo uma avenida com sinais trocados, mas é interessante o indiscutível parentesco não sanguíneo entre Benjamin Steinbruch e os petistas. Entenda-se a figura de linguagem como uma metáfora sobre as relações estreitas de importantes quadros dos governos do PT, que privam e frequentam a intimidade e os domínios do Barão do Aço. Mas essa proximidade não significa constância ou fidelidade. Benjamin é daqueles personagens considerados de relação difícil até mesmo para os aliados. Brigou com a família em um processo em que queria destituir todos – ou quase todos – da participação na CSN. Tem 140 processos judiciais de toda ordem e feitio contra ele. Pode-se dizer que é confiável para os seus, pero no tanto. Em um momento em que o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, já tinha se tornado persona non grata de metade da Nação e um anátema para seus “amigos” no PT, Steinbruch foi cumprir missão, assumindo uma presidência interina da entidade somente para o “companheiro” fazer sua campanha política.

Na volta à Fiesp, consagrada a terceira era PT, Skaff jogou a toalha e promoveu uma chapa única para presidente, vencida por Josué Gomes, que chegou a ser cogitado para ministro da Indústria e Comércio do Lula. Lá estava Steinbruch virando casaca e apoiando Josué com vigor. Na verdade pode-se usar o termo de que a casaca de Steinbruch tem duas faces que podem ser usadas de um lado ou outro dependendo da circunstância. O Barão do Aço tem no presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, um dos seus melhores amigos. Mantém diálogo e recorrente contratação de serviços de Luciano Coutinho e Guido Mantega. Ambos consideram a CSN a natural consolidadora do setor siderúrgico, que virá inexoravelmente em algum momento não muito distante. Já teve como contratado formal o ex-ministro Ciro Gomes, para resolver “assuntos institucionais”. Agora, queira ou não queira, o fato é que emplaca seu diretor financeiro, Manoel Carlos, na Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, cargo estratégico que vinha sendo ocupado por Ricardo Capelli, considerado um dos heróis do oito de janeiro. E não é só isso.

O siderúrgico empresário é umas das peças do lobby pró-Guido Mantega, seu chapa, na Presidência da Vale. Um desastre para a companhia, mas que pode ser muito útil para Steinbruch. É sabido que o empresário aguarda o desfecho com bilhões de dólares de indenizações dos desastres de Mariana e Brumadinho, para fazer uma “oferta estupro” a BHP e Vale pela Samarco. A chamada “companhia assassina” virou um estorvo na imagem dos seus acionistas, além da produção da Samarco representar peanuts no mar de minério de ambas. Botar um preço na bacia das almas e incorporar a mineradora as suas reservas de ferro, e a tacada da vez. Para Steinbruch ir se fortalecendo como player do setor de minério de ferro é estratégico. E a presença do chapa Guido Mantega no comando da Vale ajudaria no mínimo para lubrificar o diálogo. Benjamin Steinbruch é considerado um sujeito de um gênio terrível. Mas é uma prova viva de que relacionamentos não exigem coerência ideológica, mas lealdade. E sem dúvida são facilitadores de negócios.

#Mantega #Samarco #Steinbruch #Vale

Ave de rapina

11/07/2022
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O fundo abutre Oaktree, grande credor da Samarco, é um dos mais encarniçados entraves para a venda da empresa à CSN.

#CSN #Oaktree #Samarco

“Empresa assassina”

24/06/2022
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De uma instituição especializada em M&A: “Benjamin Steinbruch vai tentar estuprar o valor da Samarco. Só assim justifica o intangível negativo que ela carrega, de ser uma empresa assassina”.

#Benjamin Steinbruch #Samarco

Dito e (quase) feito

1/08/2017
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A iminente saída da BHP do Brasil já havia sido garimpada pelo RR, que antecipou a informação na edição de 14 de dezembro de 2015. Àquela altura, a newsletter tratou das negociações entabuladas para a venda da participação da
Samarco e mapeou o passo a passo do desmanche do grupo anglo-australiano no Brasil.

#BHP Billiton #Samarco

Um dos founding fathers da Vale

21/12/2016
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O ano de 2016 foi um período de recauchutagem para o engenheiro Eliezer Batista. Dias duros. Um intervalo de tempo voltado para colocar a máquina em forma. Mas Eliezer vem aí. Com sua mente irrequieta promete trazer inovações. Dessa vez com propostas na área de educação. Enquanto 2017 não chega, é emblemático que seu nome tenha sido escolhido pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, para o batismo do mega projeto S11D.

Eliezer foi o Michelangelo que deu vida à Carajás, à época o maior empreendimento de mineração do mundo. O conceito logístico porto-ferro-via-mina, responsável pela enorme competitividade de Carajás, foi o mesmo que norteou a construção do S11D. A escolha de Ferreira teve um caráter institucional, mas o que pesou mesmo foi o cunho pessoal. O presidente da Vale é um dos maiores admiradores de Eliezer.

Um dos seus primeiros atos ao assumir o comando da mineradora foi convidá-lo para um almoço. O S11D, com a benção de Eliezer Batista, traz a Vale novamente para o alto do pódio das mineradoras de ferro. É o maior projeto com inauguração prevista no governo Temer. Devido à grandiosidade pode, por uma via transversa, desanuviar a vista daqueles que enxergam mais no acionista – a Vale – do que na gestão da controlada, a Samarco – a responsabilidade maior pelo desastre de Mariana. É a perigosa jurisprudência do domínio do fato aplicada à mineração. Se a marca Eliezer Batista ajudar a Vale a superar suas máculas e retomar seus dias de glória, esse terá sido mais um grande feito do notável personagem.

#Samarco #Vale

BHP Billiton fixa o olhar na porta de saída

14/12/2015
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  A BHP Billiton estaria analisando sua saída do Brasil. Por enquanto, é uma tese quase cochichada por sócios e altos executivos. Ela envolve mais do que uma decisão estratégica de mercado. A explosiva proposta pode criar a imagem de uma empresa covarde, fujona das suas responsabilidades sociais. O desastre de Mariana, com o rompimento da barreira da Samarco, deixou o comando da empresa anglo-australiano inseguro não somente em relação ao montante do dano ambiental, mas, em particular, quanto às dificuldades políticas que pode enfrentar no país. Ao contrário da Vale, que é nativa, nem sequer pensa em vender sua participação na mineradora e carrega consigo um histórico de “princesa” na área corporativa, a BHP fincou raízes raquíticas nestas plagas. Não é uma decisão simples, nem se pode dizer que é a mais provável. A venda dos seus 50% de participação na Samarco se daria em um momento de dupla depreciação: custo ambiental indefinido e baixa cotação do minério de ferro. A pesar em contrário, o fato de que o real desvalorizado estimularia uma maior disputa pelo ativo. Consultada, a Samarco não retornou até o fechamento da edição.  De qualquer forma, pular fora da mineradora não seria uma decisão puramente econômico-financeira. A despeito do megaproblema ambiental, a BHP tem deslizado aos poucos para fora do Brasil. Ainda em março deste ano, através de uma cisão, repassou todos os seus negócios de alumínio no país para a South 32, empresa que assumiu as operações eclipsadas da BHP. A empresa se desfez de participações de 15% na Mineração Rio do Norte, de 36% na planta de alumínio e de 46% na fábrica de alumina, ambas da Alumar. No mercado internacional, especula-se que a South 32 já estaria buscando comprador para estes ativos. A decisão da BHP, antes de Mariana, era manter a Samarco entre as suas joias da coroa, conforme os seus diversos reports. A extração de ferro foi retirada na primeira hora da lista de mineradoras e metalúrgicas que iriam integrar o portfólio da South 32, não obstante os comunicados da empresa insistirem na disposição de reduzir a diversificação. A tragédia teria sido o divisor de água.  Não é de hoje, contudo, que a BHP está se distanciando do Brasil. As equipes da área de petróleo, que vinham numerosas e constantemente ao país, foram rareando depois da mudança na lei das concessões. Os geólogos que davam plantão no país e os técnicos itinerantes também foram bastante reduzidos. No passado, a Vale demonstrou interesse na aquisição da Samarco. Hoje, provavelmente a resposta estaria na ponta da língua. Mas são outros tempos para todos.

#Alumar #BHP Billiton #Mineração Rio do Norte #Samarco #South 32 #Vale

Lógica

13/11/2015
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Em vez de pensar em fazer superávit fiscal em cima da tragédia de Mariana (MG), o governo poderia adotar medidas que trouxessem benefícios reais à população local, como a criação de um fundo para financiar a reconstrução das áreas atingidas. A multa de R$ 250 milhões só reduz a capacidade da Samarco de responder à situação.

#Samarco

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