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Destaque

Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras

15/02/2023
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O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.   

O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.   

Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.   

Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.  

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Caso Kraft Heinz pode contaminar a 3G Capital

22/02/2019
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A notícia da investigação da SEC sobre políticas contábeis suspeitas na Kraft Heinz, publicada ontem à noite no site norte-americano CNBC, traz uma miríade de questões que podem alterar a imagem olímpica do mítico trio de investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – reunidos na empresa de private equity 3G Capital. O inquérito foi divulgado depois de uma entrevista atípica dada há três dias, ao Financial Times, pelo CEO da Kraft Heinz, Bernardo Hees. O executivo traça uma estratégia de um otimismo incomum. Saberia Hees do que estava por vir? Nesta semana circulou também a notícia de que Marcel Telles pediu para sair do board da Kraft Heinz. Os fatos estão relacionados? Warren Buffett, parceiro fiel de Lemann, deixou o Conselho da empresa no ano passado sem maiores explicações. Há conexão entre a saída de Buffett e o problema identificado pela SEC – as investigações podem vir de longe? A trama contábil pode se estender à Anheuser-Busch? Desde o episódio da compra do títulos da dívida russa que levou à quebra do Banco Garantia, o trio de sócios-amigos nunca sofreu um revés tão grande. Para Lemann o incidente é um machucado maior. Interfere no seu legado. A Eleva Educação, criada pelo empresário, está assentada em um discurso ético rigoroso. É um projeto lindo. O RR torce para que tudo seja esclarecido e não haja contaminação.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann #Kraft Heinz #SEC

Eletrobras reluz aos olhos de Jorge Paulo Lemann

1/09/2017
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Não é novidade nos corredores da Eletrobras o interesse da trinca Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira na privatização da companhia. Trata-se de um casamento de interesses quase perfeito, a despeito do mérito da venda da empresa e do modelo a ser escolhido. Lemann está para a Eletrobras assim como um ketchup para um hambúrguer. A holding de energia elétrica seria um monopólio sob medida para os seus atributos e sua consagração como empresário do setor real da economia.

A gestora 3G Radar, associada da 3G Capital, do trio Lemann/Telles/ Sicupira, já é acionista minoritária da Eletrobras. Ela está vasculhando informações sobre a estatal, produzindo relatórios e colaborando informalmente com a modelagem da operação. Um dos quadros da 3G Radar é um interlocutor constante do Ministério de Minas e Energia.

Para o governo, a atração de Jorge Paulo Lemann vai ao encontro do seu cronograma prioritário: a privatização da Eletrobras tem de sair em 2018. O megaempresário traz a grife do sucesso internacional, carrega a bandeira verde amarela, é altamente capitalizado, tem crédito no mercado, é um gerador de ebitda, tem uma tradição de reestruturação de custos e ganhos de eficiência e será bem precificado pelas bolsas. Para Lemann, quanto maior for a barafunda nos passivos, contingências, contratos etc., mais atrativo torna-se o negócio.

A contradição em termos explica-se pela assimetria de competências: o que é um problema para uns é a oportunidade para o notório desbravador de complicados M&As. E a política? E a exposição da Eletrobras nesse universo de interesses locais? Não seria nada do outro mundo.

A Ambev deu a Jorge Paulo Lemann a experiência de lidar com as bancadas regionais de parlamentares do Brasil inteiro. E a disposição do governo em criar uma corporation com controle pulverizado? Moleza para Lemann montar uma engenharia que lhe permita ter o “controle sem ter o controle”. Basta lembrar do nascimento da Imbev, a associação entre a Ambev e a belga Interbrew.

#3G Capital #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Será que Lemann volta aos trilhos?

7/08/2017
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A 3G Capital, de Jorge Paulo Leman, Beto Sicupira e Marcel Telles, tem sido cortejada por fundos internacionais para parcerias em concessões de infraestrutura no Brasil. As consultas chegam por meio de Bernardo Hess e Paulo Basílio, sócios da gestora e ambos com passagem pela direção da antiga América Latina Logística (ALL). Na época, o próprio Lemann e cia. estavam no bloco de controle da empresa. De lá para cá, no entanto, o trio se distanciou da área de infraestrutura para vender suas cervejas, catchups e hambúrgueres.

#3G Capital #ALL #Jorge Paulo Lemann

Lemann digital

5/07/2016
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 A incursão digital de Jorge Paulo Lemann não ficará restrita ao Snapchat, rede com 150 milhões de usuários. Por meio da 3G Capital, Lemann tem interesse em se associar à Instaby, que junta o Instagram, de compartilhamento de imagens, ao e-commerce. Consultada, a 3G não se pronunciou, mas a fonte do RR é um parceiro da companhia na área digital. Já Rafael Bluvol, um dos donos da Instaby, disse ao RR que ainda não foi procurado, mas, se Lemann aparecer, será recebido com tapete vermelho.

#3G Capital #e-commerce #Instaby #Snapchat

Startups

23/03/2016
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 Novo passatempo de Jorge Paulo Lemann e cia.: a 3G Capital está criando uma venture capital para financiar startups brasileiras especializadas em tecnologias para meios digitais, notadamente aplicativos para smartphones.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann #startups

Abilio e Lemann querem comprar deus e o mundo

27/08/2015
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Das salas de aula para os balcões de padaria, e destes para as prateleiras de biscoito e as bandejas de esfihas pode ser apenas um passo. A parceria entre Jorge Paulo Lemann e Abilio Diniz está somente esquentando os motores. Os dois maiores empreendedores da área de consumo do país pretendem transformar negócios e setores aparentemente prosaicos em mega operações. As palavras-chave são escala e marca. Esse é o perfil das aquisições estudadas. Quem pensou em nomes como Piraquê e Habib’s não estará de todo errado. Aliás, não estará nada errado. As duas empresas atiçam o apetite de Lemann e Abilio. São brands conhecidos – começar do zero não é do estilo nem de um nem de outro –, estão em todas as esquinas e vendem milhões e milhões de unidades. A fabricante de biscoitos fatura R$ 800 milhões por ano e está presente em mais de 60 mil pontos de venda só no estado do Rio. O Habib’s, por sua vez, reúne quase 400 restaurantes e soma uma receita de R$ 1 bilhão. As duas companhias têm ainda outro ponto em comum que as transforma em potenciais presas: não foram abduzidas pelo processo de consolidação em seus respectivos mercados. Ambas ainda estão nas mãos de seus fundadores, leia-se a família Colombo (Piraquê) e Alberto Saraiva (Habib’s). Jorge Paulo Lemann e Abilio Diniz são empresários da mesma espécie. Passam ao largo da área de concessões, da infraestrutura, da indústria pesada e, sobretudo, de negócios que tenham qualquer tipo de imbricamento com o setor público. Os dois nasceram também para consolidar. Assim será nos novos mercados em que ingressarão, na recém-descoberta área de panificação, com a compra da rede de padarias Benjamin Abrahão, ou no segmento de ensino. Os investimentos comuns neste setor devem ser creditados a Ana Maria Diniz, que deu os primeiros passos da associação – Lemann e seu sócio Beto Sicupira têm especial empatia pela filha de Abilio, que há anos milita na área de educação. Boa parte do ervanário está reservada exatamente para este mercado: os dois empresários pretendem avançar na compra de instituições de ensino médio e transformá-las em academias de excelência. Guardadas as devidas proporções, Abilio poderá se tornar uma espécie de Warren Buffett em versão doméstica, acompanhando Lemann em diversos negócios no país. Não poderia haver momento mais propício para o encontro entre estes dois potentados. Ambos sabem que o Brasil está barato e o que não falta na prateleira são ativos depreciados, ambiência sob medida para uma dupla tão líquida como essa – só na Península Abilio tem mais de R$ 10 bilhões. Consultada sobre novas aquisições, a Península limita-se a dizer que comprou a Benjamin Abrahão para expandir suas operações. Já a 3G, de Lemann, não se pronunciou. Lemann e Abilio enxergam também uma oportunidade de ouro para consolidar uma posição de liderança entre o empresariado nacional. A hora sorri para esta combinação entre a frieza de um e a vaidade de outro. Os investimentos da dupla seriam acompanhados de um discurso motivacional, elevado ao nível do marketing cívico corporativo. Lemann conhece bem do assunto, pois usou a receita com a Ambev. Seria uma sonora demonstração de confiança no Brasil no momento em que a maior parte dos empreendedores está reclusa. Ou seja: além do impacto econômico, tal injeção de ânimo teria também um bônus psicossocial.

#3G Capital #Abilio Diniz #Ambev #Benjamin Abrahão #Habib´s #Jorge Paulo Lemann #Península #Piraquê #Sicupira

Clube dos cem

24/08/2015
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Uma medida do império de Jorge Paulo Lemann e cia: todas as empresas reunidas sob o teto da 3G Capital deverão romper neste ano a barreira dos US$ 100 bilhões em faturamento.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann

Dilma em foco

31/07/2015
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai gastar seu latim em Parati. Seu nome é dado como certo na reunião anual da 3G Capital – o private de equity de Jorge Paulo Lemann et caterva – que ocorre neste fim de semana na cidade fluminense. FHC será o palestrante do evento. O RR fez vários contatos com o Instituto FHC, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

#3G Capital #FHC #Jorge Paulo Lemann

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