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Política

Lula versão 3.0 não consegue conter a própria língua

25/03/2024
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O casal Bolsonaro está acionando Lula, por danos morais, seguindo o script clássico dos pedidos de retratação e apostando piamente na sua condenação. O presidente, segundo a normalidade dos acordos na Justiça, teria de se desculpar na mesma mídia, usando o mesmo tempo que utilizou nas ofensas a Jair e Michelle Bolsonaro – ao dizer que mais de duas centenas de móveis sumiram do Palácio do Alvorada. Pau que bate em Chico bate em Francisco. Lula não tem como ganhar a contenda, a não ser com o uso de alguma chicana, o que seria uma saída desavergonhada. Talvez consiga publicar a retratação em outra mídia que não a Globonews, veículo de imprensa exigido pelo casal Bolsonaro. Mas não escapará da confirmação de que foi irresponsável, ou no mínimo precipitado, já que mentiu desaforadamente, ao afirmar que 261 móveis desapareceram do Palácio da Alvorada, atribuindo a suposta cleptomania ao casal de moradores anteriores. O casal Bolsonaro também pede R$ 20 mil de indenização que serão doados para a caridade. Os móveis já foram encontrados. Ficará tudo como uma patetice. Só que os residentes anteriores foram tratados como ladrões. É coisa séria.

Em outro tempo e circunstâncias completamente diferentes, o jornalista Paulo Francis, irresponsavelmente, afirmou no ar, em pleno programa de televisão, que os diretores da Petrobras detinham cada um US$ 30 milhões em contas no exterior. Francis não tinha e nem teria jamais como provar essa declaração. O então presidente da Petrobras, Joel Rennó, e toda a diretoria da estatal processaram o jornalista, em Nova York. Ganharam a causa e deixaram Francis desesperado porque não tinha fundos para pagar a fortuna devida. Rennó conta em detalhes o episódio em livro sobre sua trajetória, que acaba de ser lançado. Pois bem, o então presidente Fernando Henrique e José Serra, entre outros personagens influentes, se mobilizaram para que Rennó voltasse atrás, mas todos os diretores que tiveram a imagem conspurcada foram inflexíveis. Francis morreu antes que a novela tivesse um capítulo final. Talvez Rennó e seus subordinados até retirassem a ação. Mas o falecimento do jornalista foi atribuído ao processo por uma quase maioria de formadores de opinião.

No caso de Lula, não se trata de achar US$ 30 milhões, à época irrastreáveis, mas de móveis que, inclusive, foram encontrados quase ato contínuo. Ou seja, não há contravenção alguma da parte de Bolsonaro e de sua esposa. O que há é mais uma declaração desbocada do presidente. Lula não vai morrer por isso. Ao contrário, repetirá várias vezes os desvarios verbais. É da sua natureza. Bolsonaro fica na torcida para que o desafeto continue errando passes no seu campo. Em cada vacilada, fará um estrago nas redes, sua área de maior expertise. Parece até que, na política, trocaram apenas de cadeira. Bolsonaro em sua gestão era seu principal opositor. Lula, ao que tudo indica, gostou do modelo e adotou a “auto fritura”. Fica tudo meio por isso mesmo, com forte tempero de ridículo.

#Lula

Empresa

Venda da Amil caminha para o seu desfecho sob o olhar atento da ANS

18/12/2023
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O epílogo da novela da venda da Amil está muito próximo – conforme o colunista Lauro Jardim informou na edição de ontem de O Globo. O RR apurou que a UnitedHealth pretende anunciar nesta semana o comprador da terceira maior operadora de planos de saúde do Brasil. Em jogo, uma carteira com mais de 5,4 milhões de clientes e uma rede com 19 hospitais e 52 unidades ambulatoriais, ativos avaliados em algo próximo a R$ 15 bilhões.

No início, eram sete candidatos à aquisição da Amil. Após um processo de depuração natural, há três concorrentes no páreo: a Bain Capital, a Dasa e o empresário José Seripieri Filho. Os três já tiveram negócios na área. A Bain Capital foi, por muitos anos, controladora da empresa de medicina de grupo NotreDame Intermédica, que, posteriormente, se fundiu à Hapvida em um dos maiores deals já realizados no setor.

A Dasa pertence aos herdeiros de Edson de Godoy Bueno, fundador da Amil. Seripieri, por sua vez, criou a Qualicorp e a QS Saúde, cuja carteira foi vendida neste ano à healthtech Alice.

A presença de José Seripieri na disputa tem levado a ANS a acompanhar mais de perto as negociações. Na agência reguladora, historicamente um órgão menos politizado e de perfil mais técnico, há objeções à venda da Amil ao empresário. A resistência se deve, em parte, aos fatos controversos que marcam sua trajetória. Em 2020, o fundador da Qualicorp foi preso na operação Paralelo 23, da Polícia Federal, suspeito de participar de um suposto esquema de caixa 2 na campanha de José Serra ao Senado em 2014, que teria movimentado cerca de R$ 5 milhões.

Em novembro do mesmo ano (2020), Seripieri acabou fechando um acordo de delação premiada com a PGR. Outra questão que preocupa a ANS é o futuro da carteira de planos individuais da Amil, com aproximadamente 300 mil vidas. Trata-se de um negócio deficitário e menos atrativo. Para agência reguladora, é fundamental monitorar os planos do futuro dono da Amil para a operação e se antecipar a qualquer risco de interrupção dos serviços aos beneficiários.

Mais uma vez, as atenções se voltam na direção de Seripieri. Informações que circulam na ANS apontam que o empresário teria planos de vender a carteira de contratos individuais. Há especulações sobre o interesse da Golden Cross em ficar com a operação – Seripieri é próximo do comando da empresa. Esse possível vai-e-vem causa apreensão no órgão regulador.

No limite, esta é uma questão que pode cair no colo da própria ANS. Qualquer abalo na gestão ou problema de continuidade obrigaria a agência ou, em última instância, o próprio Estado a assumir esse contingente de 300 mil planos, mesmo que de forma provisória.

Posicionamento: A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entrou em contato com o RR para esclarecer que “não recebeu nenhuma formalização a respeito de venda da operadora Amil e que, portanto, não se manifestou sobre eventual negociação.
A ANS ressalta ainda que seus critérios analisados para autorizar ou não operações de assunção ou transferência de carteiras são baseados no cumprimento da regulação setorial. Dessa forma, a ANS não é favorável ou desfavorável a nenhum dos players envolvidos em negociações realizadas no setor sem que sejam analisados os critérios técnicos.”

#Amil #ANS #Dasa #Qualicorp

Economia

Banco do Brasil entra na lista de Arthur Lira

14/07/2023
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Além da presidência da Caixa Econômica, o PP, de Arthur Lira, quer aterrissar também na diretoria do Banco do Brasil. O partido já teria indicado o nome de Jorge Bastos para a vice-presidência de governo, hoje ocupada por José Ricardo Sasseron, funcionário de carreira do BB e ex-diretor da Previ. Ex-diretor-geral da ANTT, Bastos ocupa atualmente a presidência da Infra S/A, estatal criada a partir da fusão da Valec com a EPL. No governo Bolsonaro, ele esteve próximo do então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Pragmaticamente, deslocou-se dentro do partido, aproximando-se do grupo liderado por Arthur Lira. 

O apetite de Arthur Lira, como se sabe, é insaciável. O presidente da Câmara já dá como certa a conquista da presidência da Caixa, com a entrada do ex-ministro Gilberto Occhi no lugar hoje ocupado por Rita Serrano. Quer também esticar seus tentáculos no Banco do Brasil. Vai ser difícil cravar essa dupla vitória. Mesmo tratando-se de uma vice-presidência, no caso do BB, o governo entende que é dar espaço em demasia para Lira e o mando de campo em dois dos maiores bancos federais.

#ANTT #Arthur Lira #Caixa Econômica

Balança e cai?

25/05/2022
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Há apenas um mês no cargo, o presidente do INSS, Guilherme Serrano, já balança na cadeira. Nem o ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, responsável pela sua indicação, estaria disposto a mantê-lo.

#Guilherme Serrano #INSS

Uma frente ampla para o Ministério da Economia

3/01/2022
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O economista Arminio Fraga acende uma vela a Deus e outra ao diabo. Diz que está pronto a colaborar – ser ministro da Economia – de um governo que adote suas ideias. Por aderência natural migraria para a candidatura Sérgio Moro. Mas o candidato lavajatista já tem o seu ministro – o professor Affonso Celso Pastore – e reduzidas chances de vitória. Com Bolsonaro, Fraga não tem nem conversa. De Lula recebeu acenos, mas teria recusado. Não é bem verdade. Teria, sim, postergado. Fraga aguarda a indicação de Geraldo Alckmin à vice-presidência de Lula. Seria a forma tortuosa de abrir um canal de diálogo com o líder das pesquisas eleitorais.

O controlador da Gávea Investimentos espera que Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati e José Serra, entre outros “tucanos de cabelos brancos”, venham a aderir à chapa Lula-Alckmin para se juntar aos apoiadores pessedebista da coligação lulista. Ou seja: esse PSDB informal e depurado de nomes como o de Aécio Neves, só para dar o exemplo mais gritante. Fraga se perfila entre os tucanos de boa cepa, mas no fundo tem um lado pessoal que lembra Paulo Guedes: quer obsessivamente ser ministro há anos e anos, amém. Sabe que Lula caminhará para a centro direita.

E que muitas das suas ideias serão incorporadas em um futuro governa lulista. A chave de entrada seria a formalização de Alckmin na vice-presidência. A tropa de choque lulista não descarta um convite a Fraga, mas ele não lidera a lista dos mais bem quistos potenciais futuros ministros da Economia. Lula preferiria um perfil político, mais próximo de estilo Antônio Palocci, titular da Pasta no seu primeiro governo. Dois nomes se sobressaem nessa lista: o do governador do Maranhão e professor de Direito Constitucional da Universidade do Maranhão, Flávio Dino; e do ex-vereador por Teresina, deputado estadual, federal, senador e quatro vezes governador do Piauí – inclusive exercendo o atual mandato -, Wellington Dias. Ressalte-se que os dois compareceram ao jantar oferecido por um grupo de advogados paulistas para aproximar Lula ainda mais de Geraldo Alckmin.

Apetece também ao ex-presidente a escolha de um empresário do setor real da economia. Há diversos papeizinhos com nomes nesse pote: Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice de Lula, José de Alencar, e presidente da Fiesp; Pedro Passos, um dos controladores da Natura, que daria um toque ESG à política econômica; Pedro Wongtschowski, industrialista e presidente do Conselho do Grupo Ultra; Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (ver RR de 22 de dezembro de 2021) e amigo pessoal do assessor de Lula, Aloizio Mercadante – seja lá o peso que isso tenha na escolha; e até mesmo o octogenário Abilio Diniz, que voltou à cena, expondo suas ideias na mídia como se quisesse ser lembrado. Correndo por fora do setor real viria o tecnocrata financeiro multi-partidário Henrique Meirelles – presidente do BC de Lula, ministro da Fazenda de Michel Temer e secretário da Fazenda de João Doria.

Meirelles não está na pole position da indicação para o Ministério da Economia, mas reúne três pontos a favor: se dá bem com Lula, conta com o aval do mercado e teria um bom entendimento com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que estará à frente da autoridade monetária, seja lá quem for o futuro presidente. Meirelles, contudo, tem um ponto avantajado contra ele: a atual relação estreita com Doria, que fará uma campanha eleitoral fustigando Lula. Nesse contexto, Fraga seria o candidato natural do mercado. Recentemente, passou a namorar a centro-esquerda. E atrairia pessedebistas ainda recalcitrantes em relação ao apoio a Lula. Um senhor ponto contra é que é detestado por segmentos influentes do PT. Candidatos a ministro da Economia, portanto, ainda pululam aos montes. De certo mesmo, somente é que todos serão “subministros”. O “titular da Pasta” de fato será o próprio Lula, que, se eleito, pretende que a política econômica seja realizada com dosimetria política. O inverso de Jair Bolsonaro. O que não deixa de ser uma boa notícia.

#Abilio Diniz #Armínio Fraga #Lula #Ministério da Economia #PT

Uma chapa tucana puro-sangue

8/12/2021
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A chapa “café com leite”, como é chamada a possível dobradinha entre o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o governador de São Paulo, João Doria, está saindo do terreno das possibilidades abstratas para o das articulações concretas. Emissários dos dois lados têm agido com celeridade para marcar um encontro entre os dois políticos antes do Natal, em Porto Alegre, mais precisamente na semana que antecede os festejos. A ideia é capturar o simbolismo desse período de concórdia, paz e amistosidade. Essa seria a marca da dobradinha.

Há simpatia mútua entre ambos. E há também complementariedade. A fonte do RR aposta que a chapa Doria e Leite é a terceira via definitiva. “Eles vão empolgar o Brasil. São os únicos capazes de isolar o Sérgio Moro”. Há ganhos por vários lados nessa combinação. Doria e Leite conseguiriam esterilizar o estrago que a eventual chapa Lula/Geraldo Alckmin poderia fazer no PSDB, dividindo o partido e levando seus caciques, a exemplo de Fernando Henrique e José Serra, para o lado do ex-presidente e do “chuchu”.

Até Aécio Neves, que tem desabrida admiração por Leite e ódio por Doria, faria uma concessão e trabalharia pela unidade do PSDB. E viriam artistas, celebridades, um universo alegre que identifica esses sentimentos nos personagens. Pode ser que a fonte do RR esteja enxergando um mundo cor de rosa. Mas faz o maior sentido a chapa constituída por Dudu – apelido de Leite na infância – e o “calça apertada”, apelido de Doria na maioridade.

#Eduardo Leite #João Doria #PSDB #Sérgio Moro

Venda da dívida ativa da União ainda é um tiro no escuro

18/11/2021
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A venda da dívida ativa da União, estados e municípios lembra a independência do Banco Central, que demorou mais de 30 anos para ser aprovada. O projeto de securitização desses passivos e venda ao mercado com deságio começa há mais de uma década com projeto do Senador José Serra. O ex-ministro Joaquim Levy tentou implementar a medida.

Não conseguiu. Henrique Meirelles, na questão do presidente Temer, também buscou junto ao TCU a aprovação da venda da dívida ativa. Desistiu no caminho. Agora, o governo decidiu novamente pela comercialização dos tributos não pagos, ou seja a dívida ativa.

A ideia é boa. Só que não especifica se os passivos poderão ser usados como moeda em privatizações. E caso seja esse o intento, não esclarece se as dívidas adquiridas com altos deságios serão contabilizadas pelo valor de face para efeito da compra de ativos do Estado. Se for essa a intenção, será uma espécie de subsídio à privatização. Parece até que feito sob encomenda para alguns interessados na compra da Eletrobras.

#Banco Central #Eletrobras #Henrique Meirelles #TCU

A Serra o que é de Serra

1/03/2021
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A proposta de limitação da dívida pública como parâmetro para os gastos fiscais é uma velha bandeira do senador José Serra, que sempre bateu na tecla de que o déficit nominal era mais importante do que o primário. Dizia-se à época – governo Dilma – que Serra queria engessar o passivo da União. E era isso mesmo. Seu objetivo, contudo, era atingir os gastos com juros e outros instrumentos de endividamento menos explícitos, tais como os swaps cambiais. Serra brigou um bocado pela tese, mas não levou.

#José Serra

Os Alpes suíços vão ferver em janeiro

27/10/2020
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Há uma articulação em curso para levar ao próximo Fórum Econômico Mundial – desta vez programado para a cidade suíça de Lucerne-Bürgenstock, em janeiro de 2021 – duas comitivas infernais do Brasil. A primeira será constituída por ONGs defensoras do meio ambiente. Trata-se justamente do grupo que o general Augusto Heleno trata com os adjetivos mais duros e a quem reputa a responsabilidade pela campanha internacional contra o Brasil e, em específico, o presidente Jair Bolsonaro. Parece provocação? Sim, é uma provocação. O outro grupamento será composto de ex-chanceleres, a exemplo de Fernando Henrique Cardoso, Aloysio Nunes Ferreira, José Serra, Celso Amorim, Rubens Ricúpero, entre outros. Em maio deste ano, todos assinaram um manifesto público contra a política externa brasileira, com ênfase na forma como o governo vem conduzindo a questão ambiental, aqui e lá fora. Vai ser divertido ver um encontro entre ex-ministros das Relações Exteriores e entidades representativas do meio ambiente com o chanceler Ernesto Araújo em plenos Alpes suíços.

#Fórum Econômico Mundial

Sai o precatório e entra a dívida ativa da União

1/10/2020
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Em meio aos delírios e ao desordenado ziguezague da equipe econômica na busca por recursos para financiar o Renda Cidadã, uma ideia que parecia morta voltou à ribalta. Trata-se da criação de um fundo especial de créditos inadimplidos da dívida ativa da União. O projeto permitiria a securitização ou mesmo a venda para terceiros, com alguma taxa de deságio predefinida, de parte dos recebíveis de contribuintes cadastrados na dívida ativa.

Ou seja: o governo poderia trocar “dinheiro ruim” (de recebimento duvidoso e de prazo incalculável) por “dinheiro bom”, leia-se liquidez imediata. A escala da operação mais do que justificaria essa arquitetura. O total da dívida ativa da União gira em torno de R$ 2,2 trilhões. Significa dizer que se o governo conseguisse recuperar uma parcela ínfima de não mais do que 2%, colocaria para dentro do Tesouro algo em torno de R$ 40 bilhões, mais do que o orçamento do Bolsa Família previsto para 2021. A ideia não é nova – aliás, este é um governo de poucas composições inéditas e muitas regravações.

Este é um projeto antigo de José Serra. No passado recente, Henrique Meirelles também levantou a bola algumas vezes. Trata-se de uma proposta bem mais sensata do que  o uso de recursos de precatórios, o balão de ensaio que não durou sequer um dia. É a mão inversa: em vez de dar um calote e fazer uma gestão esperta de seus passivos, o governo buscaria dinheiro entre os seus créditos. É muito mais razoável, para dizer o mínimo. Não faltam alternativas para a viabilização desse fundo lastreado nas dívidas ativas da União. Parte desses créditos poderia ser comprada por fundos de pensão e bancos públicos, a começar pelo BNDES.

Também seria possível testar o próprio mercado, com a venda desses passivos securitizado a bancos e investidores privados. Seriam títulos com risco zero, uma vez que o próprio governo daria a garantia de recompra em um determinado prazo, a despeito do crédito ser ou não recuperado. Em tempo: ontem, o desatino de Paulo Guedes com a questão dos precatórios e do Fundeb levou auxiliares do presidente Jair Bolsonaro a fazer gozação com o ministro da Economia. Houve quem perguntasse, ironicamente, por que Guedes não desloca verbas de fora do teto de gastos para o pagamento do Renda Cidadã, tais como os recursos alocados para a construção das novas fragatas da Marinha. O RR não falou que foi o ministro Rogério Marinho o autor da pilhéria.

#Bolsa Família #Economia #Paulo Guedes

Um “Rail Act” à brasileira para acelerar as ferrovias

2/09/2020
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Um projeto de José Serra que dormita no Congresso há dois anos é a nova aposta do ministro Tarcísio Freitas para destravar os investimentos em infraestrutura, mais precisamente no setor ferroviário. O governo trabalha junto ao Senado para acelerar a votação do PLS 261/2018, que prevê mudanças fulcrais no Marco Regulatório das Ferrovias, a maior delas a possibilidade de construção de linhas férreas pelo regime de autorização. O modelo já tem previsão constitucional, mas nunca foi regulamentado, o que sempre trouxe insegurança jurídica e, na prática, impediu sua implantação.

O regime de autorização re- presentaria um salto se comparado ao de concessão, hoje em vigor. O modelo dispensa a necessidade de licitações e, consequentemente, de todos os ritos e exigências que tornam um leilão de conces- são pública algo moroso. Com base em critérios preestabelecidos em lei, caberia ao governo, como o nome sugere, autorizar ou não a execução de projetos ferroviários apresentados por investidores privados. Significa dizer que um pool de tradings agrícolas, apenas como exemplo, poderia pleitear a construção de uma linha ferroviária entre o Centro-Oeste e o Porto de Belém ou de São Luís.

A diferença básica é que qualquer ativo já nasce como uma propriedade privada e não uma concessão da União. Não há contrato e muito menos prazo estipulado para a devolução da licença, o que permite ao in- vestidor projetar um tempo maior para atingir seu breakeven. O novo Marco Regulatório previsto no projeto do senador José Serra bebe na fonte do Staggers Rail Act, lei federal aprovada nos Estados Unidos em 1980 em substituição ao então quase centenário Interstate Commerce Act, de 1887. O Ato provocou uma revolução no setor ferroviário norte-americano, com investimentos estimados em US$ 480 bilhões e uma redução dos custos médios de transporte de 51%.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, no caso do Brasil, há vários óbices no caminho. O governo sabe que o projeto de Serra é complexo e de difícil tramitação. A aprovação da proposta com a celeridade necessária dependerá de um acordão com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre a Rodrigo Maia. O Ministério da Infraestrutura também considera complicado aplicar este modelo aos projetos concebidos no regime de concessão e já incluídos no PPI, como a Ferrogrão. O novo marco passaria a valer essencialmente para empreendimentos novos e privados. Por fim, o próprio governo antevê o risco de uma batalha jurídica com os atuais concessionários de ferrovias. De acordo com o projeto, nada impede que um investidor construa um ramal para concorrer com uma operação já existente.

#José Serra #Staggers Rail Act #Tarcísio Freitas

BC passeia com o Tesouro por labirintos cambiais

21/08/2020
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O Banco Central propôs. Paulo Guedes adotou. O Tribunal de Contas da União aprovou. O Secretário do Tesouro Nacional vibrou. Tudo bem! Tudo ótimo! Mas não deixa de ser esquisito surgirem do nada R$ 520 bilhões aportados pela autoridade monetária no Tesouro Nacional para pagar o equivalente a 10% da dívida bruta interna. O RR aceita que “surgir do nada” é meia verdade.

O dinheiro surgiu do lucro obtido com as reservas cambiais devido à desvalorização do real. Uma estranha geringonça contábil que suportaria a seguinte extrapolação: uma boa maxidesvalorização do câmbio seria uma medida heterodoxa para pagar metade da dívida interna. Nesse momento, com a inflação mergulhando em queda livre, o BC poderia operar um aumento do câmbio que faria a festa dos exportadores e a alegria dos privatistas.

São conclusões incompletas de uma operação que já foi chamada no governo Temer de  “pedalada cambial”, uma insinuação ao passeio de recursos entre o Tesouro e o BNDES, que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. O senador José Serra, um fiscalista de carteirinha, foi um dos que se levantaram para combater a contabilidade criativa da operação cambial. Como tudo no tempo muda, a começar pela pandemia e pela consistência técnica do presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi achada uma nova ou não aparente função para as reservas cambiais. Que venham, então, novas desvalorizações.

#Banco Central #BNDES #Paulo Guedes

Pingo nos is

19/08/2020
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Em relação à informação publicada na última segunda-feira, o advogado de Veronica Allende Serra, Antonio de Moraes Pitombo, encaminhou nota ao RR informando que a filha do senador José Serra não tinha intenção de sair do país e “não planejava mudar-se para a Califórnia”. Ainda segundo o advogado de Veronica Serra, “a fonte que teria dito isso mentiu.”

#Veronica Allende Serra

Premonição?

17/08/2020
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Segundo fonte do Ministério Público Federal, os procuradores da Lava Jato em São Paulo apuraram que Verônica Serra, filha de José Serra, tinha planos de se mudar para a Califórnia pouco antes de estourar a denúncia de lavagem de dinheiro contra ela e seu pai.

#Ministério Público Federal

A criatura quer descolar do criador

4/08/2020
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Os principais sócios da Qualicorp, entre os quais a Rede D ´Or, querem comprar o que ainda resta de ações da companhia nas mãos de seu fundador, José Seripieri Junior – algo em torno de 2,7% do capital. Não obstante a força de Seripieri no setor, o consenso entre os investidores é que hoje sua presença gera mais ônus do que bônus. No início de julho, o empresário foi preso pela Polícia Federal por suspeita de doações ilegais para a campanha de José Serra.

#Qualicorp

Julgamento antecipado

10/07/2020
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A investida da Lava Jato sobre José Serra não deve passar de uma bala de festim. A tese é de um conceituado criminalista: se as supostas acusações da República de Curitiba ao tucano se referem a fatos ocorridos em 2007, Serra já está “absolvido”. A prescrição para crimes de lavagem de dinheiro é de 16 anos. Mas para condenados acima de 70 anos, esse prazo cai pela metade, portanto oito anos. Como Serra tem 78 anos, das duas uma: ou a Lava Jato liga o senador a um crime ocorrido de 2012 para cá, ou é melhor nem perder seu tempo.

***

By the way: se serve de consolo para a força tarefa de Curitiba, no caso da filha de Serra, Veronica Serra, investigada no mesmo inquérito por supostas contas ocultas no exterior, o prazo ainda não prescreveu.

#José Serra #Lava Jato

Asfalto quente

9/04/2020
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Nos estertores da Lava Jato, está em curso uma tentativa do Ministério Público de São Paulo de triscar nos governos tucanos no estado. O acordo de colaboração firmado com a Ecovias tem um alvo em específico: o Dersa, o departamento de rodovias do estado. Os procuradores estão convictos de que a empresa dos herdeiros de Cecilio do Rego Almeida é um arquivo-vivo de malfeitos cometidos no Dersa durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin. Além de colaborar com as investigações, o acordo com o Ministério Público custará à Ecovias R$ 638 milhões.

#Dersa #Lava Jato #Ministério Público

Estrada sinuosa

17/09/2019
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Aliados de João Doria ainda não entenderam muito bem a sua decisão de extinguir a Dersa, a estatal de obras de infraestrutura de São Paulo. A empresa vinha sendo um conveniente vazadouro de malfeitos dos governos de Geraldo Alckmin e José Serra, dois “cabeças brancas” do PSDB e antípodas de Doria no partido. No círculo próximo a Doria, há quem diga que melhor seria deixar a Dersa sobreviver um pouco mais sob os holofotes da Lava Jato e da mídia.

#Dersa #João Doria

Reserva de mercado

10/09/2019
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A bancada governista já foi acionada para derrubar quatro propostas de emenda de José Serra para a MP 889/19, que estabelece novas regras para saques do FGTS. O senador tucano não apenas propõe a substituição do Fundo de Garantia pelo Fundo de Investimento do Trabalhador (FIT) como prevê que qualquer instituição financeira pode assumir sua gestão. Seria um baque e tanto para a Caixa Econômica, administradora do FGTS.

#FGTS #José Serra

“Embraer News”

21/05/2019
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Até o fim do mês, serão anunciados a estrutura de gestão e o nome da joint venture formada pela Embraer e pela Boeing exclusivamente para a fabricação do cargueiro militar KC-390. O batismo deverá ser celebrado com a venda de cinco aeronaves para as Forças Armadas de Portugal.

A “Boeing Embraer” bateu o martelo: José Serrador Neto ocupará o nevrálgico cargo de diretor de relações institucionais da nova companhia no Brasil. Nesse ramo, antiguidade é posto: há dez anos, Serrador é o vaso comunicante da Embraer com o Poder.

#Boeing #Embraer

PEC do Serra

16/05/2019
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José Serra garante ter o apoio de 42 senadores à apresentação de uma PEC instituindo o parlamentarismo no Brasil – um velho projeto do tucano. Se as contas de Serra estiverem certas, são cinco assinaturas a mais do que o mínimo necessário para dar a partida na tramitação da proposta.

#José Serra

FHC é o maior conspirador da República

2/05/2019
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Fernando Henrique Cardoso é igual ao vinho: quanto mais o tempo passa maior a sua capacidade de fazer da política a arte da intriga e da conjuração. FHC não para de conspirar. No momento seu alvo é o governo Jair Bolsonaro – nas suas próprias palavras,alguém que não nasceu para ser presidente da República. O ex-presidente está a mil por hora. No próximo dia 14 de maio, por exemplo, vai se reunir com o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. A aproximação não é um ato isolado nesse universo: estão sendo costurados encontros com outras lideranças da área sindical. FHC também conspira para empurrar o PSDB para a esquerda.

Na semana passada, teve uma longa conversa com Ciro Gomes. Pelas costas, como se sabe, os dois se desprezam. FHC conspira com Gilmar Mendes, velho parceiro de maledicências. Ambos chegam a ficar de orelha quente de tantos e de tão longos os diálogos ao telefone. Bolsonaro é o assunto invariável. Mas não raramente o personagem central das maquinações entre FHC e Gilmar é Lula. O tucano chegou a cogitar até uma visita ao ex-presidente em Curitiba, que seria justificada como um ato humanitário. Certamente, ao sair do encontro, metralharia seu sucessor, ao melhor estilo dele próprio.

FHC busca a conspiração até com os militares, grupo que não se encontra na sua esfera de maior proximidade. Ele costura para breve um novo evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso que contemple a presença de generais. Além da relação amistosa com o ex-Comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, FHC mantém um canal aberto com o seu ex-ministro-chefe do Gabinete Militar, general Alberto Mendes Cardoso, que atua como um interlocutor privilegiado do ex-presidente com o generalato. O “Príncipe dos Sociólogos” estaria comprando uma opção de que um dos principais grupos de apoio ao governo Bolsonaro venha a se afastar gradativamente do presidente e passe a ser um opositor da sua gestão. Até porque ele acredita que as Forças Armadas entraram na política para não sair tão cedo. Quando se trata do notável conspirador, entretanto, as brumas mais o revelam do que o ocultam.

O Palácio do Planalto inteiro identifica Fernando Henrique Cardoso como uma espécie de galvanizador “secreto” das oposições contra o presidente da República. A falta de simpatia com Bolsonaro sempre foi explícita. Basta observar a linha do tempo. O tucano mal esperou uma quinzena para o primeiro sopro: no dia 15 de janeiro, disse ser oposição ao governo. Em 15 de fevereiro, declarou que Bolsonaro “está abusando da desordem”. Os refrãos de Fernando Henrique contra Jair Bolsonaro subiriam de tom nas semanas seguintes. No dia 27 de fevereiro, FHC disse que o governo Bolsonaro não tem coerência. No dia 17 de março, um ataque não apenas ao presidente, mas ao seu clã: FHC se referiu à presença dos Bolsonaro em Brasília como o “renascimento da família imperial”.

Em 24 de março, Fernando Henrique verbalizou a percepção de que o mandato de Bolsonaro pode terminar antes do tempo regulamentar: “Presidente que não entende a força do Congresso cai”. Jair Bolsonaro é o alvo prioritário de Fernando Henrique Cardoso, mas não o único. No meio do caminho há outra pedra a ser chutada: o governador João Dória. Quando se trata de jogar cascas de banana na frente de Dória, FHC não titubeia. Sempre que pode trabalha pelo escorregão do governador junto ao PSDB. São vários os interlocutores quando o assunto é Dória, mas o mais assíduo é Tasso Jereissati.

Já foi o tempo de José Serra, Aloysio Nunes Ferreira e – imagine só – Aécio Neves. O apartamento de 450 metros na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, e o Instituto homônimo, no Centro velho de São Paulo, têm recebido a visitação de novos tricotadores. A fonte que contou várias histórias de FHC para o RR disse que a última do Príncipe é o discurso de que Dória e Bolsonaro aparentam ser muito diferentes, mas têm o mesmo DNA. São irmãos Corsos, só que um baila em salões, e o outro limpa o chão dos quartéis. O relato pode não ser verdadeiro, mas quem conhece o personagem sabe que é, no mínimo, ben trovato.

#Fernando Henrique Cardoso #Jair Bolsonaro #João Doria

STF coloca um bode na sala da Previdência do funcionalismo

2/01/2019
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Uma decisão tomada pelo STF ao apagar das luzes de 2018 e que passou praticamente despercebida acendeu o sinal de alerta na equipe de Jair Bolsonaro. No dia 19 de dezembro, a Corte declarou inconstitucional o artigo 30, parágrafo 8o, inciso III, da Constituição de Sergipe. O dispositivo em questão havia esticado de 70 para 75 anos o limite máximo para a aposentadoria compulsória de servidores públicos estaduais – inclusive magistrados – e municipais.

A equipe econômica de Bolsonaro olha além das fronteiras de Sergipe. O receio é que a decisão do dia 19 seja um balizador do possível entendimento da Suprema Corte em relação a outro julgamento aguardado para este ano. Em pauta a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da Lei Complementar 152/15, promulgada por Dilma Rousseff em 3 de dezembro de 2015. Na ocasião, a então presidente estendeu para 75 anos de idade o teto obrigatório de aposentadoria de todos os servidores públicos da União, dos estados e do DF.

No veredito do dia 19 de dezembro, o STF entendeu que a Constituição sergipana não poderia ser alterada por meio de PEC, mas, sim, de lei complementar, exatamente o instrumento utilizado por Dilma no fim de 2015. No entanto, o temor dos assessores de Bolsonaro é que esta seja apenas uma filigrana jurídica e o plenário do STF tenha deixado uma porta entreaberta para revogar a LC 152/15. Até porque a própria lei é objeto de controvérsia. Na ocasião, Dilma chegou a vetar na íntegra o projeto para mudança da idade, de autoria do senador José Serra, alegando que o tema seria de iniciativa do Executivo. No entanto, o Congresso derrubou veto da Presidência, que posteriormente promulgou a lei 152/15. No caso de o STF declarar a LC 152/15 inconstitucional, todos os funcionários públicos federais e estaduais teriam de se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. O impacto da eventual medida e seu efeito dominó sobre a reforma da Previdência seriam incalculáveis.

Por falar em reforma da Previdência, a LCA Consultores, empresa que nasceu de uma costela do ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, aludindo a um deputado reeleito experiente, afirma que “está fácil aprovar a PEC 258”. Diz também que serão aprovadas conjuntamente as reformas dos civis e dos militares, para mostrar coesão e força política. É exatamente o que disse o RR na edição de 30 de outubro, quando antecipou que o governo Bolsonaro apostava na “reforma para todos os brasileiros” como decisão de estado maior. Agora, só agora, a ficha está caindo para todos.

#Jair Bolsonaro #Reforma da Previdência #STF

Fast track

3/12/2018
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Há um empenho da equipe de transição para costurar com o Senado a votação ainda neste ano do Projeto de Lei 261, de autoria de José Serra. A proposta autoriza a privatização de ferrovias por meio do regime de autorização, sem necessidade de licitação. Norte-Sul e Ferrogrão já entrariam nesse comboio.

#José Serra

Dor de coluna

23/11/2018
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José Serra está em campanha para ser o líder do PSDB no Senado. Mesmo com as fortes dores nas costas e o peso do Dersa sobre os ombros.

#José Serra

O Ministério do Trabalho já acabou?

8/11/2018
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Ao que parece, o governo Temer já antecipou a extinção da Pasta do Trabalho. Na última terça-feira, a cadeira reservada no auditório do BNDES para o ministro Caio Vieira de Mello ficou vazia. Por lá, realizava-se o seminário “Histórico e Desafios do FAT”, para celebrar os 30 anos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Na véspera, na abertura da 150a Reunião Ordinária do Codefat, o ministro já dizia a quem quisesse ouvir o motivo da sua ausência no evento: “Não vou ficar mais um dia no Rio para ouvir o Serra”. O senador José Serra foi o autor da proposta constitucional que garantiu os recursos do PIS/Pasep para financiar o seguro-desemprego e teve participação na criação do FAT. No fim, nem Mello nem Serra compareceram ao seminário.

#BNDES #Michel Temer

Chanceler da Economia

7/11/2018
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Talvez Henrique Meirelles, cotado para a Embaixada do Brasil em Washington, tenha ainda mais serventia se assumir diretamente o Ministério das Relações Exteriores. Para quem fica cheio de dedos com o Itamaraty, lembrai-vos de FHC e José Serra. A ideia é que Meirelles fique mais lá fora do que aqui dentro, o que seria bom, tendo em vista quem será o ministro da Economia.

#Henrique Meirelles

O destino de Doria

23/10/2018
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Tucanos da velha guarda, como José Serra, Alberto Goldman e José Anibal, têm discutido a ideia de expulsar João Doria do PSDB. Tudo dependerá do resultado da eleição no próximo domingo: defenestrar o governador de São Paulo será muito mais difícil.

#João Doria #José Serra #PSDB

A guarda suíça de Alckmin

27/08/2018
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Ao que parece, Geraldo Alckmin confia mais na “sua” polícia do que na dos outros. O candidato tucano praticamente abriu mão do staff da Polícia Federal a que tem direito como ex-governador – uma lei do também tucano José Serra lhe garante dois agentes pelo período de quatro anos. Na maior parte dos eventos, Alckmin tem usado em sua segurança homens cedidos pela PM de São Paulo.

#Geraldo Alckmin

Campanha de Marcio França entra em parafuso

16/08/2018
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Insatisfeito com a sua posição nas pesquisas – varia de 3% a 5% –, o governador de São Paulo, Marcio França (PSB), decidiu detonar a sua equipe de campanha. A degola começou por cima, com a substituição do marqueteiro Paulo de Tarso de Santos, autor do histórico “Lula lá”, pelo publicitário Felipe Soutelo, ligado a José Serra. O próximo passo será a troca de boa parte do staff de comunicação. O bota-abaixo provocou, inclusive, o atraso na gravação dos programas eleitorais de França para a TV. O desafio do governador é tirar os mais de 10 pontos percentuais que o separam de João Doria e Paulo Skaf, hoje favoritíssimos para o segundo turno.

#Marcio França

“Acordão fiscal” é o balão de ensaio da vez

28/06/2018
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O senador José Serra teria desfiado uma proposta rocambolesca junto aos mais emplumados tucanos, com destaque, é claro, para Fernando Henrique Cardoso. Serra não estaria disposto a protagonizar seu plano das Arábias. Já lhe bastaria a paternidade da ideia. As batatas ficariam com FHC, conforme sua ideia. O invento em questão seria a costura de um “acordão fiscal” entre os concorrentes à Presidência. Por “acordão fiscal” entenda-se uma proposta para o saneamento da gravíssima situação das contas públicas que seria encaminhada a Michel Temer em nome de todos os candidatos.

A solução viria de um expressivo corte na política de renúncia fiscal do governo ainda em 2018, de modo que a medida pudesse ter impacto já no primeiro ano de gestão do novo presidente. No roteiro idealizado por Serra, caberia a FHC fazer um périplo entre os principais postulantes ao Palácio do Planalto para testar a aceitação da medida e costurar o apoio uníssono. Somente, então, a proposta seria formalmente levada a Temer, com a sua aprovação já previamente acordada – Fernando Henrique reza pela máxima de Tancredo Neves, que dizia só enviar uma carta quando já sabia a resposta.

A premissa que move Serra é a de que o legado fiscal de Michel Temer é uma ameaça comum a todos, que põe em xeque a governabilidade do país desde o primeiro minuto do próximo mandato. Com as medidas adotadas pelo governo Temer para conter o motim dos caminhoneiros, a margem de manobra para o cumprimento da meta de déficit fiscal fixada para 2019, R$ 139 bilhões, foi reduzida. Os gastos discricionários previstos para este ano já foram cortados de R$ 129 bilhões para R$ 122 bilhões. Quando a linha d ´água se aproxima dos R$ 80 bilhões, já é possível configurar um cenário de shutdown.

No mundo paralelo concebido por José Serra, o corte das renúncias fiscais daria ao próximo governo uma folga fiscal sem qualquer medida que precisasse passar pelo Congresso. O total de benefícios tributários somou no ano passado R$ 354 bilhões. Ou seja: uma diminuição de 40% desse valor daria para cobrir todo o déficit primário projetado para 2019. A medida permitiria enfrentar outro desafio fiscal, que deverá se perpetrar até 2024: honrar a “Regra de Ouro”. Temer deixará um legado cujo cumprimento é inviável, um estouro de R$ 350 bilhões em 2019. É justo, digamos assim, que seja ele o cirurgião da enfermidade que causou.

A proposta a ser levada a Michel Temer partiria da premissa de que ele é o homem certo para colocar o guizo no gato. Trata-se de um presidente impopular que está a apenas seis meses de deixar o governo. Ou seja: a essa altura, seu desgaste em realizar um corte na política de renúncias fiscais seria residual. Como, a princípio, o governo não dispõe de um candidato competitivo à sucessão de Temer, a medida teria reduzido reflexo eleitoral. Nesse cenário fronteiriço à ficção, o “acordão” surge como um projeto redondo, no qual todos teriam vantagem e o país sairia ganhando acima dos interesses políticos. Pois bem, parece, mas não é.

A premissa de que o terreno fiscal será terraplenado no atual governo, que tomaria as medidas duras, aliviando o futuro governante, parece um doce de coco. O problema começa nos detalhes. Cada candidato daria prioridade aos cortes de maneira diferente, na medida em que seus aliados podem estar entre aqueles que terão seus interesses prejudicados. Outro complicador é que os presidenciáveis teriam de ser mosqueteiros de si próprios, ou seja, seguir o lema do um por todos,  todos por um. Se qualquer um deles furasse o “acordão”, poderia usar na campanha que foi contrário ao acerto com Temer e denunciar que os cortes foram nocivos a setores relevantes, à economia, à população inteira.

#Fernando Henrique Cardoso #José Serra

Tucanos na mira da CCR

20/06/2018
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O RR apurou que dois altos executivos da CCR estão em negociações para um acordo de delação com o Ministério Público de São Paulo. Ambos já teriam relatado aos procuradores um esquema de corrupção no Dersa, com doações ilegais para campanhas de Geraldo Alckmin, José Serra e Aloisio Nunes Ferreira, ou seja, a nata do PSDB paulista.

#CCR #Dersa

Os muitos nomes para o ajuste fiscal de Ciro Gomes

25/05/2018
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A proposta de Ciro Gomes de incluir os gastos financeiros do Estado como parte integrante de um esforço para o ajuste fiscal pode ser interpretada de diversas formas, tendo em vista que a medida não foi detalhada. Pode ser considerada uma corruptela do projeto do senador José Serra – que Joaquim Levy tentou implementar no governo Dilma – de criar um teto do crescimento da dívida bruta. Nesta hipótese, conforme ensaiou o próprio Ciro, o controle das contas primárias teria papel essencial, mas os gastos nominais não seriam ignorados.

O pré-candidato poderia estar pensando em uma derivada do modelo mais clássico, de criação de um superávit nominal, defendido tradicionalmente pelo ex- ministro Delfim Netto e pelo economista Affonso Celso Pastore. Ciro incluiria na meta de superávit algum componente móvel de redução da dívida mobiliária de forma a criar pressões do próprio sistema para que o resultado primário permitisse a folga necessária à não utilização do resíduo financeiro. Os adversários de Ciro Gomes não pestanejam e enxergam a ideia como uma proposta de tabelamento dos juros ou atraso do pagamento de parcelas da dívida interna, o que caracterizaria uma “regra de moratória institucionalizada”.

O RR prefere ver como um mecanismo de pressão capaz de, ao melhor estilo Leonel Brizola, cindir a burguesia. A contribuição do corte no gasto financeiro seria um expediente previsto para não ser usado, a não ser com a autorização do Congresso Nacional. Uma “regra de platina”, digamos assim. Ciro usaria da manobra do “não ter de usar” para angariar apoio ao seu efetivo projeto de política fiscal: cortar as renúncias e subsídios que chegam a R$ 170 bilhões, incluindo descontos de planos de saúde, indústria automobilística, Zona Franca etc etc… A ver.

#Ciro Gomes

Com “T” de tucano

26/04/2018
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Adversário de João Doria e aliado de Geraldo Alckmin, o governador Márcio França foi buscar um nome que conhece a fundo a alma tucana. Está fechando a contratação de Luiz Gonzalez para comandar sua campanha à reeleição. Gonzalez foi o marqueteiro do próprio Alckmin e de José Serra nas eleições à Presidência em 2006 e 2010.

#Geraldo Alckmin #João Doria

Acionistas da Santanense acusam Coteminas de sangrar a empresa

12/04/2018
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O empresário Josué Gomes da Silva está no epicentro de um contencioso que promete dar muito pano para manga. Minoritários da Companhia Tecidos Santanense, controlada indiretamente pela Coteminas por meio da Oxford Comércio e Participações, entraram com uma representação na CVM contra a companhia. Josué e demais acionistas do grupo têxtil são acusados de abuso de poder de controle e de deliberadamente sugar recursos do seu caixa para a própria holding da família.

Ao longo de 2017, a Santanense emprestou para a Coteminas cerca de R$ 71 milhões – no total, os créditos contra a controladora somam hoje R$ 107 milhões. Tamanha generosidade com a empresa-mãe tem custado caro à tecelagem. Em vez de amortizar o próprio passivo, a Santanense viu sua dívida líquida subir de R$ 138 milhões para R$ 177 milhões no ano passado. Pior: segundo o RR apurou, a empresa teria captado recursos no mercado a 160% do CDI e feito empréstimos à Coteminas cobrando 120% do CDI.

Na visão dos minoritários, é como se a Santanense tivesse virado uma espécie de agência de fomento particular da holding, à custa do próprio caixa. Para os minoritários da Santanense, a gota d ´água veio no mês passado. Em reunião realizada no dia 23 de março, o Conselho de Administração da companhia, presidido por Josué Gomes da Silva, aprovou a aquisição da Tropical Agroparticipações S/A pelo valor de R$ 175 milhões. A Tropical, cujo único ativo é uma fazenda de 31 mil hectares no Piauí, pertence ao próprio Josué e a outras empresas da família.

A companhia foi fundada há pouco mais de um ano – 25 de janeiro de 2017. No dia 28 de março, foi a vez do board da Coteminas se reunir e autorizar a venda da Tropical para a Santanense. Mais uma vez, os herdeiros de José Alencar tiraram de uma mão e passaram para a outra, “socializando” a conta com os minoritários da subsidiária. Procuradas, Coteminas, Santanense e CVM não quiseram se pronunciar.

A cifra a ser paga pela Tropical – baseada em laudo de avaliação da Mercatto Assessoria – equivale a 63% de todo o patrimônio da Santanense, em torno dos R$ 263 milhões. Os investidores se perguntam se a companhia têxtil tem sangue suficiente para sobreviver às seguidas transfusões para a holding e seus controladores. Além disso, mesmo que o seu estatuto permita a exploração de propriedades rurais, ainda não está claro para os minoritários da Santanense o que a empresa fará com a fazenda, localizada na cidade de Baixa Grande do Ribeira, mais precisamente na Subida da Serra do Mico s/no.

#Coteminas

Desonestidade 1

7/03/2018
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Delfim Netto, conforme dizia Mário Henrique Simonsen, nunca primou pela honestidade intelectual. Mas não precisava tanto. Em seu artigo de ontem no Valor, com o objetivo de louvar Michel Temer, Delfim mistura alhos com bugalhos; intervenção federal com uma agenda de 15 medidas das quais 12 já estavam no Congresso – o que ele mesmo reconhece. Quem ler verá.

Desonestidade 2

“Plunct, plact, zum, não há mais déficit algum”. José Serra se inspirou na canção de Raul Seixas para em uma só tacada mágica mudar a regra de ouro fora da Constituição, livrar o atual presidente e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de responsabilidades pelo descalabro fiscal de 2019 e dar um sumiço no desequilíbrio das contas públicas. Justiça seja feita, é exagero do RR: o projeto de lei do senador tucano só fatia o déficit do próximo ano pela metade, e não some com ele por inteiro. Mas é de um oportunismo raro e demonstra uma criatividade contábil para deixar os verdugos de Dilma Rousseff enrubescidos. Vá lá, Serra resolveu com seu condão um dos maiores problemas do futuro governante do país. No entanto, em ordem de grandeza, os principais favorecidos são os que estão hoje no timão. O tucano, pelos serviços prestados, está apto a ser vice-presidente de Michel Temer ou de Henrique Meirelles.

#Delfim Netto #José Serra #Michel Temer

CCR quer ser a dona do pedaço no Rodoanel de São Paulo

1/02/2018
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A CCR estaria em negociações para a compra da SPMAR, concessionária pertencente ao Grupo Bertin. Segundo o RR apurou, as conversações se desenrolam desde o fim do ano passado. Com a aquisição, a CCR, que já administra o trecho Oeste do Rodoanel de São Paulo, assumiria também a operação das faixas Sul e Leste, sob concessão da SPMAR – a exceção ficaria por conta do trecho Norte, arrematado há três semanas pela Ecorodovias. Ou seja: a CCR passaria a controlar 136 km dos 180 km do Rodoanel, eixo fundamental no mapa logístico de São Paulo, especialmente no transporte rodoviário de cargas para o Porto de Santos.

Teria ainda um salto de receita na operação do empreendimento de cerca de R$ 300 milhões para algo próximo dos R$ 700 milhões. Em tempo: o timing da investida não deixa de ser curioso. Caso o negócio saia, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, controladas da CCR e duas das empreiteiras mais criminalizadas pela Lava Jato, passariam a ter a primazia sobre três quartos do Rodoanel. Isso justo no momento em que a força-tarefa de Curitiba trisca nos governos José Serra e Geraldo Alckmin e em grandes obras conduzidas pelo Dersa – o departamento de estradas de rodagem de São Paulo.

O momento de fragilidade da família Bertin joga a favor da CCR. A SPMAR é uma das nove subsidiárias que integram o processo de recuperação judicial do Grupo Bertin. Trata-se também um de seus ativos mais cobiçados. A venda do controle da concessionária é vista no mercado como um movimento quase inexorável para o abatimento da dívida da Bertin, superior a R$ 7 bilhões. A CCR, no entanto, terá de tapar alguns buracos nessa estrada. É provável que a negociação tenha de passar por um acordo com a Caixa Econômica Federal. O banco alega ter direito sobre recebíveis da SPMAR como garantia de empréstimos concedidos à Heber, subholding da família Bertin onde está pendurada a empresa de concessões rodoviárias.

#CCR #Ecorodovias #Grupo Bertin

OAS: nova leniência a caminho?

26/01/2018
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Aos poucos, o asfalto tucano vai se esfarelando. A OAS teria aberto tratativas com o Cade para fechar um acordo de leniência referente à construção do Rodoanel, uma das principais obras de infraestrutura de São Paulo. A contrapartida para o acordo seria a confissão da empreiteira baiana de que participou de um cartel montado especialmente para o projeto. Ressalte-se que, em sua delação, executivos da Odebrecht já admitiram o esquema, que teria durado de 2004 a 2007, durante governos de Geraldo Alckmin e José Serra. Segundo os delatores, o conluio teria congregado 22 empresas. Não custa lembrar que a OAS fez um acordo similar com o Cade, confessando a formação de um cartel para a construção do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro.

#Cade #Geraldo Alckmin #José Serra #OAS

Tempo ao tempo

22/01/2018
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A declaração de José Serra de que não disputará a eleição ao governo de São Paulo foi recebida com alguma dose de ceticismo no PSDB. É bem verdade que o senador tem enfrentado problemas de saúde. Mas, não custa lembrar, em 2012, Serra também concedeu uma entrevista ao Estadão garantindo que não concorreria à Prefeitura de São Paulo. Nove meses depois, seu nome aparecia na urna eletrônica.

#José Serra #PSDB

Nada fora do script

19/01/2018
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Por ora, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”, tem frustrado aqueles que esperavam ver o circo tucano pegar fogo. Primeiro, interrompeu as tratativas para um possível acordo de delação. Agora, em seus depoimentos à Justiça, tem rebatido as acusações de corrupção e de formação de cartel para obras conduzidas pela Dersa nos governos de José Serra e Geraldo Alckmin. A candidatura Alckmin agradece.

#Dersa

Uma lei sob medida para a valorização da dívida ativa

17/01/2018
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A Lei 13.606, que faculta à União bloquear bens de devedores sem autorização judicial, a partir da sua inscrição na dívida ativa, está sendo enxergada por analistas como uma jazida descoberta pelo governo. Ao arrepio da Constituição, diga-se de passagem, conforme o parecer de diversos juristas. A “desjudicialização” aumenta o atrativo pela aquisição dos direitos de arrecadação tributária. A possibilidade simplificada do devedor “splitar” seus bens da execução judicial, além dos litígios e protelamentos, foram fatores que sempre dificultaram a criação de um mercado para a dívida ativa da União.

Desde o governo FHC, a securitização desses passivos nunca saiu da cabeça de uma miríade de economistas, tais como José Serra. A nova Lei, que permite o bloqueio de bens a partir de cinco dias da inscrição do inadimplente na dívida ativa da União, abre possibilidades ainda não calculadas de valorização dos créditos em favor do Estado. Há dúvidas, contudo, sobre a constitucionalidade da matéria. O que não chega a ser um impeditivo para que medidas juridicamente duvidosas de arrecadação sejam adotadas.

Lembre-se de que o governo se apropriou dos precatórios devidos há mais de dois anos, nos casos em que os beneficiários não reclamaram seus direitos. Ignorou, por exemplo, que diversos destes detentores de precatórios podem simplesmente não ter sido avisados pelos juízes de que foram vitoriosos nos processos contra a União. Afinal, quem tem dinheiro a receber e não quer ir buscá-lo? O fato é que o governo passou o rolo em cima de qualquer prurido constitucional.

A Lei que permite o bloqueio dos bens aumenta o poder arrecadatório do governo, mas, por outro lado, amplia o risco jurisdicional e assusta os investidores. Há quem diga que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a quem cabe identificar e bloquear os recursos que seriam aparteados da execução, vai se transformar em um enorme “porco farejador de trufas”, sem nenhum mau uso da metáfora. A realidade da PGFN, porém, parece ser outra.

Existem projetos de lei no Congresso para que ela deixe de exercer esse papel. Os créditos tributários seriam transformados em créditos quirografários e os direitos integrais, comercializados ou securitizados. A preocupação de alguns devedores é que o desembaraço do governo com essas questões na tênue fronteira da inconstitucionalidade de alguma maneira alcance o estoque da dívida ativa da União, que hoje supera R$ 1,4 trilhão. Medidas retroativas na área tributária nunca foram e nem são aceitáveis. Mas a verdade é que esse governo tem feito coisas inimagináveis.

#Fernando Henrique Cardoso #José Serra

Acervo RR

Trem descarrilado

17/01/2018
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Mais uma flechada à vista na direção dos tucanos: segundo o RR apurou, o Ministério Público de São Paulo está retomando as investigações sobre o cartel de trens em São Paulo, esquema que teria operado nos governos de José Serra e Geraldo Alckmin. Se, na primeira fase, a operação focou com mais ênfase em executivos de empresas como Alstom e CAF, desta vez as apurações envolveriam autoridades públicas. Promotores teriam voltado a fazer as oitivas, com o propósito de oferecer uma nova denúncia em breve.

#Geraldo Alckmin #José Serra

Trem descarrilado

17/01/2018
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Mais uma flechada à vista na direção dos tucanos: segundo o RR apurou, o Ministério Público de São Paulo está retomando as investigações sobre o cartel de trens em São Paulo, esquema que teria operado nos governos de José Serra e Geraldo Alckmin. Se, na primeira fase, a operação focou com mais ênfase em executivos de empresas como Alstom e CAF, desta vez as apurações envolveriam autoridades públicas. Promotores teriam voltado a fazer as oitivas, com o propósito de oferecer uma nova denúncia em breve.

#Geraldo Alckmin #José Serra

Torcida positiva

11/01/2018
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José Serra teria se submetido a um cateterismo no último fim de semana, no Sírio Libanês. O RR fez contato com a assessoria e o gabinete do senador, mas não obteve resposta. Torcemos para que tudo esteja bem com ele.

#José Serra

À sombra de Alckmin

8/01/2018
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Surge uma nova peça no tabuleiro tucano para a sucessão de Geraldo Alckmin em São Paulo. O próprio Alckmin tem tratado de inflar o nome de Saulo de Castro, colaborador de longa data e hoje Secretário de Governo, como um possível candidato do PSDB ao Palácio Bandeirantes. Seria uma forma do atual governador emplacar um aliado fiel e manter alguns títeres sobre o cargo, o que não acontecerá com a eventual candidatura de João Doria ou de José Serra. Contra Saulo de Castro pesa o fato de ele jamais ter disputado cargos eletivos. Antes de ser secretário de Governo, comandou a Secretaria de Segurança e a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).

#Geraldo Alckmin #João Doria #PSDB

Venda de imóveis da União é um copo pela metade

26/12/2017
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A decisão do governo de editar uma Medida Provisória regulamentando a venda de imóveis da União é apenas a metade de um plano que gorou: a criação de um fundo soberano de securitização com um número maior de ativos, incluindo grandes lotes de terras e empresas que não fazem parte de programas de privatização e concessões. O governo colocaria no mesmo balaio um leque variado de negócios, que vão do Bondinho do Pão de Açúcar à Base Aérea de Santa Cruz. A concepção original é do ex-ministro José Serra, que a idealizou juntamente com a proposta de securitização da dívida ativa da União – ver RR edição de 27 de julho de 2016.

Estimou-se que a operação permitiria uma arrecadação para o governo da ordem de R$ 20 bilhões. De lá para cá, o projeto rodou no Ministério da Fazenda, Casa Civil e Secretaria de Patrimônio da União. Em favor da proposta estava o potencial de ampliar expressivamente a arrecadação, buscando, inclusive, a venda para fundos no estrangeiro, e agilizar a desmobilização – leilões individuais seriam mais morosos do que a comercialização das cotas -; contra, ganharam a parada a falta de liquidez de vários dos ativos cogitados e os riscos jurisdicionais na área fundiária, incluindo invasões, falsificações em cartório e usucapião das terras, além da dificuldade de formação de preço do “fundo Frankenstein”.

O atraso na regulamentação da venda de terras para o estrangeiro também ajudou a solar o bolo da securitização. Caso estivesse em vigor, o governo poderia carrear uma imensidão de hectares para a carteira do fundo, em condições de maior liquidez. Para simplificar as coisas, o governo decidiu simplesmente realizar a venda dos imóveis até R$ 5 milhões – chamados de “inservíveis” – a preços fixos e sem exigência de licitação. Compra quem chegar primeiro. Os prédios, casas e apartamentos acima do valor arbitrado vão a leilão. A ver se eles serão ortodoxos. Entram no pacote as ilhas de propriedade da Marinha e até praias particulares. A “immobiliari do Brasil”, contudo, deve render, na melhor das hipóteses, entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões. É pouco para quem entra em 2018 tateando um buraco de R$ 20 bilhões para cumprir a meta de R$ 159 bilhões do déficit das contas públicas. Mas compõe o figurino “cata milho” que deverá ser a tônica da política fiscal no ano novo.

#José Serra

Conselho de guerra

13/11/2017
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O silêncio de José Serra sobre a fagocitose tucana se dá apenas das portas para fora do PSDB. Poucas horas antes de destituir Tasso Jereissati da presidência do partido, Aécio Neves telefonou para Serra. Na longa conversa, Serra o encorajou a seguir adiante e referendou o nome de Alberto Goldman para o mandato tampão até a convenção de 9 de dezembro.

#José Serra #PSDB #Tasso Jereissati

Autopista da propina

19/10/2017
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O doleiro Adir Assad, um dos 158 delatores da Lava Jato até o momento, teria encaminhado ao MPF documentos para comprovar o pagamento de propina em obras do Rodoanel em São Paulo. São planilhas e extratos bancários de movimentações de contas no exterior. As acusações atingem a Odebrecht e o ex-diretor da estatal Dersa Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”. Mas atingem, sobretudo, o senador José Serra. Em sua delação, Assad afirmou que parte dos recursos desviados foram destinados a Serra, então governador de São Paulo. O senador já negou qualquer relação com o doleiro.

#Adir Assad #José Serra #Lava Jato #Odebrecht

Alckmin põe sua campanha na rua

5/09/2017
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Enquanto João Doria, o “aliado adversário”, acena com a saída do PSDB, Geraldo Alckmin corre para colocar formalmente sua candidatura presidencial na rua. No momento, dedica-se a montar o “Estado Maior” da sua comunicação e definir as primeiras diretrizes estratégicas. A ideia, inclusive, é ter um slogan até novembro. O nome preferido de Alckmin para comandar a campanha é o do marqueteiro Nelson Biondi, antigo colaborador das hostes tucanas. Biondi foi o estrategista de José Serra na disputa pelo Planalto em 2002. Mais recentemente, trabalhou na campanha do próprio Alckmin pela reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, em 2014. Quem também deverá ter um assento fixo no QG do pré-candidato tucano é o cientista político Antonio Lavareda. Para tourear a imprensa, Geraldo Alckmin já teria convidado o jornalista Marcio Aith, mais um colaborador de outros carnavais. Aith coordenou a comunicação do governo paulista até setembro do ano passado. Deixou o cargo, mas não se distanciou de Alckmin. Nesse período, tem assessorado informalmente o governador.

#Geraldo Alckmin #João Doria #PSDB

Meirelles quer distância de “gambiarra fiscal”

4/08/2017
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A algaravia que está sendo feita nos mercados e no meio acadêmico para arrumar um “jeitinho” de mudar a meta do déficit primário sem que pareça que ela foi mudada não tem o aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A proposta de criar uma nova meta – o complexo resultado fiscal estrutural –, que levaria em conta os efeitos do ciclo econômico ou zunir de vez o cálculo do resultado primário, adotando somente a meta das despesas conforme a PEC do Teto, podem criar dúvidas sobre as boas intenções da equipe econômica. Mexer na atual métrica da execução orçamentária com base na contabilidade reconhecida mundialmente é um atestado de suspeição junto aos organismos financeiros internacionais, agências de rating e instituições multilaterais.

O Brasil, com suas dezenas de cartas de intenção negociadas com credores estrangeiros, não tem uma tradição de rigor contábil indiscutível. O abandono do sistema de avaliação da performance fiscal a esta altura do campeonato pareceria tudo menos preciosismo isento e tentativa de aprimoramento. Meirelles sabe que a meta dos déficits de 2017 e 2018, anos inscritos no calendário eleitoral, não evaporarão no ar apenas porque alguns ourives da teoria econômica decidiram que lé soma com cré, ou o contrário.

A percepção será a de que Lula e Dilma cumpriram seus compromissos fiscais, e Henrique Meirelles, posto no cargo justamente para consertar o desarranjo nas contas públicas, fugiu da raia e jogou os saldos negativos para debaixo do tapete. É mais fácil reconhecer que a previsão do déficit primário não vai fechar devido a variáveis endógenas (arrecadação mais fraca devido à recessão) ou “exógenas” (crise da Lava Jato) do que passar uma borracha no resultado ou aprovar uma sangria tributária. A boa regra – já diziam Simonsen, Delfim, Pastore, José Serra e quem mais vier – seria trocar a meta do déficit primário pelo déficit nominal, que permite verificar também o impacto dos juros nas contas públicas.

Ninguém nunca topou, mas é o que recomenda a boa praxe internacional. O injustiçado Joaquim Levy bem que tentou, em uma surpreendente tabelinha com Serra, aprovar uma PEC do Teto que propunha o controle das despesas com base no limite para a dívida bruta do governo. Precisamente no dia 18 de novembro de 2015, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Levy propôs que a medida fosse adotada. Levou bomba. A iniciativa permitiria que o fator juros fosse levado em consideração nos cálculos do desajuste fiscal, possibilitando uma regência cíclica da despesa financeira e do resultado primário quando fosse o caso, desde que a dívida bruta, verdadeiro comprovante da solvência do país,
estivesse controlada.

#Henrique Meirelles #PEC do Teto

…E idas

3/08/2017
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Por sua vez, José Serra, antecessor de Nunes Ferreira nas Relações Exteriores, se descolou de vez do presidente Temer. Nos bastidores, prega a saída do PSDB do governo e tentou até o fim emplacar o “governo Maia”.

#José Serra #PSDB

Negócios

Secos e molhados

2/08/2017
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Mesmo com a Lava Jato nos calcanhares, o senador Edison Lobão terá o usufruto de uma diretoria na Chesf e outra no Banco do Nordeste. O duplo “vale-nomeação” é parte dos dividendos pelo empenho em garimpar votos a favor de Michel Temer no plenário da Câmara.


Por sua vez, o deputado e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento deverá ser agraciado com uma diretoria da Valec. Ontem, no fim do dia, o Planalto dava como certo a captura do parlamentar, que andava indeciso em relação à votação de hoje. Não custa lembrar que a Valec é um campo minado: o ex-presidente da estatal, José Francisco das Neves, foi condenado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.


Também ontem, no início da noite, o Planalto celebrava a estratégica reaproximação com o vice-presidente da Câmara, Fabio Ramalho (PMDB-MG). O parlamentar, conhecido como “Fabinho Liderança”, estava rompido com o governo desde fevereiro, quando foi preterido por Osmar Serraglio para assumir o Ministério da Justiça. Durante
todo o dia, Ramalho trabalhou para cooptar o PMDB mineiro a votar com o governo. À noite, completaria a missão com um jantar em seu apartamento funcional, onde receberia parlamentares de diversas siglas.

#Chesf #Lava Jato #Valec

Um nome ambivalente para a Pasta da Cultura

19/07/2017
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Atual diretor do Teatro Sergio Cardoso, em São Paulo, Luis Sobral foi sondado para assumir o Ministério da Cultura. A rigor, sua indicação deve ser creditada na conta do PSD, de Gilberto Kassab e de Andrea Matarazzo – Sobral foi adjunto do próprio Matarazzo na Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. No entanto, estrategicamente o ministeriável mantém também um pé no PSDB: em 2012, foi tesoureiro de campanha de José Serra na eleição à Prefeitura de São Paulo.

#Ministério da Cultura #PSD #PSDB

Aécio, Serra e Tasso armam retranca tucana

6/07/2017
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Aécio Neves, José Serra e Tasso Jereissati se uniram contra a antecipação da convenção nacional do PSDB de 2018 para o segundo semestre deste ano. A proposta, encabeçada pelo grupo do governador (e presidenciável) Geraldo Alckmin, será apresentada na próxima reunião da executiva tucana pelo deputado Silvio Torres (SP), secretário nacional da legenda. Quer dizer, isso se a reunião acontecer. Aécio, presidente afastado do PSDB, Tasso, o no 1 interino, e Serra prometem não mover um dedo para convocar a executiva. Avaliam que não há clima para o encontro e que ele só serviria para dar holofotes à ala rebelde tucana, os chamados ‘cabeças pretas’ – em alusão às aves mais moças da fauna peessedebista. A gestão da atual diretoria partidária terminaria em maio, mas, em dezembro de 2016, Aécio prorrogou o próprio mandato (e de toda a executiva) por um ano.

#Aécio Neves #José Serra #PSDB

Governo cata migalhas para reduzir o rombo fiscal

27/06/2017
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O governo pretende securitizar um monte de cacarecos e transformá-los em receitas extraordinárias para cobrir o crescente buraco fiscal sem lançar mão de algum tipo de gravame. A meta para o déficit primário é de R$ 139 bilhões, mas esse número já foi estourado em cerca de R$ 70 bilhões. Estão contingenciados R$ 39 bilhões e são necessários mais R$ 30 bilhões pelo menos, pois a arrecadação tende a continuar decepcionando.

O governo vai fazer uma varredura em débitos e fraudes e usar raspas e restos para tapar o que for possível do rombo orçamento. Valem as combinações mais incomuns, como recursos previdenciários pagos indevidamente a pessoas que estão mortas – a MP já se encontra pronta -, aos beneficiários do Bolsa Família que se encontram empregados e os inadimplentes do programa Minha Casa, Minha Vida. Entre as medidas, estaria incluída também a retenção de parte do FGTS dos trabalhadores demitidos sem justa causa, mas o governo recuou na proposta.

Há cacarecos já previstos – os R$ 8 bilhões em precatórios que precisam ser aprovados no Senado. O projeto de José Serra que busca transformar a dívida ativa da União em cessão de crédito também será resgatado. A dívida ativa é da ordem de R$ 1,5 trilhão. No ano passado, Meirelles achava que conseguiria recuperar R$ 16 bilhões. Neste ano as estimativas com a securitização da dívida ativa já foram esticadas para R$ 18 bilhões. Está em estudo também a venda de parte da carteira de crédito do BNDES, que é considerada como de alta qualidade.

#Bolsa Família #FGTS #Minha Casa Minha Vida

“Sistema de cotas”

8/06/2017
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Leo Pinheiro, da OAS, abriu fogo contra o tucanato paulista. Encaminhou ao Ministério Público uma leva de planilhas e documentos que comprovariam o pagamento de propinas para obras em rodovias no governo de Geraldo Alckmin. Leo já havia feito denúncias de corrupção na gestão de José Serra, de 2007 a 2010. Se não der em nada, ao menos servirá de “contrapeso” à sua delação sobre o tríplex do Guarujá e o sítio de Atibaia.

#Geraldo Alckmin #Leo Pinheiro #OAS

Autor recluso

12/04/2017
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O ex-ministro José Serra tem preocupado os amigos. Está muito deprimido. Diz que vai abandonar a vida pública e se recolher para se dedicar à escrita.

#José Serra

Diplomacia às avessas

14/03/2017
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O novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, tem se mostrado mais radical em relação ao corte de embaixadas do Brasil do que o antecessor, José Serra. O “bota-abaixo” deverá começar pelo circuito Serra Leoa, Libéria, Guiné e Burkina Faso. Depois virá a América Central. Não custa lembrar que Ferreira era o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, quando a Casa aprovou, no ano passado, a redução de embaixadas.

#José Serra #Relações Exteriores

Questão de lógica

10/03/2017
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José Anibal, que acaba de devolver a cadeira no Senado ao titular José Serra, poderá ganhar uma secretaria no governo de São Paulo. Prova de que Geraldo Alckmin considera Serra fora do páreo na corrida presidencial. Caso contrário, dificilmente daria essa colher de chá a um colaborador histórico do senador.

#Geraldo Alckmin #José Serra

Doria e ACM Neto é a chapa puro sangue da Fiesp

17/02/2017
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O empresariado de São Paulo, em especial a banda de música da Fiesp, está excitado com a chamada chapa “Messi e Neymar” para disputar as eleições de 2018. A dobradinha já tem até slogan: “Dois artilheiros na presidência e vice-presidência do Brasil”. O Messi em questão é o onipresente prefeito de São Paulo, João Doria, que parece disposto a não sair da mídia até concretizar seu sonho de poder.

O Neymar, por sua vez, vem do Nordeste. É o atual prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, provavelmente o alcaide mais popular do país – na última eleição venceu com 74% dos votos no primeiro turno. Ambos teriam, caso a campanha começasse hoje, de abdicar de mais de 1.520 dias de governo nas suas cidades. Nos respectivos partidos, PSDB e DEM, ao que consta não foi sequer cogitada uma chapa com os dois políticos. Aliás, “políticos” é quase uma licença poética, pois Doria e ACM Neto se intitulam gestores antes de tudo. É justamente a ideia de renovação, cara limpa e novas práticas que inspira os endinheirados a apostar na dupla.

A fonte do RR diz que algum badalo na mídia e uma pesquisa de opinião na hora certa bastam como rastilho de pólvora para a candidatura. E PSDB e DEM se misturam como café com leite. Não se trata de uma solução simples, pelo menos do lado dos tucanos, que têm três nomes na disputa pela candidatura: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. O que estimula o empresariado pró-Doria e ACM Neto, entretanto, é a falta de drive de Aécio e Alckmin nas pesquisas.

No último Datafolha, o senador tinha 11% contra Lula reinando com 25%. Alckmin, por sua vez, não passava de 8% e dava mais um pontinho a Lula, que atingia 26%. José Serra já se tornou até carta fora do baralho nessas sondagens. Um dado relevante: Dória e ACM Neto estão limpinhos, o que é uma ironia quando se fala na Operação Lava Jato, uma emporcalhadora de imagens. Ao que se sabe, nem Alckmin nem Aécio estão tão longe da alça de mira da força tarefa de Curitiba. E Michel Temer? Dória e ACM Neto terão, somados, apenas mais 17 anos do que Michel Temer, caso ele se elegesse para a presidência em 2018 e terminasse o mandato (81 anos). Só uma coisa é certa em relação a uma aventura com a chapa “Messi e Neymar”. Não vai faltar dinheiro.

#ACM Neto #Eleições #João Doria

Sondagem RR: o futuro de Lula está entre a prisão e o Palácio do Planalto

9/01/2017
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Sérgio Moro será o grande árbitro das próximas eleições. É o que mostra uma sondagem realizada pelo Relatório Reservado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador entre os dias 18 e 29 de dezembro. Para 71% dos 418 consultados, Lula será preso neste ano ou, no mais tardar, em 2018. Mas e se ele não for para a cadeia? Bem, neste caso, em vez de Curitiba, seu destino será Brasília: a maior parte acredita que Lula voltará à Presidência da República.

Entre os entrevistados, 58% afirmaram que o ex-presidente vencerá qualquer um dos seus potenciais adversários se puder disputar as eleições. Quem mais tem chance de derrotá-lo é Marina Silva, na opinião de 17%. Para 7%, Lula perderá o duelo para Aécio Neves, o mais bem colocado entre os pré-candidatos do PSDB. Geraldo Alckmin teve 5%, José Serra, 2%, e FHC foi o lanterninha entre os tucanos, com apenas 1% – resultado que tanto pode ser atribuído a uma baixa popularidade ou a uma convicção coletiva de que ele passará longe das urnas em 2018.

Acima de Alckmin, Serra e FHC, surge Jair Bolsonaro, que, na avaliação de 6% dos consultados, superaria Lula em uma hipotética corrida eleitoral. Para 3%, uma vez candidato, o ex-presidente será suplantado por Ciro Gomes. Por fim, apenas 1% crê que o atual presidente Michel Temer venceria o petista em uma eventual disputa eleitoral. Ainda assim, a percepção da maioria é de que o nome de Lula dificilmente aparecerá na urna eletrônica.

De acordo com 42% dos entrevistados, sua prisão se dará neste ano. Outros 29% acreditam que Sérgio Moro deixará a decisão para 2018. Para 5%, o pedido de detenção ficará para o ano seguinte, portanto após as eleições. No entanto, um contingente bastante expressivo (24%) respondeu que Lula não irá para a cadeia – um grupo que certamente mistura fiéis eleitores do ex-presidente com incrédulos oposicionistas.

A pergunta que não quer calar: “Lula é culpado pelos crimes que lhe são atribuídos?”. Para 51% das pessoas ouvidas pelo RR, não há dúvidas: “Sim, as provas disponíveis são definitivas”. Outros 12% comungam da tese do domínio do fato: dizem que “Sim, uma vez que o ex-presidente era responsável por tudo que se passava no governo”. Há ainda 5% dos entrevistados que consideram Lula culpado, mas aproveitam para dar um cascudo na mídia: para eles, a maior parte das acusações é amplificada pela imprensa.

No lado oposto, 21% dos consultados afirmam que o ex-presidente é inocente e vítima de um complô para evitar seu retorno ao Planalto. Outros 7% acreditam que Lula não é culpado porque, até o momento, não há provas de que ele tenha recebido propina. Por fim, 4% dos entrevistados dizem crer na inocência do petista por não haver comprovação de que ele seja o dono dos imóveis citados na Lava Jato.

O Relatório Reservado perguntou ainda como Lula será visto pela população no caso de uma prisão antes de 2018. De acordo com 43%, a detenção reforçará a imagem de “grande corrupto”. No entanto, 29% dos entrevistados acreditam que o cárcere provocará um efeito contrário e o ex-presidente passará a ser visto predominantemente como um herói.

Na avaliação de 6%, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar: o ex-operário que chegou ao Planalto perderá importância no cenário político e será esquecido aos poucos. Trata-se do mesmo percentual de pessoas para as quais Lula será considerado um preso político. Para um grupo ligeiramente menor (5%), o papel que caberá a Lula após uma eventual detenção é o de “vilão do PT e dos demais partidos de esquerda”. Outros 11%, no entanto, afirmam que, mesmo preso, o petista será um importante cabo eleitoral em 2018.

#Eleição Nacional -2018 #Lula #PT #Sérgio Moro

RR escreve certo em um ano de linhas tortas

30/12/2016
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No dia 4 de julho, o Relatório Reservado foi a primeira publicação a cravar que haveria uma segunda rodada de repatriação de recursos. Na ocasião, quando as estimativas mais otimistas giravam em torno dos R$ 30 bilhões, o RR informou também que Henrique Meirelles trabalhava com uma projeção acima de R$ 50 bilhões para o total arrecadado com a tributação dos recursos trazidos de volta ao país. Dito e feito! Estas foram apenas algumas das inúmeras informações que o assinante do RR soube na frente ao longo de 2016.

Durante o ano, em 247 edições, a newsletter publicou 2.584 notas e matérias. Desse total, 81% das notícias veiculadas se consumaram ou, ao menos, foram alvo de especulação na mídia. As informações que não se confirmaram posteriormente podem ser atribuídas, em grande parte, ao espírito agressivo da publicação e à busca da informação exclusiva na sua gênese, por vezes no limiar entre o fato e a boa especulação. O Relatório Reservado é adepto da máxima de Samuel Beckett: “Tente de novo, erre de novo, erre melhor”. Este foi o ano em que a política obscureceu a economia, o que se refletiu no noticiário do Relatório Reservado. Em 2016, a newsletter acompanhou amiúde o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a chegada ao Poder de Michel Temer e de seu governo sub judice, as delações da Lava Jato que fizeram Brasília tremer.

Ainda nas raias da macroeconomia, o RR antecipou uma série de medidas que viriam a ser anunciadas ou, ao menos, estudadas pelo governo, como desonerações fiscais, securitização da dívida ativa, suspensão temporária do pagamento das dívidas das unidades federativas com os bancos públicos federais no âmbito de uma “Lei de Recuperação Judicial” para os estados – esta última tema de reportagem na edição de 5 de dezembro. Na edição de 2 de março, ainda no governo Dilma Rousseff, o RR informou que o Congresso aprovaria o projeto de lei do senador José Serra desobrigando a Petrobras de participar de todas as concessões no pré-sal. A estatal, aliás, foi a companhia mais mencionada na publicação em 2016, com 145 citações.

O RR publicou, com exclusividade, algumas das primeiras medidas adotadas por Pedro Parente na empresa, inclusive com a criação de novos instrumentos de compliance. No dia 16 de junho, a newsletter antecipou que GP Investimentos, Advent e a suíça Vitol haviam apresentado propostas para comprar uma participação minoritária na BR Distribuidora. Menos de uma semana depois, o próprio Parente confirmaria o recebimento das ofertas. Ficou o dito pelo não dito. O modelo de venda da BR foi revisto, o processo, reaberto e, até agora, nem sinal de que a operação vá sair do papel. Em 2016, apesar da abulia generalizada do empresariado, o RR seguiu de perto Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz, Benjamin Steinbruch, Roberto Setubal, entre outros nomes que comandam, do lado privado, a economia nacional. Cobriu no detalhe do detalhe a área de infraestrutura, as concessões e “desconcessões” do setor, o desmonte da indústria da construção pesada e a desmobilização de ativos da Camargo Corrêa.

Em um ano pautado por estratégias defensivas, suspensão de investimentos e seguidos passos para trás, é sintomático que algumas operações de M&A antecipadas pelo Relatório Reservado e posteriormente tratadas pela mídia tenham, ao menos por ora, ficado no quase, casos da venda da participação da OAS na Invepar para a Brookfield e da negociação dos ativos da japonesa Kirin no Brasil. A etapa que se encerra, no entanto, não foi feita apenas de recuos. Pelo menos não no caso do próprio Relatório Reservado. 2016 foi o ano em que o RR intensificou sua presença nas redes sociais, reformulou seu site e lançou um novo layout em sua versão newsletter, agora com duas páginas e mais informações diárias. Que venha 2017!

#Brookfield #Camargo Corrêa #OAS #Petrobras

Tucano ou escorpião?

20/12/2016
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A declaração de apoio de José Serra à permanência de Aécio Neves na presidência nacional do PSDB teve o estalo do beijo da morte. Para Serra, nada melhor do que esticar a corda de Aécio e, assim, evitar que Geraldo Alckmin ganhe mais espaço no partido.

#Aécio Neves #Geraldo Alckmin #José Serra #PSDB

Relação exterior

10/11/2016
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 José Serra mantém uma inusitada política de disclosure de suas atividades ministeriais. O site do Itamaraty detalha todas as viagens de Serra ao exterior, mas não repete a prática em relação à rotina do ministro em terras brasileiras. Durante o mês de outubro, por exemplo, passou três semanas sem registrar um só compromisso oficial.

#José Serra

Bullets

28/10/2016
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 O ministro das Relações Exteriores José Serra não está em boa forma. E dessa vez não é a sua notória hipocondria. •••  A delação de Delcidio do Amaral está empurrando a Lava Jato na direção do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, ou seja, na direção de Aécio Neves. ••• Marcelo Crivella tem informações seguras de que o vazamento das fotos de sua prisão, em 1990, se deu por obra e graça de um de seus principais aliados. Um verdadeiro molequinho.

#Aécio Neves #Delcídio do Amaral #Furnas #José Serra #Lava Jato #Marcelo Crivella

“PEC da Ceiça” confere dignidade ao ajuste econômico

18/10/2016
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  A sociedade brasileira deveria se mobilizar para aprovar a “PEC da Ceiça”. O dispositivo conteria uma única determinação constitucional: tudo o que a professora Maria da Conceição Tavares disser passa automaticamente a ser política de governo, a despeito do contraditório bem-intencionado e dos excessos que caracterizam a professora. Além do notório saber científico, Conceição acumula um dos grandes bens da humanidade, a joia da integridade. Chega a ser emocionante vê-la em seu pequeno e espartano apartamento, do alto dos 86 anos, cercada de livros em uma olímpica busca de atualização do pensamento. E o que diz agora a professora? Conceição acha que a PEC do Teto congela a recessão, em um momento em que o país está carente de investimentos em infraestrutura e no social. Defende uma reforma tributária de emergência para que se atravesse a fase mais aguda da crise.  E o ajuste fiscal? A mestra acha que é necessário avançar nessa área, mas considera que o ajuste não deve ser feito inteiramente em cima do resultado primário, mas, sim, por meio dos juros, dos impostos e da suspensão das desonerações. Ela lembra que até o Fundo Monetário Internacional considera as medidas econômicas restritivas equivocadas para reduzir o endividamento dos países emergentes – estas nações deveriam optar por crescimento, crescimento e mais crescimento. Vá lá que “Ceiça” tenha sempre razão. Mas por que ela não botou a boca no mundo quando, no governo de Dilma Rousseff, o ministro Joaquim Levy, propôs uma PEC do Teto, sabotadíssima, por sinal, pelo então vice-presidente Michel Temer? A mestra dá um desconto, pois o teto de Levy buscava a dívida bruta, adotando um projeto feito pelo senador José Serra, um dos anjos caídos do seu exército de pupilos.  Joaquim Levy propunha um primário suave de 0,7% do PIB, combinado com um aumento moderado de impostos e uma política monetária mais branda. O ortodoxo Levy e, o que é mais incrível, o à época intelectualmente honesto José Serra, se diziam exasperados pela ditadura do primário, enquanto o importante era o déficit nominal. Não podiam imaginar que a solução vencedora seria uma regra burra de correção de todas as rubricas do orçamento igualmente, faça sol ou faça chuva. Pelo menos é o que se pretende incluir na Constituição – apesar de o presidente Michel Temer dizer que a PEC está na Constituição para qualquer um tirar: “É só querer”. Conceição leva a Constituição a sério. Ela divide o mundo entre os que se aborrecem com a fome dos que têm fome e aqueles que dão prioridade ao próprio bolso. Tem a fúria santa que impulsiona as grandes reformas. E a bravura dos que escolheram o ensino como arma para enfrentar a tirania. O RR vota na “PEC da Ceiça”

#Joaquim Levy #Maria da Conceição #PEC do Teto

Bullets

6/10/2016
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 Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn mantêm a relação de chefe e subordinado que tinham no Banco Central, no governo Lula. Melhor não mexer: talvez seja assim que as coisas funcionam bem. •••  Joseph Safra, que se mudou para Mônaco há cerca de seis meses, não tem planos de voltar tão cedo para o Brasil. •••  Comentário de um tucano de alta plumagem sobre a promessa de João Doria de não disputar a reeleição: “Ele vai repetir o Serra e deixar a Prefeitura em 2018 para disputar o governo do estado.” Vale o dito e o desdito. •••  Derrotado nas eleições, Pedro Paulo deve retomar seu mandato na Câmara dos Deputados antes mesmo do fim do governo de Eduardo Paes.

#Eduardo Paes #Eleição Estadual SP -2018 #Eleição Municipal RJ -2016 #Eleições #Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #João Doria #Pedro Paulo

Sem diplomacia

23/09/2016
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 José Serra passou os últimos dois dias aplicando sermões nos embaixadores do Brasil na Costa Rica, Venezuela, Bolívia e Equador, cujas representações diplomáticas se recusaram a acompanhar o discurso de Michel Temer na ONU.

#José Serra #ONU

Bullets

19/09/2016
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 José Serra pretende não só participar do road show dos outros ministros no exterior, mas também organizar os seus individuais. Desafia quem vai captar mais.  Se a República de Curitiba quiser depurar suas investigações na Lava Jato, recomenda-se ouvir o presidente da PwC, Fernando Alves, um expert em Odebrecht e Petrobras.  Geraldo Alckmin trabalha junto ao Planalto para que recursos do FI-FGTS também sejam usados na venda de concessões estaduais. Puxa a brasa para a sua Cesp .  

#Cesp #Geraldo Alckmin #Lava Jato #Odebrecht #Petrobras #PwC

Serra açucarado

14/09/2016
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 O chanceler José Serra vai acabar tendo sua estátua erguida pelo setor sucroalcooleiro. Serra negocia com o presidente Mauricio Macri, a redução de 10% para 5% da alíquota de importação de açúcar pela Argentina. Conseguiu ainda o apoio do dirigente portenho para que o Mercosul somente aceite retomar negociações com a União Europeia se o etanol for incluído entre os itens do acordo de livre comércio.

#José Serra #Mauricio Macri #Mercosul #União Europeia

Serra 1

17/08/2016
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 A tesoura afiada do ministro de Relações Exteriores, José Serra, não está direcionada apenas a embaixadas. A proposta em estudo no Itamaraty é de um corte de 20% dos 50 consulados. Só no Paraguaí são seis.

#Itamaraty #José Serra

Traição em São Paulo

3/08/2016
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• Na cúpula do PSDB e da campanha de João Doria, já se dá como certo que José Serra fará a traição completa. Ou seja: além de costurar, nos bastidores, a chapa Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD), subirá no palanque da dupla.

#Andrea Matarazzo #João Doria #José Serra #Marta Suplicy #PSD #PSDB

Um blended de medidas contra a insolvência fiscal

27/07/2016
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 Estado brasileiro está tecnicamente quebrado. Até aí morreu Neves. A novidade é uma dificuldade inusitada para tirar a arrecadação fiscal do reino abissal. Mais impostos podem atrapalhar a receita, pois prejudicam a retomada do crescimento econômico. Mesmo que temporariamente o gravame elevasse a arrecadação, não teria a mesma eficácia do passado. Os fiscalistas atribuem a crise existencial da receita a um problema concreto: o PIB teria migrado da indústria para o setor terciá- rio, enquanto a maior carga de impostos foi mantida no secundário. Existe também a obsolescência do ICMS. Há quem diga que a arrecadação só voltará com uma reforma tributária. O governo conta com uma maior contribuição dos tributos para ajudar no equilíbrio fiscal. Faz parte da bula também algum corte de gastos. E ajudaria muito a redução consistente da taxa de juros, medida que está prometida há mais de três décadas. A combinação de uma dosagem maior ou menor dessas variáveis impacta necessariamente o crescimento econômico, que, assim como a arrecadação, tende a ser estruturalmente menor.  A impressão é que o país vai acordar insolvente, com uma dívida mobiliária bruta da ordem de 100% do PIB projetada para os dois ou três primeiros anos da próxima década. Isso devido à expectativa praticamente nula de geração de um superávit primário em torno de 2,5% ao ano do PIB, considerado necessário para reverter a curva de crescimento do passivo interno nominal. A previsão do governo é que até 2019 o país não atinja 1% do PIB de superávit primário.  O fato é que o Brasil trincou. E a solução visível é voltar a crescer de qualquer jeito e maneira. O RR tem preconizado que o governo precisará de um blended com mais soluções inovadoras patrimonialistas e menos soluções fiscais ortodoxas para reduzir a dívida bruta sem sacrificar tanto a atividade produtiva. Há uma transição para o novo ponto de equilíbrio, pós PEC do Teto e reforma da previdência, que não se faz somente com arrocho nas despesas. O ex-ministro Joaquim Levy avançou nessa direção, propôs a repatriação de capitais e ensaiou a securitização da dívida ativa da União, que tem sido defendida por Eliseu Padilha e José Serra. Há muito caldo para extrair dessa combinação. Serra, que já enxergou o filão, vai propor a criação de um fundo imobiliário da União, uma espécie de immobilier do Brasil. O portfólio desse fundo seria a securitização de bens que vão de pistas de voo da Aeronáutica em desuso, prédios do governo, imóveis de todo o tipo e feitio.  A securitização dá o maior samba. Ela retira do ventre do Estado adiposidades que devidamente embaladas tornam-se preciosas. Mas valem também outras receitas extraordinárias, tal como a liberação dos jogos de azar, que adicionaria arrecadação fiscal não inferior a R$ 15 bilhões, impulsionaria o turismo e o emprego. E a contratação de concessões e privatizações? Esses investimentos e desmobilizações patrimoniais são importantes e já estão na conta. São o clichê do governo. Vão sair.

#Joaquim Levy #PIB

Santo de casa

19/07/2016
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 Frase dita por José Serra diante do anúncio de que o PP, de Paulo Maluf, embarcou na candidatura do tucano João Doria, unindo-se a outros cinco partidos: “Agora só falta o apoio do próprio PSDB”.

#José Serra #PSDB

O jeito Serra de ser contra tudo e todos

11/07/2016
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 Extra! Extra! O chanceler José Serra tem fritado em banha fervente o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, aquele que recebeu propostas de Alexandre Frota para melhoria do setor. Diz que Bezerra ignora a potencial contribuição da iniciativa privada e defende que as universidades deixem de ser caixa preta e tenham governança e transparência igual à das companhias abertas em bolsa.  Extra! Extra! Serra tem feito campanha junto a Michel Temer para que ele se empenhe na obstrução do projeto que regulariza os jogos de azar. Engajar o presidente da República contra o jogo é complicado, basta ver a sua vizinhança de muro. Entre os favoráveis à jogatina estão os pesos-pesados Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Blairo Maggi. O chanceler, com seu cabedal de ex-ministro da Saúde, acha que as doenças, vícios e casos de morte provocados pela indústria do jogo não compensam os ganhos de arrecadação. Até porque a receita para o Estado será baixa. Pelo menos é o que diz ele.  Extra! Extra! José Serra faz intriga que Henrique Meirelles entende tanto de ajuste econômico quanto o louro José, papagaio da apresentadora Ana Maria Braga. O ministro da Fazenda não estaria buscando receitas extraordinárias para redução do déficit durante o gap até a PEC do teto produzir seus efeitos. Vocifera que Meirelles trouxe a Previdência Social para debaixo da asa da Fazenda para simplesmente não fazer nada, quando essa é a mãe de todas as reformas. E envenena o ministro-banqueiro criticando como tolice o seu desdém público sobre o aumento de impostos, principalmente a Cide, que é transitória e ele vai ter de acabar usando mesmo.  Extra! Extra! O elétrico Serra confronta o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. O chanceler resolveu trazer para si um projeto por ora engavetado pelo colega de Esplanada dos Ministérios: a construção de uma hidrelétrica binacional com a Bolívia. O empreendimento, avaliado em R$ 15 bilhões, recebeu ressalvas do ministro Fernando Coelho por conta das exigências de Evo Morales de compartilhamento do controle da usina, mas com funding composto por recursos de financiamento público e privado brasileiros. Serra, no entanto, defende que o projeto seja tratado como política de Estado e inserido nos planos de integração com países vizinhos. Ele olha para o tabuleiro “diplomático energético” de forma mais ampla.  O ministro das Relações Exteriores pretende usar a usina como moeda de troca para garantir o sinal verde da Bolívia à expansão da hidrelétrica de Jirau. A ampliação depende do aumento do reservatório e do alagamento das margens do Rio Madeira no lado boliviano. Por isso, Serra já atropelou Fernando Coelho e recentemente tratou do assunto com o embaixador do Brasil em La Paz, Raymundo Magno. A estratégia é levar o projeto para ser discutido diretamente com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e levado por ele para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

#Blairo Maggi #Eliseu Padilha #Fernando Coelho Filho #Geddel #Henrique Meirelles #José Mendonça Bezerra Filho #José Serra #Michel Temer #Usina hidrelétrica

Fast track para tirar a agenda presidencial do limbo no Congresso

29/06/2016
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 Michel Temer quer aprovar com a maior celeridade possível um projeto de lei criando um mecanismo de fast track, leia-se um sistema para a votação sumária no Legislativo de propostas consideradas de grande interesse nacional. Trata-se de um movimento fundamental para um presidente que terá, no máximo, mais dois anos e meio de mandato. Domar o timing parlamentar é visto pelo Planalto como condição sine qua non para a aprovação, no período que vai até 2018, de projetos de alta complexidade política, como a reforma da Previdência e a viabilização de novos empreendimentos na área de infraestrutura. Um modelo que poderia ser adotado é o novo regime de fast track implantado no Congresso norte-americano para a votação de acordos comerciais. Desde o ano passado, a Câmara e o Senado não podem mais apresentar emendas a projetos nesta área encaminhados pelo Executivo. No Congresso brasileiro, já virou praxe uma proposta ir a plenário deformada por um penduricalho de adendos. O recorde pertence ao Projeto de Lei nº 8.035/2010, que criou o Plano Nacional de Educação. Ao ser votado, somava 2.915 emendas.  Independentemente do modelo que vier a ser adotado para o fast track, é consenso no governo que, como está, não dá mais. Um exemplo específico é a proposta de José Serra para extinguir a participação obrigatória da Petrobras nos campos do pré-sal. Às vésperas do impeachment de Dilma Rousseff, Temer tratou do assunto como prioridade absoluta em suas elucubrações pré- presidenciais. Pedro Parente assumiu o comando da Petrobras com a promessa de Temer de mudança na lei, considerada fundamental para o deslanche do pré- sal. E, ainda assim, o projeto praticamente não andou no Senado. Hoje, nas mais otimistas projeções do governo, ele só entrará na pauta de votação em aproximadamente 120 dias.  No caso da área de infraestrutura, o governo parte da premissa de que não adianta estipular um prazo máximo para a aprovação de um determinado procedimento por um órgão técnico, como o Ibama, se o próprio Congresso tem a prerrogativa de barrar ou acelerar um projeto como bem quiser. A Câmara dos Deputados, por exemplo, tem uma hierarquia para a tramitação de projetos, dividida em três níveis: ordinário (votação em até 40 sessões em cada uma das comissões), prioridade (10 sessões para cada comissão) e urgência (máximo de cinco sessões, com andamento simultâneo nas comissões). O fast track, que é definido como uma transferência de competência ou outorga de poder, desbastaria camadas de resistência parlamentar. Mas há quem diga que boas ideias de caráter administrativo, muitas vezes consideradas estratégicas para a obtenção de resultados, não raras vezes são péssimas iniciativas sob o ângulo da perspectiva democrática. Espera-se que não seja o caso.

#Ibama #Michel Temer #Petrobras

Desalinhado

24/06/2016
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O ministro José Serra vai trocar o embaixador do Brasil em Cuba. Cesário Melantonio Neto é visto no Itamaraty como muito petista.

#José Serra

Fora da pesquisa

9/06/2016
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 O ministro José Serra não engoliu a pesquisa eleitoral divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), presidida pelo peemedebista Clésio Andrade. Seu nome foi solenemente limado da sondagem, que, para efeito de candidatura tucana à Presidência, só considerou Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Por sinal, Clésio Andrade foi vice de Aécio no governo de Minas Gerais.

#CNT

Um abacaxi na mesa de Fernando Coelho

7/06/2016
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 O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, encontrou sobre a sua mesa um abacaxi político. Tem de decidir sobre a construção de uma linha de transmissão entre o Brasil e a Venezuela. O projeto visa abastecer de energia estados da Amazônia nos períodos de queda de volume nos reservatórios de grandes hidrelétricas da região. O problema é que o Brasil teria de bancar 100% do empreendimento, avaliado em R$ 1 bilhão. Se ficar, Henrique Meirelles, frita o Coelho, pois o caixa do Tesouro não está para gastos adicionais. Se correr, José Serra devora o Coelho, já que os investimentos bilaterais acabam sendo incorporados ao seu figurino de “chanceler fazedor de tudo”.

#Fernando Coelho Filho #Ministério de Minas e Energia #Usina hidrelétrica

Rixa tucana

6/06/2016
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 O ministro das Relações Exteriores, José Serra, não perde uma oportunidade de demarcar território e se distanciar de Geraldo Alckmin com vistas à eleição presidencial em 2018. Serra cancelou participação em eventos da pré-campanha de João Dória Júnior, marcados para junho. Por outro lado, já garantiu presença em reuniões com candidatos a prefeito em capitais das regiões Sul e Nordeste do país. Dória é a grande aposta de Alckmin nas eleições municipais e derrotou nas prévias do partido o candidato apoiado por Serra, Andrea Matarazzo.

#Eleição Municipal SP -2016 #Geraldo Alckmin #João Doria #José Serra

Santa Sé

31/05/2016
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 José Serra pretende nomear um novo embaixador do Brasil no Vaticano – o cargo é ocupado pelo diplomata de carreira Denis de Souza Pinto. O ministro busca um nome de projeção internacional e identificado com a cúpula da Igreja Católica.

#José Serra

Fogaréu amigo

27/05/2016
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 José Serra está convencido de que as especulações sobre sua saída das Relações Exteriores para assumir o Planejamento na vaga de Romero Jucá são obra de quem não quer vê-lo nem num cargo nem no outro.

#Aécio Neves #Alexandre Accioly

Para inglês ver

23/05/2016
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 A exemplo de José Serra, que já anunciou o possível fechamento de representações diplomáticas na África e no Caribe, Henrique Alves pretende reduzir o número de escritórios do Ministério do Turismo no exterior. Assim como no caso do Itamaraty, a medida tem mais efeito simbólico do que impacto sobre o orçamento. A economia não chegaria a R$ 50 milhões anuais.

#BNDES #Guido Mantega

Campanha

20/05/2016
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 José Serra promete usar e abusar das redes sociais para dar visibilidade à sua gestão nas Relações Exteriores. Desde que assumiu o Ministério, na última sexta-feira, tem postado, em média, uma dezena de mensagens diárias no Twitter e no Facebook, fora os vídeos no YouTube.

#José Serra

O pato

17/05/2016
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 Paulo Skaf compareceu a praticamente todas as reuniões para a montagem da equipe econômica, trabalhou para demover Michel Temer da ideia de extinguir o Ministério do Desenvolvimento e estrebuchou quando o mando sobre o comércio exterior foi transferido para as Relações Exteriores e, portanto, para as mãos de José Serra. Desde que o ministério de Temer foi anunciado, está fazendo “quá, quá” sem parar.

Utilitário

11/05/2016
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 Lobistas da Anfavea tentam persuadir a “guarda suíça” de Michel Temer – notadamente Eliseu Padilha e Romero Jucá – para que sua primeira viagem oficial ao exterior seja à Argentina. O objetivo é acelerar a aprovação do novo acordo automotivo com o presidente Mauricio Macri. Por enquanto, os lobistas estão cheios de dedos em abordar José Serra.

#Anfavea #Eliseu Padilha #José Serra #Mauricio Macri #Michel Temer #Romero Jucá

Paulo Skaf é candidato a pato do governo Temer

6/05/2016
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 Paulo Skaf corre o risco de virar o pato da gestão Michel Temer. Virtualmente nomeado para a Pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – o dote pela virulenta campanha a favor do impeachment –, Skaf poderá se tornar um náufrago do governo, ou, melhor dizendo, um “sem pasta”. Consta que Moreira Franco, o Cardeal Mazarin da era Temer, fez pessoalmente uma sondagem aos maiores industriais do país sobre a importância dada ao Ministério do Desenvolvimento. Os empresários, em sua maioria, afirmaram que se trata de um conceito ultrapassado, plenamente substituível por um Ministério do Planejamento forte, dividindo com a Pasta das Relações Exteriores a organização e fomento do comércio internacional. O Ministério do Desenvolvimento se tornaria ainda mais desnecessário na medida em que o próprio Moreira pretende relançar os grupos executivos setoriais da indústria, experiência desenvolvimentista que tanto sucesso fez no governo de Getulio Vargas. Como é preciso cortar ministérios, a pasta prometida ao presidente da Fiesp seria candidata à extinção.  Com uma só cajadada, Temer se livraria da presença de um fundamentalista na Esplanada dos Ministérios. Skaf é um osso duro de roer até mesmo para os ultraliberais. As medidas de choque que propôs com o objetivo de zerar o déficit primário de R$ 96 bilhões projetado para este ano não encontram eco sequer no próprio Temer, seu maior fiador político. Pelos mesmos e por outros motivos, Skaf também falará no vazio dentro da equipe econômica, leia-se, sobretudo, Henrique Meirelles, Romero Jucá e José Serra, que acreditam em estratégias consistentes e cautelosas e não em choques econômicos no estilo dos regimes de exceção. Com um fator extra que faz toda a diferença: se Meirelles e Serra têm aspirações eleitorais, como tudo leva a crer, não serão doidos de fazer uma política de terra-arrasada no social, na linha do que propõe Skaf. Não bastasse a desagradável obsessão, a falta de consistência e antipatia que provoca por onde passa, o “Risco Skaf” vai além do seu ideário.  Não obstante seu desabrido apoio ao afastamento de Dilma Rousseff, entre os próprios aliados de Michel Temer seu desembarque no ministério é visto com reservas. Se um dos objetivos de Temer é montar uma equipe sem ilibações, a nomeação de Skaf leva para dentro do governo a ameaça de uma “Lava Fiesp”. O iminente titular da Pasta do Desenvolvimento usou e abusou da entidade para fazer a campanha pelo impedimento e se credenciar como um ministeriável do novo governo. Estimase que a Fiesp teria desembolsado mais de R$ 5 milhões em um só dia com anúncios nos grandes jornais do país a favor do impeachment. A origem do funding para a ostensiva e dispendiosa campanha ainda é uma incógnita. Pairam suspeitas de que a casa da indústria paulista tenha usado recursos do Sistema S, leia-se Sesi e Senai – um cesto onde entram subsídios públicos, por meio de repasses do governo federal, e dinheiro do próprio trabalhador. Não é o melhor cartão de visitas para um novo ministro. No quesito ética, Temer já tem passivos demais em seu futuro governo.

#Fiesp #Michel Temer #Paulo Skaf

Acervo RR

Embaixador

2/05/2016
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 Quem se surpreendeu com a indicação de José Serra para o Ministério das Relações Exteriores de Michel Temer não leu o Relatório Reservado na edição de 29 de setembro de 2015. Seis meses antes da votação do impeachment, o RR informava que Serra já havia se escalado para ser o “embaixador do governo Temer”.

#José Serra #Michel Temer

Oito cenários à procura da realidade

21/03/2016
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 As fichas estão sendo apostadas no impeachment de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Mas a ambiência institucional e a volatilidade dos fatos suportam as mais variadas hipóteses, algumas indesejáveis e outras até extravagantes. O RR desenhou seus cenários e deu suas respectivas notas. Escolha o seu. Mas não espere encontrar uma opção tranquilizadora.  CENÁRIO 1: São cumpridos os ritos do impeachment na Câmara e no Senado, e Dilma Rousseff já está pré-condenada por todos. É possível, bem razoável, que Sergio Moro tenha mais alguma gravação “fortuita” para dar o xeque-mate na presidente. Tudo muito rápido. A esquerda patrocina a ideia do exílio de Dilma. Ela vira uma versão grosseira e mal educada de Zélia Cardoso de Mello. Ficará eternamente lembrada como a pior presidente da República de todos os tempos. Nota AAA   CENÁRIO 2: Lula não assume a Casa Civil devido à interpretação condenatória do STF, é preso e, logo a seguir, é sentenciado – no melhor estilo Sergio Moro, a toque de caixa. Pega de 20 a 30 anos de prisão. Algo similar à condenação de Marcelo Odebrecht. A militância do PT desiste de reagir diante do massacre da mídia e da maioria crescente da população, que coloca em dúvida a lisura do ex-presidente. Lula fica engradado e solitário. Esse é o seu pior pesadelo, o do “Esqueceram de mim”. Nota AAa  CENÁRIO 3: Lula consegue assumir o ministério. Faz um discurso seminal em horário nobre. Chama todos à militância. Faz anúncios irresistíveis, a exemplo de um programa de recuperação social e econômica. Lula quebra a espinha dorsal da mídia ao usar à exaustão o horário pago de televisão. Falaria por volta de 10 minutos no horário do Jornal Nacional ou no intervalo da novela das 21 horas. O ex-presidente, com esse show off, reduz a animação dos “coxinhas”. Ainda nesse cenário, Dilma surfa no desarmamento dos espíritos patrocinado por Lula. O impeachment é postergado. Lula e Dilma determinam uma devassa fiscal seletiva e um levantamento de todos os passivos trabalhistas e previdenciários de veículos de comunicação escolhidos a dedo. Nota Bbb   CENÁRIO 4: Lula é preso. Dedica-se a escrever seus diários. Relata como foi perseguido por Sergio Moro, na lenta transformação do regime em um macarthismo verde e amarelo. Com dois ou três anos de cárcere, vai se tornando um ícone, um Nelson Mandela tupiniquim. Nota BBb  CENÁRIO 5: Dilma Rousseff não aguenta a onda e renuncia antes do término da abertura da sessão de impeachment. Lula vence a batalha das liminares no STF e permanece no Gabinete Civil da Presidência. Com um pedido público emocionado de Dilma, segue no cargo mesmo com a renúncia da presidente. Michel Temer assume. Vai governar com Lula. O ex-presidente fica mais à vontade, na medida em que Temer passa a ser investigado no esquema de arbitragem dos preços do etanol na BR Distribuidora e, em segundo plano, do feudo na Companhia Docas de Santos. Nota BBB  CENÁRIO 6: O TSE encontra provas do uso da grana do petrolão para o financiamento de campanha da chapa Dilma/Temer. Game over. Lula é preso. Dilma e Temer rolam o despenhadeiro. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assume a presidência da República, com o compromisso de realizar eleições em 90 dias. Moro alveja Cunha frontalmente. Assume o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que carrega um portfólio de denúncias de documento falso, peculato e falsidade ideológica. Renan também cai na rede de Moro. Ascende, então, um togado. O presidente do Supremo – Ricardo Lewandowsky ou, a partir de setembro, Carmem Lucia – cai de paraquedas na Presidência da República. A partir de 2017, portanto na segunda metade do mandato, a eleição do presidente se dará por voto indireto. Os atores que sobem no proscênio da envergonhada política nacional, concorrendo no voto direto ou indireto, são Aécio Neves e Nove cenários à procura da realidade Geraldo Alckmin, Eduardo Paes, José Serra, Ciro Gomes, todos sabidamente patos para Sergio Moro. Sim, restam Marina Silva e Jair Bolsonaro. A julgar pela ausência no momento mais crucial da República, Marina trocaria as eleições no Brasil pelas do Tibet. E Bolsonaro, mesmo que concorra conforme as mais rigorosas normas democráticas, será golpe de qualquer maneira. Nota aaa  CENÁRIO 7: A tensão cresce no país. A nação corre o risco de se transformar em uma praça de guerra. A primeira bala perdida, um número maior de feridos, um confronto corpo a corpo com as forças da ordem e pronto: terão extraído o magma fumegante que assopraram com convicção. Sangue e porrada na madrugada. Dilma, na condição de comandante em chefe, convoca o Conselho Nacional de Defesa, dentro dos estritos ditames constitucionais. Sentados no Conselho, o ministro da Defesa, os três comandantes militares e o chefe da Casa Civil – Lula or not Lula. Juntos, analisam a exigência de se lançar mão do estado de emergência, instituto cabível na situação citada. Golpe? Nenhum, pois a iniciativa está prevista na Constituição. Na excepcionalidade da circunstância, a ordem tem de ser mantida. As negociações com o Congresso e o Judiciário mudam muito! Nota BB+   CENÁRIO 8: O onipresente Sergio Moro avança no seu projeto de dizimar a classe política e refundar o Brasil. Todas as lideranças estão ameaçadas para valer: Lula e Dilma, é claro, mas também FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Michel Temer et caterva. Os políticos se reúnem para firmar um pacto, um governo de coalizão nacional, compartilhado entre os partidos. Todos acolhem que esta é a melhor solução não somente para a sobrevivência jurídica, mas para tirar o Brasil do atoleiro. Os líderes acordam que a fórmula para estabilizar a economia brasileira é promover um ajuste relâmpago no estilo Campos-Bulhões. Com o Congresso dominado, é pau na máquina. Nota CCC

#Dilma Rousseff #Impeachment #Lula #Michel Temer #Sérgio Moro

Tucanos saem feridos do massacre contra o PT

15/03/2016
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  Passados os momentos de euforia, a noite do último domingo foi de preocupação para os principais líderes do PSDB. Até o início da madrugada, a cúpula do partido, notadamente Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, José Serra, Alberto Goldman e Aloisio Nunes Ferreira, manteve uma intensa linha cruzada de conference calls e trocas de mensagens, nas quais expressaram sua apreensão com o rescaldo das manifestações. Nas entrelinhas, os protestos acabaram se revelando um sinal de alerta para o PSDB. Na avaliação dos caciques do partido, ficou claro que a sigla não capitalizou a mobilização das ruas. O PT sangra abundantemente, mas os tucanos não conseguem se aproveitar dessa hemorragia.  Em diversas capitais do país, menções ao PSDB geraram vaias. A maior surpresa, contudo, foi com a “acolhida” que os dois pré-candidatos do partido à presidência tiveram na Av. Paulista. Assim que chegaram ao local, por volta das 16 horas, Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram longamente apupados. O senador mineiro foi recebido aos gritos de “Aécio ladrão”. Alckmin, por sua vez, teve de enfrentar impropérios relacionados ao desvio de merenda nas escolas públicas e à crise no abastecimento de água no estado. Escoltados por policiais à paisana, não permaneceram mais do que 20 minutos entre os manifestantes. Foram aconselhados pelo secretário estadual de segurança, Alexandre de Moraes, a voltar para o carro. Antes, segundo o RR apurou, Moraes teria solicitado reforço policial.  Pesquisas encomendadas pelos tucanos já traziam sinais de que a epidemia anti-PT começa a contagiar o PSDB, além do próprio PMDB – a rigor, os partidos que realmente contam no jogo político. Entre os tucanos a maior dose de antipatia é dirigida a Aécio Neves, possivelmente uma reação à postura mais radical do senador mineiro. A percepção é que ele escalou em demasia a bandeira do impeachment de Dilma Rousseff, passando ao eleitor mais sensível a clara sensação de que sua única preocupação é antecipar as eleições de 2018 em nome de um projeto pessoal. Ressalte-se que o senador mineiro já vem em um processo de desgaste que se acentua com a delação premiada de Delcídio do Amaral. Os depoimentos do petista trazem Aécio para a Lava Jato.  A falta de maior apoio mesmo entre a parcela da população que defende a queda de Dilma Rousseff aumenta a preocupação dos tucanos com o day after de um eventual impeachment. A inquietação alcança também a postura da mídia diante da continuidade da Lava Jato – e ninguém duvida de que ela sobreviverá, mesmo com uma troca de governo. O PSDB não tem qualquer garantia de que os vazamentos serão contidos e muito menos de que a imprensa se manterá distante de eventuais denúncias contra o partido. Por uma curiosa atração fatal, tucanos e petistas, dois extremos que se odeiam, podem acabar irmanados na beira do precipício, mesmo que de costas um para o outro.

#Aécio Neves #Delcídio do Amaral #Dilma Rousseff #Geraldo Alckmin #Impeachment #José Serra #Lava Jato #PSDB #PT

PT entrega Dilma de bandeja aos tucanos

2/03/2016
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 O PT está conseguindo um feito até então considerado impossível: empurrar o PSDB para o lado do governo Dilma Rousseff. Trata-se de um jogo de cartas marcadas, no qual o apoio dos tucanos deve ser entendido como um projeto de captura. Ou seja: se o governo apoiar as “boas ideias” do PSDB, contará com a sua adesão no Congresso e a sua banda de música. Ideias não faltam aos tucanos. O senador Tasso Jereissati esteve no Rio na semana passada caçando mais propostas para o take over de Dilma. A equação é simples assim: se houver impeachment ou cassação da chapa no TSE, o PSDB está pronto para se apresentar; se não houver nem uma coisa nem outra, o governo já estaria todo dominado. Ressalte-se que Aécio Neves não faz parte desta articulação. Ele seria mantido como liderança da tropa de choque do partido.   Tasso foi explícito em relação à estratégia dos tucanos: “Se Dilma optar pelas medidas corretas, nós apoiamos”. Os projetos de lei do senador José Serra caminham na mesma direção, notoriamente o fim da participação obrigatória da Petrobras nos blocos do pré-sal. É como se o PSDB fosse o partido do governo. Por essa lógica, quanto maior for a rachadura entre o PT e o Palácio do Planalto, maior a dependência da gestão de Dilma em relação ao tucanato. A mudança de posicionamento do PSDB segue um cálculo elementar: o tamanho da crise e as pernas bambas do governo abrem espaço para um jogo cooperativo que até então era radicalmente rejeitado pela oposição. O PT entra no cenário para contribuir com o imprevisto: isolar Dilma Rousseff e viabilizar que as políticas por ele condenadas venham a ser adotadas.

#Dilma Rousseff #Petrobras #PSDB #PT

Passe livre

12/02/2016
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 O governo está por um triz de alterar o projeto de Lei 131, desobrigando a Petrobras de participar de 30% dos consórcios dos blocos do pré- sal. Mesmo assim, o senador José Serra não descansa. Fez a cabeça do líder do PMDB, Eunício Oliveira, que passou a defender o projeto.

#Petrobras

Acervo RR

Passe livre

12/02/2016
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 O governo está por um triz de alterar o projeto de Lei 131, desobrigando a Petrobras de participar de 30% dos consórcios dos blocos do pré- sal. Mesmo assim, o senador José Serra não descansa. Fez a cabeça do líder do PMDB, Eunício Oliveira, que passou a defender o projeto.

#Petrobras

Rasteira

20/01/2016
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 A relação entre Michel Temer e o governador Paulo Hartung passa por forte turbulência. O vice-presidente está convicto de que Hartung foi o artífice da saída do senador capixaba Ricardo Ferraço do PMDB, com o intuito de preparar o terreno para o seu próprio desligamento do partido. Ferraço é um dos grandes aliados de Temer no Senado. Claro, não mais do que José Serra.

#José Serra #Michel Temer #PMDB

Upgrade do Brasil depende do “downgrade” do BC

5/01/2016
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 O economista-chefe para a América Latina da Standard & Poor´s, Joaquín Cottani, deu a receita para o upgrade do Brasil, assim como para a instauração da “novíssima matriz econômica”. A proposta de Cottani é um ataque à administração dos juros pelo BC, que teriam de ser cortados à metade. Segundo ele, a política monetária estaria às avessas, com o que concordam José Serra, Delfim Netto, Maria da Conceição Tavares e Joaquim Levy – estes dois últimos fizeram as declarações diretamente ao RR. Onde quer que se olhe, não faltam luminares com vontade de metralhar a condução dos juros e, de tabela, os demais secos e molhados da gestão Alexandre Tombini. Cottani detona também os swaps e as reservas cambiais, que, segundo ele, não precisariam estar no atual volume de US$ 370 bilhões, com promessa de chegar a US$ 400 bilhões neste ano. A rolagem diária do estoque de swaps cambiais corresponde a quase um terço das reservas e mais onera o fiscal do que protege o balanço de pagamentos.  O curioso é que os espetaculares juros do país e seus efeitos nefandos, que protagonizaram a vilania econômica por décadas, assumiram um papel coadjuvante na percepção pública, ofuscados que foram pela anarquia nas contas do Tesouro. É como se o país, anestesiado, tivesse aprendido a conviver com taxas obscenas, sem par no mundo. A aposta do RR é que esse vício termina em 2016. Há uma corrente de técnicos à esquerda e à direita que elegeu os juros siderais como os grandes inimigos nacionais. Com uma taxa básica de 14,25%, é necessária uma política fiscal assassina para não ser sugado pela política monetária na contramão. Se o BC mantiver os juros nos atuais níveis até 2018, será preciso um superávit primário superior a 4% do PIB durante uma década para acomodar a divida pública bruta em um patamar de 50% do PIB, ainda alto para os padrões internacionais. Vale lembrar quem o salto prenunciado para este ano já empurra para 70% a relação dívida bruta/PIB. E o índice de preços, como fica nessa “novíssima matriz econômica”? O guru da S&P, Joaquín Cottani, acha que será necessário conviver com uma meta de inflação um tanto mais alta como condição para reduzir os juros pela metade, debelar a ameaça da dívida pública bruta e arrumar as contas públicas estruturalmente. Contudo, o que dizer da pesquisa Focus que prevê aumento da taxa básica em 2016? A resposta vem do professor Delfim Netto: “O mercado sabe muito menos do que pensa”.  Atenção: a receita para podar a Selic e conviver transitoriamente com um pouquinho mais de carestia, vinda de onde vem, pode ser considerada uma recomendação insider para o retorno do Brasil aos degraus anteriores e – quem sabe? – às notas ainda mais positivas concedidas pela agência. As outras fórmulas, como a suspensão da rolagem dos swaps com a recompra da dívida bruta e a geração de um primário da ordem de 1%, quem leu o RR nas edições de 5 de março, 22 de julho, 28 de julho, 30 de setembro, 2 de outubro e 2 de dezembro já sabia de cor e salteado o que viria pela frente. O blended proposto é uma receita ainda não experimentada para resgatarmos a estabilidade econômica. Só falta Nelson Barbosa colocar na coqueteleira e servir com um discurso de crescimento no longo prazo.

Quem será o novo ministro da Fazenda?

17/12/2015
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  Agora, parece que vai mesmo. Sem as propaladas cartas de demissão, Joaquim Levy deve deixar o governo agastado, após trabalhar que nem um mouro sem contar com um minuto sequer de apoio do governo. Mas, rei morto, rei posto. O RR faz seu ranking de candidatos ao cargo, com o respectivo par no Ministério do Planejamento. Não se espantem com o brutal coeficiente de dispersão. Ele reflete a atual geleia brasileira.  Otaviano Canuto na Fazenda com Nelson Barbosa no Planejamento: 69%. Canuto seria um desagravo ao próprio Levy, que o teria indicado para o cargo. Hoje, se encontra esquentando cadeira no Banco Mundial. Contra sua indicação a indisposição de trabalhar com Barbosa em permanente estado de fritura.  Nelson Barbosa e Luiz Guilherme Schymura: 65%. Uma dobradinha cantada já há algum tempo. Schymura tem um bom temperamento e afinou as ideias com Barbosa no Ibre, quando o convidou para trabalhar na casa durante um interstício da sua missão do governo. Dá Barbosa na Fazenda.  Luiz Gonzaga Belluzzo: 30%. Tem lá suas convicções cepalinas, com a vantagem de mudar de ideia conforme a circunstância. De sorte, pode se acasalar bem com Barbosa. Uma dica: Dilma Rousseff adora Belluzzo.  Aloizio Mercadante: 4%. É um coringa: tanto pode ser um “aspone” quanto titular da Fazenda. Levará o Congresso à loucura e a mídia ao delírio. As negociações políticas avinagrarão e os vazamentos transformarão Watergate em jardim da infância. Até dá para ser com Barbosa, mas ele preferiria um empresário. Quem? Quem?  Luciano Coutinho: 2%. De temperamento zen, qualificadíssimo, com a confiança de Dilma, é bem capaz de alinhar com Barbosa. A contraindicação é o papel que lhe foi confiado de tourear os pepinos do governo  Henrique Meirelles: 0,5%. Essa última operação de contrainformação lançando-o como candidato a ministro de Michel Temer o transformou de solução em proscrito. De qualquer forma, fica uma fezinha, porque, com Dilma, tudo é possível. A aposta é em qualquer nome para o Planejamento, menos Barbosa.  Jorge Gerdau: 0,5%. Entoaria os versos de “Trabalho”, uma das orações preferidas de Lutero (Senhor, meu Deus, meus bens e meu cargo não estão sob o meu poder). Carregaria Vicente Falconi para o governo, onde ele se destacaria por falar invariavelmente a mesma coisa.  Abílio Diniz: 0,2%. Montaria uma academia de ginástica no gabinete da Fazenda e levaria o Tarpon para fazer o planejamento do governo.   Luiz Carlos Trabuco: – 100%. Um sonho tão inviável como sempre foi.  José Serra: – 1.000.000%. Delírio total! Pura provocação.

#Joaquim Levy

Malvadeza

15/12/2015
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 No Palácio do Planalto todos se divertem quando se comenta a suspeição de a equipe econômica ter vazado o nome de Henrique Meirelles para o ministério da Fazenda em uma gestão Michel Temer. Contudo, a gargalhada é geral quando se diz que o vazador foi José Serra.

Escalação

11/12/2015
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 Além de José Serra, candidatíssimo a ministro de seu eventual governo, Michel Temer vem mantendo intensa interlocução com outro senador tucano: Aloisio Nunes Ferreira

#José Serra #Michel Temer

Azedo

6/11/2015
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 O programa “Uma ponte para o futuro”, do PMDB, azedou o já avinagrado humor de José Serra. Apesar de ver algumas de suas ideias contempladas, Serra considerou excessiva a navalhada no social.

Serra é o embaixador do governo Temer

29/09/2015
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O senador José Serra já se escalou como titular absoluto em um eventual governo Michel Temer. Até aí, morreu neves. O fato novo é que ele não almeja o Ministério da Fazenda, conforme nove entre dez analistas propalam aos quatro ventos. Serra quer ser chanceler, assumir com pompa e circunstância o Ministério das Relações Exteriores e fazer uma revolução na política externa brasileira. Segundo um dos seus mais próximos interlocutores, Serra considera que pode ser um ponto fora da curva nas Relações Exteriores, repetindo sua performance no Ministério da Saúde. Imodesto, ele estaria convencido de que foi o mais destacado protagonista da Pasta da Saúde em todos os tempos. Embarcar no Ministério da Fazenda em meio à turbulência de um eventual governo Temer, seria comprar um desgaste enorme com baixo retorno vis-à- vis suas ambições políticas. Ele raciocina, maquiavelicamente, que conseguiria influenciar a Fazenda pelo Itamarati, mesmo porque já deixou um programa econômico praticamente pronto nas mãos de Temer. As eventuais semelhanças com a trajetória de Fernando Henrique Cardoso param no cargo em comum. O ex-ministro se sente mais confortável se a comparação for com Azeredo da Silveira, chanceler todo-poderoso da era Geisel. Serra pretende ser lembrado pelo número de acordos bilaterais, reconstruindo a diplomacia de comércio exterior. Seus projetos são pilotar uma grande parceria com a China; assumir um papel proativo na questão ambiental; e ampliar a participação das agências multilaterais – e o compromisso delas – com o Brasil. O Itamarati rivalizaria somente com a Fazenda em força e prestígio. Não obstante a notória competência, quem conhece a obsessão de José Serra torce mesmo para que ele fique uma boa parte do tempo fora do país. Melhor assim para todos.

#José Serra #Michel Temer

Cabo eleitoral

11/09/2015
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Frase que teria sido disparada por José Serra durante o jantar de lançamento da pré- candidatura de Andrea Matarazzo à Prefeitura de São Paulo: “Só quem apoia o João Doria é o Aecio Neves, que vota em Minas e mora no Rio”.

#Aécio Neves #Andrea Matarazzo #Eleições #João Doria #José Serra

Serra é “saudado” com vaias e xingamentos pelo Sindipetro

31/08/2015
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José Serra, autor do projeto que desobriga a Petrobras a participar de todas as concessões no pré-sal, foi “saudado” com todo tipo de impropérios durante manifestação do Sindicado dos Petroleiros na última sexta-feira, na Praça XV, no Rio. As vaias e xingamentos se repetiram ao longo de todo o protesto. Até um boneco com suas feições foi queimado.

#José Serra #Petrobras #Sindipetro

Temer e Serra já provocam calafrios em Brasília

14/08/2015
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O projeto Temer/Serra pode ser resumido em três linhas mestras: revisão constitucional para flexibilizar as vinculações do orçamento; reforma do Estado, com o objetivo de modernização da máquina pública; e privatização acelerada. No pensamento de José Serra não há ajuste fiscal que funcione sem a adoção conjunta dessas medidas. Por sua vez, esse programa somente cabe em um novo governo, com o controle do Congresso, na medida em que está alicerçado em PECs de toda a ordem. Ou seja: é necessária praticamente uma miniconstituinte da economia. Por tudo que foi dito, parece uma articulação improvável, para se dizer o mínimo. Por que o PMDB abriria esse espaço para José Serra? E por que Serra, uma figurinha carimbada do PSDB, deixaria o partido pelas costas? A fonte do RR é de primeira grandeza. Ela garante que a chegada de Serra ao PMDB seria uma ação isolada e individual. Ele entraria no partido apenas como um quadro técnico. Pode até ser, mas é difícil. Basta lembrar de sua notória pretensão de se candidatar à Presidência da República. Serra tem muito claro que a direita do PSDB se alinhará com Aécio Neves. O espaço de protagonismo com Geraldo Alckmin também é limitado. Michel Temer é o futuro que lhe acena com as mãos mais firmes e seguras. O vice-presidente, por sua vez, necessita de um programa de governo para chamar de seu, a despeito do que venha a ocorrer no Palácio do Planalto. Portanto, com ou sem Dilma Rousseff. O suposto Plano Serra desata os nós estruturais da economia, preservando o gasto social. Aliás, com apenas 8% do orçamento sem algemas, fica impossível a manutenção das políticas de inclusão sem as mudanças profundas propostas pelo economista. Serra dedicaria um capítulo especial ao fortalecimento e revalorização da Petrobras, não somente pela importância da companhia para a retomada dos investimentos em infraestrutura, mas também pelo que ela significa como símbolo de orgulho nacional. Não custa lembrar que é de sua autoria o projeto de lei que desobriga a Petrobras a ter 30% em todos os campos do pré-sal. O RR perguntou a sua fonte até que ponto estavam avançadas essas conversações. A resposta foi que a matéria-prima da política é o desejo. O que se pode dizer, de certo, é que as tratativas existem. José Serra tem uma equipe de oito assessores trabalhando direta ou indiretamente com ele na elaboração de projetos de lei um número maior do que o de auxiliares de Joaquim Levy na Fazenda. Parece até que o mundo conspira para o inusitado encontro entre o mordomo de velório e o vampiro da Pauliceia. Brasília ficaria ainda mais assustadora. Às vezes, o insólito acontece.

#José Serra #Michel Temer

Aliás, FHC

23/07/2015
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Aliás, FHC tem dado o maior apoio à  aproximação entre Aécio Neves e Eduardo Cunha. Geraldo Alckmin e José Serra agradecem.

#Aécio Neves #Eduardo Cunha #Geraldo Alckmin #José Serra

A quem Roberto Setubal quer enganar?

21/07/2015
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Eram idos de 2013. Restava pouca areia na parte superior daquele primitivo instrumento de métrica do tempo, quando Roberto Setubal chacoalhou a ampulheta, interferiu no curso dos fatos e alterou a contagem regressiva para a sucessão no Itaú. Ao mudar o estatuto do banco e estender seu mandato na presidência até 2017, Setubal ganhou tempo para azeitar o modelo de transição, fatiando a gestão entre uma tríade de executivos. Passados dois anos, o banqueiro está mais para um ator de teatro do que um homem corroído pela incerteza. Que a dúvida persiga os demais acionistas e a família corporativa do Itaú. Perguntam eles: “Quem será o próximo Roberto Setubal?” O dilema não se refere propriamente à  administração executiva. Os três copilotos sentados ao lado de Setubal -Marcio Schettini, nº 1 de tecnologia e operações, Marco Bonomi, responsável por varejo, seguros e cartões, e Candido Bracher, tutor das áreas de atacado e de gestão de fortunas -já estão carecas de conhecer o banco. A equação aberta não é a do Itaú do batente, mas, sim, a do Itaú institucional. Quem vai falar pelo banco? Quem terá contato com os principais stakeholders? Alguém vai se contentar com a opinião da troika ou do líder eleito, sem procurar saber o que o dono pensa? Até parece a reprise de um filme em preto e branco, no qual o operário se chamava José Carlos de Moraes Abreu, presidente contratado, e o banqueiro de quatro costados, Olavo Setubal. Essa é fácil! Ganha um VGBL do Itaú quem acertar o nome do novo Dr. Olavo na versão atualizada da história. O senso comum é que o presidente do Itaú a partir de 2017 atenderá pelo nome de Candido Bracher, Marcio Schettini ou Marco Bonomi. Os três são parte da solução, e também do problema. O que se diz no banco é que nenhum dos príncipes regentes tem o physique du rôle para assumir plenamente o papel que desde 1994 cabe ao quarto dos sete filhos do Dr. Olavo. Bonomi e Schettini são vistos como personagens de perfil essencialmente operacional -executivos na essência da palavra. O segundo, egresso do Unibanco, ainda carrega o estigma de não ser um Itaú puro-sangue. Bracher, por sua vez, também é um “cristão novo”, embora se saiba que a conversão de seu antigo banco se deu em condições distintas das do Unibanco -o BBA não foi incorporado pelo Itaú levando a pecha de “derrotado”. Além disso, também é dono, o que, na hora H, pode fazer toda a diferença. E o próprio Roberto Setubal? Nas raras vezes em que o assunto vem à  tona e se discute as limitações de seu sucessor, a visão do engenheiro prevalece, de forma pragmática. Ele diz que tudo depende da prática. Tá bom! Nas salas onde realmente se decide o destino do banco, ninguém acredita que Setubal vá pescar trutas na Serra da Bocaina. A aposta é que ele continuará mandando do alto do Conselho de Administração. Os escolhidos serão títeres, nada muito diferente do que ocorre hoje; apenas uma mudança de fachada no organograma para que tudo continue como está. E a história, então, se repetirá sob forma de farsa. Com Dr. Olavo Setubal, uma vez barão sempre declaradamente barão. Com Roberto, um despiste: “Vou ser barão pela metade”. Ora, bem se sabe que isso não existe.

A análise monossilábica do passageiro Schwartsman

30/04/2015
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A luminosidade inesperada de um fogo-fátuo surgiu no voo da TAM, do meio-dia de ontem, na trajetória da Ponte Aérea São Paulo-Rio. Na poltrona da esquerda, na quinta fileira de quem adentra o avião, uma luzidia careca, com fulgor de metal polido, chamava a atenção da fila de passageiros que se dirigia ao fundo da aeronave. A calvície esplêndida tinha nome. Embecadíssimo, com um terno risca de giz no melhor estilo Saville Row, o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman era um facho de luz em si mesmo, disputando o brilho do pequeno espaço com o irradiado naturalmente da tela do seu iPad. Ele martelava o pequeno instrumento como se um toque fosse uma marretada. A leitura seguia no mesmo diapasão. De uma página da mídia impressa para outra, um átimo temporal; de um jornal para outro, poucos minutos. Começou pelo Valor, passou pelo Estado de S. Paulo, e seguiu cavalgando as letras com voracidade. Certamente, procurava subsídio para espicaçar o governo em seu papel de economista- colunista. Assim foi e assim seria o breviário aeronáutico do douto e calvo senhor se o RR não surgisse de repente para sacudir a paz do contente. Pergunta feita de chofre a Schwartsman: o senador José Serra tornou-se pop em 24 horas ao lançar a proposta de desmobilização de ativos da União (Serra tratou especificamente da Petrobras) como uma política complementar de suporte ao ajuste fiscal. Qual sua opinião? Resposta do ex-BC: “Muito boa a ideia, mas faltam determinação política e capacidade de gestão”. Volta o RR: “Mario Henrique Simonsen considerava essa uma excelente proposta (No caso, falava-se “privatização”) desde que os recursos fossem para reduzir a dívida pública mobiliária”. Visivelmente incomodado, respondeu com uma evasiva: “Foram outros tempos”. O RR traz, então, um tema fora do noticiário: “Não seria pertinente relançar o debate sobre a nacionalização de depósitos no exterior, através de anistia fiscal, em um esforço para captar poupanças dispersas? O projeto está na Câmara dos Deputados”. A resposta foi radical: “Acho imoral”. Insistimos: “Mas mesmo que esses recursos estejam perdidos em alguma nuvem e nunca mais sejam recuperados, eles não poderiam também abater recursos da dívida interna?”. Segundos de silêncio, e tome de volta: “É imoral”. E fim de papo. Schwartsman é muito mais falante nas páginas do jornal. Ao vivo e a cores, impressiona mais pela lanterna que carrega sobre os ombros, repleta de encéfalos crepitantes.

Múltipla escolha

1/04/2015
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Além das conversas com Aécio Neves, Michel Temer articula para os próximos dias um encontro com José Serra. Mais uma vez, fica a dúvida do chapéu que Temer usará para cumprir a agenda: vice-presidente da República, comandante do PMDB ou presidente de si mesmo.

Terceiro turno

9/03/2015
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O PSDB – a começar por FHC e a  exceção de José Serra – defende que já está na hora de Aécio Neves deixar o conforto do plenário do Senado, arregaçar as mangas de suas camisas Ricardo Almeida e “reiniciar” a campanha com uma série de viagens pelo Brasil.

Graça pode ser presidenta e “delegada” da Petrobras

13/11/2014
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Alguém acha que Dilma Rousseff está demorando para indicar o ministro da Fazenda? Esperem, então, pela Petrobras. A piada que circula em Brasília relembra uma gague famosa de Mario Henrique Simonsen ao deixar a pasta do Planejamento. Simonsen referia-se a um episódio ocorrido na a“pera Scala de Milão. No palco, o tenor abria suas vísceras para dar o melhor de si. E a plateia vaiava. O tenor puxava um vendaval dos pulmões. E a plateia vaiava. Decidiu, então, retirar- se do palco. Não sem antes antecipar, com ar de vingança: “Aspetta il baritono”. Na vida real, o barítono viria a ser Delfim Netto, seu sucessor no ministério. De volta aos dias de hoje, Dilma divide-se entre retirar o mais brevemente possível seu alterego Graça Foster da presidência da Petrobras ou deixá-la no cargo por mais um tempo, não apenas como executiva, mas também e principalmente como delegada. Dilma acha que a melhor resposta do governo é investigar, vigiar e punir, conforme repetiu em toda a campanha eleitoral. Caberia a  executiva repetir o mantra em seu gabinete. Depois da provação e da faxina geral na Petrobras, Graça seria conduzida a um cargo prometido, bem longe da estatal. Por essa ótica, a Petrobras estaria em um limbo, esterilizada, fora de qualquer negociação política. E Graça teria todas as cartas na mão para higienizar a companhia. A versão reve- la uma tamanha disposição presidencial ao risco que aparenta ser piada. Só que Dilma não é o tenor que sai, nem Graça o barítono que entra. Ao consenso até então reinante sobre uma troca rápida da presidente da Petrobras e seus diretores, contrapõe-se essa visão alternativa, que estaria sendo suportada por um conselho do onipresente ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A recomendação é de que Dilma Rousseff deveria ter sua estrutura própria de acompanhamento do desenrolar dos fatos na Petrobras, algo como um shadow cabinet – expressão da moda em Brasília. Em síntese, seriam os olhos de Dilma na estatal. Não que a presidenta tenha perdido a confiança na amiga Graça Foster – é mais fácil ela convidar José Serra para a Fazenda. Mas o novo sistema ampararia “Graciosa”, que vai sofrer uma pressão brutal. Graça será simultaneamente a mais poderosa, fiscalizada e atacada presidente da Petrobras de todos os tempos. O maior conforto, lógica política, preocupação com os mercados e cuidados com a sensível situação da estatal recomendam uma limpeza ampla, geral e irrestrita no alto comando da companhia. No entanto, as duas mulheres em questão são conhecidas por escolherem caminhos pedregosos, repletos de risco e sofreguidão. Tomara que a história, do fio a meada, seja um chiste. Mas parece que não é.

Aécio tem um figurino sob medida para Marina

16/10/2014
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Armínio Fraga, previamente nomeado para a Fazenda, não será a estrela solitária de um eventual governo de Aécio Neves. Há um lugar especialmente reservado para Marina Silva, um cargo criado a  sua imagem e semelhança, mas que, por ora, não pode ser mencionado pela campanha tucana, sob pena de criar um efeito contrário. Marina ocuparia o futuro Ministério do Meio Ambiente e da Reforma Agrária. A nova Pasta permitiria a  ex-candidata ser guardiã de suas principais bandeiras: o desenvolvimento sustentável e a divisão de terras improdutivas, temas-chave nas negociações para o apoio a Aécio. Inicialmente, o PSDB cogitou o nome de Marina Silva para as Relações Exteriores. O Itamaraty serviria de plataforma para Marina fazer proselitismo de temas que costumam sensibilizar a comunidade internacional, a começar pela própria agenda da sustentabilidade. No entanto, para Marina, a ida para as Relações Exteriores acabaria por diluir sua presença na cena nacional. Para quem negociou o fim da reeleição como compromisso fundamental para o apoio a  candidatura Aécio, ficar encastelada no Itamaraty seria reduzir demasiadamente o espaço para fazer política com vistas a 2018. No caso da Pasta do Meio Ambiente e da Reforma Agrária, a questão é saber quem assumiria esse Frankenstein ministerial. Se for a Marina da última campanha, meno male. Já dá para conviver com agricultores, usineiros, reflorestadores e a comunidade dos transgênicos. Aos poucos, Aécio vai dispondo sobre a mesa os reis e rainhas que lhe farão companhia em seu eventual governo. Antonio Anastasia é dado como favas contadas para a Casa Civil. José Serra teria lugar no Ministério da Saúde – digase de passagem, um posto perto o suficiente para que Aécio pudesse acompanhar cada um de seus passos. Outros nomes cotados são os de José Roberto Mendonça de Barros para a Agricultura e de Pedro Passos, um dos sócios da Natura, no Planejamento – o empresário também é cogitado para o comando do BNDES. Rubem Barbosa, o embaixador dos tucanos, estaria com um pé no Itamaraty. Beto Albuquerque, por sua vez, é o nome talhado para assumir o Ministério dos Transportes. O ex-vice de Marina foi secretário da área no Rio Grande do Sul no governo de Olívio Dutra, integrou a frente parlamentar em defesa do trânsito seguro e participou da Comissão de Viação e Transportes da Câmara. Talvez por isso, tenha sido tão rápido em se engajar na candidatura de Aécio; o TSE ainda contabilizava os votos do primeiro turno e Albuquerque já virava o volante a  direita. Entre todos estes nomes, um ponto em comum: caso estejam na Esplanada dos Ministérios em 2015, antes de chegar ao gabinete de Aécio Neves no Palácio do Planalto, provavelmente terão de passar pela sala de Andrea Neves. A “Primeira Irmã da República das Gerais” é pule de dez para o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, cadeira hoje ocupada por Gilberto Carvalho.

Vira-casaca

12/09/2014
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Rodrigo Abreu, presidente da TIM Brasil, é uma espécie de José Serra da telefonia. Veste a camisa dos italianos, mas, lá no fundo, sua torcida é toda dos mexicanos da América Móvil.

Os maiores e melhores do RR no ano de 2014

23/12/2013
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O inigualável Millôr Fernandes costumava dizer “Viva o Brasil, onde o ano inteiro é primeiro de abril”. Talvez seja um exagero do mestre; talvez não! O fato é que, a s portas do dia primeiro, não de abril, mas de janeiro, o RR transmite a seus leitores os mais sinceros votos de felicidade, também estendidos a todos aqueles que protagonizam esta edição cheia de graça. Que os desejos de todos se realizem em 2014, assim como que o texto a seguir seja lido com a devida dose de bom humor e espirituosidade: Que André Esteves, parceiro da Caixa Econômica, consiga finalmente atrair Guido Mantega como seu sócio e tenha êxito não somente na associação com o Banco do Brasil, por meio do Banco Votorantim, mas também se junte ao Basa, ao Banco do Nordeste, ao Banrisul e, de quebra, ao BNDES. Que Joseph Safra faça uma próspera joint venture com Alex Haegler e sua filha, Bianca, para retornar ao sistema de investimentos em pirâmide, dessa vez sem os contratempos da era Madoff. Que Paulo Guedes, enfim, receba o Prêmio Nobel de Economia, do qual ele próprio se julga merecedor, conforme suas palavras ao RR em almoço na Casa da Suíça, no Rio. Que a santa Verônica Dantas ouça os conselhos do mano, Daniel Dantas, e não se derreta em tanta generosidade, bom trato e simpatia junto a toda a família Opportunity. Que o presidente do HSBC no Brasil, André Brandão, consiga, enfim, vender a Losango o triângulo e o retângulo e melhorar a imagem da sua gestão junto a  matriz. Que Celso Barros tenha sucesso na consolidação de todas as Unimeds, que, devidamente embaladas com o um laço de fita, passariam a se chamar ?Barrosmed?. Que o novo presidente do Walmart Brasil, Guilherme Loureiro, feche apenas 24 lojas e não as 25 anunciadas e, de quebra, adquira algumas mercearias em Taboão da Serra, São João de Meriti e Barcarena. Que Maria das Graças Foster não seja obrigada a fazer a feira toda a semana e a pesquisar o aumento de preços do chuchu, tomate e outros hortifrutigranjeiros para prever as chances de reajuste dos combustíveis. Que Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa, munido de pá e picareta, desencave um baú no quintal de sua casa abarrotado com os R$ 600 milhões que enterrou no BVA. Que Pedro Moreira Salles, o grande vitorioso com a fusão entre Itaú e Unibanco, não precise ser o porta-voz do grupo no lugar de Roberto Setúbal quando, finalmente, os ativos totais do banco forem superados pelos do Bradesco. Que Armínio Fraga tenha atendido o desejo de ser presidente do Banco Central em um eventual governo de Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina Silva, ou ? uai ? até mesmo Joaquim Barbosa. Que o presidente da Claro, Carlos Zenteno, seja ouvido no próprio telefone pela diretoria e por seus subordinados, que insistem em não escutar suas ordens de comando. Que Eike Batista e seus sócios minoritários tenham um feliz 2027!

Guimba elétrica 1

29/11/2013
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A NJOY, maior fabricante de cigarros eletrônicos dos Estados Unidos, pretende desembarcar no Brasil. Os norte-americanos estudam a construção de uma fábrica no país em até dois anos. Se o antitabagista José Serra virar o jogo e sair candidato, já tem um potencial financiador de campanha.

Trem-fantasma 2

19/09/2013
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Aliás, por falar no metrô paulista, José Serra está possesso com a postura de Geraldo Alckmin. Para ele, Alckmin está estimulando a Assembleia Legislativa a investigar o escândalo. E logo no período pré-eleitoral. Aécio agradece a ambos.

Armínio 2014

9/09/2013
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 Armínio Fraga já cravou um duplo na loteria tucana. Num dia, faz análises de conjuntura com José Serra; no outro, traça planos para Aécio Neves.

#Aécio Neves #Armínio Fraga #José Serra

O mal e o bem que Aécio faz a José Serra

4/09/2013
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E procedente que José Serra fará o possível e o impossível nas próximas semanas para empurrar o PSDB em direção a s prévias. É improvável que, não ocorrendo as prévias – e elas não devem ocorrer -, Serra se contente com uma vaga de candidato a senador tucano. É verdadeiro que o ex-governador de São Paulo não acredita nas prévias, sabe que sua candidatura pelo PSDB a  sucessão de Dilma já foi implodida e considera o convite para disputar uma vaga ao Senado um cala-boca por serviços prestados. É plausível que Serra tenha somente um quinto do PSDB de São Paulo, mas ache que pode dividir o partido no estado. É indiscutível que o sentimento nutrido por José Serra em relação ao seu adversário no PSDB está acima do rancor. É sabido por todos que Aécio jogou sal na candidatura de José Serra em 2010, quando ele concorreu a  Presidência contra Dilma Rousseff. É questionável que Aécio seja um inimigo mais cruel do que Serra, o que parece inimaginável. É notório que Aécio se comporta como um franco sabotador das atuais pretensões políticas do rival, empenhando-se em piorar sua imagem no PSDB e junto a  opinião pública de forma pior do que o próprio Serra imagina. É pouco crível que reste a Serra somente se ausentar da política e voltar a escrever um livro com a professora Maria da Conceição Tavares, atazanar os alunos na Unicamp ou criar um instituto de autoidolatria, como fez FHC. É afirmativo que Serra deixará uma porta aberta no PPS até os 45 minutos do segundo tempo, ou seja, o próximo mês de outubro, prazo limite para a mudança de partido. É curioso que Serra, tucano de carteirinha, tenha gostado de ouvir de Roberto Freire que o PPS é o único que pode redimi-lo junto aos segmentos progressistas, trazendo-o de novo para suas raízes programáticas e aproximando-o de uma esquerda moderna. É tiro certo que, candidatando- se pelo PPS, um partido nanico, Serra teria um horário televisivo reduzido. Mas ele pensa em compensar esta desvantagem com o recall três ou quatro vezes superior ao de Aécio, fora o fato de que se considera um melhor gerador de mídia espontânea. É cristalino que, mesmo sendo um obsessivo e não admitindo a perda da eleição presidencial a partir do momento em que sacramente sua candidatura, o foco é atropelar Aécio. A segunda e a terceira prioridades também são atropelar Aécio. É óbvio que uma candidatura Serra pelo PPS fraciona a disputa eleitoral, em detrimento do PSDB e favoravelmente a Dilma. É bastante insólito que, dependendo do seu discurso de campanha no PPS e a julgar pela decisão de apoio no segundo turno das eleições, o antigo “vampiro do PSDB” possa vir a se aproximar do governo do PT. É esquisito, mas longe do impossível, que, passado o último baile da política, Serra volte a dar sua contribuição ao debate econômico na planície, mas não mais tão distante do Planalto. Pelo menos do Planalto do PT.

Enquanto Aécio dança nas pistas

11/07/2013
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Enquanto Aécio dança nas pistas, em algum lugar ermo, onde jazigos de políticos se enfileiram, mão cadavérica rompe o úmido da terra porosa, ao mesmo tempo em que o corvo mais negro do que a noite profunda sibila estridente: José Serra, José Serra…

José Serra

21/06/2013
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De José Serra conversando com um economista meio tucano, meio qualquer coisa: uma medida de impacto que a Dilma poderia anunciar se eles lá tivessem cabeça era capar os 39 ministérios pela metade. Em se tratando de Serra, um bom conselho pode ser uma pílula de cianureto. Afinal, onde Dilma acomodaria a base aliada? Na casa do Serra?

Delfim

14/06/2013
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Por falar em Delfim, prestígio e influência são tudo. O ex-ministro está propondo zerar o déficit nominal e a reação é “Oh… Oh… Oh… Oh…” Há 16 anos o inesquecível economista Arthur Candal propôs o mesmo e foi tachado de “desequilibrado”. Há 10 anos, o mal amado José Serra deu a mesma sugestão e foi considerado um monstro carniceiro. Mas deixem o Delfim falar. Ele é o melhor regente da banda.

Porta-voz

10/06/2013
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No Ministério da Fazenda fez muito sucesso uma entrevista do professor de economia da UFRJ Fernando Cardim. Curioso é que um tucano fidelíssimo a José Serra embalou e enviou o mesmo texto ao cambaleante ex-candidato do PSDB, com os dizeres: “O Serra vai adorar. É igualzinho ao que ele pensa”.

Acervo RR

Futuro político de José Serra

14/01/2013
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Em meio do disse-me-disse sobre o futuro político de José Serra, um assessor gaiato do Instituto Lula saiu propondo que o ex-governador crie em São Paulo a “Casa das Traças”. O think tank seria um contraponto a  hegemonia da Casa das Garças na produção de ideias para o tucanato. Serra poderia chamar para as Traças personagens como Andrea Calabi, Francisco Vidal Luna, Henri Philippe Reichstul. Seriam a versão bandeirante dos economistas Edmar Bacha, Armínio Fraga e Pedro Malan. Pura chanchada!

Acervo RR

Ansaldo Breda

17/07/2012
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José Serra e Antonio Anastasia estão enchendo a italiana Ansaldo Breda de paparicos. Por trás dos afagos, duelam pela fábrica de trens de passageiros que o grupo pretende construir no Brasil. Serra parece estar alguns trilhos na frente. Em setembro, executivos da empresa virão ao país para se reunir com o governador paulista. O projeto é de US$ 400 milhões.

Cabo eleitoral

13/07/2012
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O ex-presidente do BNDES, Andrea Calabi, garantiu a seu amigo José Serra que intercederá com o maior empenho junto a Luciano Huck para que ele apoie sua campanha a  Prefeitura de São Paulo. Calabi é padrasto de Huck, que, por sua vez, constitui-se no maior fenômeno de audiência nas redes sociais.

Serra elétrica

29/06/2012
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José Serra é mau que nem um pica-pau. Cogita inserir em sua campanha referências a s ligações de Paulo Maluf com os porões da repressão, sua bênção por Lula e a s torturas infringidas a Dilma Rousseff. Um balaio de horrores.

Acervo RR

Maquiavel

29/03/2012
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Do fidalgo e sempre cortês José Dirceu sobre a candidatura do palmeirense José Serra a  Prefeitura de São Paulo: “Vamos nós de volta contra o porco. Poorrrcoooo!”

Acervo RR

Pesquisa 1

23/03/2012
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Pesquisa feita no âmbito do próprio PSDB aponta a derrota de José Serra nas prévias do próximo domingo. Até lá, muita tucanada pode ser dada. Serra é conhecido como o “Quércia do PSDB”. Não tem limites. Se virar o jogo, vai criar um novo slogan: “Em time que perde não se mexe”.

Acervo RR

Certa resposta

22/03/2012
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Maldade atribuída a José Serra. Segundo ele, o candidato a candidato a  Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita adoraria ressuscitar o apresentador J. Silvestre. O oponente desafiado em um concurso de auditório, no melhor estilo “O show é o limite”, seria o petista Fernando Haddad. Cada um responderia a dez perguntas escolhidas pelo outro candidato. Quem errasse mais teria de dizer ao concorrente, na frente da câmera: “Você é o melhor. Ponto final!”.

Acervo RR

WTorre

14/03/2012
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A WTorre procura um sócio para dividir a operação da futura arena do Palmeiras, ainda em construção. Walter Torre está disposto a se desfazer de até 49% da concessão. Ah, se Luiz Gonzaga Belluzzo e José Serra tivessem dinheiro…

Acervo RR

Pesquisas

13/03/2012
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As pesquisas de opinião feitas pelo PSDB e pelo PT em São Paulo estão transformando os potenciais candidatos Fernando Haddad e José Serra em um ornitorrinco. Do lado de Haddad, a recomendação é para que ele “tucanize” a campanha, aproximando-se da classe média, tradicional algoz do PT em São Paulo. Não chega a ser tão difícil. Do lado de Serra, por sua vez, a orientação é ficar onde sempre esteve, dando um passinho a mais em direção a s massas. Esse passinho é que é o problema.

Acervo RR

RHI ergue sua fábrica em terreno pantanoso

14/09/2011
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Bem que o CEO mundial da RHI, Franz Struzl, poderia aproveitar sua visita ao Rio de Janeiro amanhã, quando anunciará oficialmente a construção de uma fábrica de refratários no município de Queimados, para explicar os pontos nebulosos que envolvem o empreendimento. O projeto já nasce envolto por um espesso fog, notadamente no que diz respeito a  compra do terreno onde ficará a planta industrial. O RR teve acesso a ampla documentação que revela excêntricos procedimentos nas negociações conduzidas pelos executivos da RHI no Brasil. No dia 4 de novembro de 2010, a propriedade, que pertencia aos espólios de José Augusto Vereza e de Laerte da Silva, foi vendida a  Jogasus Construções e Serviços, empresa com sede em Duque de Caxias, por R$ 2,5 milhões. A transferência foi registrada no 5º Ofício de Notas, Livro 3.738, Folhas nos 0109/0111. Em 9 de novembro, o mesmo terreno foi revendido pela Jogasus a  RHI por R$ 11,760 milhões. A operação foi lavrada no 15º Ofício de Notas, Livro 2.460, Folha 146. Ou seja: em apenas cinco dias, o imóvel valorizou 370%. Por que razão o grupo austríaco pagaria tanto por um terreno na Baixada Fluminense vendido poucos dias antes por quase um quinto do valor? Procurada pelo RR, a RHI informou que – no mercado imobiliário é praticamente uma regra que o valor da terra seja baixo quando o terreno é dividido em muitos lotes. Uma vez que ele se torne um único terreno, esse valor aumenta significativamente, especialmente se uma empresa requer uma área tão extensa para sua produção -. Pode até ser. Mas o fato é que, na moeda de interesse dos austríacos, o overprice em menos de uma semana foi de quase 4 milhões de euros. Das duas uma: ou o mercado imobiliário de Queimados tornouse o melhor investimento do mundo ou a direção da RHI não tem cuidado do dinheiro de seus acionistas com o devido zelo. Em tempo: o enevoado processo de construção da fábrica no Brasil coincide com a troca no comando mundial da RHI. Recentemente, o então CEO, Henning Jensen – que, inclusive, estava escalado para vir ao Rio anunciar o projeto -, deixou o cargo. De acordo com a teoria dos seis graus, desenvolvida nos Estados Unidos na década de 60, todas as pessoas do mundo estão ligadas umas as outras por, no máximo, seis laços de amizade. No caso da RHI e da Jogasus, bastou apenas um elo: a Prefeitura de Queimados. Em 7 de dezembro de 2009, a Jogasus firmou contrato com o município para a reforma, manutenção e pintura da Escola Metodista de Queimados. Segundo informações filtradas junto ao Tribunal de Contas do Estado, só o segundo termo aditivo do acordo foi fixado em R$ 649.906,29. A mesma Prefeitura, por sua vez, concedeu significativos benefícios fiscais para que a RHI instalasse sua fábrica na cidade. Em meio a  forte serração que cerca o projeto, a construção da fábrica de Queimados é considerada pela RHI um movimento crucial do ponto de vista geoeconômico. Ao invadir o território da Magnesita, a RHI pretende afastar o rótulo de que hoje é uma presa potencial para uma investida da própria empresa brasileira. Não é de hoje que Ronaldo Iabrudi, presidente da companhia, vem conversando com o BNDES em busca de apoio para o projeto de criação de uma grande multinacional brasileira da área de refratários. Se depender das lambanças dos gestores da RHI no Brasil, a fábrica de Queimados terá na entrada não o nome do grupo, mas sim uma placa com a marca da Magnesita. E a conta dessas inclassificáveis negociações vai para o bolso dos austríacos.

Acervo RR

Blowin’In the wind

17/08/2011
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De José Serra, mau que nem um pica-pau, sobre a pré-candidatura de Eduardo Suplicy a  prefeitura de São Paulo: -É a versão bizarra de um filme que eu já vi. Só que agora o Jânio Quadros é de esquerda e o jingle de campanha é do Bob Dylan-.

Blowin'In the wind

17/08/2011
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De José Serra, mau que nem um pica-pau, sobre a pré-candidatura de Eduardo Suplicy a  prefeitura de São Paulo: -É a versão bizarra de um filme que eu já vi. Só que agora o Jânio Quadros é de esquerda e o jingle de campanha é do Bob Dylan-.

Acervo RR

Dilma recria o PAC com a costela do PSDB

22/07/2011
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Antonio Palocci está de volta ao gabinete civil. Ao menos simbolicamente. A presidente Dilma Rousseff comprou integralmente a proposta do ex-ministro para a criação de um programa de aceleração das concessões. Curiosamente, a abreviação do novo plano do governo é homônima a  do velho PAC, que saiu da vitrine de realizações para o empório dos projetos que ninguém quer mostrar. A ideia de ampliação do regime de concessões sempre foi a menina dos olhos de Palocci, que desde o primeiro mandato do presidente Lula cultivou as reformas microeconômicas como um dos alicerces da sua política. A grande diferença, além da escala pretendida, é que no governo Dilma o programa de aceleração das concessões será precedido de uma costura com os sindicatos. O governo quer afastar ao máximo a associação das novas licenças da ideia de desemprego. Apesar do eufemismo e da rima, no discurso de Dilma concessão não é privatização. As áreas que serão objeto da exploração privada são praticamente as mesmas que estão contidas no desacreditado PAC ? o original, diga-se de passagem. Serão leiloadas sob o regime de concessão rodovias, ferrovias, hidrovias, terminais portuários, linhas de transmissão, ou seja, um mostruário para fazer inveja a qualquer tucano. E os aeroportos? Estes serão o pilar de sustentação do programa. Só que, em vez dessas iniciativas serem feitas de forma dispersa e anunciadas em ministérios distintos, de formadescoordenada, as concessões estariam todas alinhadas em um plano de responsabilidade da Presidência da República. No saldo final, Dilma estaria aumentando o setor público sem a intervenção direta e os gastos do Estado. Ao contrário do programa de privatizações de FHC, que teve o BNDES como protagonista, a rainha das concessões do governo Dilma será a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. A grande preocupação dos operadores do governo envolvidos no projeto é a sua comunicação. Todos são escolados no impacto político negativo que há na associação da palavra privatização com os atos do governo. Foi assim desde FHC, que viu despencar sua popularidade com a satanização da venda de ativos do Estado. Que o digam José Serra e Geraldo Alckmin para o gáudio de Lula e da própria Dilma. É bem provável, inclusive, que Lula venha a ser chamado a dar sua contribuição na propaganda do novo PAC, mas a grande dama das concessões será mesmo a presidente da República. Dilma tem um feito em seu portfólio que a avaliza para esse papel: a maternidade do modelo de privatização de rodovias que privilegia a tarifação mais baixa em vez da maior proposta pelo ativo. Se for bem embalado, o projeto melhora a governança, reduz o atraso nas obras públicas e o gap de investimentos em infraestrutura, aumenta a competitividade sistêmica e transforma o neoliberalismo em um apêndice inorgânico do camaleônico PT.

Acervo RR

Alckmin eletrocuta AES e Duke Energy

4/04/2011
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Os presidentes da AES, Britaldo Soares, e da Duke Energy, Armando Henriques, seguram um fio desencapado. O governador Geraldo Alckmin e o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, estão apertando o cerco a s duas empresas. O governo pretende resolver em até três meses, e nenhum um dia a mais, a contenda com os grupos norte-americanos, que se arrasta há mais de uma década. A missão de Alckmin e Aníbal é arrancar da AES e da Duke Energy os quase R$ 3 bilhões em investimentos que as duas companhias se negam a fazer para aumentar seu parque gerador no estado. O desembolso consta do edital de privatização das geradoras Tietê e Cesp Paranapanema, arrematadas, simultaneamente, pela AES e pela Duke. No entanto, os norte-americanos fingem que não é com eles e, desde o leilão, têm usado de uma série de expedientes protelatórios para escapar do investimento. Desta vez, o governo de São Paulo ameaça entrar na Justiça e rever incentivos fiscais para enquadrar as duas empresas. No ano passado, o então governador José Serra e seu sucessor, Alberto Goldman, chegaram a abrir uma nova rodada de conversações com as duas companhias. Ambas propuseram a instalação de térmicas no lugar de hidrelétricas. A oferta é vista pelo atual governo como mais uma forma de a AES e a Duke Energy postergarem os investimentos, pois não há garantia de fornecimento de gás para as novas usinas. Alckmin está disposto a negociar um prazo escalonado para a quitação da dívida e cumprimento dos investimentos, desde que as duas empresas apresentem um projeto efetivo para o aumento de suas geradoras no estado.

Acervo RR

Cemig e Andrade Gutierrez enxergam Energisa pelo espelho

17/01/2011
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A Cemig e a Andrade Gutierrez querem transformar a iminente perda da Elektro em uma meia-derrota. A elétrica dupla prepara uma investida sobre a Energisa, holding controlada pela família Botelho. Em razão da diferença de porte entre as duas empresas, o projeto pode até soar como um prêmio de consolação diante da frustrada ofensiva sobre a Elektro. No entanto, a operação tem enorme sentido estratégico para a Cemig e a Andrade Gutierrez. Dentro da estatal mineira, há até quem se refira a  companhia utilizando um trocadilho infame: -Sinergisa-. Não há outra empresa capaz de capturar tamanha sinergia com os negócios da Energisa em geração e distribuição quanto a Cemig. Existe uma expressiva complementaridade dos ativos de ambas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, leia-se a Light. A Energisa é dona da Energisa Minas Gerais, responsável pelo atendimento a 66 municípios e a mais de um milhão de consumidores, e da Energisa Nova Friburgo, que opera na Região Serrana fluminense. Entre usinas já em funcionamento ou em construção, controla ainda oito PCHs nos dois estados. Ou seja: guardadas as devidas proporções, é quase uma empresa-espelho da Cemig e da Light em algumas regiões de Minas e do Rio. Na estratégia idealizada pela Cemig e pela Andrade Gutierrez, a entrada no capital da Energisa se daria por uma porta lateral: a compra da participação de Antônio José Carneiro, o -Bode-. O investidor detém 22% das ordinárias e 53% do capital total. Tomando-se como base a atual cotação da Energisa em Bolsa, a fatia acionária de -Bode- vale aproximadamente R$ 1 bilhão. Uma vez dentro da empresa, e com uma participação expressiva, nada mais natural que Cemig e Andrade Gutierrez usem de todo o seu peso para assumir o controle. A própria vulnerabilidade dos Botelho joga a favor. Não obstante sua conhecida recusa a  venda do controle, a família não se encontra em uma situação das mais confortáveis. Pesam sobre seus ombros o endividamento da Energisa, hoje em torno de R$ 1,5 bilhão, e as limitações financeiras da empresa para se manter em um setor dominado por grupos cada vez mais fortes e com maior poder de alavancagem financeira. Diante deste cenário, os Botelho se encontram diante de uma encruzilhada: de um lado, manter o atual status quo societário e ser controlador de uma empresa com notórias dificuldades competitivas; do outro, a possibilidade de ser acionista minoritário de uma companhia controlada pela Cemig e pela Andrade Gutierrez, dois investidores de altíssima voltagem.

Acervo RR

Anvisa joga uma guimba quente no ventilador

13/01/2011
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O governo já avisou quenão vai sequer triscar naliberdade de imprensa. Jánão se pode dizer o mesmoem relação a  liberdade dosfabricantes e dos consumidoresde cigarros. De umasó tacada, a Anvisa preparamais duas rasteiras no pé deapoio da indústria do tabacoe dos fumantes. A agênciaquer proibir a adição de umasérie de ingredientes aos cigarros.Constam do possívelíndex produtos como açúcar,caramelo, chocolate,usados para dar aroma aofumo e diferenciar uma marcada outra. Simultaneamente,a Anvisa ensaia restriçõesainda mais rígidas a comunicação nos pontos devenda, praticamente a últimafronteira que restou aosfabricantes de cigarros emtermos de marketing. Segundoproposta publicada aoapagar das luzes de 2010,no dia 27 de dezembro, aagência quer que 80% dosdisplays instalados no varejosejam usados para a advertênciasobre o consumodo produto. Só os 20% restantesseriam utilizados parao anúncio da própria marca.A Anvisa quer ainda quea metade da frente do maçotambém seja reservada paraadvertências, a exemplo doque já ocorre no verso daembalagem. Ou seja: a agênciaparece disposta a inventaruma nova modalidade demarketing, uma publicidadea s avessas, obrigando osfabricantes a usar a embalagemde seu produto para se auto-imolar. A Anvisa garanteo chicote. Parece até queJosé Serra venceu a eleição.Mais uma vez, a Anvisabate na tecla de que as medidastêm por objetivo reduziro consumo de cigarro,notadamente entre os jovens.Como sempre, guiasepor um retrovisor que nãopermite enxergar o passado.Países que baniram o usode produtos como açúcar echocolate na fabricação decigarros e restringiram draconianamentea publicidadese depararam com um efeitobumerangue. É o caso doCanadá. No espaço de aproximadamenteuma década,o consumo de cigarros entrejovens no mercado ilegalcresceu 30%.Difícil evitar que o mesmoe indesejável efeito colateralse repita no Brasil. Aindústria formal, por exemplo,terá de gastar milhõesde dólares em pesquisa paradesenvolver produtos capazesde substituir o açúcar econgêneres caso a proibiçãoseja aprovada. Qualquercentavo a mais repassadoao preço final será motivomais do que suficiente paraque consumidores migrempara o mercado negro, embusca de produtos mais baratos.Ou alguém acreditaque a Anvisa dispõe de umcontingente suficiente parafiscalizar as centenas de fábricasde fundo de quintalque já dominam quase umterço da venda de cigarrosno país e sonegam por ano oequivalente a R$ 4 bilhões?

Casa nova

11/01/2011
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Verônica Serra, filhade José Serra, tem feitoum tour entre companhiasdo setor imobiliário. Pormeio de sua empresa deassessoria, a Pacific Investments,busca ativospara a One Equity, gestorade recursos pertencenteao JP Morgan.

Acervo RR

Volta Á s aulas

28/10/2010
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Nos planos de José Serra para o seu ostracismo na vida pública está uma temporada de dois anos como professor visitante no exterior. Na volta, poderia engatar uma cátedra na Universidade de Campinas.

Belo Monte

26/10/2010
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O Banco do Brasil deverá financiar mais de R$ 6 bilhões do custo total de construção da usina de Belo Monte, e não apenas R$ 5 bilhões, como estava previsto. O ajuste tem como objetivo reduzir a fatura que cabe ao BNDES, por conta das amarras impostas pelo acordo de Basileia. *** Por falar em Belo Monte, causaram calafrios entre os assessores de campanha do PSDB as recentes declarações de José Serra sobre a revisão dos critérios de aprovação ambiental da usina. A tirada foi de improviso e feita para agradar Marina Silva. Acabou sendo um tapa na cara de alguns dos financiadores de sua candidatura.

Acervo RR

A divina comédia do imbatível Armínio Fraga

25/10/2010
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Armínio Fraga tornou-se um personagem de Dante Aligheri. O ex-presidente do Banco Central caminha entre o céu e o inferno. No Paraíso, é economista laureado, incensado como gestor de fundos, eterno darling da mídia e nome cotado para voltar ao comando do BC em um eventual governo de José Serra, entre outros tantos salamaleques. Mais abaixo, seguindo o curso do Rio Aqueronte, Armínio ressurge como presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, chapéu com o qual tem acumulado uma série de derrotas. O projeto Brain, do qual foi um dos principais artífices, submerge em águas turvas. Se Dilma Rousseff confirmar sua vitória nas eleições presidenciais, o Brain vai bater lá no fundo do rio. A pretensão de transformar São Paulo em uma grande praça financeira não sensibilizou empresários, o governo e a mídia e acabou se desmanchando no ar. Sob a condução do barqueiro Caronte, a travessia de Armínio Fraga se aproxima de mais um percurso incinerador de ideias. A proposta de reformulação das regras do Novo Mercado tem esbarrado na forte resistência das companhias abertas. Na visão das empresas, a BM&F não teve a menor delicadeza na condução dos processos e, desde o início, tentou arrancar as mudanças a fórceps. Resultado: as companhias rejeitaram a reforma do Novo Mercado e uma nova votação foi aberta no início deste mês. O risco de mais uma recusa é significativo. Grande parte do débito vai pesar no costado de Armínio Fraga, que se empenhou pessoalmente na tentativa de angariar apoio a s novas regras. E vem mais notícia ruim por aí. Quando alçado ao Paraíso, o arcanjo Armínio Fraga é costumeiramente sinônimo de credibilidade e boa ventura. A performance ao lado de George Soros, bem menos vitoriosa do que foi propalado, os resultados sofríveis de alguns dos fundos do Gávea ou a dolarização da dívida pública ao fim de sua passagem pelo BC sequer mancharam o terno de Armínio. Mas o rio na terras de Hades é um oceano. Já é possível ver Armínio navegando sobre um inferno cambial. No momento, o alto-comando da BM&F tenta convencer o governo a autorizar o depósito no exterior dos R$ 20 bilhões em garantias dos contratos de derivativos de investidores estrangeiros. O objetivo é deletar o aumento da alíquota do IOF, uma punição ao uso do mercado futuro de dólar como uma arena para manipulação cambial. Os contratos afetados pela medida representam quase 7% da receita da Bolsa. Mas Armínio segue remando, inatingível, divinal. Chega a dar até medo.

Passe livre

14/10/2010
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Para a Camargo Corrêa não há segundo turno. Tanto José Serra quanto Dilma Rousseff apoiam as pretensões da construtora de comprar a NeoEnergia. Também, a Camargo Corrêa colabora.

NA

8/10/2010
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Ciro Gomes está devorando relatórios e mais relatórios sobre as ?virtudes e os melhores momentos? de José Serra. Rapidinho vai estar na mídia.

Acervo RR

FHC se torna o mártir da campanha tucana

7/10/2010
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que até então foi escondido na coxia por seus próprios pares tucanos, vai reaparecer no palco eleitoral. Não como garoto-propaganda de José Serra, posição que lhe foi cobrada durante toda a campanha, mas sim como um mártir. A estratégia do PSDB é vitimizar FHC. Os tucanos vão questionar diretamente o presidente Lula e, por extensão, a  sua candidata Dilma Rousseff acerca das razões do incômodo, da raiva e da repulsa a seu antecessor. Não faltarão referências a momentos em que ambos dividiram o mesmo palanque. Lula e o PT também serão instados a responder o porquê do desprezo pelo Plano Real. O sacrifício do Príncipe é visto no PSDB como uma espécie de bala de prata no duelo do segundo turno. Segundo o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, se o PT não der conta, relança FHC para o terceiro turno.

Acervo RR

Mundo paralelo

7/10/2010
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Aécio Neves deve fazer uma viagem ao exterior nos próximos dias. E a campanha de José Serra para o segundo turno? A campanha? Que campanha?

Acervo RR

Garoa de veneno nas eleições de São Paulo

2/09/2010
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Maldade daquelas no melhor estilo Ricardo III que circula na pauliceia entre bocas cheias de fel. O prefeito Gilberto Kassab, que pode pular para o PMDB e é hoje um dos principais clientes da agência Lua Branca, dos filhos do marqueteiro de campanha de José Serra, Luiz Gonzalez, tem estimulado este último a olhar com carinho a alternativa Aloizio Mercadante. Gonzalez, sócio do fracasso de Serra, é responsável também pela imagem eleitoral do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin. Pela versão que circula entre duas cassandras conhecidas por enxergar séculos a  frente, Kassab estaria triangulando um flerte, digamos assim, entre Mercadante e Gonzalez. Ou seja, em linguagem de mercado estaria vendendo uma opção para prestação de serviços em um futuro governo Mercadante. Há quem diga que é um bom negócio. Bem, por coincidência ou não, Gonzalez não teria alertado seu candidato em tempo hábil para as pesquisas que acusavam um salto nas intenções de voto em Mercadante, o que deixou muito tucano com crise de asma e palpitações. Ficou a impressão de que o deslize foi algo demasiadamente amador para um profissional tão testado no mercado. Mas deve ser tudo intriga e provavelmente Gonzalez prefere mesmo perder duas vezes com o PSDB a fazer um casamento milionário com o governo e a prefeitura de SP.

Acervo RR

Resta o Senado

30/08/2010
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Fernando Henrique Cardoso está dedicado integralmente a  tarefa de eleger o maior número possível de candidatos do PSDB ao Senado. Também, na campanha de José Serra, ninguém o quer por lá.

Acervo RR

Retratos sem retoques dos apóstolos de Dilma

25/08/2010
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Que sai Lula e entra Dilma – Serra? Que Serra? – não há novidade. A bolsa de apostas agora está concentrada nos primeiros dias do futuro governo. Os dados estão rolando primeiramente sobre o seu ministério. Os principais nomes já estão previstos. Mas as combinações dos cargos a serem ocupados são múltiplas. Antônio Palocci, por exemplo, pode vir a ser ministro-chefe do Gabinete Civil, com responsabilidade pela articulação política, ou ministro da Saúde, em uma reedição do modelo FHC/Serra. No entanto, as hipóteses para as funções de Palocci não se encerram em Brasília. Os franco atiradores do PT, que têm no futuro ministro sem pasta José Dirceu seu expoente principal, gostariam de vê-lo na Petrobras, até por motivos estratégicos. A estatal, símbolo máximo de poder nesses tempos de pré-sal, estará no centro de uma encarniçada disputa política, sendo difícil para a presidente definir o novo titular mesmo trazendo o cargo para sua cota pessoal. Palocci mataria dois coelhos com uma só cajadada, colocando a Petrobras na antessala do Planalto. E quem faria a coordenação política do governo Dilma? O ministro Paulo Bernardo divide as preferências com a ministra Erenice Guerra para a Casa Civil, ressaltando-se sempre que o pole position é de Antônio Palocci. Mais provável é que, se a disputa for entre os dois, Erenice seja a Dilma da Dilma. Paulo Bernardo seria mantido no Planejamento, que deixaria de ser ministério e voltaria a ser uma secretaria ligada ao Planalto. Há quem diga também que Bernardo tem vaga garantida no Banco do Brasil, mas aí pode ser mais desejo do que evidência. Comenta-se que é no BB que Sérgio Rosa gostaria de saltar de bancário a banqueiro. Mais um do time do “gostaria”. Erenice poderia ainda assumir a Secretaria da Presidência, tornando-se uma espécie de Gilberto Carvalho de Dilma. As maiores apostas, entretanto, cravam que esse cargo será ocupado por Miriam Belchior, atual coordenadora das obras do PAC. Ou seja: as dilmetes, Erenice e Miriam, permaneceriam no Planalto mais ou menos onde estão. O Ministério da Fazenda, que sempre esteve entre os maiores cacifes da bolsa de apostas ministerial, desceu para um segundo degrau. Isto porque a previsão de um superministro Luciano Coutinho está sendo desinflada pelo próprio. Luciano preferiria continuar onde está. No BNDES, tem o apoio absoluto da corporação e projetos para implementar por pelo menos duas décadas. Já Guido Mantega trabalha 25 horas por dia para sequer se levantar da cadeira. Será, contudo, um ministro mais fosco ainda do que é na atual gestão. Em cima da sua cabeça estarão Dilma, Palocci, Paulo Bernardo e Erenice, todos com disposição de apitar na economia. E do lado, existe o plano de criação de um ministério tonificado para o comércio exterior e indústria, no qual se imagina assentar o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que passou a ser, digamos assim, da cota do próprio Lula. Mantega deverá continuar privando da companhia querida de Henrique Meirelles no BC. É muito provável, entretanto, que Meirelles somente faça a transição, saindo em agosto, quando ocorre a eleição para a presidência do BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais. Este, por enquanto, é seu plano de voo. O núcleo duro ministerial de Dilma Rousseff seria finalizado com a presença de Aloizio Mercadante, que saltaria direto da derrota pela disputa do governo de SP para o Ministério da Educação. Bem, pode ser que o desenho final seja diferente. Mas não será muito. Façam suas apostas.

Acervo RR

As chagas sem cura de José

19/08/2010
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Imagine a cena final da batalha dos Termópilas. O desfiladeiro repleto de pedaços de corpos, o sangue tingindo de rubro o verde do limo, uma truculência inimaginável. Pois bem, transfira esse cenário para a campanha presidencial. Não é difícil saber se é Serra ou Dilma quem está esquartejado de forma brutal na disputa eleitoral. O cientista político Alberto Almeida, do Instituto Análise, que não errou até agora nenhuma previsão – ressalte-se o até agora – já há algum tempo não tem dúvida, cantando a pedra de que a vitória de Dilma Roussef seria massacrante. Para se ter uma ideia da extensão da derrota do candidato do PSDB, Alberto projeta um revés de enorme simbolismo: José Serra, que hoje teria 47% dos votos em SP, perderia para Dilma, com 37%, na sua própria capital, reduto histórico da força tucana. A margem máxima de diferença dos votos entre Dilma e Serra, que estava prevista em 20% a favor da primeira, já deu mais alguns passos, chegando a 23%. Os aumentos devem marchar sustentavelmente no Ibope. Na pesquisa da próxima sexta, Dilma já pula para um intervalo entre 13% e 15%. Na sexta-feira, 27, deve ficar entre 15% e 18%. Mesmo que haja alguma dispersão, Serra será dilacerado . Acabou, chorare.

Benjamin faz discurso de estadista na Fiesp

18/08/2010
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O comitê de campanha da candidata Dilma Rousseff gastou uma parte do tempo, ontem, discutindo não o resultado da pesquisa do Ibope ou as declarações do adversário José Serra, mas o petardo provindo da Fiesp. As declarações de Benjamin Steinbruch, com ênfase na proposta de contenção das importações por prazo específico, são o rugido de um tigre que parecia afônico e banguela. A Fiesp voltou ao jogo do poder. Esse pelo menos foi o sentimento das bases industriais, que inundaram a entidade de parabenizações e manifestações de apoio. O sentimento geral era o de que Benjamin reencarnou Roberto Simonsen, trazendo para o tabuleiro da política um velho estereótipo de guerra, ou seja, o de que banqueiro pensa de um jeito, empreiteiro de outro, e o industrial diferente dos dois. Na prática do governo Lula, o que ocorreu durante os sete anos foi que os banqueiros se viram representados no Banco Central, os empreiteiros, primeiramente com José Dirceu e depois com o próprio presidente, e os industriais com o ministro Miguel Jorge, o que significa um desnível maior do que o Grand Canyon. As bandeiras da Fiesp, a  exceção da campanha contra a CPMF, foram minúsculas para a tradição da entidade. Uma fonte muito ligada a Benjamin disse que o barão do aço jogou uma carta alta na mesa apenas para abrir a negociação. Pode ser. Mas, com este procedimento, ele mobiliza a voz rouca dos fabricantes, trazendo para a luta do câmbio um bolchevismo industrial. Por uma dessas aparentes coincidências, Benjamin Steinbruch cutucou a metástase das importações no mesmo dia em que um Prêmio Nobel, o economista Paul Krugman, em seu artigo no New York Times, desceu a borduna na permissividade dos Estados Unidos em suas relações comerciais com a China. E propôs exatamente o que o condutor sem Nobel da Fiesp defende: contenção das compras externas por um tempo por meio de tarifas, cotas ou barreiras aduaneiras, ou seja, sanções a s importações. Benjamin diz que vai conversar com todos os candidatos para expor o novo pensamento da Fiesp. Se depender das suas relações com o candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante e com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, Dilma Rousseff já sabe da primeira a  última letra do compêndio. O candidato tucano José Serra acha que o problema pode ser resolvido com um ajuste fiscal e um câmbio um pouco mais sujo. Mas haja sujeira e ajuste para equiparar o diferencial de preço de bens e equipamentos vendidos por países com câmbio manipulado, regime de mão de obra quase escrava e uma baita capacidade ociosa. Não bastasse a preservação da vida da indústria, não custa lembrar que o déficit de transações correntes, segundo projeções do Focus, deve aumentar US$ 200 bilhões entre 2008 e 2012. Insustentável segurar a conta só com investimentos diretos. É bem possível que venham manifestos pró-câmbio por aí, a exemplo do recente apoio das entidades empresariais ao BNDES. Benjamin tem um curto mandarinato para fazer a entidade voltar a ser uma peça-chave do tabuleiro nacional. Começou a mil por hora. Triste é que depois não haverá como esconder a real estatura de Paulo Skaf.

Já ganhou

16/08/2010
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Rubens Ometto, dono da Cosan, cravou um duplo na loteria eleitoral. Ora, busca apoio entre outros usineiros a  candidatura José Serra, ora, faz crer que é Dilma Rousseff desde criancinha. Esse não perde a eleição.

Projeto Brain ganha marketing de campanha

11/08/2010
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O esforço da BM&F Bovespa em levantar o projeto Brain (Brasil Investimentos & Negócios), cujo mote é a transformação de São Paulo em um centro financeiro, não tem se revertido em apoio a  proposta. Pelo menos não na dose que era esperada pela instituição e sua principal parceira na empreitada, a Febraban. O motivo mais recente para a decepção é a frieza com que os principais candidatos a  Presidência da República têm recebido a proposta. Desde o início de julho, a BM&F Bovespa já fez apresentações a Dilma Rousseff e Marina Silva. Ambas se esquivaram de apoiar publicamente o projeto ou fazer menções diretas durante a campanha. Assessores de José Serra também passaram pela cantilena sem muito entusiasmo. Na avaliação da BM&F Bovespa, um dos problemas é que a mídia ainda não abraçou o projeto Brain de maneira explícita. Por isso, a entidade pretende promover uma espécie de road show entre jornalistas, com o objetivo de gerar visibilidade na grande imprensa, além de realizar campanhas publicitárias.

Acervo RR

Palocci 2

9/08/2010
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Potencial candidato a ministro da Casa Civil no eventual governo Dilma Rousseff, Antônio Palocci recuou em sua previsão de que a candidata vence no primeiro turno com uma diferença de 15 pontos percentuais sobre José Serra. Agora, acha que a distância chega aos 20 pontos percentuais.

Acervo RR

Dá-lhe porco!

12/07/2010
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O economista e presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, quer aproveitar seu trânsito bipolar com José Serra, aliás, também palmeirense, e Dilma Rousseff, para fazer um lobby a favor da futura arena do clube como substituta do Morumbi nos jogos da Copa de 2014.

Acervo RR

Dia de Ándio

9/07/2010
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A escolha de Luiz Felipe Indio da Costa para vice de Jose Serra traz para a campanha praticas heterodoxas do Banco Cruzeiro do Sul ? bancos concorrentes estão tratando do riscado ? e o comportamento controverso da filha de um ministro.

Cabo Eleitoral

5/07/2010
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Fernando Henrique Cardoso convidou Bill Clinton para participar de um evento do Instituto FHC, em São Paulo, ainda sem data definida. José Serra tem presença certa no encontro, não se sabe se para ganhar alguns segundos a mais na mídia ou se para tirar férias da campanha.

Acervo RR

BNDES sai em defesa da empresa privada nacional

25/06/2010
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As duras críticas de José Serra e Marina Silva ao BNDES não vão ficar sem resposta. A reação virá de dois fronts: do próprio banco e da candidata Dilma Rousseff. Os assessores da campanha petista já trabalham na coleta de números e argumentos que serão incorporados aos pronunciamentos de Dilma, com o objetivo de confrontar as declarações de Serra e Marina. A candidata vai defender o trabalho do banco a favor do capital nacional, por meio da consolidação de grandes grupos privados. Vai também associar a instituição aos projetos do PAC. Não por acaso, no núcleo de campanha de Dilma, houve até quem festejasse as críticas feitas por Serra e Marina ao BNDES. A percepção é que os dois candidatos acabaram levantando a bola sob medida para Dilma Rousseff e o próprio BNDES desfiarem as realizações do governo Lula. Segundo uma fonte da equipe econômica, o BNDES lustra suas armas. O banco prepara uma campanha publicitária institucional. Sem menção explícita aos dois candidatos, pretende desmontar as críticas desferidas por José Serra e Marina Silva ? e, de quebra, aproveitar a ocasião para fortalecer sua imagem diante da opinião pública. A intenção é vincular ainda mais o BNDES a  ideia do fortalecimento da empresa privada nacional, da geração de empregos e da mobilidade social. O governo e o comando do BNDES consideram que as declarações de José Serra e Marina Silva também têm de ser rebatidas na mesma moeda, ou seja, no espaço editorial de publicações de prestígio. A intenção é deflagrar um trabalho de comunicação que permita desarmar, ponto a ponto, as críticas feitas pelos dois candidatos. No banco, a leitura é que os ataques são frágeis e passíveis de desconstrução com razoável facilidade. Um exemplo é a contestação aos critérios usados pela instituição para escolher as empresas beneficiadas com juros subsidiados. A diretoria do BNDES está cansada de bater na tecla de que o banco não procura, mas é procurado por grupos com projetos de expansão ou de fusão e aquisição. A crítica a  opção do BNDES em privilegiar cavalos vencedores em diversos setores da economia tem função meramente destrutiva. É como se a oposição quisesse colocar vinagre no vinho dos projetos estruturantes que estão sendo tocados em razão da consolidação e do apoio a grandes grupos nacionais. Estes, por sua vez, trouxeram a reboque um processo virtuoso: redução da hegemonia do capital estrangeiro em fusões e aquisições, manutenção do centro de decisões empresariais no país e, em última linha, contenção do passivo externo líquido e retenção de divisas. O surgimento de empresas como Fibria, Brasil Foods, Oi/BrT, entre outras, permitiu também uma regulação interna do mercado, evitando a criação de oligopólios internacionais. O banco tem ainda a seu favor os resultados obtidos nos últimos anos por sua participação em grandes fusões e aquisições. Além do figurino de financiador, costuma entrar no equity do negócio, remunerando-se automaticamente com a valorização dos papéis das empresas. No entanto, nada causou mais excitação no BNDES do que as insinuações a  transparência operacional do banco feitas por José Serra. Esta agenda é um prato cheio para o governo Lula. Falta de transparência por falta de transparência, a participação do BNDES no processo de privatização foi um dos episódios mais palpitantes da era FHC, inclusive com registros que poderiam figurar no Museu da Imagem e do Som.

NA

23/06/2010
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Nas hostes tucanas, já há quem esteja devolvendo convite para participar do eventual ministério de José Serra.

Acervo RR

Marina Silva come pelas beiradas do mapa eleitoral

22/06/2010
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Há muita animação no QG de campanha de Marina Silva. Nos últimos dias, entre os principais assessores de Marina cresceu a expectativa de que sua candidatura possa atingir um novo patamar e ? por que não? ? almejar a passagem para o segundo turno. A onda de otimismo é resultado de duas pesquisas recém-saídas do forno e ainda não registradas na Justiça Eleitoral, que mostram um expressivo salto da candidatura Marina, notadamente no Sul do país. Em um dos três estados da Região, sua participação pulou de 2% para 12%. No comitê de campanha, já há quem utilize a expressão “Marina Norte-Sul”, em razão da boa posição que a candidata do PV também vem mantendo no extremo oposto do território nacional. Filha da terra, Marina Silva soma até 15% das intenções de voto na Região Norte, de acordo com pesquisas recentes. O comando da campanha de Marina Silva persegue um número mágico nas pesquisas: 15% de intenção de voto em todo o país ? levantamentos recentes apontam para uma participação em torno dos 12%. Na avaliação dos estrategistas políticos da candidata do PV, este é considerado o nível de trampolim, o estágio a partir do qual Marina poderá dar saltos significativos e pleitear uma posição mais competitiva na corrida eleitoral, reduzindo a distância que a separa de José Serra e de Dilma Rousseff. Entre os assessores de Marina, a tese é que, se chegar aos 15% de intenção de voto, sua candidatura criará uma espécie de efeito-arranque entre a imprensa e a opinião pública. Inevitavelmente, Marina Silva passará a ter um espaço maior na mídia, o que funcionará como um retroalimentador da sua imagem. No comitê de Marina Silva, chegar aos 15% nas pesquisas já é tratado como algo perfeitamente factível. O problema é o timing deste sprint. Não adianta nada alcançar este percentual em agosto ou setembro. Ele terá de ser buscado para ontem, de preferência logo nas primeiras pesquisas que sairão após a Copa do Mundo. Não por acaso, os assessores e marqueteiros de Marina Silva estão debruçados sobre uma série de ações para anabolizar o quanto antes a sua candidatura. Um dos coelhos na cartola dos assessores de Marina Silva, que promete causar barulho, é recorrer ao apoio do cabo eleitoral que todo candidato gostaria de ter: o próprio Lula. A campanha de Marina está munida de centenas de fotos em que ela aparece ao lado do presidente da República. No entanto, a arma de maior calibre é uma série de vídeos com depoimentos laudatórios de Lula sobre a ex-ministra do Meio Ambiente. São vários momentos em que o presidente surge na tela enaltecendo as “virtudes”, a “fibra” e a trajetória da “companheira Marina”. José Serra adoraria ter uma videoteca igual.

A dez por hora

18/06/2010
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Aécio Neves está tão empenhado na campanha de José Serra, mas tão empenhado, que, em meio a  batalha eleitoral, pretende ir a  Itália convencer a Fiat a produzir automóveis Chrysler em Minas Gerais. 

Fogo amigo

9/06/2010
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O presidente do PSDB, Sergio Guerra, teve um arrepio de prazer com a decisão do PT de entrar com um processo contra José Serra: “Eles colocaram um presente no nosso colo. Agora é só deixar a mídia estressar o caso”, teria dito Guerra.

Acervo RR

Empreiteiras ganham mais voltagem nas usinas do Tapajós

9/06/2010
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Há boas-novas para as empreiteiras no modelo de licitação das hidrelétricas do Tapajós, que deverá ser anunciado até o fim do mês. No que promete ser um dos pontos mais polêmicos do edital, o governo vai permitir que a construtora responsável pela obra tenha uma participação maior no consórcio. O teto será de 30% ? no leilão de Belo Monte, esse limite ficou em 20%. A intenção do governo é aumentar a atratividade do projeto, facilitar a formação de consórcios e, em última linha, impulsionar a competição. Outra mudança importante diz respeito ao formato de licitação das usinas. O Ministério de Minas e Energia desistiu da privatização de cada uma das sete geradoras em separado. Este modelo passou a ser visto no governo como um tiro no pé, por conta da inapetência dos investidores em assumir uma operação deste porte para ficar com uma única hidrelétrica. As usinas serão agrupadas em dois blocos. O primeiro incluirá três geradoras, entre elas a mais cobiçada de todas, São Luís do Tapajós, com capacidade para seis mil megawatts. É quase a metade da produção energética prevista para todo o complexo. Já está definido também que todas as usinas usarão o modelo conhecido como plataformas de petróleo. Ou seja: não haverá a construção de instalações residenciais permanentes e nem de vias de acesso, o que reduz o custo da obra e o impacto ambiental. O governo decidiu também que todos os estudos técnicos ficarão a cargo exclusivamente da Eletronorte, trabalho este que não será aberto a grupos privados, como ocorreu em Belo Monte. O leilão de Tapajós é um prato que será preparado pelo governo Lula, mas servido apenas no próximo mandato, seja o chéf Dilma Rousseff ou José Serra. Mesmo com a recente aceleração dos trâmites necessários, não há tempo hábil sequer para que o primeiro lote de usinas seja leiloado ainda neste ano. Tudo ficará para 2011.

Acervo RR

Esquisitão

31/05/2010
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João Sayad, novo presidente da TV Cultura, amigo e colaborador de longa data de José Serra, tem dito que o candidato se tornou um ermitão na própria campanha. Segundo Sayad, ele não dá pistas, não troca informações e nem diz a  sua equipe o que quer.

Acervo RR

Troca de Serra por Aécio atiça as serpentes do PSDB

27/05/2010
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Dois gladiadores do PSDB, que se caracterizam por não ficar em cima do muro, têm conspirado sobre uma ideia que, se revelada, os transformaria em estátuas de sal. A premissa é um cenário eleitoral, a ser confirmado por uma pesquisa interna aguardada para a próxima semana, que ratificaria ou não um quadro de avanço da candidata Marina Silva sobre o eleitorado de José Serra e um descolamento ainda mais acentuado de Dilma Rousseff. A extrapolação da pesquisa permitiria inferir a vitória de Dilma já no primeiro turno. A maquiavélica engenharia, que parece interditada antes do seu nascedouro, transformaria a convenção nacional do PSDB, marcada para 12 de junho, em uma das mais emblemáticas viradas da política partidária nacional. Como sempre no terreno das hipóteses, a convenção seria tratada como uma superprodução e evento definitivo para as aspirações do PSDB. José Serra retiraria sua candidatura em prol do ex-governador Aécio Neves, repetindo, na prática, a velha ladainha de Lord Keynes de que “se a realidade muda, nós mudamos”. Ou seja: o partido teria de mostrar capacidade de adaptação a s grandes mudanças que se verificaram no cenário da corrida eleitoral, no qual a presença do presidente Lula é um fator que precisa ser enfrentado com a geração de novos fatos políticos. Aécio ingressaria no embate com o cacife da unificação de Minas Gerais, o apoio do PSDB de São Paulo ? o único que existe de verdade no país ? e a possibilidade de minar a esmagadora preferência por Dilma nos currais eleitorais do PT. Ao contrário do insosso discurso de defesa da austeridade das contas fiscais, entoado por Serra, Aécio traria as bandeiras da redução tributária, do pleno emprego e da união nacional sob a égide do legado de Tancredo Neves. Símbolos, ideias e empatia, tudo aquilo que o partido dos tucanos não tem. O PSDB carece também de um “P” maiúsculo para uma guinada dessas. Essa feminilidade partidária é que desanima os canhoneiros que continuam carpindo a morte política antecipada de José Serra. Se vontade fosse quesito suficiente, na próxima convenção o sacrifício de Serra seria purificador e ele, então, se elevaria ao panteão dos protagonistas que fizeram a história. A Aécio Neves, as batatas!

NA

17/05/2010
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O esclarecimento que Luis Carlos ?Mendonção? de Barros fez sobre a visão de José Serra em relação ao Banco Central foi com a autoridade de um verdadeiro presidente da instituição.

Acervo RR

Serra elétrico

12/05/2010
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Nos próximos dias, José Serra vai jogar pedras pontiagudas no telhado do governo. Pretende resgatar o bom e velho terrorismo inflacionário. Vai bater firme na tecla de que há risco de descontrole dos preços devido a  gastança e a  leniência fiscal do governo por conta do calendário eleitoral. As previsões do mercado deverão colaborar com a catilinária do ex-governador.

Acervo RR

Dilma e Serra em noite de Poliana

27/04/2010
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Quem compareceu a  festa de arromba da professora Maria da Conceição Tavares, no último sábado, teve a sensação de estar assistindo ao nascimento do “PTSDB”. Dilma Rousseff e José Serra, como que fossem aliados, celebraram a convergência de pontos de vista e sorriram, um para o outro, o tempo inteiro em que estiveram juntos. O economista João Manuel Cardoso de Mello chegou a comentar com sua voz tonitruante: “Parece até que estamos assistindo a uma disputa no parlamento inglês. Que coisa civilizada”. Provocados, em momentos distintos, sobre o tom da campanha, ambos disseram que ela se dará no nível mais elevado já assistido neste país. Serra, inclusive, ressaltou:” Eu nunca, mas nunca mesmo, ofenderia a Dilma”. Na hora das fotos com a aniversariante anfitriã, mais um momento de desembaraço e boa convivência, com sorrisos largos de um lado e de outro. Um dos convivas, perplexo com tanta leveza e bom humor, alertava alguns presentes: “Não se iludam, não é a Dilma, nem o Serra. São clones do Lula com o corpo de ambos”.

NA

23/04/2010
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José Serra poderá anunciar seus principais ministros ainda em maio ou, no mais tardar, em junho. Seriam divulgados os nomes dos titulares da Casa Civil, Saúde, Fazenda e, por extensão, do Banco Central. A ideia de Serra é ressaltar sua autonomia política e o perfil técnico de sua equipe e, desta forma, criar um contraponto em relação a  Dilma Rousseff. O objetivo é reforçar a imagem de que a candidata petista está engessada a costuras políticas com os partidos da base aliada e, portanto, não teria condições de acompanhar a iniciativa do candidato tucano.

NA

19/04/2010
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P esquisa de opinião contratada por um dos partidos de oposição, com tabulação concluída na quarta-feira passada, aponta a vitória da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno. Isso mesmo na hipótese de Aécio Neves ser candidato a vice na chapa de José Serra e Ciro Gomes e Marina Silva disputarem as eleições. A pesquisa trabalha com a manutenção da popularidade de Lula na faixa de 75% de aprovação até outubro e com uma transferência dessa avaliação de ótimo/bom da gestão da ordem de 64%. É bom lembrar que, em 1994, Fernando Henrique Cardoso teve 68% de transferência da popularidade de Itamar Franco, então na casa dos 40%.

Acervo RR

Dilma hasteia bandeira do desemprego zero

9/04/2010
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Para Dilma Rousseff, hastear a bandeira da continuidade do governo Lula nunca é demais. Porém, isso não exclui um mote de campanha próprio. Mas cadê ele? Dilma foi encontrar sua figurinha carimbada na área técnica do BNDES: um estudo sobre o pleno emprego no Brasil. Assim como FHC teve o Plano Real, e Lula, o Bolsa-Família, Dilma imprimiria como grande brasão do seu governo o “desemprego zero”. A candidata já partirá de uma base que lhe dará grande credibilidade, vide as estatísticas recentes. Em fevereiro, segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego atingiu seu menor nível para o período desde 2002 (7,4%). Olhando-se para a curva dos últimos meses, a tendência é que esse número caia ainda mais no decorrer da campanha, chegando a um nível historicamente baixo. O modelo estabelece como obrigação do Estado a geração permanente de empregos, mas prevê co-responsabilidades através de parcerias público-privadas em obras e empreendimentos. Dilma pretende criar uma espécie de derivativo do seguro-desemprego. O trabalhador inativo ganharia uma fração do salário-mínimo até o momento em que o Estado, isoladamente ou por uma ação conjunta com a iniciativa privada, fosse capaz de lhe garantir uma ocupação. A diferença é que este novo mecanismo não cobriria apenas o contingente de recém-demitidos, mas também os novos entrantes no mercado de trabalho, que não ficam embaixo da marquise do seguro-desemprego. Este modelo criaria uma camisa-de-força para o próprio governo. Quanto menor for a capacidade de geração de novos postos de trabalho maior terá de ser o subsídio social. Só não se sabe ainda de que rubrica orçamentária vai sair essa dinheirama toda, mas certamente isso não vai fazer parte do mote de campanha. Por falar em Dilma Rousseff, vale reproduzir as palavras do guru da candidata, o ministro Franklin Martins: “A grande imprensa já escolheu José Serra e isso não é paranoia; trata-se de algo irreversível.” Diante desta constatação, a tropa de choque da comunicação de Dilma pretende fazer da internet um importante instrumento de campanha, como forma de compensar a já esperada exposição negativa na mídia convencional. Está sendo recrutado um pelotão de jornalistas que terão como função redigir textos pró-Dilma e avessos a Serra que serão incessantemente disparados no melhor estilo da campanha eleitoral de Barack Obama. Além do bombardeio de e-mails, os marqueteiros de Dilma pretendem montar uma trincheira nos sites de relacionamento. Uma das preocupações do alto-comando da campanha de Dilma Rousseff é que alguns jornais iniciem uma espécie de pré-golpe pela mídia, subtraindo, desde já, a legitimidade de uma eventual vitória da candidata governista devido a “mordaça na imprensa”, “aparelhagem do Estado”, mensalão, aloprados e demasiada estatização, só para citar os assuntos mais votados. Os assessores de Dilma sabem que é impossível escapar das indefectíveis visitas a donos de jornal e seus respectivos editores. No entanto, esse tipo de tour será feito de forma apenas protocolar, diferentemente de José Serra, que pretende acampar recorrentemente nas redações. Dilma vai bater perna e falar na televisão. Ela sabe que seu eleitor não está nos jornais.

Canto do cisne

6/04/2010
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Em um de seus últimos atos no Palácio Bandeirantes, José Serra determinou a retomada do processo de venda das ações da Empresa Metropolitana de aguas e Energia (Emae). Em vez da negociação direta com um sócio privado, a empresa vai emitir ações em Bolsa. O governo deverá se desfazer de até 45%.

Acervo RR

Meninos, eu vi

5/04/2010
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O marqueteiro de Dilma Rousseff, João Santana, quer capturar funcionários graduados do Palácio dos Bandeirantes para deporem sobre a insuportável relação de trabalho com José Serra. O pronunciamento de integrantes das demais secretarias de governo também está valendo.

Crepúsculo

25/03/2010
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Enquanto José Serra não confirma oficialmente sua candidatura a  presidência, um provecto lobista, que durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso mandou e desmandou, aposta que a derradeira saída para o PSDB é o slogan “Volta FHC”. Ah, o referido senhor é visto como um licantropo.

NA

23/03/2010
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Aécio Neves tem ouvido dos quatro cantos o alerta de que poderá acabar com a pecha de “Judas do PSDB”. Uma conversa que o sensibilizou teve como interlocutor uma raposa ex-peemedebista, que insistiu no seu retorno ao front da eleição presidencial. O argumento segue a máxima de Lord Keynes: “A realidade mudou, eu mudo a forma de pensar”. A realidade, no caso, são as pesquisas de opinião que acusaram o aumento de mais de 20 pontos de Dilma Rousseff, enquanto José Serra ficou no mesmo lugar.

Segunda pele

4/03/2010
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A Associação Brasileia da Indústria Têxtil está seguindo José Serra desde que ele sai de casa até a hora de dormir. Quer que ele estenda a isenção de ICMS na importação de máquinas e equipamentos não-fabricados no Brasil. O refresco fiscal termina em junho. A medida beneficia outros setores, como calçados, tintas e eletrodomésticos.

Acervo RR

Psicodélico

2/03/2010
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Os maiores especialistas em valuation do Brasil, quiçá do mundo, não conseguem precificar a afirmação peremptória de Carlos Augusto Montenegro sobre a vitória de José Serra contra Dilma Rousseff. Vai ver, foi apenas uma surtada do dono do Ibope.

Acervo RR

O pensador

1/03/2010
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Os neurônios de Eliezer Batista estão a mil por hora. Ele tem pensado bastante sobre um novo modelo de desenvolvimento, algo que vai além da sustentabilidade. Fica como dica para Dilma Rousseff e José Serra.

Acervo RR

José Troisgros

26/02/2010
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Depois de Dilma Rousseff e seus ovos mexicanos, a produção do programa de Luciana Gimenez negocia a ida do governador de São Paulo, José Serra, para também demonstrar seus dotes culinários na televisão.

Novo figurino

24/02/2010
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José Serra abandonou a ideia de privatizar a Cesp – pelo menos neste governo. Mas os planos de buscar um sócio para a empresa perduram. As propostas sobre a mesa vão da venda de uma participação minoritária para um fundo de investimento a  criação de SPEs em parceria com grupos privados.

Acervo RR

Fábrica da Basf

25/01/2010
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José Serra e Jacques Wagner duelam pelo direito de receber a nova fábrica da Basf no Brasil. A unidade será responsável pela produção de 60 mil toneladas/ano de metilato de sódio, usado na produção de biodiesel.

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