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A CCR estaria em negociações para a compra da SPMAR, concessionária pertencente ao Grupo Bertin. Segundo o RR apurou, as conversações se desenrolam desde o fim do ano passado. Com a aquisição, a CCR, que já administra o trecho Oeste do Rodoanel de São Paulo, assumiria também a operação das faixas Sul e Leste, sob concessão da SPMAR – a exceção ficaria por conta do trecho Norte, arrematado há três semanas pela Ecorodovias. Ou seja: a CCR passaria a controlar 136 km dos 180 km do Rodoanel, eixo fundamental no mapa logístico de São Paulo, especialmente no transporte rodoviário de cargas para o Porto de Santos.
Teria ainda um salto de receita na operação do empreendimento de cerca de R$ 300 milhões para algo próximo dos R$ 700 milhões. Em tempo: o timing da investida não deixa de ser curioso. Caso o negócio saia, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, controladas da CCR e duas das empreiteiras mais criminalizadas pela Lava Jato, passariam a ter a primazia sobre três quartos do Rodoanel. Isso justo no momento em que a força-tarefa de Curitiba trisca nos governos José Serra e Geraldo Alckmin e em grandes obras conduzidas pelo Dersa – o departamento de estradas de rodagem de São Paulo.
O momento de fragilidade da família Bertin joga a favor da CCR. A SPMAR é uma das nove subsidiárias que integram o processo de recuperação judicial do Grupo Bertin. Trata-se também um de seus ativos mais cobiçados. A venda do controle da concessionária é vista no mercado como um movimento quase inexorável para o abatimento da dívida da Bertin, superior a R$ 7 bilhões. A CCR, no entanto, terá de tapar alguns buracos nessa estrada. É provável que a negociação tenha de passar por um acordo com a Caixa Econômica Federal. O banco alega ter direito sobre recebíveis da SPMAR como garantia de empréstimos concedidos à Heber, subholding da família Bertin onde está pendurada a empresa de concessões rodoviárias.
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