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Toyota expande seus domínios no agronegócio brasileiro

12/11/2015
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  Não por acaso, o agronegócio será um dos temas fulcrais da visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na primeira semana de dezembro. Com uma produção agrícola local incapaz de atender à demanda interna, as grandes tradings japonesas têm investido cada vez mais no Brasil em busca do grão de cada dia. Que o diga a Toyota, certamente um nome que estará sobre a mesa de negociações durante a passagem de Dilma Rousseff por Tóquio. Um ano após pagar US$ 900 milhões pela NovaAgri, a Toyota Tsusho Corporation, divisão agrícola do grupo, semeia mais uma aquisição no Brasil: o nome da vez é a Cantagalo General Grains (CGG), controlada por Josué Gomes da Silva e demais herdeiros de José de Alencar. A negociação envolve a compra não apenas dos 48,5% pertencentes aos acionistas da Coteminas, mas também dos 46% compartilhados entre outros três investidores, o fundo americano Valor Grais e as brasileiras Agrícola Estreito e GFN Agrícola. Dos sócios atuais, permaneceria apenas a também nipônica Sojitz.  O que está por trás da investida é o firme propósito da Toyota de montar uma grande operação verticalizada no Brasil, aproveitando-se dos incentivos que virão dos bancos de fomento do Japão. Segundo uma fonte familiarizada com os números e movimentos do grupo no país, os japoneses estão dispostos a investir mais de US$ 1,5 bilhão em um projeto integrado que combina propriedade de terras, produção e distribuição de grãos e logística portuária. Caso a compra da Cantagalo seja sacramentada, a Toyota adicionará mais 150 mil hectares à sua base de produção no país, em sua maioria áreas utilizadas no plantio de soja, milho e algodão. Herdará também a CGG Trading, subsidiária da empresa que movimenta mais de US$ 1,2 bilhão por ano em contratos de exportação de grãos – a Sojitz responde por mais de um terço dessas operações, o que justifica a sua permanência no negócio. Além disso, os japoneses reforçarão sua posição societária no consórcio que controla o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, onde desembarcaram no ano passado com a compra da NovaAgri. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cantagalo e NovaAgri.

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Herdeiros da Coteminas querem distância do agronegócio

5/06/2015
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 Houve um momento em que Josué Gomes da Silva esteve com um pé no Ministério do Desenvolvimento, foi apontado por muitos como o nome mais adequado para comandar o BNDES e chegou até mesmo a flertar com a Pasta da Fazenda. No entanto, as portas do governo não se abriram e Josué segue vestindo o figurino de empresário, mais precisamente o de empresário aflito e pressionado por seus próprios familiares. Ao mesmo tempo em que toureia os sucessivos prejuízos da Coteminas – R$ 250 milhões nos últimos três anos -, cabe a ele a missão de estancar de uma vez por todas as perdas do clã no agronegócio, uma infeliz inflexão estratégica dos herdeiros de José Alencar. Neste caso, ao que tudo indica, não há mesmo outra solução se não a porta de saída. Josué já estaria negociando a venda da participação da família na Cantagalo General Grains, que atua na produção e comercialização de grãos. Do outro lado da mesa, está a japonesa Sojitz. A intenção dos Alencar é vender integralmente sua participação tanto na Cantagalo quanto na subsidiária CGC Trading. Os asiáticos, ressalte-se, já são sócios minoritários das duas empresas. Na primeira, detêm apenas 5%; na trading, sua fatia é bem mais expressiva: 43%.  Josué Gomes da Silva foi o principal artífice da entrada dos Alencar no agronegócio, a partir da associação com a Agrícola Estreito, do ex-Glencore Paulo Garcez. Em tese uma decisão mais do que acertada, em função dos resultados declinantes da Coteminas e da indústria têxtil como um todo. Na prática, porém, a Cantagalo jamais teve a performance esperada: no ano passado, o prejuízo bateu nos R$ 155 milhões. Diante das seguidas perdas, a operação tem sido cada vez mais questionada dentro da própria família. Em setembro, Josué Gomes, presidente do Conselho de Administração da Cantagalo, tentou esfriar o caldeirão com uma mudança na gestão. Numa manobra interna, convenceu o próprio Paulo Garcez a deixar a presidência da companhia, dando lugar ao ex-Previ e ex-Embraer Luiz Carlos Aguiar. Dentro da empresa, o troca-troca foi interpretado como um movimento diversionista, uma tentativa de Josué de ganhar tempo para negociar a venda da participação da família para a Sojitz. A essa altura, nem o próprio empresário quer ficar no negócio. Sua prioridade absoluta neste momento é colocar a Coteminas nos trilhos. Mas essa é outra história…

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