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Eleições
Há muitas perguntas sem resposta na busca do Google
29/04/2024A decisão do Google de cancelar qualquer propaganda de cunho político na plataforma Google Ads a partir de maio é considerada cheia de furos. Há quem levante dúvidas se o site poderá reproduzir ou não a íntegra ou trechos do programa eleitoral gratuito, assim como qualquer citação aos debates eleitorais, inclusive a realização deles. Outra é se estão vedadas as fotos pretéritas dos candidatos, tipo álbum de família ou fotos descontextualizadas da política.
Também não está claro se imagens da simples rotina do pleiteante aos cargos poderá ser postada ou não, a exemplo de fotos inocentes do seu cotidiano pessoal. E finalmente não se sabe os critérios dos algoritmos que farão a seleção das fotos proibidas e liberadas. Em síntese, pode ser tudo isso, ou nada disso.
A medida, por um lado, parece justa, pois reduz o impacto da variável dinheiro nas campanhas eleitorais. O fator impulsionamento no YouTube, que pertence ao ecossistema digital da holding Alphabet, assim como a replicação no Google, se tornou uma das armas de maior calibre nas disputas políticas. Por outro lado, exacerba a discussão sobre o direito à liberdade de expressão no país e fortalece as demais redes sociais como instrumento das campanhas eleitorais. E é importante apontar que os próprios vetos a imagens, com suas respectivas explicações do motivo da sua proibição, se a medida chegar a esse ponto, poderão ser usadas com objetivos políticos. Tecnicamente está longe de ser impossível.
Os Estados Unidos têm um departamento de controle que veda integralmente as publicações de qualquer natureza nos seguintes países: Crimeia, Cuba, Irã, Coreia do Norte, Síria, República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk. Não é difícil deduzir que os motivos dessa proibição são de caráter geopolítico. A tecnologia por razões políticas é usada nos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia, Israel e Taiwan. Há discussões sobre a utilização de um fundo para financiar jornalistas que denunciem eventuais informações de caráter político.
Não seria uma espécie de macarthismo digital monetizado? Menos, bem menos, no final a pretensa censura deverá ficar restrita mesmo aos impulsionamentos. Ao que tudo indica, o case da inglesa Cambridge Analytica, banida após usar indevidamente dados de 87 milhões de usuários do Facebook para enviar material de campanha de Donald Trump, deixou algumas lições. A política de integridade, por enquanto, está somente vinculada ao Google e ao YouTube, que fazem parte do mesmo grupo. Mesmo que se trate de uma decisão de caráter privado, e atinja menos o conteúdo do que o próprio faturamento das empresas, é bem provável que seja levada à apreciação do TSE.
Judiciário
TSE quer um fast track para cassações de mandato
5/04/2024Em meio ao julgamento de Sergio Moro no TRE-PR, uma discussão começa a ganhar corpo no TSE. Entre os ministros da Corte circula a ideia de criação de uma Turma para tratar exclusivamente de processos de cassação de mandato. O principal artífice da proposta seria o próprio Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A estrutura seria replicada nos tribunais regionais, como forma de dar celeridade ao grande número de ações sobre o tema em curso na Justiça Eleitoral. O próprio TSE tem um considerável engarrafamento no que diz respeito a cassações de mandato. A Corte ainda julga casos do pleito municipal de 2020. Daqui a pouco, os eleitos terminam seus mandatos e as ações morrerão de morte morrida, sem serem levadas a julgamento.
Eleições
TSE vai ajustar o relógio da desfiliação partidária
22/01/2024O troca-troca partidário já está na mira da ministra Cármen Lucia, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em junho. A magistrada pretende criar uma espécie de grupo de trabalho na Corte para acelerar os pareceres sobre parlamentares que pedem desfiliação de um partido para se inscrever imediatamente em outra legenda. No entorno de Cármen Lucia, é citado o caso da deputada federal Tábata Amaral. O TSE levou um ano e sete meses para tomar uma decisão, permitindo que Tábata saísse do PDT para o PSB. Sem o aval da Corte, o político corre o risco de perder o mandato. Hoje há um entendimento difuso sobre a matéria: os partidos defendem que os mandatos pertencem às próprias siglas e não ao parlamentar eleito.
Governo
Lewandowski não acredita que a lei seja para todos
19/01/2024O novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski tem uma fixação por placa verde-amarela. Quando comandou o TSE, de 2010 a 2012, ele mandou confeccionar placas de bronze com as duas cores, onde se lia “Presidente do TSE”. O gesto surpreendeu por vir de um representante da lei. Em seu artigo 115, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece que tal prerrogativa pertence ao presidente e ao vice-presidente da República, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, ministros de Estado, procurador-geral da República e o Consultor-Geral da República.
Política
Neri Geller ainda tem vaga no governo?
7/12/2023Neri Geller tem cobrado do governo, notadamente do ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, a garantia de que assumirá a Secretaria de Política Agrícola caso seja absolvido no TSE. O Dia D de Geller é 15 de dezembro, quando a Corte concluirá o julgamento do seu recurso. Condenado pela Justiça Eleitoral, o ex-ministro da Agricultura foi declarado inelegível e impedido de assumir cargo público comissionado. A punição travou a sua nomeação para a Secretaria de Política Agrícola. A cadeira está vaga até hoje. Em tese, é um indício de que o governo espera por Geller. Em tese. Nos bastidores, sabe-se que o próprio ministro Carlos Fávaro tem outro nome para a função, seu assessor especial José Angelo Mazzilo Junior.
Política
Justiça eleitoral dá tempo a Sergio Moro
16/10/2023O ex-juiz Sergio Moro ainda terá um tempo razoável para preparar sua defesa. Segundo um ministro do TSE vaticinou em conversa com o RR, a ação que pede a cassação e a inelegibilidade do senador não será julgada antes de junho de 2024. O cálculo do magistrado se baseia na série de ritos que ainda terão de ser cumpridos no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Até o momento, o União Brasil sequer encaminhou a comprovação dos gastos de campanha solicitados pela Corte. Seria um expediente dos advogados de Moro com o objetivo de empurrar para 2024 o início formal da análise do processo no TRE-PR.
Justiça
Mais uma condenação à vista para Bolsonaro no TSE
29/06/2023Além do processo movido pelo PDT, que deve resultar na inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o TSE deverá concluir até amanhã o julgamento de mais uma ação contra o ex-presidente, esta impetrada pela Coligação Brasil Esperança, leia-se PT. Nesse caso, Bolsonaro é acusado de ter propagado, durante a campanha eleitoral, cerca de 200 publicações em redes sociais e aplicativos de mensagens com notícias falsas em referência a Lula e ao seu partido. Segundo um ministro do TSE em conversa com o RR, o ex-presidente deverá ser condenado, com o pagamento de valor pecuniário. E não vai parar por aí: até o momento, há pelo menos outras 13 ações contra Bolsonaro em curso no Tribunal Superior Eleitoral.
Destaque
Bolsonaro já se movimenta para acionar Corte Interamericana dos Direitos Humanos
28/06/2023Jair Bolsonaro vai usar e abusar do discurso da vitimização. O RR apurou que a defesa do ex-presidente pretende recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA caso se confirme sua condenação pelo TSE. De acordo com a mesma fonte, a estratégia foi discutida no fim da tarde de ontem entre Bolsonaro e seus advogados. A defesa do ex-presidente, em especial o advogado Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, já fez consultas informais ao Tribunal. Os emissários contam com um interlocutor privilegiado: o advogado Rodrigo Mudrovitsch, um dos sete juízes da Corte Interamericana. Mudrovitsch foi indicado ao cargo pelo próprio Bolsonaro, em dezembro de 2021. No processo, o ex-presidente alegará ser alvo de perseguição política e de não ter tido direito a ampla defesa. As chances de a argumentação vingar são ínfimas. Na prática, é o que menos importa. Mais do que um movimento jurídico efetivamente com o intuito de reverter uma eventual decisão da Justiça Eleitoral brasileira, o recurso à Corte da OEA deve ser interpretado como um ato político. A iniciativa teria suas serventias: no plano doméstico, ajudaria a atiçar a base de seguidores do ex-presidente, sobretudo como munição para as redes sociais; no âmbito internacional, poderia ser usada para mobilizar apoios de líderes da extrema direita.
Justiça
Bolsonaro reforça sua blindagem jurídica
15/03/2023O clã Bolsonaro tem feito consultas à advogada Karina Kufa. No entorno de Jair Bolsonaro, há um entendimento de que ele precisa reforçar sua “escolta” na área jurídica, hoje praticamente restrita a Frederick Wassef, notório advogado da família. Além do escândalo das joias, há uma preocupação com o andamento dos processos no TSE. Ao todo, existem 17 ações na Corte que podem resultar na inelegibilidade do ex-presidente. O que causa mais apreensão são as investigações em torno dos atos antidemocráticos e sobre o possível envolvimento de Bolsonaro nos protestos do 8 de janeiro. Próxima dos filhos do presidente, Karina Kufa tem uma forte atuação exatamente no Direito Eleitoral. Ela foi advogada de Jair Bolsonaro quando ele era deputado.
Justiça
Como estimular o brasileiro a votar?
2/12/2022Os ministros do TSE discutem medidas na tentativa de reduzir o índice de abstenção para as próximas eleições. Uma das ações imediatas deverá ser a realização de campanhas educativas já a partir do próximo ano, bem antes, portanto, do pleito municipal de outubro de 2024. A elevação da multa por ausência – hoje esse valor é meramente simbólico, variando de R$ 1,05 a R$ 3,51 – não está de todo descartada. No entanto, o senão é que o aumento para uma cifra efetivamente punitiva, capaz de desestimular a abstenção, seria uma iniciativa draconiana para eleitores de regiões mais remotas do Brasil, que faltam não por querer, mas pela impossibilidade de chegar ao local de votação.
Política
As portas do STF também estão fechadas para o teatro do PL
29/11/2022Se levar adiante a promessa de recorrer ao STF na tresloucada tentativa de anular os votos de 280 mil urnas, Valdemar da Costa Neto vai encontrar um ambiente tão ou mais hostil do que no TSE. Palavra de um ministro da própria Corte ao RR. Segundo o magistrado, nesse caso a tendência é que o Supremo não apenas confirme como até mesmo aumente o valor da multa aplicada pela Justiça Eleitoral ao PL, no valor de R$ 22,9 milhões. Como se não bastasse todo o jogo de cena que cerca os movimentos pirotécnicos de Costa Neto, o STF tem mantido como padrão corroborar a maior parte das decisões do TSE. Guardadas as devidas ressalvas e diferenças entre cada caso, o próprio ministro da Corte lembrou ao RR do recurso impetrado pelo ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho na tentativa de reverter sua condenação na Justiça Eleitoral. Na semana passada, a 1ª Turma do STF não apenas manteve os oito anos de inelegibilidade de Coutinho, decretados pelo TSE, como aplicou uma multa no ex-governador.
Política
Mais uma isca para jogar os militares contra as urnas eletrônicas
23/11/2022O deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) quer empurrar o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) para o imbróglio das urnas eletrônicas. Pede que o Instituto se manifeste formalmente sobre o assunto, o que é forma de contestar a competência técnica do TSE. Os técnicos do ITA realmente participaram da inspeção das urnas e da produção do relatório do Ministério da Defesa. Mas a responsabilidade institucional sobre assunto cabe à Pasta da Defesa, que já se manifestou de forma definitiva sobre o tema. A tentativa de politizar o ITA é mais um péssimo movimento com o intuito de atrair os militares para o projeto de contestar as eleições.
Destaque
Há um “terceiro turno” à espreita na esquina?
27/10/2022Há paranoias que são recomendáveis. As circunstâncias verificadas nos últimos dias não apenas aumentaram consideravelmente a instabilidade institucional como parecem feitas sob medida para justificar radicalismos de toda a ordem. Os riscos de um desfecho indesejável para as eleições estão à espreita. O presidente Jair Bolsonaro e o bolsonarismo têm por vocação criar as condições para que tudo possa acontecer, até mesmo as hipóteses aparentemente mais estapafúrdias. Nada é de todo impossível. Por mais excêntrico que soe o roteiro, é preciso ficar alerta ao “E se por acaso…”
… no domingo à noite, após a divulgação do resultado das eleições e a eventual vitória de Lula, houver conflitos e agitação nas principais cidades brasileiras, a começar por Brasília. Pouco importa se alimentados pelo próprio presidente da República, com as suspeições lançadas contra o próprio TSE, especialmente na última semana, a partir das denúncias de suposta fraude nas propagandas no rádio. Nesse caso, um quadro de conflagração e convulsão social permitiria a Jair Bolsonaro adotar medidas de exceção, tudo, ressalte-se, com amparo constitucional. Com base na Carta Magna, Bolsonaro poderia, no próprio domingo à noite, convocar o Conselho da República e/ou o Conselho de Defesa Nacional. No passo seguinte, dadas as circunstâncias, Bolsonaro decretaria estado de defesa ou mesmo estado de sítio.
De acordo com o Artigo 136 da Constituição, o presidente da República “pode decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional”. Por sua vez, o Artigo 137 diz que cabe ao presidente decretar estado de sítio no caso de “comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa”. Ou seja: os dois artigos são largos o suficiente para Bolsonaro enquadrar o que precisaria ser enquadrado.
Também de acordo com a Constituição – Artigos 90 e 91, compete ao Conselho da República ou o Conselho de Defesa Nacional “opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal”. Ressalte-se que, de acordo com o Artigo 89 da Carta Magna, o Conselho da República é composto pelo vice-presidente, presidentes da Câmara e do Senado; os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado; o Ministro da Justiça, além de “seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado e dois eleitos pela Câmara”. Já o Conselho de Defesa Nacional, segundo o Artigo 91, é formado igualmente pelo vice-presidente, pelos presidentes da Câmara e do Senado e pelo ministro da Justiça, além dos ministros da Defesa, das Relações Exteriores, do Planejamento e dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Ou seja: está tudo em casa. Bolsonaro teria o apoio necessário para, então, igualmente de acordo com os ditames constitucionais, solicitar autorização ao Congresso Nacional para decretar estado de defesa ou estado de sítio. Também no parlamento, está tudo dominado. Com o centrão na mão, as chances de aprovação seriam razoavelmente altas.
Pela bula constitucional (Artigo 136), o estado de defesa prevê, entre outras consequências, restrições aos direitos de: reunião, ainda que exercida no seio das associações; sigilo de correspondência; sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. Já o estado de sítio (Artigo 139) estabelece as seguintes medidas: “obrigação de permanência em localidade determinada; detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; suspensão da liberdade de reunião; busca e apreensão em domicílio; intervenção nas empresas de serviços públicos; requisição de bens”. Tudo isso é acessório. Com qualquer um dos regimes de exceção, Bolsonaro ganharia o tempo necessário para subir o tom e pregar a anulação das eleições, a essa altura contando com uma comoção social a seu favor, com parte do seu eleitorado indo às ruas para defender uma nova votação – ou quiçá soluções ainda mais heterodoxas. O importante seria provocar o “terceiro turno”.
Devaneio? Loucura? Muito provavelmente, sim. Tomara que sim! De toda a forma, repita-se: é preciso ficar alerta.
Eleições
Domingo quente
26/10/2022O presidente do TSE, Alexandre Moraes, pretende requisitar um efetivo policial jamais visto em outras eleições especialmente para cuidar da segurança de prédios públicos em Brasília no próximo domingo. Os principais pontos de preocupação são as sedes do próprio Tribunal e do STF, notadamente após o anúncio da apuração. Moraes planeja também realizar uma reunião com secretários de segurança e comandantes das PMS para tratar do policiamento, notadamente nas grandes capitais. Perguntada se já existe uma data para o encontro, a assessoria do TSE disse que “até o momento, não tem nenhuma informação sobre eventual agenda”.
Veio para ficar
13/10/2022Segundo informações filtradas do TSE, a Corte vai manter para as eleições municipais de 2024 a unificação do horário de votação, testada neste ano. Ou seja: todos os estados, mesmo aqueles com fuso distinto, vão votar simultaneamente. A experiência agilizou consideravelmente a apuração, um “ativo” que Alexandre de Moraes, presidente do TSE, pretende capitalizar ao máximo. Só falta Jair Bolsonaro questionar isso também.
Quanto custa o voto
10/10/2022R$ 364,1 milhões. Na ponta do lápis, este é o valor que Solidariedade, PP, Patriota e PSC deixarão de receber em 2023, segundo dados obtidos pelo RR junto ao próprio TSE. A cifra se refere aos recursos do Fundo Partidário que o quarteto perderá por não ter atingido a cláusula de barreira nas eleições. O maior prejuízo será do Solidariedade: aproximadamente R$ 107 milhões.
TSE reforça sua blindagem cibernética
30/09/2022O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, não quer dar margem a qualquer teoria da conspiração. Os funcionários da Corte foram orientados a não acessar sites na Internet, no fim de semana, que não diretamente relacionadas ao exercício de suas funções. O objetivo é evitar ao máximo qualquer possibilidade de um malware invadir a rede do Tribunal. É o hedge do hedge, uma vez que o sistema de votação e apuração eletrônica funciona completamente à parte. Mas a “simples” queda de uma página na home do TSE já será suficiente para alimentar as piores ilações
O mundo vai ser importante no 2 de outubro
29/09/2022O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, articula que as diversas instituições internacionais observadoras do processo eleitoral no Brasil se manifestem logo nas primeiras horas após o anúncio do resultado oficial. A ideia é que todas avalizem formalmente a segurança das urnas eletrônicas e a lisura da apuração. Moraes quer usar o peso de algumas dessas organizações para contra por eventuais suspeições de fraude eleitoral que poderão ser levantadas já na noite de domingo, dependendo do placar final da disputa pela Presidência da República.
A voz de maior força nesse sentido viria da OEA (Organização dos Estados Americanos). A delegação da entidade que acompanhará in loco a votação de domingo será chefiada pelo diplomata Rubén Ramírez Lescano, ex-chanceler do Paraguai. No TSE, outro aval visto como importante é o da União Interamericana de Organismo Eleitorais (Uniore). A entidade é composta por órgãos eleitorais de 30 países das Américas.
As tratativas com a OEA e outras organizações internacionais são cercadas de cuidados no TSE, mais precisamente no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Em contato com o RR, a Corte não se pronunciou especificamente sobre as conversações que vêm sendo conduzidas para o pronto aval dessas entidades ao resultado do pleito e à segurança do processo. Em nota, o TSE apenas confirmou que sete instituições externas atuarão como observadores nas eleições.
O próprio número já dá uma dimensão do espectro de articulações conduzidas por Alexandre de Moraes no exterior. As eleições presidenciais de 2018 contaram com apenas um observador internacional: a própria OEA. Além da Organização dos Estados Americanos, em nota o TSE informou ao RR que o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também atuarão no pleito. De acordo com a Corte, há ainda “tratativas finais para a vinda de representantes das organizações norte-americanas Carter Center e International Foundation for Electoral Systems (Ifes); da Unión Interamericana de Organismos Electorales (Uniore); e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral.”
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Assessores de Lula na área de política externa, notadamente o ex-chanceler Celso Amorim, têm mantido conversações com representantes diplomáticos da União Europeia. A interlocução se dá, principalmente, por intermédio do embaixador da UE no Brasil, Ignacio Ybáñez. A exemplo do recente contato com representantes do Departamento de Estado norte-americano, as tratativas passam por um ponto central: assegurar o imediato reconhecimento da União Europeia ao resultado das eleições no próximo domingo, notadamente caso Lula encerre a disputa já no primeiro turno. Ybáñez já fez declarações públicas enfatizando que o resultado do pleito no Brasil deve ser respeitado.
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Lula tem feito alguns contatos pessoais com sua rede de estadistas e personalidades internacionais para que se manifestem após a apuração, caso o petista confirme a vitória em primeiro turno. A preocupação do ex-presidente é construir um leque de apoios de forte repercussão, para dissuadir a sempre temida resistência de Jair Bolsonaro aos resultados das urnas.
Dois que são um só
29/09/2022Mais um sinal do poder de Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, têm atuado nos bastidores na maior sintonia com Moraes. Foi assim na recente decisão da Corregedoria de proibir Jair Bolsonaro de fazer lives de caráter eleitoral dentro de prédios públicos, como os Palácios do Planalto e Alvorada. E será assim até o fim das eleições.
Paulinho sem força
29/09/2022O burburinho no TSE é que a Corte deverá referendar a decisão do TRE-SP corroborando a inelegibilidade deputado Paulinho da Força.
Kassio Nunes tem juízo
21/09/2022O ministro Kassio Nunes, ao que parece, não está disposto a bater de frente com o colega Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Segundo o RR apurou, Nunes vai esperar pela manifestação do Tribunal Eleitoral quanto à legalidade da candidatura de Neri Geller ao Senado pelo Mato Grosso. Só depois vai apreciar o mandado de segurança impetrado por Marco Marrafon, ex-secretário de Educação do estado, que quer ocupar a atual cadeira de Geller na Câmara dos Deputados.
TSE monta uma barricada contra fake news para o dia da eleição
20/09/2022O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, prepara uma operação sem precedentes para combater a disseminação de fake news no dia das eleições. A ideia de Moraes é montar uma “sala de guerra” no Tribunal reunindo profissionais das principais plataformas de mídia digital, a exemplo do Twitter, WhatsApp/Facebook e Telegram. Essa força-tarefa terá a missão de monitorar e identificar em tempo real a propagação de informações falsas capazes de impactar na votação ao longo do dia.
Essa rede vai trabalhar de forma integrada com os Tribunais Regionais, que concentram as denúncias de irregularidades protocoladas pelos próprios partidos. Com isso, Moraes pretende agilizar a retirada de conteúdos falsos das redes e o banimento dos perfis utilizados para disparar essas mensagens. O pleito de 2018 serve como “benchmarking” para o TSE. Nos dois turnos, foi registrado um bombardeio de fake news no dia da eleição, como montagens de áudios, santinhos” digitais com o número errado de candidatos e supostas pesquisas de boca de urna, com resultados inverídicos.
Na véspera do primeiro turno, em 6 de outubro, circularam “matérias” em grupos de WhatsApp com a data errada para o dia da votação. Um dos principais motivos de preocupação do TSE é a ação de milícias nas mídias digitais. Em 2018, a Corte verificou notícias falsas sobre o fechamento de zonas eleitorais em determinados bairros do Rio de Janeiro. Investigações apontam que os disparos partiram de grupos milicianos com o objetivo de prejudicar candidatos adversários.
Em contato com o RR, o TSE não quis entrar em detalhes quanto ao esquema que está sendo montado para o dia das eleições. Não é de se estranhar que a Corte guarde as medidas a sete chaves. O Tribunal, no entanto, diz que “em eventos como as eleições, em que o potencial de circulação de conteúdo falso e que possa prejudicar o desempenho do exercício da cidadania e o direito ao voto, é natural que haja uma intensificação no monitoramento”. O TSE informou que “instituiu, de forma permanente, o Programa de Enfrentamento à Desinformação, que é gerenciado pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação”. A Corte afirma ainda que “foram firmadas parcerias com diversas entidades públicas e privadas – como plataformas e serviços de mensageria – em que as partes se comprometem a capacitar, informar e atuar para coibir a desinformação.”
Aliados ao relento?
19/09/2022O recurso apresentado pela campanha de Jair Bolsonaro ao TSE na última segunda-feira gerou mal-estar junto a fiéis apoiadores do presidente. Segundo o RR apurou, na peça encaminhada à Justiça Eleitoral os advogados de Bolsonaro questionaram somente a proibição do uso das imagens do 7 de setembro nos programas eleitorais. Sobre o pedido de quebra de sigilo bancário e telefônico de importantes aliados, como o bispo Silas Malafaia, o empresário Luciano Hang e o ruralista Antonio Galvan, nenhuma palavra. Todos estão na mira do TSE. Os três integram uma lista de 18 nomes suspeitos de financiar atos pró-Bolsonaro realizados no dia 7.
Atritos no QG bolsonarista
5/08/2022No entorno de Jair Bolsonaro, estão todos fechados e remando na mesma direção. Ou quase. Existem nervos sensíveis, caso do advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, que comanda a parte jurídica da campanha de Jair Bolsonaro. Carlos e Eduardo Bolsonaro querem detonar Carvalho. Ex-ministro do TSE, o advogado tem o apoio de aliados políticos do presidente, notadamente de Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira.
Operação blindagem
31/05/2022Os ministros do TSE cogitam requisitar à Polícia Federal reforço de sua segurança pessoal. O mesmo vale para as instalações físicas do Tribunal, em Brasília.
Será que também vai ter indulto?
9/05/2022Segundo uma fonte do TSE, é grande a probabilidade da Corte confirmar a cassação do mandato do deputado federal Carlos Bezerra (MDB-MT), já derrotado em julgamento no TRE-MT. Ressalte-se que o relator do processo no Tribunal, ministro Mauro Campbell, é conhecido pelo rigor nos votos. Bezerra é acusado de irregularidades na prestação de contas da sua campanha em 2018.
Acervo RR
Padrinho forte
31/03/2022O advogado André Luis Callegari, candidato a uma vaga no TSE, conta com um valioso “cabo eleitoral”: Gilmar Mendes.
Sempre cabe mais um no Fundo Eleitoral
31/03/2022O TSE estuda alterar o modelo de rateio do Fundo Eleitoral. A principal mudança seria a inclusão do número de deputados estaduais de cada partido no cálculo adotado para a distribuição dos recursos. Hoje, a divisão do dinheiro leva em consideração apenas as vagas de cada sigla na Câmara e no Senado, beneficiando legendas que privilegiam a eleição federal. A alteração da regra permitiria um maior escoamento dos recursos do Fundo para partidos com bases estaduais fortes, como, por exemplo, o MDB.
Na mira da Justiça
24/03/2022O RR apurou que o TSE monitora de perto oito canais no Youtube pró-Bolsonaro suspeitos de disseminar fake news. Ressalte-se que recentemente a Justiça bloqueou perfis pertencentes ao blogueiro Allan dos Santos.
Um nome anti-fake news
10/03/2022O ministro Edson Fachin, presidente do TSE, cogita contratar um executivo da área de segurança digital para a direção-geral da Corte. Seria uma medida profilática contra as denúncias de fraude nas urnas eletrônicas, que saem notadamente das hostes bolsonaristas. De certa forma, Fachin também procurou uma blindagem quando convidou o general Fernando Azevedo, ex-ministro da Defesa, para o cargo, no início do ano. Azevedo aceitou, mas, depois, voltou atrás.
Enxugando gelo
9/03/2022O ministro Edson Fachin, que assumiu há duas semanas a presidência do TSE, deverá convocar nos próximos dias uma reunião com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Fachin quer apertar o cerco à propaganda eleitoral antecipada. Na semana anterior ao Carnaval, por exemplo, surgiram em Minas Gerais e Mato Grosso vários outdoors pró-Bolsonaro, a maior parte de autoria não revelada. Alguns deles traziam dizeres de que Lula vai implantar um “regime comunista” no Brasil.
Vai ter dobradinha dos Faria?
9/02/2022O ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, pai do ministro Fabio Faria, vai recorrer ao TSE. Ele tentará anular a suspensão dos seus direitos políticos por oito anos, decretada pelo TRE-RN por abuso de poder econômico na eleição de 2018. Segundo o RR apurou, o clã sonha com uma dobradinha em família: Faria filho como candidato ao Senado e Faria pai na disputa pela Câmara. A situação, no entanto, é complicada: em casos como esse, o TSE costuma referendar o veredito dos tribunais regionais.
Eleição da vacina
28/12/2021O TSE vai exigir comprovante de vacinação de todos os mais de 1,5 milhão de presidentes de seção e mesários convocados para trabalhar na eleição de 2022. O anúncio será formalizado pelo atual presidente da Corte, ministro Luis Roberto Barroso, antes de deixar o cargo, em fevereiro. Certamente a medida vai ser contestada sabe-se bem por quem. A essa altura, e daí?
Os Barroso de Bolsonaro
10/08/2021Como se não bastasse a contenda do voto impresso, surgiu farpa a mais entre Jair Bolsonaro e Luis Roberto Barroso, presidente do TSE. Ao validar a convenção do Patriotas que afastou Adilson Barroso da presidência do partido, a Corte Eleitoral tirou do game o principal aliado de Flavio Bolsonaro na sigla. Dentro do Patriota, Adilson Barroso era também o principal articulador da filiação do presidente da República. É tudo muito pequeno, mas provavelmente o suficiente para Bolsonaro lançar uma nova saraivada de impropérios contra Luis Roberto Barroso.
Bolsonaristas x TSE
19/05/2021A comissão da Câmara instituída para discutir a PEC 135/19, que propõe o voto impresso, vai encaminhar uma notificação à Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE. Os deputados querem um relatório técnico sobre o sistema de armazenamento na nuvem dos votos nas urnas eletrônicas. O timing não poderia ser mais conveniente para os governistas. Parlamentares pró-Bolsonaro têm feito mil e uma insinuações em relação à recente substituição no comando da Secretaria: após 15 anos no cargo, Giuseppe Janino deixou a chefia de TI do TSE. Em época de CPI, vale tudo para desviar o foco.
Sem voto
18/03/2021Com o agravamento da pandemia, o TSE vai recomendar aos TREs que suspendam todas as eleições suplementares marcadas para este ano. São dezenas de municípios nos quais os prefeitos eleitos em 2020 foram cassados antes mesmo de tomar posse. No TSE já se considera a hipótese de todos os pleitos ficarem para 2022.
Isolamento seletivo
18/01/2021O TSE entrou em “lockdown”. Todas as zonas eleitorais estão fechadas desde o dia 2 de janeiro, sem qualquer previsão de reabertura ao público. Não está errado, não. O inexplicável mesmo foi obrigar 140 milhões de eleitores a saírem de casa duas vezes durante a pandemia.
De costas para o TSE
15/01/2021Há dois meses, o TSE decidiu, por unanimidade, que os partidos políticos estão obrigados a divulgar a cada 30 dias os extratos de suas contas bancárias. Das 33 legendas registradas no País, nenhuma até agora cumpriu a exigência.
“Anti-Bolsonaro”
7/12/2020O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai reforçar a estrutura de backup de seus sistemas. Imaginem a pressão sobre a Corte em 2022, quando Jair Bolsonaro disputará a reeleição com suas costumeiras teorias sobre fraude eleitoral.
e-título fora do ar
26/11/2020O RR apurou que, no sábado, a partir do meio-dia, o TSE vai desabilitar a possibilidade de novos downloads do aplicativo e-título. A medida foi uma recomendação da área de tecnologia do Tribunal para evitar uma sobrecarga do sistema no próximo domingo, data do segundo turno das eleições. Em 15 de novembro, no primeiro turno, o app saiu do ar devido aos milhares de downloads simultâneos.
O cerco se fecha
25/11/2020A rádio-corredor da Polícia Federal informa que a área de crimes cibernéticos da corporação prepara uma operação ainda para esta semana: na mira, hackers que tentaram invadir o sistema do TSE no primeiro turno. Procurada, a PF declarou que “não divulga informações sobre eventuais ações ou operações em planejamento”. Para bom entendedor…
O nome do problema
19/11/2020A nova tecnologia utilizada pelo TSE em seu datacenter é tratada por hiperconvergência. Ou seja, multiplica por cinco a capacidade de um único equipamento. Pelo que se viu, quando apresenta problemas, sem um back-up em paralelo ativo, a dor de cabeça é cinco vezes maior.
Na rede
18/11/2020Na avalanche de e-mails disparados a um só momento contra o datacenter do TSE no último domingo, há diversos com o final gov.br. Se são de fato originários de algum órgão federal só o aprofundamento das investigações dirá. Mas a extensa relação já está em poder da Polícia Federal. Todos os disparos, segundo o TSE, foram prontamente rechaçados pelo firewall do tribunal.
O “blockchain” de Luis Roberto Barroso
13/11/2020Por falar em hacker: segundo o RR apurou com uma alta fonte do TSE, no pronunciamento que fará em rede nacional amanhã, véspera das eleições, o presidente da Corte, Luis Roberto Barroso, vai dedicar boa parte do tempo para falar da segurança das urnas eletrônicas. As circunstâncias exigem que Barroso blinde a Justiça Eleitoral. A invasão ao sistema do STJ alimentou as teorias da conspiração sobre fraudes eleitorais. Um prato cheio para Jair “Trump” Bolsonaro, useiro e vezeiro em levantar suspeitas contra as urnas do TSE.
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De acordo com a mesma fonte, hoje, a partir das 20h, a área de tecnologia do TSE vai desabilitar os acessos VPN (rede privada em cima de rede pública), impedindo o acesso remoto e externo para qualquer computador instalado dentro do tribunal. A partir de amanhã, qualquer navegação na internet e no sistema de e-mail da Corte também estarão proibidos.
Uma boca de urna pela igualdade racial na política
12/11/2020O RR tem a informação de que importantes ONGs e entidades dedicadas à luta contra o racismo – a exemplo de Abong (Organizações em Defesa de Direitos e Bens Comuns), Educafro, Baobá, entre outras – estariam se mobilizando para realizar manifestações em grandes capitais brasileiras, nas eleições do próximo domingo. O objetivo seria chamar a atenção pela necessidade de maior inclusão de negros no cenário político. Uma espécie de boca de urna antirracismo.
Em 2018, por exemplo, apenas 24% dos deputados federais e 28% dos deputados estaduais eleitos se declararam negros ou pardos à Justiça Eleitoral. Ressalte-se que os afrodescendentes correspondem a 56% de toda a população brasileira. Ouvida pelo RR, a Abong, uma das líderes da Frente Antirracista, informou que “as ações afirmativas para negros não são suficientes para promover equidade no processo eleitoral.
É preciso realizar reformas para que o pleito tenha, de fato, equilíbrio de raça/etnia”. A entidade diz ainda que o número de negros candidatos às eleições neste ano – 80 mil, segundo o TSE – poderia ser maior “se a legislação brasileira e as organizações partidárias não fossem racistas”. Consultada especificamente sobre sua eventual participação em manifestações no domingo, a Abong não se pronunciou. Igualmente procuradas, Educafro e Baobá não responderam.
Hora H
12/11/2020O RR apurou que o TSE vai intensificar fortemente o monitoramento de redes sociais e WhatsApp a partir de hoje até domingo, com o suporte do Twitter e do Facebook. Estatísticas mostram que os dois últimos dias antes da eleição concentram o maior bombardeio de fake news de toda a campanha.
Eleição sob risco no Amapá
9/11/2020O RR apurou que o presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, pretende viajar ao Amapá para avaliar in loco se o estado tem ou não condições de realizar as eleições municipais marcadas para o próximo domingo. A região entrou em colapso após a quebra de um transformador: há dias boa parte da população está sem acesso a energia e água potável. Barroso e seus pares no TSE estão preocupados: o conserto do equipamento é complexo e só deve ser concluído na próxima semana, após a data prevista para o pleito.
Acervo RR
Asfixia
7/10/2020Às vésperas das eleições municipais, o PT vai sofrer um duro baque financeiro: ficará um mês sem receber o rateio do fundo partidário. O dinheiro retido servirá para o pagamento de uma multa de R$ 6,9 milhões aplicada pelo TSE. O PT foi condenado por irregularidades no uso de recursos do Fundo na longínqua eleição de 2014.
Asfixia
7/10/2020Às vésperas das eleições municipais, o PT vai sofrer um duro baque financeiro: ficará um mês sem receber o rateio do fundo partidário. O dinheiro retido servirá para o pagamento de uma multa de R$ 6,9 milhões aplicada pelo TSE. O PT foi condenado por irregularidades no uso de recursos do Fundo na longínqua eleição de 2014.
Barroso fecha o cerco às fake news
2/10/2020Na esteira do acordo de cooperação com Google, Facebook, Twitter, Tik Tok etc, o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, vai criar um seleto grupo voltado ao rastreamento de fake news. De acordo com a fonte do RR, além de tecnologias das próprias plataformas de mídia social, essa “swat digital” contará com o suporte de empresas especializadas nesse tipo de investigação.
Faxina na pauta do TSE
10/09/2020Informação auscultada pelo RR diretamente do gabinete do ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE: Barroso quer acelerar o julgamento dos processos que envolvem abuso do poder político e econômico por governadores ou ex-candidatos a governos do estado. A ordem é limpar a pauta até 2022, quando muitos dos atuais réus deverão estar na disputa novamente. Um dos primeiros julgamentos que deve ser concluído é o do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho. O relator do processo, ministro Og Fernandes, já votou pela inelegibilidade de Coutinho. O ex-governador é acusado de ter liberado em larga escala benefícios da Previdência estadual da Paraíba com fins eleitoreiros.
Poderio eleitoral das milícias acende alerta no TSE
19/08/2020O inimigo agora é outro. Há uma crescente preocupação por parte do ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, com a influência das milícias sobre as eleições municipais de novembro. Por influência, entenda-se desde o voto de cabresto, adaptado a ferro e fogo à realidade da periferia e das comunidades, ao aumento do número de candidaturas apoiadas ou encabeçadas por milicianos e impulsionadas pelo dinheiro do crime. Informações compartilhadas pela Polícia Federal junto ao TSE identificaram a presença ativa destes grupos no processo eleitoral de 18 estados.
Na Suprema Corte eleitoral, a percepção é de que este será o primeiro pleito com interferência realmente pesada do establishment paralelo do crime. De 2018 para cá, houve não apenas um aumento do poder das milícias como uma disseminação maior desses grupos por praticamente todos os estados do país. Além disso, o fato de se tratar de uma eleição municipal potencializa a contaminação pelo crime organizado dada a maior e imediata proximidade das milícias com a política local, leia-se prefeitos e, sobretudo, vereadores.
Na semana passada, o TSE começou a consultar os tribunais regionais eleitorais sobre a necessidade de envio de tropas federais para as eleições de novembro. Os ministros do Tribunal discutem também a possibilidade de convocação do Exército para áreas de maior risco. São medidas dissuasivas, de efeito pontual e limitado, uma vez que o combate às milícias está nas mãos das polícias militar e civil estaduais e, em última instância, da Justiça. Rio de Janeiro e Ceará surgem como os principais motivos de apreensão para Barroso e seus pares no TSE. São os estados onde a milícia mais se cristalizou, com seguidas demonstrações de violência. Nas eleições municipais de 2016, 13 candidatos a vereador na Baixada Fluminense, no Rio, foram assassinados durante a campanha. Segundo investigações do Ministério Público à época, sete deles eram ligados a milícias. Já o Ceará tem sido alvo de ataques criminosos, muito em função do crescimento de grupos milicianos e do seu imbricamento com as próprias forças policiais.
Cisão da chapa pode eleger um presidente para valer
16/07/2020O crescente volume de provas indexando Jair Bolsonaro à disseminação de fake news na campanha eleitoral pode levar a um cenário que até então parecia muito pouco provável: a cisão da chapa Bolsonaro-Mourão na Justiça, com a cassação exclusivamente do mandato do presidente da República. Esta é uma hipótese que vem sendo discutida, a portas fechadas, em importantes gabinetes do Judiciário e do Legislativo. Para muitos, a suspensão casada do mandato tanto de Jair Bolsonaro quanto do vice-presidente, general Hamilton Mourão, seria um desfecho demasiadamente radical, com o risco de agravar ainda mais a crise institucional, ao invés de debelá-la.
Daí a percepção de que talvez seja necessária uma saída intermediária, capaz de abrir caminho para Mourão conduzir o país até 2022, sem a necessidade de uma nova eleição no meio do percurso. Um dos arranjos possíveis, ainda que pouco “cristão”, passaria pelo Supremo Tribunal Federal. No caso do TSE cassar a chapa Bolsonaro-Mourão, caberia um recurso ao Supremo, que então, entraria em cena para ajustar a dosimetria da pena aplicada pela Justiça Eleitoral. O inquérito das fakenews, conduzido pelo próprio STF e com provas cada vez mais contundentes contra Bolsonaro, seria o pilar jurídico para que a punição recaísse apenas sobre o presidente.
Trata-se de uma engenharia bastante complexa do ponto de vista jurídico. A Justiça Eleitoral brasileira adota o princípio da indivisibilidade da chapa para cargos majoritários, uma vez que não há votação em separado para um candidato a presidente – ou governador e prefeito – e eu respectivo candidato a vice. A rigor, a divisão só é observada para efeito de impeachment ou de posterior punição, a exemplo da inelegibilidade – casos em que a pena é individual. Acrescente-se ainda o fato de que, historicamente, a Justiça Eleitoral no Brasil não se guia por “quem causou o crime”, mas, sim, “a quem o crime beneficiou”, o que colocaria Jair Bolsonaro e o general Hamilton Mourão no mesmo balaio.
No entanto, circunstâncias excepcionais pedem soluções excepcionais. Ainda que não exista jurisprudência de casos semelhantes – ou seja, do STF alterar tão radicalmente uma decisão da Justiça Eleitoral -, esta não seria a primeira vez que o Supremo adotaria uma interpretação pouco comum da lei para a punição de um presidente da República. Guardadas as devidas proporções, cabe lembrar do caso Dilma, quando o STF permitiu que o Senado fizesse duas votações em separado – uma para decidir pelo afastamento ou não da presidente e outra para declarar ou não a sua inelegibilidade. Até então, o entendimento jurídico é que o impeachment implicava automaticamente a perda dos direitos políticos, como reza o Artigo 52 da Constituição – vide Fernando Collor de Mello.
Não foi o que aconteceu com Dilma Rousseff. O então presidente da Suprema Corte, Ricardo Lewandowski, deu seu aval para a reinterpretação da Carta Magna. Consta que Luís Roberto Barroso, que usa o duplo chapéu de presidente do TSE e ministro do STF, seria simpático à ideia de cisão da chapa Bolsonaro-Mourão desde que dentro de critérios jurídicos rigorosos, sem manobras pouco ortodoxas. A medida, ressalte-se, seria excepcionalmente confortável para o Legislativo, que empurraria para o Judiciário a palavra final sobre o desfecho ou não do governo Bolsonaro.
Vem aí a eleição dos “fichas sujas”
19/06/2020O coronavírus caiu dos céus para os “fichas sujas”. Caso se confirme, o adiamento das eleições para dezembro poderá funcionar como um indulto para 868 políticos que foram condenados a oito anos de inelegibilidade em 2012 e, a princípio, estão fora da disputa neste ano. A punição desse contingente expira em 4 de outubro, exatamente o dia para o qual estavam marcadas as eleições. O próprio TSE já espera uma enxurrada de recursos: a maior parte desses “fichas sujas” deverá acionar a Justiça Eleitoral exigindo o direito de registrar sua candidaturas mesmo antes do fim da punição, com o argumento de que a eleição ocorrerá após a prescrição da pena. Os 868 punidos abrangem 14 tipos diferentes de delitos, mais de 30% relacionados a processos criminais.
O árbitro da eleição
22/05/2020“Ainda é muito cedo para isso.”. Esta é a resposta padrão do ministro Luis Roberto Barroso, presidente eleito do TSE, quando consultado por parlamentares sobre a possibilidade de turno único na eleição deste ano.
Guerrilhas digitais
21/05/2020Não se sabe de êxito do TSE nesse tipo de trabalho, mas a Corte monitora nas redes sociais perfis suspeitos que mobilizam um ataque hater à posse do ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado assumirá a presidência do TSE na próxima segunda-feira, por meio de
uma cerimônia virtual. É inadmissível que a formação da consciência nacional esteja nas mãos desses doentes digitais. O pior: vai ficar por isso mesmo…
Campanha tem seu vale-tudo final
25/10/2018O TSE está de olho nas redes nestes últimos dias da campanha eleitoral. A expectativa é que um tsunami varra a internet com propaganda dos dois candidatos. Os motivos de Haddad são óbvios: é avançar ou avançar. Ele está perdendo de goleada, mas a queda da sua rejeição, conforme as pesquisas, assim como o ânimo trazido com o exemplo Wilson Witzel no Rio –surpresas acontecem – induzem a um grande esforço na reta final. Bolsonaro, por sua vez, viu aumentar sua rejeição e a perspectiva de ter uma queda de votos em relação ao que as pesquisas apontaram nos últimos dez dias. O Capitão precisa de muito voto para fazer uma lasca do que tem prometido. Como são os últimos minutos de uma finalíssima, bola para o mato que o jogo é de campeonato. A fake news está “liberada”.
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A reta final da campanha petista tem sido marcada por uma disputa em relação à estratégia de comunicação. De um lado, o ex ministro Franklin Martins, com a autoridade de quem esteve com Lula na semana passada; do outro, o marqueteiro Sidrônio Palmeira, ligado a Jaques Wagner. Ao seu estilo, Franklin defende o acirramento do confronto com Jair Bolsonaro. Chegou a propor até a volta do vermelho ao material de campanha. Já Sidrônio prega que Haddad dê mais ênfase às propostas para a economia e a área social. É uma queda de braço de dois perdedores.
TSE investiga drible nas cotas partidárias
18/10/2018O TSE vai investigar um suposto esquema de “feminicídio eleitoral”. Há suspeitas entre os ministros da Corte de que os partidos montaram um laranjal para burlar a cota obrigatória de 30% de candidaturas de mulheres. Um dos indícios mais agudos é uma relação de 21 concorrentes a deputada estadual, de oito partidos diferentes, que não receberam sequer um voto. Seriam candidaturas fake, criadas apenas para justificar o uso de recursos do fundo partidário, que, nestes casos, teriam sido desviados para bancar a campanha de outros nomes do partido. Ressalte-se que, pela legislação eleitoral, as legendas também são obrigadas a destinar 30% do financiamento público para mulheres.
Meirelles, só tem um
4/10/2018Aposta de candidatos menos afortunados, as vaquinhas virtuais não decolaram. Até o momento, o mecanismo de crowdfunding arrecadou apenas R$ 8,4 milhões, o equivalente a míseros 0,38% do total de doações eleitorais já registradas no TSE.
Bolsonaro já ganhou a eleição
17/09/2018Alertado por partidos como PT e PSDB, o TSE está investigando o site www.urnadigital.com. Nova coqueluche no WhatsApp e redes sociais, a ferramenta simula a eleição de outubro, recolhe votos dos internautas e disponibiliza a apuração online. O que mais intriga é o desempenho do clã Bolsonaro no escrutínio cibernético. O patriarca aparece com 61% dos votos, mais do que o dobro do seu melhor resultado nas pesquisas. Ou seja: “vence” no primeiro turno. Flavio Bolsonaro, que disputa vaga no Senado pelo Rio de Janeiro, surge com 39% – na última pesquisa do Ibope, tinha 19%. Em São Paulo, a lista dos quatro mais “votados” para deputado federal é encabeçada – adivinhem só – por Eduardo Bolsonaro. A seguir, Joice Hasselmann, Alexandre Frota e o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, todos correligionários de Bolsonaro. Convenientemente, o site disponibiliza ferramenta que permite disseminar os resultados por WhatsApp. Por falar em Bolsonaro e internet, seus advogados estão entrando com uma ação para obrigar o Facebook e o Twitter a tirar do ar posts com comentários ou insinuações de que o atentado ao Capitão foi uma farsa.
O jogo já começou
4/07/2018O TSE já contabiliza 11 processos por propaganda antecipada de pré-candidatos à Presidência. A maior parte, oito deles, contra Lula ou Jair Bolsonaro.
A falta de empoderamento partidário
27/06/2018A decisão do TSE que determina o repasse de 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para candidaturas de mulheres está obrigando os partidos a refazerem todo o seu planejamento financeiro. A maior parte deles está numa encruzilhada: não tem candidatas competitivas que justifiquem a “queima” dos recursos. Um dos casos mais emblemáticos é o PSDB. Os tucanos têm 13 pré-candidatos a governos estaduais: todos homens. Ressalte-se que os recursos do FEFC que não forem aplicados na campanha de candidatas mulheres terão de ser devolvidos aos cofres públicos.
Perigo ainda maior
26/06/2018Além do combate às fake news, a força tarefa do TSE e do serviço de Inteligência do Exército vai mergulhar nas redes sociais para rastrear comunicações entre o crime organizado nas eleições.
Pique esconde nas contas eleitorais
1/06/2018Por ora, a plataforma eletrônica criada pelo TSE para a prestação de contas partidárias é, de fato, uma iniciativa virtual. A maioria das siglas – entre as quais PT, MDB, PP e PTB – não lançou suas informações financeiras no SPCA – Sistema de Prestação de Contas Anual. Os partidos têm adotado o procedimento de enviar seus demonstrativos em papel. Artimanha pura! O expediente atrasa o julgamento das contas e aumenta as chances de prescrição dos processos. Em tempo: depois de sucessivos adiamentos, o TSE promete abrir o SPCA para acesso público a partir de hoje.
Fux joga para Fux decisão sobre o tempo de propaganda eleitoral
28/05/2018O presidente do TSE, Luiz Fux, tem dado sinais de que vai empurrar para sua outra Casa judiciária, o STF, a decisão sobre a regulação do tempo de TV para a propaganda eleitoral deste ano. A articulação conduzida por Fux prevê que o Supremo se antecipe e julgue a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pelo Podemos, de Alvaro Dias, que também fez uma consulta formal sobre o tema ao TSE. Fux, por sinal, veste de fato duas togas no caso: além de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, é o relator da ADI no STF. O Podemos pede que a divisão do tempo de TV se baseie no tamanho das bancadas no Congresso em 2018, após a última janela partidária, e não em 2014, como estabelece a regra atual. Alvaro Dias, claro, seria beneficiado com a mudança.
Nem tudo são rosas no Fundo Partidário
23/05/2018O empoderamento das candidaturas femininas corre o risco de ficar para o “terceiro turno” das eleições. Até o momento o TSE não sinalizou um prazo para a regulamentação da nova norma que prevê a destinação de 30% do Fundo Partidário ao financiamento das candidaturas de mulheres. Dentro do próprio TSE, há uma corrente com o entendimento de que esta não é uma matéria vinculada diretamente à legislação eleitoral e, sim, de natureza constitucional. Ou seja: a bola teria de voltar ao próprio STF. Em março, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.617, o STF decidiu que a cota de participação feminina sobre o Fundo Partidário deve seguir outra norma da Lei Eleitoral: a que determina que um dos gêneros responda obrigatoriamente por 30% de todas as candidaturas de um partido. A lei anterior estipulava que as candidatas mulheres tinham direito a uma fatia entre 5% e 15% do Fundo Partidário. Assim será se a nova norma não for regulada antes de outubro.
Luiz Fux declara guerra à “eleição do fake news”
15/05/2018O ministro Luiz Fux, presidente do TSE, está empenhado em evitar que a promessa da Corte de combater a propagação de informações falsas na campanha eleitoral se torne, ela própria, a grande fake news de 2018. Fux pretende montar um serviço de inteligência no âmbito da Justiça Eleitoral. Caberá a estes “espiões digitais” entrar pesado no monitoramento das redes sociais e abastecer o presidente do TSE com relatórios confidenciais e informações que permitam identificar e punir os responsáveis pela disseminação de dados inverídicos e ofensivos na Internet.
As próprias empresas de tecnologia estão na “linha de tiro” do TSE. Em última instância, responsáveis pelo problema – o ecossistema onde as fake news nascem e se reproduzem –, elas serão emparedadas pela Justiça Eleitoral para também fazer parte da solução. O Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições – criado pelo TSE no ano passado – vai intensificar os contatos com Facebook/WhatsApp, Google e Twitter. Estas companhias serão cobradas a apresentar um plano de ação e um cardápio de soluções tecnológicas que contribuam para rastrear a origem de informações falsas e mapear perfis responsáveis pela sua viralização.
Contando com representantes da Abin e da Polícia Federal, o Conselho Consultivo foi instituído no ano passado, quando Gilmar Mendes ainda presidia o TSE. Fux, no entanto, quer dar uma pegada muito mais forte ao assunto. Ele trata a guerra às fake news como uma missão tão importante quanto o combate à participação do crime organizado no processo eleitoral. Guardadas as devidas proporções, ambos são tratados como as grandes ameaças à legitimidade do pleito de outubro. O presidente do TSE e os demais ministros temem um escândalo pela via digital, algo similar ao que ocorreu nas eleições presidenciais norte-americanas, com o vazamento de dados do Facebook e sua utilização para beneficiar a campanha de Donald Trump.
O monitoramento, por suposto, está na base de tudo. No entanto, a questão não passa apenas pela tecnologia, mas, sobretudo, pela capacidade do TSE de punir os responsáveis. Na Corte, há um entendimento de que será necessário um esforço sem precedentes para acelerar a pauta de julgamentos dentro do período de campanha. Ao contrário de outros crimes eleitorais de menor impacto, a propagação em larga escala de uma calúnia pode causar um dano irreversível a um candidato e até mesmo decidir o resultado das urnas. Entre os juristas, o consenso é de que a punibilidade aos delitos digitais é uma área cinzenta da legislação eleitoral.
Há quem considere, inclusive, que as penas são extremamente brandas vis-à-vis à gravidade do crime. Segundo o Artigo 323 do Código Eleitoral, “a divulgação de fatos inverídicos em relação a partidos e candidatos constitui crime punível com detenção de dois meses a um ano”. Uma das prioridades do ministro Luiz Fux é dar ampla visibilidade às ações profiláticas e ao risco de punição de crimes eleitorais digitais. Fux e seus pares no TSE discutem o lançamento de uma campanha de caráter educativo para alertar os eleitores sobre o impacto do compartilhamento de informações falsas ou conteúdos maliciosos.
As mensagens serão bombardeadas na mídia e, claro, nas redes sociais antes de agosto, mês em que a campanha eleitoral começa oficialmente e o próprio Fux transmitirá a presidência do Tribunal à ministra Rosa Weber. Consultado por meio de sua assessoria de imprensa, o TSE confirmou que tem mantido entendimentos com as empresas de tecnologia sobre iniciativas para “desencorajar a disseminação de informações falsas nessas plataformas nas eleições de 2018”. O Facebook, por sua vez, informou que tem adotado uma série de medidas contra notícias falsas baseadas em três pilares: “Eliminar os incentivos econômicos; desenvolver novos produtos para reduzir a propagação de notícias falsas e eliminar anúncios enganosos; e ajudar as pessoas a tomar decisões conscientes”. Também consultados, Google e Twitter não se manifestaram.
“Ministro Laranja” já merece legislação específica
5/04/2018O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria regulamentar o uso de títeres em cargos ministeriais com objetivo de burlar a desvinculação obrigatória do posto para disputa eleitoral. O caso de Henrique Meirelles é modelar. Plantou um laranja escancarado, mascarando a legislação. Ele combinou com o presidente Michel Temer que indicaria seu substituto no Ministério da Fazenda. O acordo fez parte de pacto entre ambos: quem dos dois estiver mais mal avaliado nas pesquisas, no mês de maio, abdicará do pleito em favor do “rival-parceiro”. Como não podia ser ministro e ao mesmo tempo concorrer à Presidência, Meirelles pré-definiu seu sucessor na Fazenda antes da Páscoa. Ganhou, assim, uma folga para articular com calma a transição até amanhã, data limite para a sua desincompatibilização do cargo. Meirelles não pensou duas vezes: olhou na direção do espelho e, pronto, estava criada a criatura. O novo ministro seria o seu preposto mais óbvio, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia. Considerado o faz tudo de Meirelles, Guardia é o segundo na hierarquia e seu braço direito. O sucessor ficou ainda com a recomendação de manter a equipe. E que nem um cinzeiro seja mudado de lugar. Só falta deixar a cadeira do “ministro de fato” vaga para quando Meirelles for na Fazenda dar suas instruções e baforar um bom charuto. Recomenda-se que o TSE regulamente logo esse laranjal, antes que a falsa desincompatibilização deixe de ser hilária e soe a patrimonialismo às claras, com parentes, sócios, advogados e outros personagens da “patota” sendo indicados para ser ministro fake em ano eleitoral.
Que hora mais imprópria
13/11/2017Espera-se para os próximos dias que o ministro do TSE Luiz Fux apresente a revisão de seu voto no processo que absolveu a chapa Dilma-Temer. É o último rito antes da publicação do acórdão. Nesse momento, então, o PSDB, autor da ação que pede a cassação da chapa, terá de decidir se entra ou não com embargos infringentes. Se não o fizer, o processo contra a chapa – há muito um processo apenas contra Michel Temer – estará encerrado. É o mais provável. A essa altura do campeonato, a quem interessa seguir com esse assunto?
Encontro antecipado
5/05/2017Na condição de presidente do TSE, Gilmar Mendes é aguardado hoje em Salvador para inaugurar um posto do TRE baiano. Dividirá os flashes com o prefeito ACM Neto, o “Anão”, um dos citados nas delações da Odebrecht.
As contas de Cunha
27/03/2017Pelo visto, a família de Eduardo Cunha já conseguiu equacionar os problemas de liquidez que vinha acusando. O pagamento do condomínio das salas 3201, 3203, e 3212 do Edifício Di Paoli, no Centro do Rio, que chegou a acumular três meses de atraso, foi normalizado. As três pertencem a Cunha, conforme declaração de bens entregue ao TSE em 2014.
Togados lideram “eleição indireta para a presidência”
30/11/2016Se houver eleição indireta para presidente da República, os representantes do Judiciário terão predominância absoluta na disputa, com 67% de probabilidades de vitória. É o que indica uma sondagem feita pelo Relatório Reservado junto a sua base de assinantes – uma amostragem que reúne empresários, escritórios de advocacia, instituições financeiras, fundos de pensão e estatais. Para o RR, ressalte-se, eleição só na urna. Mas, diante das circunstâncias que cercam Michel Temer – acelerado derretimento político, o caso Geddel, o aperto do TSE, o risco Odebrecht etc – a newsletter fez a seguinte pergunta a seus assinantes: “Na sua avaliação, em caso de eventual vacância na presidência da República, quem tem mais chances de ser eleito pelo Congresso Nacional?” O equivalente a 3% do universo total da sondagem participou da consulta. Das 127 respostas, 29% apontaram a presidente do STF, Carmen Lúcia, como a mais forte candidata. Em segundo, com 23%, outro proveniente do Judiciário: o ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. No quarto lugar, mais um egresso da “República dos Togados”: para 15% dos consultados, Gilmar Mendes seria o eleito pelo Congresso no caso do afastamento de Michel Temer.
Em certa medida, a forte expectativa de que um togado comande um governo de transição reflete o momento de excessiva judicialização das grandes decisões nacionais. Pode-se depreender também que, no entendimento dos consultados, nenhum dos potenciais concorrentes ao Planalto em 2018 se sujeitaria a entrar em cena neste momento para cumprir um mandato-tampão. Talvez por isso o único enclave político nesse coeso bloco do Judiciário é um “candidato jubilado”: para 19% dos assinantes, Fernando Henrique Cardoso, apesar da sua idade avançada, surge como o terceiro nome com mais chances de vitória. Não obstante a reduzida popularidade entre o eleitorado em geral, FHC ainda manteria uma aura de condestável junto ao Congresso.
Bem abaixo do quarteto que concentrou 86% das respostas viriam as zebras. Este bloco secundário é encabeçado por Rodrigo Maia, com 8% de probabilidade. Empatados, com 2% para cada um, dois personagens bem distintos: Jair Bolsonaro e Armínio Fraga. No primeiro caso, provavelmente os assinantes entendem que Bolsonaro seria o único com energia necessária – ou será autoritária? – para implementar as reformas estruturais de que o país precisa. Já a presença de Fraga indica que, para muitos, o governo de transição teria de se concentrar em uma única missão: o ajuste econômico. Curioso: Henrique Meirelles não foi lembrado em nenhuma das respostas. Se fosse há seis meses…
Por fim, entre os outsiders dos outsiders, talvez a maior surpresa da lista: Abílio Diniz, com 1% das citações. Os “eleitores” de Diniz devem depositar em um bem-sucedido personagem da iniciativa privada a expectativa de uma gestão empresarial da máquina pública. Ao seu lado, também com 1%, mais um representante do Judiciário: Joaquim Barbosa. Ao que parece o julgamento do mensalão já caiu no esquecimento. E Sergio Moro? Potencial blockbuster das urnas, Moro seria traço em uma votação no Congresso. Afinal, que colégio eleitoral escolheria seu algoz?
Acervo RR
Prévias
10/03/2016Antes de o TSE decidir se confirma a cassação do governador do Amazonas, José Melo, e a posse do segundo colocado na eleição, o atual ministro Eduardo Braga, o PMDB já se movimenta para emplacar seu eventual substituto nas Minas e Energia. O clã Sarney trabalha pela indicação do ex-governador maranhense João Alberto Souza.
Acervo RR
Mata-borrão
2/09/2015O mundo é pequeno: uma das doações que, segundo o TSE, não foram devidamente lançadas na prestação de contas de Aécio Neves veio da Construbase. A empresa foi citada na Lava Jato por supostas irregularidades em uma obra no Cenpes, o centro de pesquisas da Petrobras. * A Construbase não retornou ao contato do RR.
Mata-borrão
2/09/2015O mundo é pequeno: uma das doações que, segundo o TSE, não foram devidamente lançadas na prestação de contas de Aécio Neves veio da Construbase. A empresa foi citada na Lava Jato por supostas irregularidades em uma obra no Cenpes, o centro de pesquisas da Petrobras. * A Construbase não retornou ao contato do RR.
Na rede
22/01/2015O ministro da Pesca, Helder Barbalho, não olha apenas para o mar. Tem tratado da nomeação de diretores da Eletronorte, feudo antigo de seu pai Jader Barbalho.