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Economia

Brasil parece fadado a ser refém da maldição fiscal

19/04/2024
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Brasil parece fadado a ser refém da maldição fiscal

A questão fiscal vem sendo usada para desestabilizar governos praticamente desde a reabertura democrática. Há quem diga que a origem do problema começa bem antes, durante a presidência de JK, com a construção de Brasília. Muitos remetem à decisão do então presidente do FED, Paul Volcker, de elevar às alturas os juros norte-americanos com o choque do petróleo, em 1979. Outros atribuem à Constituição de 1988, que contemplou demandas de toda a sociedade. Alguns presidentes brasileiros sofreram menos do que outros. FHC, por exemplo, contou com o sucesso do Plano Real como biombo. Já Lula, em seu primeiro mandato, teve de desdizer o programa do PT, fazendo um dos mais severos ajustes fiscais da recente democracia brasileira. Dilma Rousseff, então, nem se fala: as pedaladas fiscais serviram de pretexto para o seu impeachment. Jair Bolsonaro, mesmo com o discurso neoliberal fortíssimo, piorou barbaramente as contas públicas – noves fora o atípico e dramático 2020, com a pandemia. Entre outros motivos sabidos, Bolsonaro foi desacreditado em um de seus maiores trunfos, a política econômica do hiper ortodoxo Paulo Guedes.

Lula III iniciou seu governo celebrado pela aprovação do novo arcabouço fiscal, que permitiria previsibilidade – ainda que dando prioridade ao aumento de receita e não ao corte de gastos. O encanto durou pouco. Agora, se vê uma repetição da maldição do fiscal, que se propaga por fatores exógenos, como os conflitos no Oriente Médio e a resiliência dos altos juros nos Estados Unidos. O fato é que o trinômio dívida pública, inflação e juros tornou-se um tormento para o país. Todas as diversas tentativas de equilíbrio das contas públicas anunciadas por seguidos governos foram inviabilizadas em função de motivações políticas ou por grupos de interesse privados – ênfase a estes últimos.

Frente à declarada impotência dos poderes executivos, talvez coubesse uma sugestão de PEC redentora da malsinada saga fiscal em nome da harmonização das contas públicas. A emenda constitucional em questão determinaria punição a todos aqueles que criticassem o desequilíbrio fiscal e usufruíssem das benesses do setor público. Uma punição gravíssima, com alteração inclusive do Código Penal, também àqueles que são identificados como responsáveis por contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação fiscal e furtos de serviços públicos – segundo estudo realizado por CNI, Firjan e Fiesp, o prejuízo com esses crimes chega a R$ 453 bilhões por ano. A PEC poderia determinar ainda que todos os hiper-ricos do país contribuíssem com um mísero quinhão de 2% do seu patrimônio pessoal para compensar os cortes de gastos com serviços essenciais – saúde e educação, por exemplo; que todas as desonerações fiscais fossem auditadas para o cotejamento da relação custo-benefício; que o código penal fosse revisto de forma a triplicar as penas dos integrantes do crime organizado, não permitindo nenhum tipo de regalia; que o próprio Congresso propusesse, detalhadamente, quais despesas deveriam ser podadas e as divulgasse à opinião pública como sua posição institucional. Pronto! A questão fiscal estaria resolvida para sempre. Então, ficamos assim: ou aprove-se a PEC ou que o próprio Congresso se destitua como demonstração de boa-fé.

#Brasil #fiscal #PEC

Destaque

Pragmatismo de Steinbruch visa Mantega na Vale e Samarco no bolso

18/01/2024
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Tudo certo, tudo em ordem, a política é mesmo uma avenida com sinais trocados, mas é interessante o indiscutível parentesco não sanguíneo entre Benjamin Steinbruch e os petistas. Entenda-se a figura de linguagem como uma metáfora sobre as relações estreitas de importantes quadros dos governos do PT, que privam e frequentam a intimidade e os domínios do Barão do Aço. Mas essa proximidade não significa constância ou fidelidade. Benjamin é daqueles personagens considerados de relação difícil até mesmo para os aliados. Brigou com a família em um processo em que queria destituir todos – ou quase todos – da participação na CSN. Tem 140 processos judiciais de toda ordem e feitio contra ele. Pode-se dizer que é confiável para os seus, pero no tanto. Em um momento em que o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, já tinha se tornado persona non grata de metade da Nação e um anátema para seus “amigos” no PT, Steinbruch foi cumprir missão, assumindo uma presidência interina da entidade somente para o “companheiro” fazer sua campanha política.

Na volta à Fiesp, consagrada a terceira era PT, Skaff jogou a toalha e promoveu uma chapa única para presidente, vencida por Josué Gomes, que chegou a ser cogitado para ministro da Indústria e Comércio do Lula. Lá estava Steinbruch virando casaca e apoiando Josué com vigor. Na verdade pode-se usar o termo de que a casaca de Steinbruch tem duas faces que podem ser usadas de um lado ou outro dependendo da circunstância. O Barão do Aço tem no presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, um dos seus melhores amigos. Mantém diálogo e recorrente contratação de serviços de Luciano Coutinho e Guido Mantega. Ambos consideram a CSN a natural consolidadora do setor siderúrgico, que virá inexoravelmente em algum momento não muito distante. Já teve como contratado formal o ex-ministro Ciro Gomes, para resolver “assuntos institucionais”. Agora, queira ou não queira, o fato é que emplaca seu diretor financeiro, Manoel Carlos, na Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, cargo estratégico que vinha sendo ocupado por Ricardo Capelli, considerado um dos heróis do oito de janeiro. E não é só isso.

O siderúrgico empresário é umas das peças do lobby pró-Guido Mantega, seu chapa, na Presidência da Vale. Um desastre para a companhia, mas que pode ser muito útil para Steinbruch. É sabido que o empresário aguarda o desfecho com bilhões de dólares de indenizações dos desastres de Mariana e Brumadinho, para fazer uma “oferta estupro” a BHP e Vale pela Samarco. A chamada “companhia assassina” virou um estorvo na imagem dos seus acionistas, além da produção da Samarco representar peanuts no mar de minério de ambas. Botar um preço na bacia das almas e incorporar a mineradora as suas reservas de ferro, e a tacada da vez. Para Steinbruch ir se fortalecendo como player do setor de minério de ferro é estratégico. E a presença do chapa Guido Mantega no comando da Vale ajudaria no mínimo para lubrificar o diálogo. Benjamin Steinbruch é considerado um sujeito de um gênio terrível. Mas é uma prova viva de que relacionamentos não exigem coerência ideológica, mas lealdade. E sem dúvida são facilitadores de negócios.

#Mantega #Samarco #Steinbruch #Vale

Política externa

Indústria torce para Lula blindar o Mercosul do fator Milei

21/11/2023
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Quem diria, mas na Fiesp a torcida agora é toda por Lula. O empresário fiespiano, que não dava bola para o Mercosul, ficou preocupado com a eleição do “Bolsonaro porteño” e o estrago que Javier Milei pode vir a fazer no bloco. O consenso entre os empresários é que somente Lula tem o jeitinho para amansar o novo presidente argentino em relação ao Mercosul. Estão certos. Quando se trata de política externa, Lula é o Messi da diplomacia.

#Javier Milei #Lula #Mercosul

Política

Tarcísio inicia road show pré-eleitoral no exterior bem ao estilo de Lula

7/07/2023
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Tarcísio de Freitas iniciou sua campanha à Presidência da República. O vídeo em que aparece sob vaias de “bolsonaristas” em uma reunião do PL, na última quinta-feira, representa simbolicamente o lançamento da sua candidatura. A cena mimetiza os movimentos políticos que vêm sendo cuidadosamente feitos pelo governador de São Paulo. De forma pragmática, Tarcísio tem se distanciado do radicalismo de Jair Bolsonaro, em um processo de higienização que o credencia a ser a segunda via na eleição de 2026. O ex-ministro da Infraestrutura está pavimentando o caminho para ser o candidato capaz de amalgamar o centro e a dita direta civilizada, além de alguns “fanáticos ma non troppo” ainda vinculados a Bolsonaro. E a construção da candidatura mira, desde já, tanto o front interno quanto externo. Tarcísio confidenciou a assessores a intenção de iniciar, no ano que vem, um giro de viagens internacionais. Vai correr o mundo com o chapéu de governante responsável pelo segundo maior PIB do Brasil, com o discurso para boi dormir que vai passar o pires junto aos gringos para trazer investimentos diretos para São Paulo. 

Há um aspecto importante a ser considerado do ponto de vista, digamos assim, geopolítico: o fortalecimento do nome de Tarcísio Freitas puxa quase que definitivamente a disputa presidencial de 2026 para dentro de São Paulo. Lula chegará à disputa eleitoral às vésperas de completar 81 anos. Sempre haverá a tentação de poder e a hipótese de o presidente entrar em 2026 com expressivos índices de popularidade. Hoje, no entanto, o mais provável é que ele use esse cacife para fazer seu sucessor. E os dois principais candidatos a candidatos estão também na Paulicéia, cada qual com seus respectivos handicaps. Fernando Haddad está algumas jardas à frente de todos. Além da condição de petista raiz, é o cara do momento. A aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal o colocarão em um patamar mais alto, inclusive junto à Faria Lima, que, de primeira, torceu o nariz para a sua nomeação como ministro. Um PIB médio em torno de 3% – e as mais recentes projeções mostram que essa é uma hipótese exequível – e o apoio de Lula transformariam Haddad em um supercandidato. Por outro lado, a inevitável indexação à economia pode cobrar seu preço, se algo der errado pelo caminho. Na atual circunstância, Haddad tem que andar na sombra das eleições de 2026. Primeiramente para não melindrar Lula, o orixá do seu partido, e segundo porque está preso à algema de ouro do Ministério da Fazenda, que pode, dependendo da sua performance, ser um grande, senão o seu maior cabo eleitoral.  

O outro nome que eventualmente pode vir a enfrentar Tarcísio Freitas em 2026 com o apoio de Lula é Geraldo Alckmin, que tem capitalizado cada vez mais sua dupla jornada de trabalho no governo. O vice-presidente e ministro já recebeu a indústria como capitania hereditária, o que, na prática, significa ser o “donatário” do empresariado paulista. Alckmin afagou as montadoras com carinhos e subsídios para a venda de carros populares. E ontem anunciou um pacote de mais de R$ 100 bilhões para o setor industrial, boa parte dos recursos vinculados a investimentos em inovação e transição energética. Se o gabinete de Tarcísio está a 9,7 km da Fiesp, Alckmin está a um telefonema do BNDES. 

E Jair Bolsonaro? O ex-presidente, agora inelegível, é quem parece estar mais disposto a antecipar a disputa eleitoral de 2026, como se fosse possível fazer dela o terceiro turno de 2022. Bolsonaro tem como principal ativo político um contingente mais extremado do eleitorado. A parcela menos radical tende a migrar para Tarcísio de Freitas, que vai disputar o eleitorado do centro e lulistas de ocasião, leia-se aqueles que votaram no petista em 2022 para apear Bolsonaro da Presidência. Com a hipótese Tarcísio já escorrendo entre os dedos, Michelle Bolsonaro desponta como a carta mais valiosa nas mãos do ex-presidente. Enquanto o PL tenta inflar a possível candidatura Michelle, restaria a Bolsonaro torcer para que Lula faça um governo desastroso ou esperar por algum fato novo e grave, algo que não aparece em qualquer previsão meteorológica.  

#Jair Bolsonaro #Lula #Tarcísio Freitas

Tributação

Alckmin quer acelerar pedidos de importação pelo Ex-Tarifário

29/06/2023
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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, elegeu como prioridade reduzir o estoque de pedidos de importação pelo regime Ex-tarifário represados na Câmara de Comércio Exterior (Camex), um legado da gestão Bolsonaro. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, são mais de 500 processos somente entre os que aguardam análise há três anos ou mais. Entre as primeiras providências, Alckmin deverá determinar que o Comitê Executivo de Gestão da Camex, responsável por avaliar os pedidos, se reúna a cada 30 dias e não de dois em dois meses, como vem fazendo desde o ano passado. O curioso é que a agenda tem contrariado uma resolução interna do próprio órgão, segundo a qual o Comitê deve realizar sessões ordinárias mensais.  

Da Fiesp a entidades setoriais, Alckmin tem recebido uma profusão de queixas da indústria sobre os impactos negativos da morosidade da Camex. O Ex-tarifário prevê a redução temporária e, em alguns casos, até mesmo a isenção na importação de máquinas e equipamentos sem similar nacional. O acúmulo de pedidos sem resposta provoca uma bola de neve, com o adiamento ou mesmo a suspensão de projetos de investimento e expansão de plantas industriais. Não raramente as empresas ainda têm de arcar com os custos de armazenamento de máquinas em portos ou aeroportos à espera de autorização para entrar no país. 

#Câmara de Comércio Exterior #Fiesp #Geraldo Alckmin #Lula #Ministério do Desenvolvimento

Governo

Governo Lula vai bater ponto na Fiesp

23/05/2023
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O governo Lula deverá participar em peso da celebração do Dia da Indústria, na próxima quinta-feira, na Fiesp. Além do próprio Lula, até ontem o início da noite, segundo o RR apurou, já haviam confirmado presença o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o ministro da Economia, Fernando Haddad, e o presidente do BNDES, Aloysio Mercadante. Será, ao mesmo tempo, um afago à indústria e, de quebra, um desagravo a Josué Gomes da Silva, que se encontra extremante pressionado pelos problemas internos da entidade. Apoiador histórico do presidente Lula, o filho do ex-vice-presidente José Alencar sofreu recentemente uma tentativa de golpe na Fiesp, encabeçada por Paulo Skaf.  

#BNDES #Fernando Haddad #Fiesp #Lula

Política

Josué Gomes quer colocar Haddad na cara do gol junto aos empresários

6/04/2023
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O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, está dando tratos à bola para a organização de um mega almoço em apoio ao ministro Fernando Haddad, reunindo todas as classes produtoras. É coisa para já. O evento se daria em São Paulo, como seria de se prever. Gomes quer colocar mil empresários no recinto. Na ocasião, Haddad explanaria sobre algumas linhas da reforma tributária. O tema está mais para provocar dificuldades de digestão do que boas lembranças do repasto no palato. Ainda assim, a tendência é que a maior parte dos presentes aplauda Haddad de pé. Até agora, ele merece. Em tempo: de alguma forma, Gomes vai beber em fontes do passado. Quem viveu se lembra dos almoços e jantares organizados durante o regime militar pelo então presidente da Federação Nacional de Bancos (Fenaban), Teophilo de Azeredo Santos, em apoio aos diversos ministros da área econômica. Eram reunidas centenas de empresários – quase sempre no Rio de Janeiro, ainda desfrutando os resquícios dos bons tempos de capital federal – para bater palmas aos ministros da hora. Não que eles precisassem de apoio, afinal o regime garantia a adoção das medidas por mais antipáticas que fossem. No entanto, o beija-mão era o sentido final da liturgia. Os militares saíram de cena, mas o rito dos eventos, ao que parece, está voltando.

#Fernando Haddad #Fiesp #Josué Gomes da Silva

Empresa

A segunda crise de Josué Gomes da Silva

17/02/2023
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Depois de conter um movimento golpista para tirá-lo da presidência da Fiesp, Josué Gomes da Silva enfrenta um período turbulento na Coteminas. O RR apurou que a empresa vem atrasando o pagamento de salários, notadamente em Minas Gerais. Denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho e ao Tribunal Superior do Trabalho. A Coteminas deve e não nega. Em contato com o RR, o diretor de Relações com Investidores João Bomfim, informou que “a situação será imediatamente normalizada e agradecemos compreensão dos dedicados colaboradores da empresa.”. O grupo fundado pelo ex-vice-presidente da República José Alencar vive tempos difíceis. No último balanço publicado até o momento, a Coteminas reportou um prejuízo de R$ 151 milhões no primeiro semestre de 2022, mais do que o triplo das perdas registradas entre janeiro e junho de 2021.

#Coteminas #Fiesp #João Bomfim #José Alencar #Josué Gomes da Silva #Minas Gerais #Ministério Público do Trabalho #movimento golpista #Tribunal Superior do Trabalho

Política

Golpe na Fiesp

16/01/2023
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Durante a tarde, será possível saber se o golpe de Paulo Skaf – o Bolsonaro da Fiesp – e seus generais da reserva, os sindicatos amotinados, conseguirão depor o atual titular da entidade, Josué Gomes da Silva. Desde a primeira hora do seu mandato, Gomes da Silva, vem sendo ameaçado pela conspiração do pelego Paulo Skaf. O RR cobriu com detalhes a movimentação do golpista nos bastidores. Skaf apostava na reeleição do ex-presidente. Com Lula, perde muito da sua força política. Agora mesmo, segundo informou o Valor Econômico, Josué almoçará com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Ou seja, algumas horas antes da reunião dos golpistas

#Fiesp #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Política

Mercadante tentou levar Benjamin Steinbruch para Ministério

23/12/2022
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O Barão do Aço, Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, foi sondado por Aloizio Mercadante para ocupar a pasta da Indústria e Comércio. Os dois são unha e carne. Mercadante tinha um argumento adicional para o aceite de Steinbruch: sua própria nomeação para o BNDES. “Vamos ser o Pelé e Coutinho do setor”, teria dito Mercadante, que ficaria “subordinado” ao “Barão”. Mesmo com toda essa animação, o convite não colou. Steinbruch argumentou que vive uma fase de decisões estratégicas na empresa e um rolo com familiares para ver quem é dono de que. O curioso é a malha fina entre os empresários que estavam cotados para a Indústria e Comercio: o presidente da CSN era vice de Paulo Skaf, na Fiesp, que agora tenta demolir seu sucessor na entidade, Josué Gomes da Silva, que, por sua vez, foi convidado para o MDIC e não aceitou.

Bem melhor fez Lula. Com tantos fricotes nessa área, simplificou tudo. Chamou Geraldo Alckmin e entregou-lhe a Pasta. Com isso, esterilizou Mercadante. O presidente do BNDES passa a responder ao vice-presidente, que tem maior autoridade formal e é ”indemissível”. De quebra, mandou o seu coordenador dos Grupos de Transição para o Rio de Janeiro, bem longe de Brasília. Mercadante fazendo política é um rinoceronte dentro de uma casa de louças.

#Aloizio Mercadante #Benjamin Steinbruch #BNDES #CSN

Economia

Uma boa notícia para a indústria nacional: Abdib retorna ao palco do Poder

14/12/2022
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De uma forma transversa, digamos assim, pode-se dizer que a Abdib – Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base – voltou às cercanias do poder. O presidente da entidade, Venilton Tadini, é companheiro de outras viagens de Gabriel Galípolo, já confirmado na Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda. Ambos foram presidentes do Banco Fator. Acima de Galípolo só mesmo Fernando Haddad. Tadini e Galípolo são afinadíssimos nas ideias e tocam de ouvido com o  futuro presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A palavra de ordem do trio é investimento público na infraestrutura como forma de alavancar capital privado, e não afastá-lo. A amálgama serão as PPPs e as concessões. A engenharia dessa operação é que são elas. Será necessário previsibilidade para que recursos privados fluam mesmo com o dinheiro público usado como garantia, por exemplo. A Abdib já foi uma das entidades mais importantes do Brasil na década de 70. A partir dos anos 80, com as sucessivas crises e o abandono da prioridades às obras, foi esmaecendo pouco a pouco. O ingresso de Tadini na presidência da Abdib já foi um up na entidade. Sem querer massagear o ego do executivo, trata-se de um fora de série. Quem diz isso não é o RR. O mercado sabe da competência e criatividade de Tadini. Em tempo: a Abdib e o IEDI, que já foi comandado por Josué Gomes da Silva, atual presidente da Fiesp e candidatíssimo a se tornar ministro da Indústria e Comércio, são primos-irmãos na causa de reativação da indústria nacional. Pode dar um bom caldo.

Política

Mercadante no BNDES não é um bom sinal. Mas podia ser pior

13/12/2022
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Lula bateu o martelo da nomeação de Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES na véspera da sua diplomação. A conversa já vinha rolando há um bom tempo, mas o presidente eleito empurrava a definição para frente. A alternativa ao BNDES seria a indicação de Mercadante para a Petrobras. Mas dentro do grupo mais próximo do presidente a nomeação para a petrolífera foi considerada como uma sinalização mais arriscada. O próprio Mercadante concordou. Afinal, o banco de fomento não tem ações em mercado nem o impacto que a estatal tem nas bolsas de valores. Fora o fato de que, pelos notórios eventos pretéritos, a escolha do presidente da Petrobras tem de ser feita com muito carinho.  

 

Havia dúvida como se daria a relação de Mercadante com o futuro ministro da Indústria e Comércio – especula-se que o mais cotado é o atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva – tendo em vista o tamanho que o economista possui no PT e junto ao próprio Lula. A pergunta é se o titular do banco não ficaria maior do que o ministro, pilotando um verdadeiro enclave dentro da Pasta. No passado, o excessivo empoderamento do então presidente do BNDES, Guido Mantega, gerou atritos com os ministros Antônio Palocci e Luiz Furlan, além do presidente do BC, Henrique Meirelles. Deu no que deu.  

 

Quanto aos dizeres de Lula de que não fará privatizações, a declaração está em linha com o discurso de campanha e é um recado sobre a linha de atuação que o banco terá sob a gestão de Mercadante. Com certeza, havia outros nomes de gabarito, próximos do vice Geraldo Alckmin e com uma aceitação muito maior pelo mercado. Mas está dado. O sinal não é bom. 

#Aloizio Mercadante #BNDES #Lula #Petrobras

Negócios

Paulo Skaf e o golpe na Fiesp

7/11/2022
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O ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf é um híbrido do general Newton Cruz com o personagem Tartufo, criado por Molière. Em sua tentativa de golpismo na entidade, presidida por Josué Gomes da Silva, tem demonstrado a pior característica de um bolsonarista: a tentativa, por todos os meios, de criar um levante contra a decisão de ordem democrática. O ex-presidente da Fiesp, como se sabe, apoiou Jair Bolsonaro até mesmo nas profundezas da sua alma.  Skaf, que é um pseudo industrial – na verdade é dono de uns tantos depósitos que aluga – se notabilizou por colar a entidade em movimentos ideológicos e pela suspeição de uso dos recursos da Federação em suas campanhas eleitorais. O pelego conspira a céu aberto contra Gomes da Silva desde a eleição deste último.  Não quer só tirar o oponente, mas se voltar ao cargo que desfrutou por uma eternidade.  

A assembleia convocada para hoje com o objetivo de destituir o presidente da Fiesp, conforme noticiou o colunista Lauro Jardim, foi costurada industrial por industrial pelo “maquinador da Av. Paulista”.  Se a indústria quer que a Fiesp protagonize sua defesa para que resgate o pedaço no PIB que deteve no século passado, é preciso impedir a volta de Skaf e sua entourage. Fizeram um desserviço enorme só setor que mais nos falta. Ah, antes que se esqueça, ficou faltando um elemento na estranha espécie que o RR criou para definir Paulo Skaf no início desse texto. Trata-se do deputado Roberto Jefferson, sem armas é claro. Se olhados com atenção, ambos têm destemperos verbais semelhantes, postura intimidadora, assim como um gestual similar. Jefferson, junto com Tartufo e o “Nini” – apelido de Newton Cruz – são os candidatos mais fortes a juntos serem o híbrido de Skaf.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Política

Skaf vs. Roriz

26/10/2022
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Paulo Skaf tem usado da sua influência junto ao Judiciário na tentativa de barrar a candidatura do desafeto José Ricardo Roriz Coelho à presidência da Fiesp no ano que vem. Vice-presidente da entidade, Roriz recorreu ao Tribunal de Justiça do Trabalho para garantir sua participação no pleito. Sua candidatura foi impugnada pela comissão eleitoral da Fiesp. Ou seja: por Skaf.

#Fiesp #Paulo Skaf

Mando de campo

10/10/2022
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A Fiesp pretende organizar um novo encontro entre empresários e os candidatos Lula e Jair Bolsonaro. O petista já sinalizou que vai. Com Josué Gomes da Silva na presidência da entidade, Lula joga em casa.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula

Linha de montagem

22/09/2022
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Depois de Marina Silva e Henrique Meirelles, o nome de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, lidera a bolsa de apostas como o próximo grande fato político na campanha de Lula.

#Fiesp #Henrique Meirelles #Lula #Marina Silva

Os dados já estão rolando para o Ministério de Lula

19/09/2022
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Ainda que seja eminentemente especulativo, devido à decisão do próprio Lula de omitir os nomes dos candidatos, o futuro Ministério de um eventual governo do PT já tem uma costura inicial. O ex-presidente é useiro e vezeiro em afirmar que ministro se anuncia depois que se ganha a disputa. Não é um consenso nem entre seus assessores mais próximos. Trata-se de uma das informações mais relevantes desse período eleitoral. Ela é determinante para sancionar a maior ou menor credibilidade de Lula, pelo menos junto a um espectro com grande poder decisório na iniciativa privada. Mas o candidato petista não larga o osso. O coletivo mais quente dos mais votados vai de um “museu de velhas novidades” até um balaio de “surpresas surpreendentes” – o RR de 30 de agosto antecipou alguns poucos nomes. O mais recente rumor é uma “velha e oportuníssima novidade”:  o upgrade de Marina Silva após seu apoio à candidatura Lula. Desde que Marina deixou o ministro do Meio Ambiente, no primeiro governo do PT, os dois políticos se tornaram bicudos. O bordado para o desposório da ex-ministra e Lula antecedeu em algumas semanas o apoio de Marina ao candidato. Marina retornaria, segundo apurou o RR, como ‘’ministra ESG”, com força total, incluindo na sua pasta as mulheres, negros, índios e demais grupos sociais minoritários, além é claro do meio ambiente.

A ex-seringueira teria uma secretaria especial a parte para tratar dos aspectos e demonstrativos referentes à governança, dirigida por um especialista renomado em práticas e contabilidade das políticas de integridade, conformidade e compliance – fala-se em um técnico do Banco Mundial.  Mas uma das funções mais nobres de Marina seria dar firmeza à demonstração do governo do PT em combater o desmatamento da Amazônia. O acrônimo ESG colado em Marina teria como um dos objetivos melhorar a imagem do Brasil no mundo. Queira-se ou não, ela é uma representação do país bastante positiva no exterior, notadamente na Europa, continente que se tornou o principal crítico do descaso ambiental e social do Brasil.

Marina Silva faz parte do time estelar do “ministério Lula”, mas não seria o astro de primeira grandeza. O n° 1 do primeiro time, como não poderia deixar de ser, será o ministro da Economia. A julgar pelo que apurou o RR, este está em fase de escolha entre o virtual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o candidato do PT para assumir o governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad. Como se sabe, Haddad está para o governo de São Paulo como Lula está para a Presidência, ou seja, bem à frente nas pesquisas, o que reduz suas possibilidades de assumir o Ministério mais nobre do país. Lula quer ter os dois maiores PIBs do país, o do Brasil e o de São Paulo, sob seu comando. Mais provável é que o candidato a ministro da Economia para valer seja mesmo o “Geraldo”.

Lula tem gratidão pelo “picolé de chuchu” ter aceitado o convite para compor sua chapa à Presidência e ser sua âncora junto ao centro e ao centro-direita. Há pistas já lançadas de que o “Geraldo” será recompensado. Lula já disse que não convidará nenhum dos quadros dos seus antigos governos e que a preferência para o Ministério da Economia recai sobre um quadro que não precisa ser um economista, mas sim que tenha habilidade política. “O que não quer dizer que não seja economista e político”, ressaltou o ex-presidente. Mas, a maior demonstração de que Alckmin tem tudo para ser o “cara” foi uma nada sutil declaração “daquelas bem Lula”. Em evento realizando em uma entidade patronal, um dos empresários presentes perguntou de chofre se o candidato do PT escreveria uma outra carta ao povo brasileiro. Lula respondeu igualmente de pronto, apontando para Alckmin: “Minha carta ao povo brasileiro está ali”.

Os assessores palacianos são uma grande incógnita mesmo no espaço amplo das especulações. Durante algum tempo, o senador Jaques Wagner foi cotado para a chefia do Gabinete Civil, mas a decisão de Lula de não repetir seus ex-colaboradores no atual governo meio que o tira de uma virtual competição. Segundo fontes bem próximas a Wagner, ele não gostaria de ter um papel de grande protagonismo no futuro governo. Junta pouca fome com a indisposição em comer. Nesta semana, o nome que ascendeu para os cargos de Gabinete Civil ou Secretaria Geral da Presidência foi o de Gleisi Hoffmann. Lula tem apreço pela presidente do PT, que lhe foi fiel em todos os minutos. Além do mais, o pequeno grande critério de não pertencer a seus governos passados não a atinge: Gleisi foi ministra do governo Dilma, não da gestão Lula. E um dado comportamental que o ex-presidente adora: Gleisi quer trabalhar o tempo inteiro, o que, portanto, lhe tira uma enorme bagagem das costas.

Há ainda uma possibilidade de um outro pé de boi, o economista Aloísio Mercadante, assumir um cargo no Planalto: o de secretário particular da Presidência. Trata-se de uma escolha pessoal, da qual Lula pode se proteger afirmando que a função não é a de ministro, nem que ele tenha comparecido em governo anterior, mas, sim, de um assessor pessoal. Quem sabe? Coisas de Lula.

Com Alckmin, conforme tudo indica que ocorrerá, ou mesmo Fernando Haddad, o ministério Frankenstein da Economia de Paulo Guedes, será desmembrado. O Ministério da Indústria e Comércio voltará à cena. O nome mais forte para a missão é o do atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente de Lula, José Alencar. Essa é uma pule de dez. O pacote de Josué traz gratidão, lealdade, reconhecimento da competência e indiscutível representação de classe. Chegou-se a cogitar, inclusive, seu nome para o ministério da Economia. Ou mesmo da Infraestrutura.

Uma das outras pernas da centopeia criada por Guedes, o Ministério do Planejamento, iria para o economista Luiz Guilherme Schymura, atual presidente do Ibre, da Fundação Getulio Vargas, e ex-presidente da Anatel, ainda no governo Lula. Schymura não é o que se poderia chamar de um liberal clássico ou um neoliberal, mas um liberal modernizante ou progressista, com pensamento praticamente antagônico ao do atual gestor da Economia. Receberia o afortunado retorno do BNDES para a Pasta do Planejamento. Trata-se de uma questão em aberto. Também Josué deseja o banco debaixo do guarda-chuva do Ministério da Industria e Comércio. Como já foi dito e redito,  Lula quer turbinar o banco e recolocá-lo no centro de importantes decisões econômicas. E o presidente do BC? Como o RR ressaltou no dia 13 de setembro, até meados do provável governo Lula – ou aliás, qualquer outro governo – Roberto Campos Neto será o titular da autoridade monetária. E daí para frente? Campos Neto já disse que não pedirá sua recondução.

Pelo menos 80% das cartas do baralho constroem as canastras que levam ao nome de Henrique Meirelles. O ex-presidente do BC no governo Lula tem a confiança do candidato do PT. Já sinalizou que ficará na moita, acumulando a participação em conselhos de empresas, fazendo hora até que seu tempo chegue. Ou não, conforme todas as hipóteses aventadas nesse texto. Até porque, só Lula escolhe quem vai, para onde vai e em qual hora anunciar.

Para o Ministério do Trabalho, extinto e recriado pelo governo Bolsonaro, três nomes de alta envergadura no PT são comentados para o cargo: Ênio Verri, Rui Costa e Wellington Dias. Verri é economista, atual vice-líder do PT na Câmara, tem excelentes relações com Roberto Requião – de quem foi secretário do Planejamento. Costa sucedeu a Jaques Wagner no governo da Bania. Teria o apoio de José Dirceu. Já Wellington Dias é considerado um dos quadros mais preparados e moderados do PT. Dias é especializado em políticas públicas. Foi vereador, deputado estadual, deputado federal, senador e governador do Piauí, todos os mandatos pelo PT. Atualmente – e bem provável que seja temporariamente – busca uma cadeira de senador.

Lula teria ainda uma novidade para a Educação, que pretende tornar uma das Pastas mais prestigiadas da constelação de ministérios do seu governo. Para o cargo seria convidado o economista Claudio Haddad, dono do Insper.  O patrono da indicação de Haddad seria o candidato a governador e homônimo, Fernando Haddad, que, inclusive, deu aula no Insper – ver RR de 25 de julho. O economista assumiria um papel de “gestor da educação”, dando ordem nos gastos e sua destinação. Há muito dinheiro do governo dirigido à educação. O retorno, porém, é baixo porque sua alocação é ineficiente. Haddad seria o nome indicado para a missão.

Se depender do kaiser do PT, o suspense seguirá até o fim do provável segundo turno. Lula fez praticamente o mesmo no seu primeiro mandato. Sua festejada intuição parece dizer que é melhor jogar como um poste fincado na pequena área. Ele dificilmente criará fatos políticos capazes de deslocar o seu mando de campo. Fica tudo em suspense, para anunciar depois. Aguardemos.

#Fernando Haddad #Gleisi Hoffmann #Lula #Marina Silva #PT

Fiesp 1

7/07/2022
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Dos principais candidatos, Jair Bolsonaro é o único que ainda não respondeu ao convite da Fiesp para um debate com empresários. Segundo uma fonte palaciana, quando perguntado sobre o assunto, Bolsonaro não esconde a implicância com Josué Gomes da Silva, presidente da entidade: “Aquele lá é Lula”.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula

Fiesp 2

7/07/2022
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Luiza Helena Trajano saiu do almoço com Lula na Fiesp dizendo que está “quase tudo dominado”. Ou seja: o empresariado já topa o “Lula lá”.

#Fiesp #Luiza Helena Trajano #Lula

Entrelinhas

12/05/2022
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Tarcisio Freitas e Paulo Skaf tiveram uma nova conversa na semana passada. Freitas levou um recado, sabe-se de quem, encorajando Skaf a disputar o Senado. O ex-ministro agradece. Não quer o ex-presidente da Fiesp como vice em sua chapa.

#Fiesp #Paulo Skaf #Tarcísio Freitas

Acervo RR

Cobertor curto

5/05/2022
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A Ammo Varejo, braço da Coteminas que controla as marcas MMartan e Artex, deverá empurrar seus planos de IPO apenas para 2023. Será um sinal de descrença de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, com a economia?

#Ammo Varejo #Coteminas #Fiesp

Presidente da Fiesp movimenta suas peças no tabuleiro eleitoral

11/04/2022
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O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, joga em duas posições. Aquela que tem uma ex-posição maior é o distanciamento público do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente nos dois mandatos. Josué assumiu a entidade como um reformista, que pretende atrair a nata do setor para colaborar em propostas de política industrial.

O presidente da Fiesp, ao contrário do seu antecessor Paulo Skaf, não quer saber da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro. Se depender dele, Bolsonaro é passado. Mas, a outra posição no tabuleiro de Josué é a discreta colaboração com Lula para construção de uma política industrial “rebelde”, conforme os dizeres de Roberto Mangabeira Unger, que não siga apenas a receita única de incentivos, renúncias fiscais e dinheiro barato. Um dos interlocutores do manda-chuva da entidade é o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Apesar do desgaste dos últimos anos do governo do PT, quando a política de fomento do banco foi associada a práticas pouco ortodoxas de financiamento, Coutinho é um dos maiores, senão o maior, economista industrialista do Brasil, posto que dividia, mano a mano, com os saudosos Arthur Candal e Antônio Barros de Castro. Josué sabe que Lula e Ciro Gomes são os candidatos mais sensíveis ao revigoramento da indústria, que hoje representa cerca de 12% do PIB. Só que a candidatura de Ciro desidratou. Lula é a alternativa, não porque “papai” era colado com ele, mas porque é o único sensível à causa entre os postulantes à Presidência que devem chegar ao segundo turno das eleições. Há muito tempo que a Fiesp é uma bola murcha, para não dizer furada. Cabe a Josué mudar isso. Agora, é aguardar a hora em que ele vai sair do armário.

#BNDES #Ciro Gomes #Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula #PT

O “Conselhão” de Josué

15/03/2022
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Josué Gomes da Silva quer fazer da agenda ESG uma das principais bandeiras da sua gestão na Fiesp. Entre outras ações, planeja criar um grande conselho, com nomes da sociedade civil representativos do “E” (Environment), do “S” (Social) e do “G” (Governança). Guardadas as devidas proporções, do ponto de vista da sua amplitude seria algo com um quê do antigo Conselhão dos governos do PT – leia-se o CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), do qual seu pai, o então vice-presidente José de Alencar, fez parte. Dentro da estrutura da Fiesp, caberia a este “CDES da Avenida Paulista” aglutinar as funções dos Comitês de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável, já existentes na entidade.

#ESG #Fiesp #PT

Capital e trabalho voltam ao ringue

27/01/2022
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Segundo o RR apurou, a Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público da União) estuda entrar no STF para exigir o reajuste salarial da categoria caso as tratativas com o governo não avancem. Do lado do MP, o PGR Augusto Aras já foi convocado para buscar um diálogo com os procuradores. Missão árdua. A insatisfação entre os servidores do órgão é grande. Estudos da Fenajufe mostram que a defasagem salarial da categoria desde 2019 já ultrapassa os 15% em relação à inflação do período.

A Ford vai ser alvo de uma enxurrada de ações trabalhistas. Segundo uma fonte do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, ex-funcionários de empresas terceirizadas estão se mobilizando para entrar na Justiça contra a montadora. O entendimento do sindicato é que eles têm direito a indenização por quebra de contrato, assim como os empregados da antiga fábrica de Camaçari. Ao todo, são 1,5 mil trabalhadores terceirizados.

Os dirigentes da Força Sindical e da CUT articulam uma audiência com Josué Gomes da Silva. Uma vez confirmado, será o primeiro encontro de Josué com representantes dos trabalhadores como novo presidente da Fiesp. Ressalte-se que o relacionamento entre
as centrais e seu antecessor, Paulo Skaf, se deteriorou depois que o então no1 da Fiesp apoiou a reforma trabalhista e, sobretudo, o fim do imposto sindical. E foi de vez para o vinagre com a proximidade política entre Skaf e o presidente Jair Bolsonaro.

#Augusto Aras #CUT #Fenajufe #Ford #Ministério Público da União #PGR

Uma frente ampla para o Ministério da Economia

3/01/2022
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O economista Arminio Fraga acende uma vela a Deus e outra ao diabo. Diz que está pronto a colaborar – ser ministro da Economia – de um governo que adote suas ideias. Por aderência natural migraria para a candidatura Sérgio Moro. Mas o candidato lavajatista já tem o seu ministro – o professor Affonso Celso Pastore – e reduzidas chances de vitória. Com Bolsonaro, Fraga não tem nem conversa. De Lula recebeu acenos, mas teria recusado. Não é bem verdade. Teria, sim, postergado. Fraga aguarda a indicação de Geraldo Alckmin à vice-presidência de Lula. Seria a forma tortuosa de abrir um canal de diálogo com o líder das pesquisas eleitorais.

O controlador da Gávea Investimentos espera que Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati e José Serra, entre outros “tucanos de cabelos brancos”, venham a aderir à chapa Lula-Alckmin para se juntar aos apoiadores pessedebista da coligação lulista. Ou seja: esse PSDB informal e depurado de nomes como o de Aécio Neves, só para dar o exemplo mais gritante. Fraga se perfila entre os tucanos de boa cepa, mas no fundo tem um lado pessoal que lembra Paulo Guedes: quer obsessivamente ser ministro há anos e anos, amém. Sabe que Lula caminhará para a centro direita.

E que muitas das suas ideias serão incorporadas em um futuro governa lulista. A chave de entrada seria a formalização de Alckmin na vice-presidência. A tropa de choque lulista não descarta um convite a Fraga, mas ele não lidera a lista dos mais bem quistos potenciais futuros ministros da Economia. Lula preferiria um perfil político, mais próximo de estilo Antônio Palocci, titular da Pasta no seu primeiro governo. Dois nomes se sobressaem nessa lista: o do governador do Maranhão e professor de Direito Constitucional da Universidade do Maranhão, Flávio Dino; e do ex-vereador por Teresina, deputado estadual, federal, senador e quatro vezes governador do Piauí – inclusive exercendo o atual mandato -, Wellington Dias. Ressalte-se que os dois compareceram ao jantar oferecido por um grupo de advogados paulistas para aproximar Lula ainda mais de Geraldo Alckmin.

Apetece também ao ex-presidente a escolha de um empresário do setor real da economia. Há diversos papeizinhos com nomes nesse pote: Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice de Lula, José de Alencar, e presidente da Fiesp; Pedro Passos, um dos controladores da Natura, que daria um toque ESG à política econômica; Pedro Wongtschowski, industrialista e presidente do Conselho do Grupo Ultra; Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (ver RR de 22 de dezembro de 2021) e amigo pessoal do assessor de Lula, Aloizio Mercadante – seja lá o peso que isso tenha na escolha; e até mesmo o octogenário Abilio Diniz, que voltou à cena, expondo suas ideias na mídia como se quisesse ser lembrado. Correndo por fora do setor real viria o tecnocrata financeiro multi-partidário Henrique Meirelles – presidente do BC de Lula, ministro da Fazenda de Michel Temer e secretário da Fazenda de João Doria.

Meirelles não está na pole position da indicação para o Ministério da Economia, mas reúne três pontos a favor: se dá bem com Lula, conta com o aval do mercado e teria um bom entendimento com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que estará à frente da autoridade monetária, seja lá quem for o futuro presidente. Meirelles, contudo, tem um ponto avantajado contra ele: a atual relação estreita com Doria, que fará uma campanha eleitoral fustigando Lula. Nesse contexto, Fraga seria o candidato natural do mercado. Recentemente, passou a namorar a centro-esquerda. E atrairia pessedebistas ainda recalcitrantes em relação ao apoio a Lula. Um senhor ponto contra é que é detestado por segmentos influentes do PT. Candidatos a ministro da Economia, portanto, ainda pululam aos montes. De certo mesmo, somente é que todos serão “subministros”. O “titular da Pasta” de fato será o próprio Lula, que, se eleito, pretende que a política econômica seja realizada com dosimetria política. O inverso de Jair Bolsonaro. O que não deixa de ser uma boa notícia.

#Abilio Diniz #Armínio Fraga #Lula #Ministério da Economia #PT

Os prós e contras de Benjamin no Ministério da Economia

22/12/2021
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Caso as especulações que apontam Benjamin Steinbruch como um dos virtuais candidatos ao Ministério da Economia em um governo Lula venham a se consumar, sua indicação ao cargo traria a reboque soluções e problemas. Do lado positivo, Benjamin é um empresário do setor real, preferência esta que Lula já vem cantando por aí. Seria um contraponto ao habitual perfil financista dos ocupantes da Pasta.

Outro ponto a seu favor: Benjamin, vice-presidente licenciado da Fiesp, tem excelente relacionamento com o presidente eleito da entidade, Josué Gomes da Silva. Este, por sua vez, é filho de José Alencar, vice de Lula, e tem ótimo trânsito junto ao ex-presidente. A Fiesp estaria unificada em uma virtual gestão do petista. Benjamin Steinbruch tem ainda uma relação histórica com Aloizio Mercadante. É próximo também de Ciro Gomes.

Por ora, o pedetista ainda é uma incógnita. Mas, se a hipótese de Benjamin como ministro da Economia vingar, seria um motivo a mais para Ciro apoiar Lula em um eventual segundo turno. Mas Benjamin Steinbruch também carrega aspectos negativos. Todos sabem do temperamento difícil do empresário. Além disso, ao aceitar um eventual convite para o Ministério, ele sairia da CSN em um momento de forte consolidação da empresa. Benjamin precisaria de muito desprendimento para se ausentar da companhia e transferir essa missão para um executivo. Um exemplo do que está em jogo: a CSN estuda ampliar seus domínios no setor cimenteiro, com a compra de ativos na Argentina e no Chile.

#Benjamin Steinbruch #Lula #Ministério da Economia

Uma vaga para Skaf

10/12/2021
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O futuro ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estaria trabalhando para ser o vice na chapa do tucano Rodrigo Garcia, candidato ao governo de São Paulo. Coitado! Foi o que sobrou.

#Fiesp #Paulo Skaf

Sonho meu 1

15/09/2021
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Com a volta ao game de Michel Temer, seu velho padrinho político, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, já enxerga uma fresta para ressuscitar sua candidatura ao governo de São Paulo pelo MDB. Sonhar não custa nada.

#Fiesp #MDB #Michel Temer #Paulo Skaf

Bolsonaro incomoda o empresariado de cima a baixo

31/08/2021
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O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, que será lançado nos próximos dias, revela uma metamorfose do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No lugar do Mr. Hyde, apoiador de primeira hora do presidente da República, surge um Dr. Jekyll empenhado em fazer um revisionismo da sua posição de bolsonarista raiz – ainda que o comunicado tangencie a conduta e a gestão de Jair Bolsonaro. A guinada de Skaf indica a influência do futuro presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, eleito para o cargo com o apoio do atual mandatário. Josué endossou o manifesto elaborado pela entidade.

Esse Skaf repaginado tenta, inclusive, dar um caráter mais plural à iniciativa. Segundo o RR apurou, emissários do presidente da Fiesp sondaram a CUT e a Força Sindical para que ambas assinem o documento. Na realidade, com a devida discrição, o próprio Josué estaria conduzindo os entendimentos para buscar o diálogo com a “esquerda”. Skaf não está tentando reinventar a roda. O Brasil tem uma história de união entre o capital e o trabalho em situações limítrofes, vide o movimento pela redemocratização nos anos 80.

O objetivo do empresariado, com esses atos, não é pautar o governo e muito menos mudar sua direção, mas, sim, apontar um novo rumo para 2022. E esse rumo não passa por Jair Bolsonaro. E tampouco por Lula. O próximo passo será a elaboração de um programa de governo. De certa forma, esse movimento já está em curso no âmbito do “Imagine Brasil”, iniciativa liderada pelo empresário Pedro Passos, que tem o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore como um de seus principais formuladores. Feito isso, o desafio seguinte das elites empresariais será encontrar o candidato da terceira via.

O RR não arrisca palpite, mas, neste momento, as setas parecem apontar para o governador João Doria. Paulo Skaf jamais pertenceu às elites empresariais, mas entendeu o Zeitgeist. O que ele está fazendo neste momento, no crepúsculo de seu longo mandato na entidade, é guiar seu rebanho “fiespiano” na direção dos seus parceiros do andar de cima. O espírito do tempo conduz também outro segmento empresarial que até então era um reduto fiel ao presidente Jair Bolsonaro. Ontem, diversas entidades do agribusiness – entre as quais a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) e Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove) – divulgaram uma nota conjunta em defesa da democracia e contra “aventuras radicais”.

Os produtores rurais também estão atendendo ao clamor silencioso dos mais poderosos. Essa junção entre diferentes castas do empresariado não chega a ser uma novidade no Brasil. A principal referência histórica são as Conferências Nacionais das Classes Produtoras (Conclaps), enormes congregações empresariais realizadas entre 1945 e 1977. A quarta e última Conclap reuniu mais de dois mil empresários no Hotel Nacional, no Rio, sob a coordenação técnica de Carlos Langoni. Na ocasião, a Conferência aprovou a divulgação da Carta do Rio de Janeiro, com propostas para a área econômica que foram encaminhadas ao então ministro da Fazenda, Mario Henrique Simonsen. O RR previu o óbvio: a entrada das elites no jogo – ver edição de 11 de agosto. Os manifestos dos empresários não vão se circunscrever ao documento encabeçado por Paulo Skaf ou à nota das entidades do agronegócio, que, por sua vez, se unem à peça “Eleições serão respeitadas”, lançada no início de agosto com o apoio, entre outros, de Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles, Pedro Passos e Carlos Jereissati. Vem mais por aí, sejam manifestações multissetoriais, sejam ações conduzidas por segmentos específicos da economia. Como cravou o RR, as elites estão conversando.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

A sustentabilidade da Fiesp

29/07/2021
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A Fiesp vai embarcar em uma campanha para a elaboração de uma carta de intenções ESG, a ser assinada pela indústria de São Paulo. A iniciativa seria a pièce de résistance da entrada do empresário Josué Gomes da Silva na presidência da entidade. Os assessores da Fiesp consideram que a Federação tem as condições de capitanear o processo em todo o país. A entidade não apenas capitalizaria a iniciativa junto ao governo federal, mas também lideraria a construção de um mercado de carbono subnacional, que seria compartilhado entre a própria Fiesp e o governo de São Paulo.

#Fiesp

Paulo Skaf ainda sonha

23/07/2021
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Uma fonte muito próxima a Paulo Skaf garante que o presidente da Fiesp ainda não desistiu de concorrer ao governo de São Paulo. Skaf avalia que a recente pesquisa do Ipespe o relocou novamente no game dentro do MDB. Ele aparece com 10% das intenções de voto, bem à frente do atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), com 3%, que, a princípio, disputaria a eleição com o apoio do próprio MDB.

#Fiesp #Paulo Skaf

Ponto final

23/07/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Consórcio Nordeste, Goldman Sachs, Assaí, Credit Suisse Hedging Griffo, Cemig, Volkswagen, Inmetro, BlackRock, Fiesp/Paulo Skaf, Uniodonto e ANM.

Promessa indexada

25/06/2021
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Jair Bolsonaro decidiu terceirizar uma parte da sua escancarada campanha pela reeleição. O escalado para levar as boas novas ao empresariado foi Paulo Guedes, já condicionando as medidas a um segundo governo do “mito”. Pelo menos é o que se depreende da postura de Guedes na Fiesp, em reunião no último dia 23. Na ocasião, frente a dirigentes ávidos por um refresco tributário, o ministro afirmou que o IR da pessoa jurídica terá dois cortes de 2,5%: uma redução do tributo neste mandato, e a outra se Bolsonaro for reeleito. É, pois é… O presidente incomodou o Ministério Público com suas “motociatas”. Afinal, é uma propaganda explícita sobre duas rodas. A ver se Guedes está liberado para fazer suas “fiespizadas”.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A tese

21/06/2021
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Josué Gomes da Silva governará a Fiesp voltado para os pequenos sindicatos da indústria e os sindicatos das falsas indústrias, repetindo a gestão de Paulo Skaf.

A antítese

Josué Gomes da Silva mudará a Fiesp de rota e seguirá em direção a sua antiga turma, do Iedi, que são industriais de verdade, dedicados a discutir e propor uma política para o setor no país.

A síntese

Josué vai tentar atrair gregos e troianos para o diálogo democrático. Com o acesso fácil a Lula, fará da entidade um palco de debates sobre política industrial, resgatando o prestígio e a influência da Fiesp.

#Fiesp

Esclarecimento

7/04/2021
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Em relação à informação publicada na edição da última segunda-feira, o empresário Josué Gomes enviou a seguinte nota para o RR, por meio de sua assessoria: “Josué Gomes, presidente da Coteminas, concorre à presidência da Fiesp, cujas eleições serão realizadas em 5 de julho próximo. Para isso, constituiu chapa que conta com o apoio de aproximadamente 98% do colégio eleitoral da entidade. ‘Aceitei o convite com grande responsabilidade perante a indústria paulista e brasileira, compromisso reiterado e ampliado pelo apoio e união dos componentes de minha chapa, todos industriais da maior envergadura’, salienta Josué Gomes. Como se trata de chapa única, ele deverá tornar-se presidente da Fiesp a partir de 1º de janeiro de 2022. ‘Esta é a missão que abracei e à qual estarei integralmente dedicado até o fim do meu mandato à frente da importante federação do meu setor. Minha única agenda será o trabalho em favor do fortalecimento da indústria’, conclui.”

N.R. O RR cumprimenta o futuro presidente da Fiesp, a quem chamou de “virtual” presidente, quando se trata de candidato único, portanto já eleito.

#Josué Gomes

Lula lá?

5/04/2021
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O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, teria conversado com seu virtual sucessor, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vicepresidente José de Alencar, sobre a possibilidade de levar Lula para palestrar na entidade. Milagre? Oportunismo?

#Fiesp #Lula #Paulo Skaf

Governo reluta em dividir vacinação com empresas

25/01/2021
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Um grupo de grandes empresários que representa parcela relevante do PIB e se reuniu recentemente com Jair Bolsonaro propôs a criação de uma frente ampla de vacinação contra a Covid-19. Eles se ofereceram para importar e aplicar o imunizante em seus funcionários. Para além da saúde pública, trata-se de uma ideia que tangencia a questão fiscal. A redução dos custos com a vacinação permitiria ao governo mitigar os gastos públicos, liberando recursos, por exemplo, para uma nova rodada de auxílio emergencial ou para o Programa de Manutenção do Emprego e da Renda.

O governo, no entanto, resiste à proposta. Entre e uma e outra de suas baboseiras, Jair Bolsonaro já afirmou que a vacinação é de controle absoluto da União. No último dia 14, após reunião com cerca de 50 dirigentes empresariais e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, corroborou a posição de Bolsonaro. Ocorre que, de lá para cá, o cenário mudou. E para muito pior. O governo tem sido massacrado pela dificuldade de importar matéria-prima da China e da Índia. Até agora, mesmo com a animação das primeiras aplicações, a única expectativa em relação à logística de vacinação é que ela atrase ou sofra transtornos no seu processo.

A proposta de compartilhar a responsabilidade com o empresariado, segundo o RR apurou, divide o corpo técnico do Ministério da Saúde. Na Pasta, há quem tema que o governo perca o controle sobre a circulação dos imunizantes no país e que a “privatização” das vacinas possa criar privilégios: quem tem mais dinheiro vacinaria mais e com maior velocidade seus funcionários. No entanto, outra corrente da Pasta defende que a entrada em cena das empresas seria uma maneira de cobrir os gaps do próprio governo e acelerar a imunização. Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou. A proposta, ressalte-se, está longe de ser uma jabuticaba. O México, por exemplo, já autorizou a iniciativa privada a importar vacinas para uso próprio. Além disso, esta já é uma prática adotada no Brasil para outras enfermidades. Há recorrentes campanhas de vacinação contra gripe comum em empresas.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

A “nova” Fiesp

15/12/2020
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Josué Gomes da Silva, candidato da situação à sucessão de Paulo Skaf na presidência da Fiesp, confidenciou a pessoas próximas a intenção de rejuvenescer os conselhos da entidade. Uma das mudanças já no radar seria a substituição do ex-ministro do STF Sydney Sanchez, 87 anos, no comando do Conselho de Assuntos Jurídicos e Legislativos.

#Fiesp #Paulo Skaf

Skaf vs. Roriz

13/11/2020
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Paulo Skaf tem usado da sua influência junto ao Judiciário na tentativa de barrar a candidatura do desafeto José Ricardo Roriz Coelho à presidência da Fiesp no ano que vem. Vice-presidente da entidade, Roriz recorreu ao Tribunal de Justiça do Trabalho para garantir sua participação no pleito. Sua candidatura foi impugnada pela comissão eleitoral da Fiesp. Ou seja: por Skaf.

#Fiesp #Paulo Skaf

O dia em que Paulo Skaf virou ninguém

27/10/2020
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O sonho de Paulo Skaf de realizar uma versão moderna da Conclap (Conselho Superior das Classes Produtoras), da qual ele fosse organizador e responsável pelo documento dos empresários da indústria, vai se derretendo de maneira célere. Para onde quer que se olhe, Skaf desidrata. Não desfruta mais do apoio inconteste de Jair Bolsonaro e deixou de ser um interlocutor de Paulo Guedes. Skaf foi aparteado do debate entre a indústria e a equipe econômica, hoje liderado por nomes como Pedro Wongtschowski, Pedro Passos e Horacio Lafer Piva, que assumiram o papel de discutir políticas e medidas para o setor. A perda de prestígio do presidente da Fiesp se estende também ao MDB, seu partido. Dentro da sigla, sua candidatura ao governo de São Paulo em 2022, antes tida como certa, enfrenta crescente resistência.

Mas é dentro do próprio território que antes dominava com poderes absolutistas que o esvaziamento de Paulo Skaf talvez chame mais a atenção. Skaf rachou com o empresariado paulista e perdeu até mesmo o suporte institucional da Fiesp. A ponto, inclusive, de já ter declarado que não concorrerá à reeleição e deixará o comando da entidade no próximo ano – quem anuncia que vai sair é porque já saiu. Skaf perdeu influência até mesmo junto ao baixo clero da Fiesp, composto de sindicatos de pequeno porte e de “industriais sem indústria”, como é o seu próprio caso.

#Paulo Skaf

A Pauliceia desvairada na sucessão da Fiesp

14/09/2020
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Benjamin Steinbruch, Paulo Skaf, Josué Gomes da Silva, Ciro Gomes, Iedi… Todos são personagens da pauliceia desvairada que promete ser a eleição da Fiesp, em 2021. As múltiplas combinações cruzadas, os blefes de parte a parte e os interesses em jogo fazem desta a mais estranha sucessão da história recente da entidade – mesmo porque a indústria paulista não sabe o que é sucessão há 16 anos. E saberá desta vez? A  peça central no tabuleiro é o sempre dúbio Paulo Skaf. O mandatário já anunciou que não concorrerá ao pleito. Mas, há pessoas próximas a Skaf que acreditam se tratar de jogo de cena.

O próprio vazamento da informação de que Gomes da Silva é o nome da preferência do presidente da Fiesp para ser seu sucessor é visto por muitos como parte do teatro. Outro ponto de interrogação importante é Benjamin Steinbruch. O “barão do aço” vem sendo cortejado por um grupo de empresários de oposição a Paulo Skaf para disputar a eleição. Steinbruch é visto como um nome de peso suficiente para galvanizar o apoio de figuras importantes do empresariado paulista, cooptar sindicatos dos mais diversos segmentos da indústria e, dessa maneira, cindir por dentro a poderosa máquina eleitoral montada por Skaf.

Steinbruch, ressalte-se, é vice-presidente licenciado da entidade desde 2018, quando teria rompido com Paulo Skaf. No entanto, há dúvidas dentro da própria Fiesp se o relacionamento entre ambos está realmente abalado ou não. Ou seja: Steinbruch é um enigma. Tanto pode ser o rival de Skaf ou de seu candidato como um importante aliado para que tudo fique como está na entidade. Outra incógnita: como seria a Fiesp de Benjamin Steinbruch?

O “barão do aço” manteria a instituição como base de atendimento dos pequenos sindicatos ou levaria de volta a entidade a algo mais próximo dos tempos de Horácio Lafer Piva, a última gestão que privilegiou o apoio à indústria? O primeiro significaria na prática, seguir com o modelo Skaf; já o segundo, sob certo aspecto, representaria a incorporação de uma parte do ideário do Iedi, que não deixa de ser um spinoff da própria Fiesp. E se Benjamin, a exemplo do próprio Skaf, tiver o interesse de transformar a entidade em plataforma para um projeto político? Nesse caso, todos os caminhos apontam na direção de Ciro Gomes. Em 2018, Steinbruch esteve cotado para ser o vice na chapa de Ciro. Talvez essa dobradinha não estivesse devidamente madura para ocorrer na ocasião.

#Benjamin Steinbruch #Ciro Gomes #Fiesp #Josué Gomes da Silva #Paulo Skaf

Sindicalismo de resultado

9/09/2020
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Um exemplo da anemia do trabalho frente ao capital: os 130 mil empregados da indústria química, petroquímica e de plásticos de São Paulo deverão aprovar, nesta semana, o Acordo Coletivo de Trabalho proposto costurado pelo sindicato patronal e pela Fiesp. O que sempre foi uma das mais demoradas e duras negociações entre empregados e patrões da indústria paulista virou um aperto de mão selado dois meses da data-base da categoria, em novembro.

#Fiesp

Saia justa

3/09/2020
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A articulação de Paulo Skaf, aliado de Jair Bolsonaro, para indicar Josué Gomes da Silva como candidato a sua sucessão na Fiesp não foi bem recebida no Palácio do Planalto. Bolsonaro olha para o filho de José Alencar e automaticamente enxerga o rosto de Lula.

#Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Monarquia

24/06/2020
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Paulo Skaf tem certeza de que já levou. Conta com o apoio mais do que suficiente de sindicatos do interior para garantir a mudança nos estatutos da Fiesp e concorrer, ou melhor, ser aclamado para o quinto mandato à frente da entidade.

#Paulo Skaf

Falta um balanço social da pandemia

29/05/2020
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Se Betinho fosse vivo, estaria cobrando um balanço social da pandemia. Até o momento, não se tem qualquer ideia do estoque de doações do setor privado para o combate ao coronavírus e do impacto dos benefícios, que certamente não são pequenos. A iniciativa poderia ser capitaneada por uma entidade empresarial, a exemplo de Fiesp, Sistema S, Instituto Ethos etc etc.

Qual o valor total das contribuições? Quantos hospitais de campanha foram montados? Qual o volume total de equipamentos encaminhados ao governo – respiradores, leitos de UTI, máscaras? Quantas vidas foram salvas graças ao apoio do setor privado?

Basicamente, por ora a exposição das benfeitorias está restrita aos grandes campeões, leia-se as maiores empresas do país, que, não obstante o mérito, têm mais poder de fogo também para capitalizar os ganhos de imagem. Nem todos que estão colaborando conseguem veicular um comercial no intervalo do Jornal Nacional ou fazer um anúncio da página inteira em jornais. Há uma miríade de empresas de pequeno e médio porte em todo o Brasil que têm contribuído com ações contra a pandemia, uma corrente que não está sendo devidamente enxergada pela sociedade.

#Covid-19 #Fiesp

Indústria vs. indústria

13/04/2020
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CNI, Fiesp e outras entidades do setor industrial pressionam o Ministério da Economia a voltar atrás na decisão de paralisar as consultas públicas para adesão ao Ex-Tarifário. Trata-se do regime tributário que permite às indústrias obterem redução do Imposto de Importação sobre máquinas e equipamentos de última geração sem produção nacional. Enquanto a medida perdurar, a empresa que cometer a ousadia de comprar maquinários no exterior terá de pagar a alíquota plena de 14%. Procurado, o Ministério da Economia confirma a medida, dizendo ter atendido a uma solicitação da Abimaq. Segundo a Pasta, com as restrições impostas pela Covid-19, “diversas empresas associadas concederam férias coletivas, impossibilitando o atendimento dos prazos de respostas às consultas públicas”. Línguas ferinas do setor industrial dizem que os fabricantes nacionais de máquinas se aproveitaram da Covid-19 para criar uma “quarentena de mercado”.

#Covid-19 #Fiesp #Ministério da Economia

As Forças Armadas em três tempos

12/03/2020
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Os protestos contra o Congresso convocados para o próximo domingo foram objeto de reunião do Alto Comando do Exército. Antes que alguém pense o contrário, não houve qualquer demonstração de desconforto em relação às passeatas. O posicionamento da grande maioria foi de equidistância. Alguns poucos comentários abordaram a questão do Orçamento, uma espécie de catalisador das manifestações do dia 15 e um tema particularmente caro às Forças Armadas. Os oficiais generais consideram que não há fato novo nas passeatas. Trata-se de manifestações que já ocorreram no governo Bolsonaro, sendo mantido o estado da ordem. Quanto ao protesto contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, segundo a fonte do RR, os militares avaliam que faz parte da democracia. Mas não falta quem considere tratar-se de um bom puxão de orelhas em juízes e parlamentares.

Segundo uma fonte palaciana, o general Luiz Eduardo Ramos deve ser a próxima vítima da máquina de moer ministros do governo Bolsonaro. A avaliação do presidente é que o responsável pela articulação política foi engolido pelo Congresso na contenda em torno do Orçamento. Mas, a eventual demissão de Ramos não representaria um militar a menos no Palácio do Planalto: de acordo com a mesma fonte, o nome mais cotado para substituí-lo é o general Antonio Miotto, atual chefe do Comando Militar do Sul.

Caso se confirme, a indicação do quatro-estrelas tem tudo para acicatar ainda mais as relações entre o Executivo e o Congresso. O general Miotto levaria para a Secretaria de Governo um estilo mais áspero. “Tropeiro” – esteve à frente também do Comando Militar da Amazônia –, o general não é necessariamente conhecido pelo traquejo político. Ao contrário de alguns de seus colegas no Alto Comando, passou longe de cargos de assessoria parlamentar ou congêneres.

É a antítese do atual ministro. Tido por seus próprios colegas do Alto Comando como alguém de perfil mais moderado, o general Ramos foi escolhido por Bolsonaro pelo seu bom trânsito fora das Forças Armadas, notadamente entre o empresariado paulista – o quatro estrelas é muito ligado ao general Adalmir Domingos, coordenador executivo dos Conselhos e Departamentos da Fiesp.

As Forças Armadas serão uma peça ainda mais importante na operação de guerra montada pelo governo contra o coronavírus. O Exército já planeja, ao lado do Ministério da Saúde, o deslocamento de tropas para dar apoio no combate à disseminação da doença e no tratamento dos infectados. Há duas regiões de fronteira consideradas de maior risco: em Roraima, na divisa com a Venezuela, e no Amapá, no limite com a Guiana Francesa. O governo cogita montar uma espécie de hospital de campanha nas duas regiões, para ajudar na triagem de casos suspeitos e no encaminhamento para hospitais nos dois estados. No caso do Amapá, já há conversações avançadas entre o governo estadual e o federal para o envio de tropa do Exército. Ainda que o sistema de saúde pública venezuelano esteja em situação precária por conta da grave crise econômica, a Guiana preocupa ainda mais as autoridade brasileiras: o país já registrou cinco casos da doença. Na região do Oiapoque, há um considerável fluxo de pessoas entre os dois países, notadamente de indígenas, mineradores e trabalhadores na indústria do extrativismo vegetal.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Skaf & Bolsonaro

24/01/2020
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A Fiesp vai destinar recursos para a campanha do governo federal de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. O mérito da iniciativa é indiscutível; assim como o empenho cada vez maior de Paulo Skaf de se aproximar de Jair Bolsonaro.

#Fiesp #Paulo Skaf

Uma “parceria público-privada” pela extinção do INPI

6/01/2020
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Há um frentão público-privado contra o INPI. CNI, Fiesp, entidades do agronegócio, Ministérios da Economia e da Agricultura e bancada ruralista, entre outros atores, estão se unindo em uma forte campanha pela extinção do Instituto Nacional de Propriedade Industrial. A coalizão – articulada pelo próprio ministro Paulo Guedes e pelo Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Costa – tem como objetivo a aprovação da Medida Provisória em gestação no Ministério da Economia que dá um ponto final ao INPI. A MP prevê a transferências das atribuições da autarquia para uma revigorada Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Sistema S. Além da indústria – a mais atingida pela letargia do Instituto –, chama a atenção o peso com o que o agronegócio entrou na campanha pela extinção da autarquia. Os produtores rurais enxergam no INPI um vilão, que, ainda que por vias oblíquas, tem feito o jogo das grandes multinacionais de agrociência. A barafunda de consultas e processos que não raramente se arrastam por mais de uma década é uma das principais razões para o crescente grau de judicialização do agronegócio na esfera da propriedade industrial. Os tribunais estão apinhado de ações de produtores rurais contra empresas como Bayer, Syngenta etc etc. O agronegócio acusa esses grupos de cobrarem royalties por patentes que já caducaram. O contencioso mais grave diz respeito à semente de soja transgênica Round Up, produzida pela Monsanto, adquirida pela Bayer em 2018. As disputas judiciais relativas aos royalties do produto somam mais de R$ 15 bilhões.

Talvez seja apenas coincidência; talvez, não. Em meio às articulações para o fim do INPI, o RR tem a informação de que o governo brasileiro não pretende apresentar candidatura própria para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI) – a eleição será realizada em setembro. Roberto Jaguaribe, ex-presidente do próprio INPI no governo Lula, era o nome mais cotado para disputar o cargo. De acordo com a mesma fonte, José Graça Aranha, atual representante da OMPI no Brasil, também vinha trabalhando sua candidatura dentro do Itamaraty. Deve ficar para a próxima…

#CNI #Fiesp #INPI #Ministério da Cultura #Ministério da Economia

O “agronegócio” da Fiesp contra a venda de terras

24/10/2019
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Direto da Avenida Paulista no 1.313: o RR apurou que o jurista Torquato Jardim, ex-ministro da Justiça no governo Temer e membro do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos da Fiesp, está elaborando um parecer contra o projeto de lei do senador Irajá Abreu que propõe a liberação da venda de terras para estrangeiros. Encomenda do próprio Paulo Skaf, que posteriormente vai envelopar o documento com o selo do Departamento de Agronegócio da entidade.

#Fiesp

Água no deserto

23/09/2019
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A ministra Damares Alves vai se reunir hoje com dirigentes da Fiesp. Tentará angariar o apoio financeiro de empresários paulistas para programas sociais do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Melhor esperar sentada.

#Damares Alves #Fiesp

Chuva de milhões

5/07/2019
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O mercado publicitário está em polvorosa. A Fiesp vem aí com uma campanha pró-reforma da Previdência que povoa os sonhos de qualquer agência de publicidade. Os anúncios recentemente veiculados em redes sociais foram apenas um apettizer. Conforme a própria entidade confirmou, a Fiesp dará continuidade à campanha com anúncios em jornais.

#Fiesp

Exemplo de cima

1/07/2019
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A notícia de que bilionáriosnorte-americanos pediram ao governo que taxe suas fortunas parece ter tocado o coração de pedra das elites brasileiras. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estaria liderando uma “vaquinha” para ajudar na reconstrução do Museu Nacional. Segundo a fonte, outras listas serão passadas junto ao empresariado. Tudo bem que no final seja faturado como marketing institucional. Mas trata-se de excelente notícia.

#Fiesp

Brigada da Fiesp

14/06/2019
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Paulo Skaf “chegou” ao Palácio do Planalto. O general Luiz Eduardo Ramos, substituto de Santos Cruz na Secretaria de Governo, é muito próximo do General Adalmir Domingos, coordenador executivo dos Conselhos e Departamentos da Fiesp.

#Fiesp #Paulo Skaf

Críticas e desagravos opõem togados e ex-fardados

5/04/2019
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Há uma óbvia relação entre o ato de desagravo ao Supremo Tribunal Federal na última quarta-feira e o editorial da nova edição da Revista do Clube Militar. O manifesto de apoio da “sociedade civil” ao STF – que uniu da OAB à CNBB e ao Conselho de Pastores, passando por Fiesp e Força Sindical – ocorreu poucos dias após a publicação entrar em circulação com o editorial intitulado “Ditadura da Toga?”. No texto, o presidente do Clube Militar, General de Divisão Eduardo José Barbosa, faz duras críticas à decisão do STF de que processos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à prática do “caixa 2” devem migrar para a Justiça Eleitoral.

O General afirma que “fica evidente uma ofensiva contra a Operação Lava Jato, deixando a suspeição de haver uma disputa pelo poder no âmbito do próprio Judiciário ou uma tentativa de ‘favorecer a defesa dos corruptos’”. No editorial, o presidente do CM classifica como “uma atitude presunçosa, arrogante e, mesmo, raivosa” a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, que determinou a abertura de inquérito “para apurar contestação, ofensa, crítica ou ameaça” contra os ministros da Corte e seus familiares. “Por que não se pode criticar ou contestar?”, questiona o General Barbosa. Por sua vez, segundo informações correntes, o ato “espontâneo” de desagravo ao STF teria sido organizado pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux. O cenário é de uma “guerra fria”.

É importante que se faça algumas ressalvas. O STF não representa o Judiciário, em que pese ser a mais alta Corte do país. O Clube Militar, por sua vez, não vocaliza os militares da ativa, não obstante representar todos os oficiais que passaram pelo Exército, o que não é pouca coisa. Consultado pelo RR se o editorial em questão configura uma crítica a um episódio específico, o chamado julgamento do “caixa 2”, ou se trata de uma avaliação negativa do comportamento recente do STF, o CM respondeu que “Ambos”. Perguntado se planeja outras manifestações publicas neste sentido, o Clube Militar disse “Talvez”.

O RR também entrou em contato com o STF, que não quis se pronunciar sobre o episódio. Pode ser que seja apenas um jogo de cena, mas uma fonte do Supremo disse à newsletter que não reconhecia qualquer importância na manifestação do General Barbosa. Ao se referir à posição do Clube Militar, em tom irônico o interlocutor chegou a se utilizar da frase proferida pelo ministro Ricardo Vélez ao mencionar o “guru” Olavo de Carvalho e suas seguidas interferências na Pasta da Educação: “Não passam de fenômenos meteorológicos.

#OAB #Operação Lava Jato #STF

Empresariado busca seu futuro no passado

12/02/2019
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Um dirigente da Fiesp que já participou de bravas jornadas em nome da democracia e do desenvolvimento durante o regime militar defende um retorno ao passado para permitir que o empresariado volte a protagonizar a cena política e econômica. A tese é que as entidades de classe estão perdendo prestígio e representação em todos os setores, ficando restritas à agenda de pedintes em causa própria. “Ninguém mais nos ouve”, reclama. O empresariado não tem mais um projeto de poder, de tomada do Estado ou mesmo de negociação junto aos governos.

É como se tivesse se divorciado do interesse nacional, ficando restrito as suas pequenas causas. CNI, Confederação Nacional do Comércio, Fiesp, Confederação da Agricultura, Febraban, Anfavea… Lembre-se de qualquer outra entidade, pois não importa. Todas perderam a ressonância individual. O paladino do empresariado paulista acha que a solução para o desprestígio isolado seria a coletivização das forças. Lembra-se da Confederação Nacional das Classes Produtoras (Conclap), que eram enormes congregações de entidades patronais. As Conclaps detinham um Conselho Superior que formulava sugestões técnicas para que a megaentidade pressionasse o governo.

A primeira Conclap se deu em 1945. Reuniu nada mais nada menos do que 680 entidades empresariais representativas do comércio, indústria, agricultura e bancos. Realizou-se na Região Serrana do Rio, e lá foi redigida a célebre Carta de Teresópolis. A III Conclap ocorreu em 1972, no Museu de Arte Moderna, reunindo 1,5 mil empresários de todo o país. Nomes como Jorge Geyer, Jorge Oscar de Mello Flores e Raphael de Almeida Magalhães estiveram envolvidos na montagem do conclave. Simonsen produziu textos técnicos. Em 1977, no Hotel Nacional, realizou-se a quarta e última das Conclaps.

Mais de dois mil empresários participaram e o assessor técnico foi Carlos Geraldo Langoni, que viria a ser presidente do Banco Central. Esses eventos e as articulações adjacentes conseguiram escrever capítulos na história de participação dos empresários no planejamento e implementação de políticas de desenvolvimento nacional. O rebelde da Fiesp, fonte do RR, afirma que como está hoje as organizações do empresariado só ficarão levando carões, a exemplo da ameaça de corte de parcela do Sistema S. “Viramos tiririca do brejo. Só ficamos tratando da copa e cozinha nas nossas associações. Como está hoje, estamos excluídos. Mas fazemos parte desse jogo tanto quanto eles que estão lá nos Três Poderes”, disse.

#Fiesp

O farmacêutico dos M&As

29/01/2019
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Se a Fiesp é comandada por um “sem-indústria”, é possível que logo, logo o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) seja presidido por um “sem-laboratório”. Eleito para dirigir a entidade no último mês de dezembro, Omilton Visconde Jr. tem recebido sondagens tentadoras de grupos internacionais interessados na aquisição da Cellera Farma. Trata-se de uma das maiores fabricantes de dermocosméticos do país, criada em 2017 em parceria com o fundo Victoria Capital Partners. A julgar pela biografia de Visconde, o destino da Cellera já está traçado. O empresário fundou a Biosintética, vendida em 2005 para o Aché por R$ 600 milhões. Logo depois, criou a Segmenta, fabricante de soro fisiológico do Brasil. A companhia não tardou a ser vendida à Eurofarma, operação que colocou mais R$ 500 milhões na conta de Visconde.

#Fiesp

Risco endêmico

17/01/2019
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A Procuradoria Federal da AGU junto à ANTT considera elevado o risco de que a derrota jurídica sofrida ontem pela agência se alastre pelo país. A 8ª Vara Federal do DF proibiu o órgão regulador de multar empresas associadas à Fiesp que contratem frete rodoviário abaixo do piso até que seja editada uma nova resolução sobre o assunto. O caminho está aberto para que outras entidades empresariais busquem o mesmo direito na Justiça. O imbróglio remete à MP 832/2018, baixada pelo presidente Michel Temer em maio do ano passado para pôr fim à greve dos caminhoneiros.

#Fiesp

Cruzada anti-Doria

15/10/2018
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Marcio França e Paulo Skaf estão fechando uma espécie de “M&A eleitoral”. Boa parte da estrutura de comunicação que atendeu o emedebista no primeiro turno vai se integrar ao staff de França, a começar pelo marqueteiro Fabio Portela. O próprio presidente da Fiesp estaria disposto a ajudar financeiramente a candidatura do atual governador de São Paulo. Para Skaf, tudo vale a pena quando o objetivo é derrotar o desafeto João Doria.

#João Doria #Marcio França #Paulo Skaf

A agenda Haddad

7/08/2018
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Além do encontro com o nº 1 da Febraban, Murilo Portugal, Fernando Haddad costura também sua ida à Fiesp para uma conversa com o presidente em exercício da entidade, José Ricardo Roriz Coelho. Ainda em agosto, deverá se reunir com investidores em Nova York. O RR apurou que o PT articula também um evento entre Haddad e prefeitos do partido. Mas o candidato do PT à Presidência é Lula..

#Febraban #Fernando Haddad #Fiesp

Solidário, nem no câncer

30/07/2018
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Quem assistiu de camarote e se divertiu com a desgraça de Roberto Gianetti foi o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pré-candidato do MDB ao governo paulista. Gianetti, diretor da área internacional da Fiesp, foi o primeiro “aliado” de Skaf a se insurgir contra a longa permanência de Skaf no poder na Federação. Ele chegou a chamar de “golpe” a reeleição no emedebista na entidade.

#Fiesp

Acervo RR

Sal grosso

26/07/2018
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O diretor da Fiesp, Paulo Francini, apelidado de Mr. Apocalipse, piorou ainda mais suas previsões para este ano. Já estima um crescimento do PIB entre 0,5% e 1%. Vade retro!

#Fiesp

Sal grosso

26/07/2018
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O diretor da Fiesp, Paulo Francini, apelidado de Mr. Apocalipse, piorou ainda mais suas previsões para este ano. Já estima um crescimento do PIB entre 0,5% e 1%. Vade retro!

#Fiesp

Acervo RR

Pente fino

25/07/2018
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O pré-candidato ao governo de São Paulo do MDB, Paulo Skaf (presidente licenciado da Fiesp) fez um pente fino com aliados do Ciesp no interior paulista antes de escolher a tenente-coronel da Polícia Militar Carla Danielle Basson como vice em sua chapa. Ele tinha um perfil: mulher, militar e ex-aluna do Sesi. Carla preenchia todos os requisitos. Os marqueteiros de Skaf já estão pensando em vídeos com ela fardada em instalações do Sesi, que é a grande “vitrine” do emedebista.

#MDB

Pente fino

25/07/2018
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O pré-candidato ao governo de São Paulo do MDB, Paulo Skaf (presidente licenciado da Fiesp) fez um pente fino com aliados do Ciesp no interior paulista antes de escolher a tenente-coronel da Polícia Militar Carla Danielle Basson como vice em sua chapa. Ele tinha um perfil: mulher, militar e ex-aluna do Sesi. Carla preenchia todos os requisitos. Os marqueteiros de Skaf já estão pensando em vídeos com ela fardada em instalações do Sesi, que é a grande “vitrine” do emedebista.

#MDB

Negócios

Cesta de três

29/03/2018
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A política de marketing esportivo da Fiesp tem servido de bandeja para alavancar a exposição de Paulo Skaf na mídia. No intervalo de apenas oito dias, o pré-candidato ao governo de São Paulo apareceu sob os  holofotes no anúncio da criação do time de basquete  feminino do Sesi, na renovação do contrato de patrocínio à equipe masculina do Franca e no jogo das estrelas do Novo Basquete Brasil.

#Fiesp #Paulo Skaf

Os sete dias que revelaram Ciro Gomes ao mundo

15/03/2018
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Desde que foi formalizada pelo PDT a candidatura do ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito e ex-senador Ciro Gomes à Presidência da República, na última quinta-feira, dia 8, o mercado eleitoral vive um estado de discreta efervescência. O movimento ascendente de Ciro, medido pelo aumento das postagens na internet, a animação da militância ou mesmo o espaço concedido pela mídia, ganhou um novo público-alvo tão inusitado quanto silencioso. São dezenas de empresários que repentinamente descobriram o candidato com o currículo mais lustroso entre seus pares e se mobilizam, discretamente, para saciar a curiosidade por esse personagem até então meio renegado pela esquerda e pela direita.

Nesses últimos sete dias que alteraram virtualmente o mapa da sua potencialidade eleitoral, os chamados “jornalões” concederam a Ciro e seus assessores um espaço 70% superior à soma das suas publicações no ano. Para não dizer que é coincidência, o Jornal Nacional disponibilizou um tempo 30% maior ao lançamento da candidatura pedetista em comparação à de Rodrigo Maia, sancionada na convenção do DEM no mesmo dia. Sem fazer marola, o establishment passou a incorporar Ciro Gomes no cálculo eleitoral. O interesse dos empresários em ouvir o candidato sobre suas ideias e auscultar a consistência de seus assessores econômicos aumentou nesses sete dias. A monolítica Fiesp, latifúndio do emedebista Paulo Skaf, já acenou que quer conversar.

O vice-presidente da entidade patronal, Benjamin Steinbruch, até há pouco tempo contratante dos serviços do Ciro adviser e estrategista, é o abre-alas na Fiesp. Os dirigentes do capital estrangeiro e do mercado financeiro, tanto por medo quanto por instinto de proteção, buscam informação sobre as ideias do controverso tertius da esquerda. Hoje mesmo, o candidato estará na Associação Comercial do Rio de Janeiro, templo do conservadorismo empresarial, dando uma palestra. Ciro pretende despejar na campanha objetos de desejo do empresariado, notadamente os industrialistas.

Repetirá que vai trabalhar com um câmbio competitivo de olho nas exportações de produtos beneficiados, colocar o ajuste fiscal no centro do seu programa, realizar a reforma da Previdência, reduzir o nível dos juros a patamares civilizados, fazer política de fomento a setores como saúde e segurança, nunca colocados sob a perspectiva de geradores de inovação, simplificar o sistema tributário e diminuir a taxação sobre a pessoa jurídica para aumentá-la sobre a pessoa física. Mas que ninguém se iluda que Ciro mudou, pois estão no programa o imposto sobre fortuna, a tributação sobre dividendos e o encampamento remunerado das áreas de petróleo negociadas depois do “golpe em Dilma Rousseff”. Essas propostas já decantavam há meses em tonéis envelhecidos da sua campanha. Elas tornaram-se o must da temporada dos últimos sete dias.

São ideias batidas, assim como a maior parte das boas ideias. A diferença, entretanto, é que Ciro empresta uma energia inédita a esses consensos coletados em museus tucanos, campinenses e liberais. Mas o candidato também promete novidades. Pensa em receber aconselhamento de Prêmio(s) Nobel – por que não? – e a avaliação deles do seu plano do governo.

Ciro em sete dias tornou-se o candidato cult da esquerda, cujo plano das ideias passou a interessar, principalmente, àqueles que o detestam. A luminosidade recente de Ciro traz um efeito colateral, ao lançar um feixe de escuridão naquilo que seria sua definitiva afirmação eleitoral: a aliança com Lula e o PT. De toda a forma, nas próximas duas semanas esse fluxo de curiosidade poderá ter reflexo nas pesquisas. Se Ciro ultrapassar Marina sem nenhum apoio do PT ou de Lula, há algo de extremamente competitivo tomando forma no campo da centro/esquerda. Até a data base do lançamento da sua candidatura dois adjetivos eram suficientes para situá-lo no espectro da política: descontrolado e inconfiável – devido ao seu temperamento mercurial. Os últimos sete dias deixaram claro que essas duas palavras são minúsculas se o objetivo é interpretar o fenômeno que eclodiu nesse curto prazo. O pulso de Ciro Gomes pulsa mais forte.

#Ciro Gomes #PDT

Caravana da Fiesp

23/02/2018
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A partir de amanhã, o pré-candidato ao governo paulista Paulo Skaf vai deflagrar uma intensa agenda de viagens pelo interior o estado. Aproveitará o périplo para “viralizar” entre os correligionários pesquisa que chegou às suas mãos nesta semana. Nela, Skaf aparece com 15% das intenções de voto, atrás de Celso Russomanno, mas à frente de João Doria.

#Fiesp #João Doria #Paulo Skaf

Sondagem RR: Paulo Cunha é o executivo mais qualificado do país; Schvartsman, o destaque de 2017

29/01/2018
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Se fosse possível clonar os principais atributos dos maiores executivos do país, o empresário mais gabaritado seria uma combinação de Paulo Cunha, Fabio Schvartsman e Jorge Gerdau, com uma pitada de Paulo Skaf. É o que mostra enquete realizada pelo Relatório Reservado junto a uma pequena amostragem da sua base de assinantes. No total, foram consultadas 51 pessoas, pre-dominantemente empresários, executivos, banqueiros e juristas. Cada um dos nomes acima pontificou em uma categoria diferente da sondagem.

Cunha, presidente do Conselho do Grupo Ultra, foi apontado por 17% dos entrevistados como o dirigente empresarial mais qualificado do país. Schvartsman, presidente da Vale, foi considerado o “executivo de destaque” em 2017; Jorge Gerdau, a maior liderança empresarial; e Paulo Skaf, o dirigente empresarial com maior influência política. Pedro Parente, presidente da Petrobras, ficou em segundo lugar no ranking dos executivos mais qualificados do país, logo atrás de  Cunha, com 15%. Foi seguido por Carlos Britto, da InBev, e Wilson Ferreira Jr., da Eletrobras, respectivamente com 12% e 11%.

O próprio Fabio Schvartsman e José Galló, n. 1 da Lojas Renner, também foram citados, respectivamente com 8% e 6%. Schvartsman foi eleito o destaque entre os executivos brasileiros em 2017 com 36% dos votos. Em pouco mais de oito meses no cargo, ele conduziu o processo de reestruturação societária da Vale, a migração para o Novo Mercado e acentuou o processo de redução do nível de alavancagem da companhia. A seguir, apareceram Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, e novamente José Galló, empatados com 14%. Wilson Ferreira Jr. teve 11%.

No quarto lugar, Pedro Parente foi novamente citado, por 9% dos consultados. Na sequência, Amos Genish, que assumiu o comando da Telecom Italia, mereceu 8% dos votos. Outros sete executivos foram mencionados como destaque de 2017, com percentuais dispersos. Para os assinantes do RR, Jorge Gerdau é a maior liderança empresarial do Brasil, com 21%. Em segundo lugar, Abilio Diniz, com 17%. Logo atrás, os dois mais prestigiados nomes da banca nacional: novamente Luiz Carlos Trabuco, com 17%, e Roberto Setubal, do Itaú (12%). Gerdau também foi mencionado como o dirigente com maior representatividade em seu setor, empatado com Rubens Ometto, dono da Cosan, ambos com 19%. Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, apareceu com 11%.

Ligeiramente atrás, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff (10%). O RR também perguntou aos seus assinantes quem é o dirigente empresarial com maior influência política no Brasil. Paulo Skaf, híbrido de presidente da Fiesp e pré-candidato ao governo de São Paulo, recebeu 41% dos votos. Superou seu companheiro de chapa na entidade – e de menção na Lava Jato -, Benjamin Steinbruch (29%). Em terceiro, Robson Andrade, presidente da CNI, foi escolhido por 9%.

A enquete do RR não falou apenas de flores. O espinho veio sob a forma da pergunta “Qual o dirigente empresarial de trajetória mais declinante do Brasil?” – lembrando que nomes de condenados na Lava Jato não foram contabilizados. Deu André Esteves, sócio do BTG, na avaliação de 11% dos entrevistados. Atrás dele, apareceu Ricardo Nunes (6%), da combalida Máquina de Vendas. Paradoxalmente, Skaf surgiu mais uma vez. Para 5%, o presidente da Fiesp entrou em um ciclo declinante – ainda que as pesquisas o coloquem entre os três primeiros colocados na disputa pelo governo de São Paulo. Logo a seguir, com 4%, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do Grupo Caoa, citado nas operações Zelotes e Acrônimo. Na opinião de 3%, Maria Silvia Bastos Marques é a executiva em maior declínio, resultado que reflete sua recente passagem pela presidência do BNDES. Terá a oportunidade de reverter esta percepção na presidência da Goldman Sachs no Brasil.

#Fabio Schvartsman #Jorge Gerdau #Paulo Cunha #Paulo Skaf

Skaf caça-voto

15/01/2018
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O presidente da Fiesp, o peemedebista Paulo Skaf, está bastante empenhado na aprovação da reforma da Previdência. Nos últimos dias, intensificou o corpo a corpo junto a parlamentares da bancada paulista. Tem também mantido frequente interlocução sobre o assunto com o Secretário de Governo, Carlos Marun.

#Fiesp #Paulo Skaf

Coalizão Fiesp-PRB

5/01/2018
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A sucessão de Marcos Pereira no Ministério da Indústria e Comércio passará obrigatoriamente pela Fiesp – menos por causa da indústria e mais pelo arranjo eleitoral. O PRB, de Pereira, vai pedir a bênção de Paulo Skaf antes de indicar o nome do futuro ministro. O afago faz parte da tentativa do partido de emplacar o vice de Skaf na disputa pelo governo de São Paulo.

#Fiesp #Marcos Pereira #Paulo Skaf

Queixume

2/01/2018
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Paulo Skaf tem falado poucas e boas do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Em seus comentários mais suaves, diz que é um “absurdo” que a maior entidade empresarial do país, a “sua” Fiesp, não tenha sido consultada sobre a privatização da Eletrobras. Sobre o presidente Michel Temer, amigo, correligionário e grande entusiasta da sua candidatura ao governo de São Paulo, nenhuma palavra.

#Eletrobras #Fernando Coelho Fillho #Fiesp #Paulo Skaf

Sondagem revela que Lula tem o maior número de empresários fiéis; Bolsonaro passa em branco

20/12/2017
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Lula, por mais paradoxal que possa parecer, é o candidato vinculado ao maior número de nomes do empresariado. Por sua vez, Jair Bolsonaro está no extremo oposto: não consta sua ligação com os donos das grandes corporações privadas. Estas são algumas das constatações da sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes – no total, 128 pessoas, predominantemente empresários, executivos, analistas de mercado e advogados, entre outros. A verificação ocorreu entre 12 e 15 de dezembro. O RR indagou: “Quais são os empresários mais identificados com os seguintes pré-candidatos à Presidência da República?”

O levantamento indicou que há uma razoável confusão na vinculação entre empresário e presidenciável, dado o elevado grau de dispersão, a associação dos mesmos nomes a diferentes postulantes ou mesmo a ausências de indicações – na média entre todos os candidatos, 37% dos assinantes não souberam responder. O RR citará apenas as três primeiras colocações, quando houver. Ressalte-se ainda que os votos conferidos a empresários réus ou condenados na Lava Jato não foram contabilizados, devido a sua natureza eminentemente de ataque à imagem do candidato. Lula foi quem teve o maior número de empresários mencionados, 23. Segundo os consultados, Josué Gomes da Silva é o mais associado ao petista, com 7%. Certamente, a ligação entre o ex-presidente e o pai de Josué, José de Alencar, seu vice por oito anos, impulsionou as respostas.

A seguir, Jorge Gerdau, Katia Abreu, Luiza Helena Trajano e Walfrido Mares Guia, ministro do governo Lula, empatados com 4%. No terceiro lugar, com 2%, aparecem David Feffer e Armando Monteiro, ex-presidente da CNI. O oposto de Lula é Bolsonaro. Talvez o resultado que mais chama a atenção na sondagem, nenhum dos entrevistados conseguiu citar um empresário próximo ao candidato representante da extrema direita. Assim como a inexistência de identificação com um pensamento econômico, esta é outra lacuna de Bolsonaro. Ciro Gomes não chega a ter uma falta de aderência tão radical, mas também ficou clara a dificuldade dos assinantes do RR em apontar empresários ligados ao pré-candidato do PDT. Só dois nomes foram citados, por 5% e 3%, respectivamente, dos consultados: o de Carlos Jereissati, dono do Iguatemi, e o do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.

Certamente, a lembrança do empresário cearense foi motivada pela relação histórica de Ciro com Tasso Jereissati, irmão de Carlos. Já Benjamin até recentemente era patrão de Ciro. Segundo os entrevistados, os empresários mais identificados com Geraldo Alckmin são Roberto Setubal e Jorge Gerdau, empatados com 6%. Com 3% dos votos, vieram Abílio Diniz, Rubens Ometto e Beto Sicupira. Juntos, no terceiro lugar, com 1%, Nizan Guanaes, o presidente da Anavea, Antonio Megale, e o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman. No caso de Marina Silva, deu o óbvio. Para 11%, Neca Setubal, herdeira do Itaú e fiel aliada, é a empresária com o maior grau de aderência a Marina. Em seguida, Guilherme Leal, da Natura, e Artur Grynbaum, do Boticário.

Candidato a vice na chapa de Marina em 2010, Leal foi lembrado por 7%. Grynbaum, recebeu 5% das indicações. Os entrevistados apontaram um total de seis nomes associados a Marina. Por fim, o mais “novo” candidato na praça: Michel Temer. Para 14% dos entrevistados, o presidente da Fiesp e correligionário Paulo Skaf é o empresário que apresenta a maior coesão com Temer. Quase que por atração gravitacional, o vice da Fiesp, Benjamin Steinbruch, ressurge em outra extremidade, chamado de “temerista” por 7% dos consultados. Jorge Gerdau, uma espécie de “PMDB do empresariado”, foi novamente citado, empatado com o ministro Blairo Maggi, ambos com 5%. Temer foi associado diretamente a 10 empresários. À exceção de Marina, Ciro e, obviamente, Bolsonaro, todos os demais candidatos foram vinculados a dirigentes condenados ou investigados na Lava Jato.

#Jair Bolsonaro #Lula

A escalada de Skaf

15/12/2017
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Pesquisa recém-chegada às mãos de Paulo Skaf estaria indicando um empate técnico entre ele e João Doria como segundo colocado na disputa pelo governo de São Paulo, com uma diferença de apenas dois pontos percentuais – Celso Russomanno segue na ponta. No mais recente Datafolha, Doria apareceu com uma pequena folga em relação a Skaf– 19% a 13%. O staff do presidente da Fiesp atribui a subida ao tour que ele tem feito por cidades do interior de São Paulo, aproveitando-se de eventos da entidade empresarial.

#João Doria #Paulo Skaf

Lá vem o pato

17/11/2017
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No encontro com Michel Temer no último domingo, fora da agenda oficial da Presidência da República, Paulo Skaf recebeu sinal verde para colocar na rua sua candidatura ao governo de São Paulo em 2018. O caixa da Fiesp que se prepare.

#Michel Temer #Paulo Skaf

O “Pato da Fiesp” e o “Kibe”

18/09/2017
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O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, costura o apoio do PSD a sua candidatura ao governo de São Paulo no ano que vem, a exemplo do que ocorreu em 2014. Desta vez, no entanto, a aliança teria um upgrade: a presença de Gilberto Kassab como candidato a vice. O dueto interessa, sobretudo, a Skaf, que, assim, neutralizaria um possível concorrente na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. De quebra, estima-se que a coalizão com o PSD acrescentaria um tempo extra de mais de um minuto e meio para Skaf brilhar na TV.

#Fiesp #Paulo Skaf #PSD

Avenida Paulista

6/09/2017
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A pré-candidatura do sociólogo tucano Luiz Felipe d ´Avila ao governo alimenta a expectativa de um duelo do empresariado paulista nas urnas – ainda que de forma indireta. De um lado, Paulo Skaf, montado na coalizão PMDB/Fiesp; do outro, d ´Avila, com o apoio de Abílio Diniz, seu sogro.

#Fiesp #Paulo Skaf #PMDB

Reforma tributária exige passagem

15/08/2017
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O governo está convencido de que tem que fazer a reforma tributária para ontem. Os filósofos do Ministério da Fazenda descobriram, antes tarde do que nunca, que, com o atual mix de impostos e distribuição do percentual de incidência, a arrecadação tributária continuará caindo em termos relativos, cresça a economia o que crescer. Há que se reformar para acompanhar a mudança estrutural na geração de renda entre os setores da economia. Engraçado é que o RR, do alto da sua insuficiência teórica, já tinha cantado essa pedra. A torcida agora é que o governo ignore o pato da Fiesp e construa um mosaico tributário com impostos mais progressivos sobre a renda. Uma chance em mil disso acontecer.

#Fiesp #Ministério da Fazenda

Pato manco

25/07/2017
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Se alguém do governo foi pego no contrapé pela ressurreição do “pato da Fiesp“, certamente não foi Michel Temer. O presidente teria tomado conhecimento, de véspera, do protesto feito pela entidade na última sexta-feira contra o aumento de impostos. Paulo Skaf não pregaria uma peça dessas em Temer – avalista da sua candidatura ao governo de São Paulo. Em relação a Henrique Meirelles, talvez já não se possa dizer o mesmo.

#Fiesp #Henrique Meirelles #Michel Temer #Paulo Skaf

Ponto final

25/07/2017
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Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Petrobras, Shree Renuka, Fiesp, HNA Group e Changi Airport.

Henrique Meirelles já não consegue nem ser âncora de si próprio

14/07/2017
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A lua de mel de Henrique Meirelles com Michel Temer, os empresários e próceres da base aliada, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, eclipsou, ou, melhor, tornou-se pontilhada de fel. O ministro da Fazenda tem feito exigências, dificultado a liberação de verbas e mostrado soberba, inclusive nas reuniões com o grupo palaciano. A estratégia de Meirelles é capciosa: mantém sua palavra de permanecer no governo desde que suas diretrizes na economia sejam mantidas e ninguém o ofusque na sua esfera de atuação. O que em outras palavras quer dizer: “Não me contrariem que eu me mando”. Ocorre que a intocabilidade do ministro não é mais a mesma.

Meirelles é uma âncora em processo de corrosão e imersa em um chão viscoso. As reformas estruturais, sustentáculo do governo, já deixaram há muito de ser “As reformas que dependem do Meirelles”. A julgar pela velocidade dos fatos, caminham para serem as reformas de Rodrigo Maia ou de qualquer um que se apresente. O ministro reduziu bastante sua agenda de encontros com políticos – que já foi intensa quando a parte técnica da reforma da Previdência estava sob sua alçada. Sua presença no Congresso era algo de marcial.

Hoje a maior interlocução com os parlamentares é realizada pelo Secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida. Os políticos acham chato o papo com Meirelles. O sucesso na política anti-inflacionária e na redução dos juros já foi depositado na conta do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Na área fiscal, os números obtidos na gestão do ministro são os piores da história republicana. O Brasil vai acumular um déficit primário de cerca de R$ 500 bilhões no triênio que se encerra em 2018, o maior já registrado no país.

A dívida pública interna alcançará cerca de 90% do PIB. De âncora fiscal, portanto, o ministro não tem nada. Desemprego, recessão, atraso nas concessões, não há nada para ser mostrado na vitrine. Há ainda a presença de Paulo Rabello de Castro no BNDES, avaliada por Temer e pela Fiesp. Há o aconselhamento de José Marcio Camargo e Marcos Lisboa a Rodrigo Maia. Existe também a expectativa de respingo da delação de Antônio Palocci. E mais: foi iniciada a safra despudorada de Medidas Provisórias para compensar os parlamentares que votarem atendendo aos interesses palacianos.

A torrente de MPs corresponde a algo como “Não me enche o saco com política fiscal”. Finalmente, há o recurso ao aumento de impostos, que, na linguagem do mercado, pode ser traduzido como “Vai para casa, Meirelles”. Aos poucos, portanto, o ministro vai se transformando em uma cópia enrugada de Joaquim Levy, que, pelo menos, podia atribuir a calamidade a Dilma Rousseff. Meirelles é um busto encrostado em praça pública em homenagem ao ministro que ele foi um dia, sobrevoado por passarinhos prontos para fazer xixi na sua cabeça.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #Michel Temer

Arquivo vivo

8/06/2017
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A iminente delação do deputado Rodrigo Rocha Loures mexe também com a pressão arterial de Paulo Skaf. Loures teve atuação importante na arrecadação de recursos para campanhas do PMDB, especialmente em 2010 e 2014, anos em que Skaf concorreu ao governo de São Paulo.

____________________________

Aliás, não se pode esquecer que o deputado tem relações consanguíneas com a Fiesp: seu pai, Rodrigo Costa Rocha Loures, é presidente do Conselho de Inovação e Competitividade da entidade.

#Fiesp #Paulo Skaf #PMDB

A hora e a vez de Benjamin Steinbruch

25/05/2017
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As eleições para a diretoria executiva e plenária do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), marcadas para 7 de agosto, têm o condão de relançar no palco político a dobradinha Paulo Skaf e Benjamin Steinbruch, candidatos a mais um mandato nos cargos de presidente e vice-presidente. À luz dos fatos recentes e daqueles que estão próximos de vir à tona, é Steinbruch quem se exporá mais com a função de regra três de pelego. Na Fiesp/Ciesp de Paulo Skaf, vice-presidente não reina, mas é cúmplice – pelo menos é o que consta da delação de Marcelo Odebrecht na Lava Jato, segundo a qual a Odebrecht serviu de “laranja” para encobrir doações da CSN à campanha do presidente da Fiesp ao governo de São Paulo, em 2010.

Skaf já é um sujeito manjado. Mas a extensa rede de conexões do vulgo “barão do aço” só agora começa a ser desvendada. Na Fiesp, Steinbruch não pediu a ninguém que intermediasse caixa 2, mas foi, no mínimo, conivente com o uso de recursos da entidade para fins eleitorais. Skaf, como se sabe, foi para o PMDB convidado por Michel Temer. Concorreu novamente ao governo em 2014 e deixou Steinbruch esquentando a cadeira da presidência da entidade. Duda Mendonça foi chamado para fazer a campanha.

A agência do mesmo Duda venceu concorrências consecutivas para operar a comunicação do Sesi e Senai. Na mesma época, idos de 2013, o gasto anual com comunicação, quase dobrou, chegando a R$ 32 milhões. Ou seja, maior do que a verba com publicidade do BNDES à época. BNDES, aliás, cuja mudança na gestão tornou-se uma fixação dos donos da Fiesp.

Registre-se que o Ministério Público entendeu que os gastos publicitários astronômicos da Fiesp tratava-se de campanha antecipada. A Justiça Eleitoral paulista considerou a ação do MP improcedente, mas o assunto ainda aguarda decisão do TSE. Mas, tudo bem, eles que são empresários que se entendam na Fiesp. As travessuras do “barão do aço” mudam de patamar quando migram do ambiente corporativo para a área política e o investimento de interesse público.

Um vazamento estrategicamente tampado foi a inclusão de Steinbruch na lista cruzada dos 16 grandes doadores da campanha presidencial de 2014 e os correntistas de “dinheiro frio” relacionados a contas na agência do HSBC na Suíça – caso SwissLeaks. Ninguém mais sabe, ninguém mais viu. O que é sabido por todos, no entanto, é que a ferrovia Transnordestina está atrasada em 10 anos. E deve atrasar uns tantos outros mais. O projeto já consumiu mais de R$ 6 bilhões. A CSN, que se apoderou do negócio, colocou um tiquinho.

A verba está sendo revista para o dobro. O RR consultou o empresário Benjamin Steinbruch, por meio da assessoria da CSN, mas não obteve retorno. A obra está no alvo do TCU devido às estranhezas licitatórias e de disparidade de valores verificadas no contrato que permitiu à CSN reinar na concessão e mandar e desmandar no projeto. Vazamentos – ah, sempre os vazamentos – de uma virtual delação de Antônio Palocci explicariam os motivos da resiliência de Steinbruch na Transnordestina. É provável, inclusive, que, caso o ex-ministro Ciro Gomes venha realmente se candidatar à presidência e seja perguntado por que foi ajudar Steinbruch a gerir o imbróglio da ferrovia, com cargo e sala no escritório da CSN, o político nordestino responda: “Fui, vi, não gostei e me mandei”. O presidente da CSN, sem sobra de dúvida, vive o momento menos favorável da sua vida pública e fulgurante trajetória empresarial.

#BNDES #Fiesp #Odebrecht

Ibad 2, a missão

23/05/2017
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O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estaria articulando um manifesto dos empresários em apoio ao presidente Michel Temer.

#Fiesp #Michel Temer #Paulo Skaf

Fiel adepto

10/04/2017
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Duda Mendonça esclareceu de vez o porquê da superlativa aversão de Paulo Skaf aos impostos. O presidente da Fiesp é fiel adepto do Caixa 2.

#Fiesp #Paulo Skaf

Indústria nacional dá mais um passo em direção à africanização

3/03/2017
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Brasília, 9 de fevereiro, 17:30, horário de encerramento do encontro extraordinário entre representantes da indústria e do governo. O diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, lamenta, em silêncio, o golpe aplicado no empresariado nacional. O motivo de tantos acabrunhamentos somente viria a ser anunciado na quarta-feira pré-carnavalesca, dia 22, pelos Ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços: o enterro das regras de primazia do conteúdo local na exploração de petróleo e gás.

A reunião do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor) foi um destes eventos que se realizam somente para cumprir o protocolo. As notas técnicas e metodológicas dos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria, igualmente rasas, só divergiam na intensidade do corte. Já estava antecipadamente condenada a participação decisória da empresa nacional na 14ª Rodada de Blocos. Vitória das companhias petroleiras. Se pudessem, comprariam tudo no exterior.

O conteúdo nacional não será mais um critério de pontuação nos leilões. A contrapartida do governo à indústria foi um gelatinoso final do “waiver” – anistia que vinha sendo concedida às empresas incapazes de atingir as exigências de conteúdo local. No mais, o percentual da obrigatoriedade cai em todas as áreas da exploração em terra e offshore. Está tudo dominado. Os argumentos da Fiesp pró-conteúdo local não se restringem às perdas nas áreas de geração de emprego, produção, arrecadação tributária e adensamento de cadeias. Eles mostram uma realidade distinta da encampada pelo governo.

O RR acha que eles merecem ser conhecidos: A retirada das atuais regras de conteúdo local reduz os impactos do investimento em exploração e desenvolvimento de petróleo e gás na economia: queda de 17 vezes na produção de bens e serviços e na arrecadação de tributos; redução de 13 vezes na geração de PIB e de 11 vezes na geração de emprego; A política de conteúdo local não influenciou negativamente nos resultados das rodadas de licitação. Pelo contrário: observa-se que a partir da 7ª Rodada (2005 a 2015), quando as regras eram ainda mais específicas, com adoção da cartilha e certificação de cerca de 90 itens, arrecadou-se mais valores em bônus, e mais áreas foram arrematadas percentualmente e em tamanho; O que influencia o resultado dos leilões é o preço internacional do petróleo e não o conteúdo local; Não há provas concretas de que os prazos e preços sejam comprometidos pelo conteúdo local. Ao contrário, esses problemas existem em grande medida nos produtos importados.

Segundo a consultoria EY, 78% das plataformas encomendadas em todo o mundo acabam atrasando e 53% têm algum estouro no orçamento original; O Brasil entregou nove plataformas dentro do prazo, enquanto 12 sondas importadas tiveram atraso médio de dois anos e ficaram 500% acima do orçamento; Na 13ª Rodada, além do preço do petróleo, seu resultado foi influenciado pela qualidade das áreas ofertadas, pela operação Lava Jato, e pelas dificuldades financeiras e de gestão da Petrobras, que não podia cumprir a legislação de participar com 30% em todas as áreas.

#Fiesp #Ministério da Fazenda #Ministério da Indústria

Um réquiem para o “empresário-estadista”

22/02/2017
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O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, não é apenas um dos dirigentes da entidade. Francini foi um dos artífices do “Manifesto dos Oito”, juntamente com Antônio Ermírio de Moraes, Claudio Bardella, José Mindlin, Jorge Gerdau, Paulo Vellinho, Paulo Villares, Laerte Setubal Filho e Severo Gomes. Eram idos de 1978, quando os empresários enfrentaram a linha dura do governo Ernesto Geisel escrevendo um dos capítulos mais notáveis – e são tão poucos – da defesa da produção, da indústria e do emprego.

Hoje, Francini não esconde o desencanto com a abulia de seus pares, que abandonaram o front da luta política e se retiraram do debate público. Em conversa com o RR, Paulo Francini, diz que o empresário foi esvaziado e se esvaziou, paripassu ao derretimento da indústria nacional. “Não temos mais a representatividade do passado. A capacidade de associações e federações de interferir na condução do país desapareceu. Isso quer dizer que nós falhamos? Lógico que nós falhamos.” Com elogiável franqueza e boa dose de autocrítica, Francini não poupa sequer a própria casa ao condenar a paralisia de seus congêneres, notadamente a partir dos anos 90, quando o modelo de substituição das importações já se mostrava esgotado.

“A Fiesp e o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) não foram capazes de apresentar um discurso alternativo ao pensamento neoliberal, então dominante. As entidades patronais não demonstraram ser capazes de uma articulação semelhante à apresentada pela classe trabalhadora. Há quase 10 anos, realizamos na Fiesp um seminário sobre desindustrialização, e sabe qual foi o resultado? Críticas e acusações de que o modelo de crescimento defendido pela entidade estava ultrapassado. O discurso era de que só os países subdesenvolvidos continuavam a depender da indústria para atingir o crescimento.”

O empresário é o lobo do empresário. Na opinião de Francini, com a sua omissão, a classe está abrindo mão de um patrimônio conquistado “a duras penas” durante mais de 50 anos. Se, na década de 80, a participação da indústria no PIB passava de 21%, hoje esse índice derrapa entre 10% e 11%. “É uma vergonha! Esse declínio começa com Fernando Collor, que já assume demonstrando seu rancor em relação à indústria, e ganha velocidade com Fernando Henrique Cardoso. Ninguém vai me dizer que o ministro Pedro Malan e o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, defendiam a indústria.

A equipe econômica do Fernando Henrique era formada basicamente por economistas do Rio de Janeiro pró-mercado, praticava uma política voltada para os interesses do setor financeiro e das empresas estrangeiras no Brasil. A partir de então, os industriais que, associados a segmentos da alta burocracia, haviam dado suporte à estratégia da industrialização por substituição das importações, foram atropelados por uma nova coalizão dominante, formada pelo setor financeiro e as empresas e interesses multinacionais”. O BNDES, claro, tem lugar cativo em qualquer diatribe abalizada sobre a desindustrialização do país. Paulo Francini enfatiza que a tese de uma instituição mais voltada ao mercado do que à indústria já vem se desenhando há muito tempo.

“A nova política de financiamento na qual o banco transfere o seu papel de fomento para o setor privado é hoje uma realidade. A participação do BNDES no processo de industrialização do país foi fundamental, mas o banco abandonou esse papel já há alguns anos.” Francini vocaliza o desalento de uma espécie que parece fadada à extinção. “O nosso sonho de desenvolvimento do país falhou. Quando falávamos de um processo de desindustrialização, todos, incluindo o governo, nos consideravam alarmistas. Hoje ninguém tem mais dúvida disso. Só não reconhece isso quem é míope. Ou estúpido”.

#Fiesp

Doria e ACM Neto é a chapa puro sangue da Fiesp

17/02/2017
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O empresariado de São Paulo, em especial a banda de música da Fiesp, está excitado com a chamada chapa “Messi e Neymar” para disputar as eleições de 2018. A dobradinha já tem até slogan: “Dois artilheiros na presidência e vice-presidência do Brasil”. O Messi em questão é o onipresente prefeito de São Paulo, João Doria, que parece disposto a não sair da mídia até concretizar seu sonho de poder.

O Neymar, por sua vez, vem do Nordeste. É o atual prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, provavelmente o alcaide mais popular do país – na última eleição venceu com 74% dos votos no primeiro turno. Ambos teriam, caso a campanha começasse hoje, de abdicar de mais de 1.520 dias de governo nas suas cidades. Nos respectivos partidos, PSDB e DEM, ao que consta não foi sequer cogitada uma chapa com os dois políticos. Aliás, “políticos” é quase uma licença poética, pois Doria e ACM Neto se intitulam gestores antes de tudo. É justamente a ideia de renovação, cara limpa e novas práticas que inspira os endinheirados a apostar na dupla.

A fonte do RR diz que algum badalo na mídia e uma pesquisa de opinião na hora certa bastam como rastilho de pólvora para a candidatura. E PSDB e DEM se misturam como café com leite. Não se trata de uma solução simples, pelo menos do lado dos tucanos, que têm três nomes na disputa pela candidatura: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. O que estimula o empresariado pró-Doria e ACM Neto, entretanto, é a falta de drive de Aécio e Alckmin nas pesquisas.

No último Datafolha, o senador tinha 11% contra Lula reinando com 25%. Alckmin, por sua vez, não passava de 8% e dava mais um pontinho a Lula, que atingia 26%. José Serra já se tornou até carta fora do baralho nessas sondagens. Um dado relevante: Dória e ACM Neto estão limpinhos, o que é uma ironia quando se fala na Operação Lava Jato, uma emporcalhadora de imagens. Ao que se sabe, nem Alckmin nem Aécio estão tão longe da alça de mira da força tarefa de Curitiba. E Michel Temer? Dória e ACM Neto terão, somados, apenas mais 17 anos do que Michel Temer, caso ele se elegesse para a presidência em 2018 e terminasse o mandato (81 anos). Só uma coisa é certa em relação a uma aventura com a chapa “Messi e Neymar”. Não vai faltar dinheiro.

#ACM Neto #Eleições #João Doria

Arroz de pato

8/12/2016
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O pato de Paulo Skaf virou codorna. A Fiesp decidiu se jogar de corpo, alma e bolso no lobby pró-Refi s.

#Fiesp #Paulo Skaf

A nova matriz econômica aguarda Temer na esquina

25/11/2016
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 O presidente Michel Temer já deve ter marcado na sua agenda o mês de março de 2017. É tempo mais do que suficiente para mostrar que tem autoridade para aprovar as reformas prometidas na primeira hora do seu governo. Ou não! Nesse caso o “estadista” sem medo de tornar-se impopular viraria uma fraude. Restaria a ele adotar alguma política gêmea da “nova matriz econômica”, que foi uma das causas da condenação do governo anterior ao índex da História. Temer, então, se tornaria um duplo traidor, tendo enganado os antigos aliados e a base de apoio que o levou ao poder. O enredo pode parecer um tanto quanto barroco, mas não briga com os fatos. Temer perdeu o timing para afirmar sua autoridade e passar ao menos as PECs do Teto e da Previdência quando sua popularidade estava inflamada pelo impeachment e a deterioração do cenário econômico era ofuscada pela perseguição ao PT. A estratégia de anunciar um “ajuste” com resultados somente no longo prazo, condicionando a credibilidade à franqueza, não trouxe os louros almejados. Pelo contrário: aumentou a dúvida sobre sua virilidade fiscal.

 Na realidade, até o momento não houve sequer tentativa de ajuste, e, sim, uma série de enunciados sem prazo de votação pelo Congresso e com perspectiva de implementação cada vez mais distante. Nessa toada, mesmo se aprovadas, as medidas não trariam efeitos concretos antes do início da próxima década. No meio do caminho havia outra pedra: a quebradeira dos estados, que vem sendo tratada generosamente de indutora do “pacto do ajuste”, em mais uma simplificação grosseira feita pelo presidente. A crise federativa será um empecilho ainda maior para a aprovação das reformas e o aumento da arrecadação. O próprio presidente, como se tivesse jogado a toalha, reafirmou no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social “que sair de uma recessão leva tempo”. Ainda mais quando ela aumenta a cada rodada dos indicadores. Rezava a malfadada “nova matriz econômica” que o problema do país era de arrecadação e que os empresários não se mexeriam para fazer os novos investimentos sem o empurrão do governo. Na idealizada gestão Temer, o espírito animal do empresariado seria despertado pela melhora das expectativas. Ledo engano.

 Já podem ser vistas as sementes da velhíssima “nova matriz econômica” renascendo lá e cá. Os empresários e economistas reunidos no “Grupo Reindustrialização” clamam por menores taxas de juros reais e pelo ativismo do BNDES. Não estão sós. O pato da Fiesp voltou a pedir redução de impostos ou desonerações. Já antecipando que essa história de redução dos juros pode sobrar para ele, o presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, solicitou que o governo libere as amarras dos recursos bancários, quem sabe diminuindo o recolhimento compulsório sobre os depósitos. Esse filme todos já viram. O mais curioso é que a presidente afastada largou a condenada matriz para praticar uma política econômica muito próxima da adotada por Temer e Henrique Meirelles, a “Levyeconomics”. Se Temer der dois passos atrás no tempo, haverá algo de comédia no ar. De qualquer forma, e pelo bem de todos, tomara que ele tenha mais sucesso do que sua antecessora.

#BNDES #Fiesp #Itaú #Michel Temer

Uma borboleta azul sobrevoa o Planejamento

27/10/2016
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 Quando não acerta na bucha, o RR passa bem perto. Na edição de 1º de junho, publicou que Monica de Bolle queria a presidência do BNDES. Prontamente a economista desmentiu a informação nas redes sociais, desejando sucesso a Maria Silvia Bastos. Vá lá! Passaram-se alguns meses e a fúria da “Borboleta” não arrefeceu – a menção ao lepidóptero é uma referência ao seu mais recente livro, “Como matar a Borboleta Azul”. Monica está novamente na disputa por um cargo no governo: desta vez, o alvo é o Ministério do Planejamento, ocupado por Dyogo Oliveira, que se sente interino desde que assumiu o posto. Mônica conta com um timaço fazendo o seu lobby. Armínio Fraga e Gustavo Franco são dois puxadores de voto. Mas ela não está sozinha no desejo de amanhecer na Esplanada dos Ministérios apreciando o sol nascer com cor de pancake. O outro candidato ao Planejamento é o economista Paulo Rabello de Castro, hoje na presidência do IBGE. Ele vem com a bem querência da Fiesp e da banda de música das entidades empresariais do setor agrícola.  Rabello de Castro é o chamado “ortodoxo vaselinoso”. Da mesma forma que é capaz de pedir a palavra em um almoço de empresários e burocratas para elogiar o movimento militar de 1964 pela sua capacidade de dar sustentação na marra a reformas modernizantes mais amplas, tem um software implantado no córtex cerebral que o impede de entrar em qualquer confronto. Ele engraxa previamente cada frase com que tateia o diálogo. Provavelmente, a melhor definição seja a de que o economista procura usar Jean Valjean (personagem com caráter irreprochável criado por Victor Hugo) como fachada do ego para mitigar o espectro de Milton Friedman que domina, absoluto, seu self.  Monica de Bolle e Rabello são tecnicamente muito bons. A primeira traz um sopro de modernidade, frescor e provocação, que, às vezes, batem cabeça naquilo que Karl Popper separa como o campo do domínio do ideológico sobre o saber empírico. A economista considera suas boutades como ciência saindo quentinha do forno. Rabello é ideológico até o fio do cabelo. É um dos fundadores e proprietários do Instituto Atlântico, que, a exemplo do Instituto Millenium e do Instituto Liberal, tem um pé na cozinha do Bispo Crivella – não chegam a ser uma Igreja ou a professar religião stricto sensu, mas se dedicam à doutrina e à pregação. Quando se perguntava a Roberto Campos quem ele indicava para uma palestra ou entrevista sobre conjuntura econômica, ele sacava de prima: “Chama o Paulo”. O interlocutor fazia a pertinente pergunta: “Mas qual dos dois”? E Bob Fields respondia: “Qualquer um. A ordem dos fatores não altera os Paulos”. Antes que se esqueça, o segundo Paulo é o Guedes, um dos fundadores do Pactual.  De qualquer forma, de Bolle jamais será confundida com Rabello de Castro. Ela tem diferenças de sobra para melhor do que seu concorrente. O RR gostaria de ver a moça no Planejamento, dando trabalho a Henrique Meirelles e sacudindo o coro dos que querem esperar para ver como é que fica. Vai logo para o governo de Bolle, vai.

#Mônica de Bolle

Pelas costas

27/10/2016
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 Paulo Skaf tem sentido um bafo quente de traição no cangote. Por traição leia-se uma aliança entre o PMDB, seu partido, e o PSDB para lançar o nome de João Doria ao governo de São Paulo em 2018. A manobra obrigaria o presidente da Fiesp a buscar outra legenda para disputar as eleições.

#Eleição Estadual SP -2018 #João Doria #Paulo Skaf

Bullets

20/09/2016
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Todas as noites, Michel Temer tem tirado o ponto com Marcela Temer. Ambos se debruçam sobre o conteúdo do programa “Criança Feliz”   A Transnordestina acabou afastando de vez Benjamin Steinbruch e Paulo Skaf. O presidente da Fiesp “esqueceu” completamente que prometeu tratar do assunto junto ao Planalto.   O diretor de planejamento do BNDES, Vinicius Carrasco, foi encarregado pela presidente Maria Sílvia Bastos de construir um disclosure capaz de catar pulga. Vai inovar com métricas criativas.

#Benjamin Steinbruch #BNDES #Criança Feliz #Fiesp #Marcela Temer #Maria Sílvia Bastos #Michel Temer #Paulo Skaf #Transnordestina #Vinicius Carrasco

Assinatura pretensiosa

2/09/2016
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 Paulo Skaf assinou como se fosse sua a mensagem de página inteira da Fiesp publicada ontem nos jornais. Ridículo, como sempre.

#Fiesp #Paulo Skaf

Paulo Skaf é candidato a pato do governo Temer

6/05/2016
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 Paulo Skaf corre o risco de virar o pato da gestão Michel Temer. Virtualmente nomeado para a Pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – o dote pela virulenta campanha a favor do impeachment –, Skaf poderá se tornar um náufrago do governo, ou, melhor dizendo, um “sem pasta”. Consta que Moreira Franco, o Cardeal Mazarin da era Temer, fez pessoalmente uma sondagem aos maiores industriais do país sobre a importância dada ao Ministério do Desenvolvimento. Os empresários, em sua maioria, afirmaram que se trata de um conceito ultrapassado, plenamente substituível por um Ministério do Planejamento forte, dividindo com a Pasta das Relações Exteriores a organização e fomento do comércio internacional. O Ministério do Desenvolvimento se tornaria ainda mais desnecessário na medida em que o próprio Moreira pretende relançar os grupos executivos setoriais da indústria, experiência desenvolvimentista que tanto sucesso fez no governo de Getulio Vargas. Como é preciso cortar ministérios, a pasta prometida ao presidente da Fiesp seria candidata à extinção.  Com uma só cajadada, Temer se livraria da presença de um fundamentalista na Esplanada dos Ministérios. Skaf é um osso duro de roer até mesmo para os ultraliberais. As medidas de choque que propôs com o objetivo de zerar o déficit primário de R$ 96 bilhões projetado para este ano não encontram eco sequer no próprio Temer, seu maior fiador político. Pelos mesmos e por outros motivos, Skaf também falará no vazio dentro da equipe econômica, leia-se, sobretudo, Henrique Meirelles, Romero Jucá e José Serra, que acreditam em estratégias consistentes e cautelosas e não em choques econômicos no estilo dos regimes de exceção. Com um fator extra que faz toda a diferença: se Meirelles e Serra têm aspirações eleitorais, como tudo leva a crer, não serão doidos de fazer uma política de terra-arrasada no social, na linha do que propõe Skaf. Não bastasse a desagradável obsessão, a falta de consistência e antipatia que provoca por onde passa, o “Risco Skaf” vai além do seu ideário.  Não obstante seu desabrido apoio ao afastamento de Dilma Rousseff, entre os próprios aliados de Michel Temer seu desembarque no ministério é visto com reservas. Se um dos objetivos de Temer é montar uma equipe sem ilibações, a nomeação de Skaf leva para dentro do governo a ameaça de uma “Lava Fiesp”. O iminente titular da Pasta do Desenvolvimento usou e abusou da entidade para fazer a campanha pelo impedimento e se credenciar como um ministeriável do novo governo. Estimase que a Fiesp teria desembolsado mais de R$ 5 milhões em um só dia com anúncios nos grandes jornais do país a favor do impeachment. A origem do funding para a ostensiva e dispendiosa campanha ainda é uma incógnita. Pairam suspeitas de que a casa da indústria paulista tenha usado recursos do Sistema S, leia-se Sesi e Senai – um cesto onde entram subsídios públicos, por meio de repasses do governo federal, e dinheiro do próprio trabalhador. Não é o melhor cartão de visitas para um novo ministro. No quesito ética, Temer já tem passivos demais em seu futuro governo.

#Fiesp #Michel Temer #Paulo Skaf

Pato de aço

28/04/2016
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 O presidente da CSN , Benjamin Steinbruch, já avisou que dessa vez não será o tapa buraco da Fiesp. O barão do aço está imerso em seus problemáticos negócios e atravessando um período pessoal ruim. Além do mais, sabe que a Fiesp hoje é uma miríade de indústrias de araque mescladas com corretores de seguros. É esse exército de brancaleone que iria comandar caso topasse ir para o sacrifício.

#Benjamin Steinbruch #CSN #Fiesp

“Operação Oban” na versão Paulo Skaf

4/04/2016
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 A premissa inverídica é que os empresários associados à Fiesp e pulverizados em meio às festas bacantes pró-impeachment são facilmente manipuláveis e não têm qualquer controle sobre o caixa da entidade. O raciocínio é inspirado na dinheirama que o presidente Paulo Skaf raspou da Federação para financiar sua campanha fracassada a governador de São Paulo sem consultar os empresários mantenedores, que responderam à malversação com abulia e sonolência. Diga-se de passagem, a base aliada de Skaf é o empresariado mais conservador que já passou pelo latifúndio da Fiesp nesses anos todos.  A premissa verídica é que os industriais sabem da gastança na campanha a favor do impeachment e vão cobrar caro do eventual ministro Paulo Skaf, em um provável governo Michel Temer. Já estaria acertada a Pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contrapartida explícita do dispendioso apoio ao projeto de impedimento da presidente Dilma Rousseff. O combinado não sai caro. As faixas de plástico, a iluminação do prédio da Av. Paulista, os bonecos inflados, os folhetos e anúncios e mais anúncios têm na sua raiz ideologia de alta octanagem. O ódio a Lula, em primeiro lugar, e a Dilma sempre foi muito maior do que a bronca objetiva com os desacertos de ambos. Mas, nesse caso, o útil estaria de mãos dadas com o agradável. Skaf negociou com Temer, com quem toca de ouvido, que o Ministério será de fato da entidade.  Esse “Ministério da Fiesp” foi vendido para as bases como a moeda de troca do apoio financeiro à deposição da presidente – gana por tirá-la todos sempre tiveram. As políticas do setor real da economia seriam primeiramente discutidas nos departamentos de estudos da entidade e depois subiriam para aprovação do baronato da indústria e sua Câmara dos Lordes. Após a obediência a essa hierarquia, desceriam, então, ao Ministério do Desenvolvimento para seguir a tramitação de praxe.  Paulo Skaf acha que essa simbiose entre a entidade e o Ministério vai destravar o setor, permitindo-lhe um suporte único e condições de competitividade eleitoral futura excepcionais. Skaf acredita piamente que esse “Ministério Fiesp” poderá empurrá-lo para a Presidência da República – por mais despropositada que a ideia possa parecer. Aliás, não é de hoje que ele só pensa nisso. Se João Doria se eleger prefeito de São Paulo, o apoio do animador de auditório será automático. Doria será o puxador da campanha presidencial do presidente da Fiesp. E aí há abrigo para os Eduardo Cunha, Romero Jucá, Michel Temer etc. Como diria o ministro Luís Roberto Barroso, do STF: “Meu Deus!”

Impeachment de Dilma traz o fantasma do “Volta, Lula”

15/12/2015
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 O empresariado paulista está dividido em relação ao impeachment de Dilma Rousseff. De um lado, a “banda de música” da Fiesp, regida por Paulo Skaf, faz campanha aberta em favor do impedimento. De outro, empresários “mais cabeça”, como Pedro Passos, Carlos Alberto Sicupira e Paulo Cunha, entre outros, ponderam, à boca pequena, que o afastamento da presidente da República pode resultar em novos problemas sem trazer soluções correspondentes. Nenhum dos grupos empresariais citados nutre simpatia por Dilma ou por seu governo. Mas as duas correntes têm sensibilidades distintas em relação ao impeachment. Enquanto Paulo Skaf lidera oligarcas raivosos, que apoiam o fuzilamento do mandato da presidente na expectativa de substituí-la por um representante autêntico – Michel Temer é quase um “membro de honra” do clube –, a outra turma enxerga um ambiente social tumultuado e o risco de um “sebastianismo lulista” em 2018.  Para o grupo reacionário que domina a Fiesp, o PMDB seria uma opção preferencial ao PSDB. O partido do vice-presidente Michel Temer e a entidade estão entremeados por raízes fisiológicas com o mesmo parentesco. Paulo Skaf enxerga em um mandato Temer a ponte para sua própria escalada ao Palácio do Planalto, reconstituindo uma era em que operários estavam aprisionados a sua condição social, cabendo à burguesia empresarial a condução do país. Com esse propósito obsessivo, os extremistas da Fiesp têm aberto o cofre para financiar uma campanha contra o governo de Dilma com paralelo somente no período pré-golpe de 64. Os empresários mais arejados, que se encontram, em parte, ligados ao Iedi e ao protopartido Rede, temem que o impeachment de Dilma acabe resultando em um falso combate ao mal que abateu o PT com mais do mesmo veneno. Anteveem também as ruas roucas e indignadas com a receita de política econômica do novo governo, que vai dizimar salários e empregos com sua “ponte para o futuro”. Curioso: trata-se da mesma receita que Dilma está implementando e implementará, caso escape das manobras para o seu afastamento.  Os empresários divergentes da Fiesp consideram o impeachment um presente para Lula, que retomaria o comando da oposição, despindo-se da fantasia de defensor-mor de Dilma Rousseff. Sem o contágio da gestão da presidente e podendo atirar contra tudo e contra todos, em um ambiente de recessão e queda da renda, Lula seria um adversário temível em 2018. Para esse grupo empresarial, a questão que se põe é qual o cenário menos pior: mais três anos de Dilma Rousseff ou a escalada de Lula à presidência em 2018. Progressistas ou reacionários, os empresários concordam nesse ponto: o risco de um quinto mandato do PT deve ser debelado de qualquer maneira. Até onde estão dispostos a ir contra o “Lula lá” é o que os diferencia.

#Dilma Rousseff #Fiesp #Impeachment #Lula #Paulo Skaf

Mercadante deixa um legado de vilania

1/10/2015
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Não se sabe quantos Otelos e Desdemonas desfilam na versão kitsch e palaciana da peça sobre o mouro de Veneza. Mas inexistem dúvidas de que só há um vilão, pusilânime e fofoqueiro, na dramaturgia do faroeste brasiliense. Até as cigarras, com seu canto estridente, sibilam que Aloizio Mercadante é o Iago do governo Dilma Rousseff. O “Bigode” encena com requintes de perfídia essa comédia de farsas que se desenrola no Gabinete Civil da Presidência da República. Como bom Iago que é, Mercadante não tem inimigos orgânicos. São seus adversários todos que cruzem a linha que demarca o poder. Joaquim Levy é um deles. Desde que ascendeu ao posto de ministro da Fazenda, Levy tem levado rasteiras seguidas do Iago dessa trama vulgar. Mercadante acicatou Nelson Barbosa contra Levy, o desmentiu em off na imprensa várias vezes e foi responsável por uma das ações mais ofídicas na curta saga “levyniana”: Iago, aliás, Mercadante desmentiu que o governo lançaria mão da CPMF – a mesma que será relançada agora – deixando o ministro da Fazenda defendendo- a sem saber o que tinha sido dito em Brasília. Em tempo: Mercadante somente se expôs em favor de Levy no momento de uma crise quase terminal. Instado pela presidente, acompanhou o ministro da Fazenda em uma entrevista coletiva, emprestando o apoio do governo. O Iago do Planalto tem se esmerado no seu repertório de traições. O episódio da tributação do “Sistema S” supera tudo que o bardo de Stratford-upon- Avon nos legou. A ideia foi de Mercadante, que garantiu ter capacidade de convencimento do empresariado. Ato contínuo, ligou para seu amigo Benjamin Steinbruch, vice-presidente da Fiesp, comunicando a decisão em primeira mão. O assunto foi logo levado a Skaf. Soou como a mais profunda traição. Mercadante, então, tirou o corpo fora e repassou a bola para a Fazenda. Pronto, o autor do crime passou a ser Levy. Mais recentemente, Mercadante foi informado do documento de crítica à política econômica produzido pela Fundação Perseu Abramo. O desfecho da trama nos recomenda a acreditar que ele calado ouviu, calado ficou. Ninguém mais do que Mercadante estaria autorizado a contestar um documento provindo da sua origem acadêmica, a Unicamp. Pois acredite que nosso Iago mais divulgou o posicionamento do que o contestou. Talvez Joaquim Levy seja o Cássio dessa história. Talvez não haja mocinhos. Em qualquer das hipóteses, Mercadante é quem assina o tratado do ciúme e da inveja. Já vai tarde.

#Aloizio Mercadante #CPMF #Dilma Rousseff #Fiesp #Joaquim Levy #Nelson Barbosa #Paulo Skaf

Devagarinho

8/09/2015
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Entreouvido de uma conversa entre Delfim Netto e um antigo colaborador dos tempos de Ministério do Planejamento: “O Paulo é assim mesmo. Mas, se você falar bem devagarinho, explicando as coisas, ele entende”. O “Paulo” é Paulo Skaf, o gênio da Fiesp.

#Delfim Netto #Fiesp #Paulo Skaf

Vice da indústria

1/09/2015
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Michel Temer descobriu um nicho de mercado. Depois do jantar patrocinado pela Fiesp, já teriam chegado ao Palácio do Jaburu convites das federações das indústrias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.

#Fiemg #Fiergs #Fiesp #Michel Temer

Made in Brazil

15/01/2015
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, vai carregar no “C” da sigla da pasta (MDIC). O modelo de Monteiro é o do ex-ministro Luiz Furlan, ou seja, dinamizar as exportações, vender o Brasil no exterior e liberalizar o comércio internacional do país. A indústria viria indexada a essas prioridades. Um dos interlocutores do ministro é Roberto Gianetti, desafeto do presidente da Fiesp, Paulo Skaff. Mas quem quer saber da Fiesp? E de Skaff?

Maranhão

9/01/2015
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Paulo Skaf é o José Sarney da Fiesp. Os 92 sindicatos que violaram o estatuto permitindo sua reeleição são sua base aliada. O Brasil “pmdbizou” de vez.

A cláusula que vedaria a reeleição de Paulo Skaf

26/11/2014
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A cláusula que vedaria a reeleição de Paulo Skaf foi rasgada com júbilo. Tudo bem, tudo certo. A “democracia fiespiana” confirma que a indústria de São Paulo cava aquilo que merece.

Josué Gomes é um nome talhado para o BNDES

25/11/2014
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Se a saída de Luciano Coutinho, talvez o maior quadro técnico do governo Dilma Rousseff, for mesmo confirmada, um dos nomes cotados para assumir a presidência do BNDES é o de Josué Gomes da Silva. O dono da Coteminas cairia como uma luva no comando do banco de fomento. Josué conhece o setor industrial como poucos. Sua indicação seria mais um movimento de Dilma para fazer a alegria do empresariado, notadamente dos industrialistas, e reconstruir uma ponte que permaneceu interditada durante boa parte do primeiro mandato. Ressalte-se que Luciano Coutinho já havia manifestado sua disposição de deixar o BNDES. Mas, atendendo a um pedido de Dilma Rousseff, prosseguiu no cumprimento da missão, em suas habituais jornadas diárias de até 15 horas de trabalho. A escolha de Josué Gomes da Silva para o cargo atende, em parte, aos reclames da esquerda, que se sentiu órfã com a definição dos novos ministros da área econômica. Apesar de empresário, o filho de José Alencar segue a linha nacional desenvolvimentista, o que já o torna bem-visto na corporação, historicamente filiada a essa corrente de pensamento. Josué esteve, inclusive, cotado para assumir o próprio Ministério do Desenvolvimento, mas foi preterido com a súbita escolha política de Armando Monteiro. Seu nome também chegou a ser mencionado para substituir Graça Foster no comando da Petrobras, um cargo, verdade seja dita, que o deixaria fora da sua zona de conforto. A presidência do BNDES é um figurino que lhe veste sob medida. A não confirmação para o posto representará uma injustiça sob os mais variados aspectos. Josué Gomes da Silva carrega o legado de José Alencar, cuja presença no governo Lula foi fundamental para viabilizar a interlocução com o empresariado. Josué esteve o tempo todo ao lado do ex-presidente, a começar pelas discussões no Instituto da Cidadania. Não apenas esteve cotado para assumir o Ministério da Fazenda ainda no atual mandato de Dilma Rousseff como sinalizou que, se fosse designado, sacrificaria sua candidatura ao Senado. Caso Dilma venha a abrir mão da presença do empresário em seu governo, será também um desperdício político. O herdeiro de José de Alencar contabiliza um valioso ativo: os mais de 3,6 milhões de votos que recebeu para o Senado. Ainda assim, se a presidente da República realmente descartá-lo, haveria outros caminhos para Josué Gomes da Silva – além, é claro, de seguir no comando de seu potentado empresarial. Um deles seria assumir uma super secretaria do Desenvolvimento e Indústria em Minas Gerais – consta que o governador eleito Fernando Pimentel já lhe acenou com o posto. Entre seus congêneres da indústria não falta também quem o estimule a se candidatar a  presidência da Fiesp, posto que faria de Josué, de fato e de direito, o principal interlocutor do setor junto ao governo.

Um opositor

24/11/2014
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Um opositor desembestado da recandidatura de Paulo Skaf a  presidência da Fiesp vem tachando a iniciativa de “Fiespão”, em alusão ao “petrolão”. O mesmo dirigente empresarial falou que bastará remexer nas ossadas da participação da entidade na disputa eleitoral ao governo do estado para exumar o escândalo. Maldade pura! Se algo de condenável for realmente encontrado, o ocorrido não passará de um “Fiespinho”.

Um teatro de falsidades nos corredores da Fiesp

3/11/2014
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Cenário: corredor de um dos andares da sede da Fiesp, em frente aos elevadores. Protagonistas: dois dirigentes de sindicatos da indústria filiados a  entidade. Ambos dialogam em tom de cochicho, com expressão de descontentamento. Um deles atende pelo nome de “Renovação”; o outro, de “Basta?. Tem início a trama: Renovação: Não sei como será daqui para a frente. O Paulo (Skaf) saiu para o tudo ou nada. Basta: Ele foi irresponsável, ao não medir o quanto o seu interesse político poderia contrariar o da Fiesp. Renovação: Não tem outro nome: traição! Ele apunhalou o Michel Temer, que lhe deu a ficha de filiação no PMDB. Deu também uma rasteira no Baleia Rossi, um dos herdeiros do espólio político do Orestes Quércia. Basta: Paulo tinha de ter dado palanque para a Dilma. Até por gratidão aos seus apoiadores de primeira hora. Renovação: Sabe qual é a justificativa dele para a aleivosia? A pregação do Duda Mendonça. Segundo o Paulo, o Duda disse que, se ele se associasse ao PT, estaria com a candidatura morta. Basta: Será? Eu acho que o Paulo quer sempre colocar a culpa nos outros. Renovação: Não dá para entender também a violência contra o Alckmin. O Paulo fez uma campanha com ataques ainda piores do que os da Dilma contra a Marina. Um presidente da Fiesp tem de pensar que a entidade não pode dinamitar pontes. Basta: Ele já entrou derrotado na eleição. Foi um ato de vaidade pura. Ainda no primeiro turno mais de 70% dos prefeitos presentes a um jantar organizado pelo Marcelo Barbieri (prefeito de Araraquara) declararam apoio ao Alckmin. Renovação: Ele agora volta para a Fiesp derrotado e querendo arrotar liderança. Basta: Ele não fala nem com o governador de São Paulo. Imagina a presidente da República. Renovação: Você sabe que ele, mesmo com todas essas desfeitas, começou uma sondagem junto a  diretoria para prorrogar o seu mandato, que termina em setembro do ano que vem. Basta: Isso é golpe branco! Renovação: E o pior é que ele sondou os advogados da Fiesp, que disseram não ser necessário mudar o estatuto para dobrar a gestão. Basta: Nós temos de trazer a  tona os gastos da campanha, bancados indiretamente pelo Sesi e pelo Senai. Renovação: Só eu contei mais de 50 pessoas da Fiesp alocadas para comunicação e marketing. Basta: Olha, eu vou te contar uma de cocheira. Essa situação já foi objeto de uma conversa no alto escalão do Palácio do Planalto. A pergunta é como dialogar com alguém que se recusou a dividir o palanque e tem uma liderança duvidosa e contestada pelo empresariado. Renovação: Temos que buscar uma alternativa, um nome novo, alguém, por exemplo, como o Josué (Gomes da Silva). Se ele não for ministro, é uma ótima solução. Ele saiu da eleição com mais de 40% dos votos. Basta: Fora, Skaf! Pano rápido.

“Fiesp Fund”

23/09/2014
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Um dízimo aqui, um dizimo ali, e a Fiesp poderia montar o maior private equity do país. A ideia existe, só falta quem empunhe a bandeira para valer – e, logicamente, escolher o gestor. Benjamim Steinbruch? Esse é conhecido por não dar continuidade a propostas fora da sua área de interesse direto. Nesse caso, melhor seria Paulo Skaf, que beira a patologia em sua obsessão de fazer as coisas acontecerem.

Eureka!

21/07/2014
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A Fiesp está desembarcando da campanha pelo uso de reservatórios em hidrelétricas – obra e graça da gestão Paulo Skaf. A entidade descobriu a pólvora. O que não falta são estudos técnicos mostrando que os locais escolhidos para a instalação de novas usinas têm topografia plana e não suportam grandes represas.

“Benjamin, mas pode me chamar de Skaf”

7/07/2014
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A esmaecida presença de Benjamin Steinbruch na presidência da Fiesp provavelmente jamais virá a ser esfuziante, conforme as expectativas geradas pelo próprio empresário e nutridas pelo governo. Mas há indícios mais consistentes de que Steinbruch não vai somente esquentar cadeira para a volta de Paulo Skaf, conforme um assessor da entidade, com as costas quentes, informou ao RR. A mudança no jogo político das coalizões partidárias em SP e o apoio não desejado, mas desejado, do PT ao candidato do PMDB podem, finalmente, dar o empurrão que Skaf almejava para assumir a governança do estado. Bem feito para São Paulo. O ex-presidente da Fiesp tem falado constantemente com o seu substituto sobre o desenrolar dos fatos, não só porque tem o obsessivo interesse em controlar de fora a máquina da entidade, mas também porque, de maneira sutil, transforma Steinbruch em um luxuosíssimo estafeta, um Cromwell do seu império peleguista. Steinbruch tem cedido, diga-se de passagem, porque estava conduzindo sua passagem pela Fiesp como um folguedo turístico. Seria apenas uma ação entre companheiros de viagem, na medida em que Skaf também passaria pelas eleições estaduais como uma brisa ? ou que seja um tufão devido ao seu estilo ?sai da frente? – mas sem perspectivas de vencer a contenda. Skaf deixou quase uma legião inteira de apaziguados na entidade, protegidos debaixo da aba de Steinbruch. Acerto é acerto. O presidente da CSN garante o status quo do corpo de pessoal até o retorno do candidato a governador. Depois são outros quinhentos. O fato é que a biruta do comando da Fiesp gira para lá, gira para cá, com muita velocidade. No Palácio do Planalto, a vitória de Skaf em São Paulo se tornou um biscoito devido a  posição siderúrgica do PSDB no estado. É com Skaf ou não é. E a decepção com a postura de Steinbruch, meio hepático em seus dias de Fiesp, ganhou lampejos de esperança. O chefe do gabinete civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, deposita suas fichas no amigo empresário, a quem seria atribuída a função de grande interlocutor da indústria com o governo. O RR, diga-se de passagem, sempre considerou Steinbruch o homem certo, na hora certa, no lugar certo, apesar das velhas idiossincrasias que já se tornaram folclóricas (não concluir as coisas é uma delas). O problema da alternância na Fiesp era Skaf. Parece que vai deixar de ser. Agora, Skaf é um problema de São Paulo.

Steinbruch será a “Monalisa” da Fiesp

11/06/2014
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Benjamin Steinbruch ingressou nas fileiras daqueles que já voltaram antes mesmo de ter ido. Ao contrário das expectativas geradas pelo próprio empresário (ver RR edição nº 4.803), sua passagem pela presidência da Fiesp promete ser fria, protocolar, quase inaudível. O acerto feito com Paulo Skaf prevê o cumprimento stricto sensu do estatuto da entidade. Significa dizer que o dono da CSN vai esquentar cadeira para o retorno de Skaf – digamos assim, na hipótese do titular da Fiesp e candidato ao governo de São Paulo retornar, uma perspectiva que não é assim tão difícil. Neste caso, a passagem de Steinbruch pelo comando da Fiesp será lembrada apenas pelo seu retrato na galeria de ex-presidentes. É tristonho o cenário, pois se pensou que Benjamin Steinbruch teria a vontade de incorporar um Roberto Simonsen pós-moderno e trazer a entidade para a discussão da política industrial do país. A Fiesp ficou amorfa com Skaf, que faz a micropolítica de interesses e subtraiu a capacidade de vocalização da instituição junto ao governo. Steinbruch viria para construir um novo tempo, sepultando os dias em que o potentado da Avenida Paulista serviu mais ao seu presidente do que o contrário. Se, por acaso, Skaf não voltar, o acordo é de manutenção dos seus funcionários de confiança e o congelamento da entidade. Steinbruch, na contramão das esperanças nutridas por ele mesmo, não vai fazer a Fiesp virar novamente a Fiesp. A entidade será uma nova Corus em sua vida.

CSN surge como antídoto para o cartel do cimento

14/03/2014
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Dois pensamentos assolaram Benjamin Steinbruch enquanto lia os jornais na manhã da última quarta-feira, misturando- se como se fosse uma única história. Divagava sobre o que diria seu pai, Mendel Steinbruch, em relação a  sucessão de eventos entrecruzados que se prenuncia: a saída do comando da CSN para assumir a presidência da Fiesp, os planos de marcar o calendário de 2014 com um investimento expressivo para o grupo e a ascensão ao papel de principal interlocutor da indústria com o governo. Enquanto cofiava seus cabelos cada vez mais ralos, refletia também sobre a imbricação da sua trajetória empresarial com a dos Ermírio de Moraes. Pensou na privatização da Vale, no seu ingresso no setor cimenteiro, nas pelejas pelo controle da Usiminas e outros desencontros menos marcantes. Agora, a decisão inédita do Cade de punir o Votorantim e os demais integrantes do cartel cimenteiro rebobina o filme e reinicia a saga. Benjamin Steinbruch surge como candidato natural a  compra dos ativos de produção de cimento e concreto que, por determinação do órgão antitruste, terão de ser vendidos pelos cinco maiores grupos do setor. Em jogo, uma fatia correspondente a quase 25% de todo o parque fabril do país – hoje em torno dos 80 milhões de toneladas. Benjamin Steinbruch está diante de uma oportunidade sem precedentes para alçar a CSN ao Olimpo do mercado cimenteiro. A empresa, que entrou no setor em 2009, produz cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano. Na hipótese de a punição do Cade ser plenamente cumprida, a CSN poderia colocar para dentro, de uma só vez, cerca de 20 milhões de toneladas, superando, portanto, a marca de 22 milhões de toneladas. Neste caso, o grupo passaria a disputar com o próprio clã dos Ermírio de Moraes a liderança do setor. Se efetivamente o Votorantim tiver de se desfazer de 35% de sua capacidade instalada, como determinou o Cade, sua produção anual cairia de 32 milhões para algo perto de 21 milhões de toneladas. Em um exercício meramente hipotético, ainda que a condenação do órgão antitruste sofresse um deságio e fosse cumprida pela metade – leia-se a venda de aproximadamente 12,5% do parque cimenteiro nacional – a CSN poderia chegar aos 12 milhões de toneladas de capacidade instalada. Seria o suficiente para desalojar da vice-liderança do setor a Camargo Corrêa – essa é justamente a produção atual da companhia, sem contar com o facão do Cade. Uma conjunção de fatores faz de Benjamin Steinbruch o mais forte candidato a ser o algodão entre o Cade e o cartel do cimento, notadamente o Votorantim. A CSN é uma das empresas mais capitalizadas do país: tem em caixa mais de R$ 15 bilhões. A solução Benjamin permitiria também a fragmentação do cartel do cimento sem o risco de diluição do capital nacional no setor. Este, aliás, seria um argumento mais do que justificável para um apoio do BNDES a  operação de transferência dos ativos para a CSN. Por falar no banco de fomento, deve-se ressaltar ainda o excelente relacionamento de Benjamin Steinbruch com dois dos personagens mais poderosos da República: o presidente da instituição, Luciano Coutinho, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Fiesp Á a‚  espera de um “barão”de verdade

31/01/2014
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Benjamin Steinbruch terá a possibilidade, nos próximos meses, de ressuscitar a influência da Fiesp nos destinos da política econômica. A frase está no condicional porque quem conhece o “Barão do Aço” sabe que ele se enjoa rapidamente dos seus feitos e não tem a tradição de levar a  frente pleitos e interesses que não sejam os seus. Mas, de qualquer forma, com o afastamento de Paulo Skaf, pré- candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, a oportunidade está dada. Como vice-presidente da entidade, Steinbruch assume automaticamente o mandato. Verdade seja dita, trata-se do maior industrialista do país, carente de lideranças no setor desde os idos de Antônio Ermírio de Moraes, Mario Amato, Luís Eulálio Bueno Vidigal e Claudio Bardella, somente para citar alguns. Também pelos lados do capital estrangeiro na indústria, a acefalia é geral. O que sobrou foram saudades do tempo de Hermann Wever, Wolfgang Sauer, Rudolf Hohn, Carlos Salles, Felix Bulhões e outros, que se notabilizaram por participar da discussão de propostas para o desenvolvimento do setor. Era gente ouvida entre seus pares e pelo governo. Hoje, quem restou? Benjamin Steinbruch é o ilustre sobrevivente. Se tiver gás e interesse, poderá conduzir a Fiesp aos gloriosos tempos de Roberto Simonsen, quando a entidade era bem mais do que mero instrumento de lobby empresarial e, sim, uma academia de formulação de políticas para o desenvolvimento nacional. Hoje, a entidade está tolhida por um provincianismo despropositado, na contramão das necessidades da indústria, que vem perdendo crescentemente participação no produto interno do país. A verdade é que a Fiesp não só se apequenou, mas ficou cafona. Cabe a Benjamin Steinbruch dar o toque de modernidade que urge na Avenida Paulista.

E se houvesse um Conar para a Fiesp?

24/10/2013
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Se fosse publicitário, talvez Paulo Skaf acabasse denunciado ao Conar. Em junho, a Fiesp alardeou, por meio de anúncios na mídia, ter sido um dos artífices da complexa costura política para a aprovação da MP 605, que resultou na redução das tarifas de energia. Quatro meses depois, o que não falta em São Paulo é empresário sentindo- se vítima de propaganda enganosa. A MP, que “tanto beneficiará a indústria paulista”, não contempla os consumidores livres, regime no qual se enquadram mais de 70% dos associados da Fiesp. Na ocasião, Skaf afiançou que, em breve, o governo encaminharia ao Congresso uma proposta específica para a redução das tarifas cobradas aos consumidores livres. Até agora, no entanto, não há qualquer movimentação mais incisiva neste sentido.

O mercado secundário das manifestações

28/06/2013
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“Quem ganha com isso? O setor de autopeças, os fabricantes de carrocerias, a indústria ferroviária, as empresas de ônibus, as concessionárias de rodovias?” Estas são as perguntas que movem a Fiesp. Segundo fonte do RR, a entidade desandou a fazer conta de tudo que é lado na tentativa de mapear o destino dos R$ 50 bilhões alardeados por Dilma Rousseff para investimentos em mobilidade urbana. Em se tratando da casa de Paulo Skaf – mezzo líder do empresariado, mezzo candidato a qualquer coisa – tudo pode sair desse matagal: desde um levantamento técnico mostrando o potencial multiplicador dos gastos para toda a cadeia da área de transporte ou um destampatório de críticas ao governo. Façam suas apostas. Seja qual for a motivação por trás do procedimento, Paulo Skaf vislumbrou a oportunidade de colher dividendos intangíveis a partir das medidas anunciadas por Dilma Rousseff. Trazer os números para o seu palco pode ser revelador, tanto para o bem quanto para o mal. Mesmo porque, até o momento, nem o próprio Planalto conseguiu explicar o que está contido na cifra jogada a  mesa. A exemplo dos investimentos feitos nas arenas e demais iniciativas vinculadas a s Copas das Confederações e do Mundo, parece que o governo esqueceu o que é valor adicionado. Sabe-se lá por que decidiu subtrair essa explicação da sua comunicação. Da mesma forma como se desconhece o quanto destes R$ 50 bilhões anunciados para o PAC da Mobilidade Urbana se refere a investimentos na veia, subvenções ou mero recapeamento de projetos. O que há são dados dispersos, soprados de um canto ou de outro do governo. Fala-se em um custo de até R$ 2,4 bilhões ao ano para a desoneração do diesel, assim como de outros R$ 600 milhões para compensar o corte de tributos estaduais e municipais. Entende- se que a presidente Dilma queira responder a s demandas das ruas e Skaf, atender ao seu eleitorado empresarial. O que se ouviu da mandante-mor da República, porém, foi confuso. Espera-se que o discurso da Fiesp não confunda ainda mais. Em tempo: procurada pelo RR, a entidade negou que esteja produzindo um estudo sobre o tema.

Paulo Skaf

17/06/2013
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Paulo Skaf gostaria de ganhar um ministeriozeco, que nem a pasta da Micro e Pequena Empresa, com que Guilherme Afif foi presenteado. Skaf acha que fez por merecer, devido ao seu engajamento radical na batalha para a aprovação da MP dos Portos. Mas só toparia se pudesse manter a Fiesp como a “casa da mãe Joana”. Ops, exagero puro! Bastaria continuar com a entidade como seu “family office”.

Acervo RR

Naquela mesa está faltando Antônio Ermírio

28/11/2012
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Os olhos esmaecidos de Antônio Ermírio de Moraes não enxergam mais o Grupo Votorantim. O conglomerado industrial que tanto afagou sua autoestima dorme em algum lugar do passado. O Votorantim, símbolo do apogeu da empresa privada nacional, grandioso, afortunado, tornou-se um clone da espécie que tanto o aterrorizava em pesadelos: um balaio de gatos fabris enroscados em um avestruz financeiro. Antônio não se identificaria nadando em um mar de prejuízos, desprovido de um norte estratégico e sofrendo de tibieza gerencial. Isso não é o Votorantim. Antônio Ermírio não construiu Roma sozinho. Tinha o irmão, José, como alterego. Portanto, enquanto Antônio labutava nas fábricas e fazia o marketing do “lavora che ti fa bene”, Zé circulava entre a Fiesp e o BNDES. Mario Henrique Simonsen dizia que maior do que os negócios dos Ermírio de Moraes só os pedidos recorrentemente feitos pelos irmãos ao governo. Verdade seja dita: o saldo da colheita era uma safra de grandes indústrias e não uma touceira de títulos financeiros daninhos. Se estivesse no comando, Antônio Ermírio nunca teria deixado a aventura do Banco Votorantim chegar aonde chegou. Diria que o DNA do grupo não era o de financista. Na ocasião em que os herdeiros decidiram criar uma instituição financeira, foi voto vencido. Já não dava todas as cartas. Antônio Ermírio, no esplendor da sua maturidade, na década de 70, tratava bancos como quem caça ratos. Nesse período, uma pesquisa realizada pelo cientista político José Luis Mello, ouvindo a opinião dos empresários do setor real da economia a respeito dos banqueiros, deixou para a posteridade todo o desamor que ele tinha pelos “emprestadores do vil metal.” Depois da bonança, vieram os herdeiros e mais herdeiros, que já caminham para uma centena. Vale a ressalva de que essa plêiade interveniente foi se multiplicando sob a regência de José Roberto Ermírio de Moraes. Não se trata de procurar responsáveis. De alguma forma, todos fizeram o melhor e o pior pelo Votorantim. Mas os números teimam em afirmar que naquela mesa está faltando o comando dele. As cifras ofendem a biografia da família, a começar pelo desdentado Banco Votorantim. No início, até parecia um bom negócio. O banco galgou posições sucessivas no ranking. Mas Antônio Ermírio tinha razão. Entre janeiro e setembro, o prejuízo acumulado passa de R$ 1,6 bilhão. Somando- se o resultado de 2011, o buraco vai a R$ 2,1 bilhões. A Votorantim Industrial, xodó da família, também não escapou. Entre janeiro e setembro, teve lucro de R$ 198 milhões, uma queda brutal se comparado ao ganho de R$ 1,2 bilhão no mesmo período em 2011. Só a Fibria despejou nesta conta um prejuízo de R$ 750 milhões. O Votorantim continua sendo um portento e tudo indica que assim prosseguirá. Mas, se perguntassem a José Ermírio, irmão de Antônio, o que é bom, ele diria: “Cimento”, lembrando que o grupo já foi monopolista. E o que diria o próprio Antônio? “Alumínio.” Pode ser até que ele, cabeça de engenheiro, enxergasse o futuro em biotecnologia. Mas essa empresa, no caso a Canavialis, já foi vendida pelos herdeiros. A boa novidade é que a atual geração dos Ermírio de Moraes se conscientizou de que gestão não é sinônimo de consanguinidade. Está oxigenando o grupo com quadros de primeira linha. O RR tem informações de que o Votorantim promete dias de fartura para as empresas de head hunter.

Acervo RR

Fiergs aumenta o coro contra comando da CNI

10/09/2012
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi um monólito de titânio, coesa e inquebrantável. Mas, isso é passado. A casa está se esfarelando em mil pedacinhos. A britadeira da entidade chama-se Robson Braga de Andrade, que, não satisfeito em desmilinguir a imagem da instituição, está transformando a CNI em uma península balcânica. Depois da Fiesp e da Firjan, agora a Fiergs também entrou na lista dos insurretos, que entendem ser a mesma coisa participar da entidade ou não. O fato é que a abulia da CNI, segundo seus próprios associados, não é estrutural, mas gerencial e de ausência de comando. Aliás, ausência não é exatamente a palavra, mas, sim, bufonaria. Não demora muito, as federações da indústria criam uma ?CNI do B? e deixam o pelego falando sozinho.

Acervo RR

State Grid caminha sobre cabos de alta tensão

27/12/2011
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A volúpia com que a State Grid chegou ao Brasil está lhe trazendo mais problemas do que benefícios. Os chineses conseguiram formar um amplo arco de desafetos no país. A lista inclui Eletrobras, Cemig, fabricantes de equipamentos e o próprio governo. Todos estão cada vez mais impacientes e incomodados diante da desenvoltura com que o grupo tem se movimentado no mercado brasileiro. Há a percepção de que o célere avanço do grupo asiático na área de transmissão começa a contrariar múltiplos interesses e deslocar posições de mercado. Por parte da Eletrobras, a insatisfação se deve ao risco de perder uma grande oportunidade de ampliar ainda mais os seus domínios no setor. A State Grid atravessou as negociações entre a holding federal e a colombiana Isa e entrou no páreo para a compra de uma participação na CTEEP, ex-estatal paulista e uma das maiores empresas do segmento no país. Não será a primeira vez que os chineses pisam no calo de uma estatal brasileira. A Eletrobras pode acabar repetindo a história da Cemig, que, no ano passado, foi superada pela State Grid na disputa pela compra de sete das 12 concessões em transmissão da Abengoa no Brasil, um investimento de R$ 3 bilhões. Após a derrota, restou a  estatal mineira pegar as sobras deixadas pelos asiáticos. Neste ano, adquiriu as cinco operadoras restantes do grupo espanhol. Ainda assim, o governo mineiro jamais engoliu a perda de um dos mais cobiçados pacotes do segmento de transmissão, um emaranhado que somava mais de seis mil quilômetros de linhas. No governo, a questão vem sendo tratada praticamente como assunto de Estado, tamanhos os interesses estratégicos sobre a mesa. O Planalto e o Ministério de Minas e Energia também não veem com bons olhos o avanço da State Grid no mercado brasileiro. Ainda que a Eletrobras tenha uma supremacia insuperável no setor, os chineses começam a se tornar um player com razoável poder de arbitragem de preços com fornecedores. Como se não bastasse este motivo, o governo teme que a expansão do grupo asiático signifique o enfraquecimento da indústria nacional de equipamentos para a área de transmissão. A State Grid tem planos de financiar a vinda de fabricantes chineses que já a atendem em sua terra natal. Seu objetivo é formar uma espécie de cinturão privado de fornecedores no Brasil. Como não há exigência de nacionalização para os projetos de construção e ampliação de linhas transmissoras, significa dizer que as empresas com fábrica no país correm sério risco de perder um importante quinhão de encomendas A indústria local tenta reagir antes mesmo que os parceiros comerciais da State Grid se instalem no país. Por ora, o alvo são as importações feitas pelos chineses. Embora ainda incipiente, já existe uma movimentação liderada pela Abdib e pela Fiesp junto aos órgãos antitruste. Um dos pleitos é que a Seae fiscalize em que condições o grupo chinês está trazendo para o Brasil equipamentos produzidos em seu país. Há indícios de prática de dumping por parte das indústrias chinesas. Além disso, a State Grid estaria se aproveitando de subsídios indevidos concedidos pelo governo chinês para comprar os suprimentos a preços mais baixos do que os praticados no Brasil.

Acervo RR

Big wolf

25/10/2011
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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, está tentando empurrar para Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, a decisão sobre a renovação ou não das concessões do setor elétrico com vencimento até 2015. Muy amigo esse -big wolf-. Lobão sabe que, se as licenças forem estendidas automaticamente, a Fiesp, expressamente contrária a  medida, bate na porta do STF no dia seguinte. Se não renovar, são as concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que irão a  Suprema Corte.

Acervo RR

Rock in Sampa

28/09/2011
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A reposse de Paulo Skaf na Fiesp foi mais feérica do que a abertura do Rock in Rio. Um velho companheiro de diretoria chegou a brincar que na próxima cobrarão ingresso. Em tempo: estiveram presentes 102 deputados.

Usucapião

18/04/2011
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Nos festejos pela vitória de Paulo Skaf, correligionários levantaram a lebre de mudanças no estatuto da Fiesp para que ele possa concorrer a mais uma reeleição.

Acervo RR

Baioneta fiscal

8/04/2011
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E ainda tem quem acredite no fim da guerra fiscal. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, propôs ao governador Geraldo Alckmin um agressivo pacote de incentivos fiscais com o objetivo de atrair indústrias para o estado. A medida central é a criação de um fundo estadual para financiar o recolhimento de impostos.

Acervo RR

Caldeirão da Fiesp

18/03/2011
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As eleições na Fiesp prometem temperaturas escaldantes. Um grupo de empresários trabalha pela candidatura de Josué Gomes da Silva, da Coteminas, a  presidência da entidade. O apoio vem, sobretudo, da indústria têxtil, uma das bases de sustentação do atual presidente e candidato a  reeleição Paulo Skaf. Não custa lembrar existe ainda um outro grupo de empresários dispostos a lançar o nome de Benjamin Steinbruch. Ou seja: o clima é de racha. Tanto Gomes da Silva quanto Steinbruch fazem parte da atual diretoria.

Chapa quente

26/01/2011
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Benjamin Steinbruch vem sendo seduzido por um grupo de empresários de São Paulo a romper com Paulo Skaf e lançar candidatura própria a  presidência da Fiesp. As eleições ocorreriam em setembro, mas foram antecipadas para abril pelo próprio Skaf, que tenta o terceiro mandato.

Vade retro

10/01/2011
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A ordem na Fiesp é brecar qualquer debate sobre a tese do professor Antonio Barros de Castro de que existem setores da indústria descartáveis. A ideia é tratada como um absurdo na entidade. Paulo Skaf chega a dizer que descartável mesmo é o emprego de Castro.

Acervo RR

Volta, Benjamin

21/10/2010
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Paulo Skaf reassumiu a presidência da Fiesp, mas está contaminado pelo vírus da política partidária. Já avisou ao PSB que vai disputar no partido a candidatura a  prefeitura de São Paulo. Fala até em Gabriel Chalita como vice.

Benjamin faz discurso de estadista na Fiesp

18/08/2010
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O comitê de campanha da candidata Dilma Rousseff gastou uma parte do tempo, ontem, discutindo não o resultado da pesquisa do Ibope ou as declarações do adversário José Serra, mas o petardo provindo da Fiesp. As declarações de Benjamin Steinbruch, com ênfase na proposta de contenção das importações por prazo específico, são o rugido de um tigre que parecia afônico e banguela. A Fiesp voltou ao jogo do poder. Esse pelo menos foi o sentimento das bases industriais, que inundaram a entidade de parabenizações e manifestações de apoio. O sentimento geral era o de que Benjamin reencarnou Roberto Simonsen, trazendo para o tabuleiro da política um velho estereótipo de guerra, ou seja, o de que banqueiro pensa de um jeito, empreiteiro de outro, e o industrial diferente dos dois. Na prática do governo Lula, o que ocorreu durante os sete anos foi que os banqueiros se viram representados no Banco Central, os empreiteiros, primeiramente com José Dirceu e depois com o próprio presidente, e os industriais com o ministro Miguel Jorge, o que significa um desnível maior do que o Grand Canyon. As bandeiras da Fiesp, a  exceção da campanha contra a CPMF, foram minúsculas para a tradição da entidade. Uma fonte muito ligada a Benjamin disse que o barão do aço jogou uma carta alta na mesa apenas para abrir a negociação. Pode ser. Mas, com este procedimento, ele mobiliza a voz rouca dos fabricantes, trazendo para a luta do câmbio um bolchevismo industrial. Por uma dessas aparentes coincidências, Benjamin Steinbruch cutucou a metástase das importações no mesmo dia em que um Prêmio Nobel, o economista Paul Krugman, em seu artigo no New York Times, desceu a borduna na permissividade dos Estados Unidos em suas relações comerciais com a China. E propôs exatamente o que o condutor sem Nobel da Fiesp defende: contenção das compras externas por um tempo por meio de tarifas, cotas ou barreiras aduaneiras, ou seja, sanções a s importações. Benjamin diz que vai conversar com todos os candidatos para expor o novo pensamento da Fiesp. Se depender das suas relações com o candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante e com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, Dilma Rousseff já sabe da primeira a  última letra do compêndio. O candidato tucano José Serra acha que o problema pode ser resolvido com um ajuste fiscal e um câmbio um pouco mais sujo. Mas haja sujeira e ajuste para equiparar o diferencial de preço de bens e equipamentos vendidos por países com câmbio manipulado, regime de mão de obra quase escrava e uma baita capacidade ociosa. Não bastasse a preservação da vida da indústria, não custa lembrar que o déficit de transações correntes, segundo projeções do Focus, deve aumentar US$ 200 bilhões entre 2008 e 2012. Insustentável segurar a conta só com investimentos diretos. É bem possível que venham manifestos pró-câmbio por aí, a exemplo do recente apoio das entidades empresariais ao BNDES. Benjamin tem um curto mandarinato para fazer a entidade voltar a ser uma peça-chave do tabuleiro nacional. Começou a mil por hora. Triste é que depois não haverá como esconder a real estatura de Paulo Skaf.

Acervo RR

O ano do PAC

10/06/2010
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Paulo Skaf não consegue passar dos 2% nas pesquisas eleitorais para o governo de São Paulo. Pior: o candidato não identifica nesse pequeno contingente seus pares empresariais. Talvez só estejam lá seus empregados, parentes e funcionários da Fiesp.

O candidato

23/03/2010
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A piada da vez é a declaração do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de que sua conversa com Guido Mantega pesou na decisão do Copom de manter a taxa de juros. O presidente do BC, Henrique Meirelles, riu tanto que até ficou enjoado.

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