“Benjamin, mas pode me chamar de Skaf”

  • 7/07/2014
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A esmaecida presença de Benjamin Steinbruch na presidência da Fiesp provavelmente jamais virá a ser esfuziante, conforme as expectativas geradas pelo próprio empresário e nutridas pelo governo. Mas há indícios mais consistentes de que Steinbruch não vai somente esquentar cadeira para a volta de Paulo Skaf, conforme um assessor da entidade, com as costas quentes, informou ao RR. A mudança no jogo político das coalizões partidárias em SP e o apoio não desejado, mas desejado, do PT ao candidato do PMDB podem, finalmente, dar o empurrão que Skaf almejava para assumir a governança do estado. Bem feito para São Paulo. O ex-presidente da Fiesp tem falado constantemente com o seu substituto sobre o desenrolar dos fatos, não só porque tem o obsessivo interesse em controlar de fora a máquina da entidade, mas também porque, de maneira sutil, transforma Steinbruch em um luxuosíssimo estafeta, um Cromwell do seu império peleguista. Steinbruch tem cedido, diga-se de passagem, porque estava conduzindo sua passagem pela Fiesp como um folguedo turístico. Seria apenas uma ação entre companheiros de viagem, na medida em que Skaf também passaria pelas eleições estaduais como uma brisa ? ou que seja um tufão devido ao seu estilo ?sai da frente? – mas sem perspectivas de vencer a contenda. Skaf deixou quase uma legião inteira de apaziguados na entidade, protegidos debaixo da aba de Steinbruch. Acerto é acerto. O presidente da CSN garante o status quo do corpo de pessoal até o retorno do candidato a governador. Depois são outros quinhentos. O fato é que a biruta do comando da Fiesp gira para lá, gira para cá, com muita velocidade. No Palácio do Planalto, a vitória de Skaf em São Paulo se tornou um biscoito devido a  posição siderúrgica do PSDB no estado. É com Skaf ou não é. E a decepção com a postura de Steinbruch, meio hepático em seus dias de Fiesp, ganhou lampejos de esperança. O chefe do gabinete civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, deposita suas fichas no amigo empresário, a quem seria atribuída a função de grande interlocutor da indústria com o governo. O RR, diga-se de passagem, sempre considerou Steinbruch o homem certo, na hora certa, no lugar certo, apesar das velhas idiossincrasias que já se tornaram folclóricas (não concluir as coisas é uma delas). O problema da alternância na Fiesp era Skaf. Parece que vai deixar de ser. Agora, Skaf é um problema de São Paulo.

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