Tag: Bradesco


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Mercado

Apesar do resultado superior, valor da marca do Itaú cai o dobro do Bradesco

6/03/2024
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Os apostadores da valoração das marcas bancárias terão enigmas de sobra para decifrar, a julgar pela edição 2024 do Banking 500 da Brand Finance, disponível na internet desde a manhã de hoje. Há números que chamam a atenção. Em primeiro lugar, as dobradinhas: a marca do Bradesco teve uma queda no seu valor (-2%) menor do que a do Itaú (-4%). É possível inferir que o melhor resultado financeiro comparativo do segundo, e vice-versa, não foi suficiente para reduzir o recall da marca do Bradesco junto ao correntista nacional. Já na outra dobradinha clássica, das duas grandes instituições financeiras estatais, o brand do Banco do Brasil chegou na frente (+11%). A Caixa Econômica ficou a quilômetros de distância (-7%). Essa diferença colossal deixemos para as três bruxas de Macbeth, de Shakespeare, explicarem.

O que já era previsto: o Nubank teve uma megavaloração no seu brand de 30% em relação à edição anterior. O BTG permanece em sua escalada – sua marca valorou 23%. A grande surpresa é o Banco do Nordeste, que cresceu 27% na comparação com 2023. Fica a dica caso o governo Lula dê uma guinada radical e decida privatizar um de seus bancos públicos.

A Brand Finance é uma instituição que mede o valor das marcas bancárias do mundo inteiro. Ressalvadas as enormes diferenças, funciona como as agências de rating ou o Boletim Focus, que faz previsões macroeconômicas todas as semanas. Ambos têm critérios difusos, mas são referência.

#Bradesco #Brand Finance #Itaú #valoração

Destaque

Conglomerados bancários lideram consolidação das fintechs

16/02/2023
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As fintechs não vão entrar em extinção, podem até aumentar numericamente, mas uma parcela expressiva da espécie acabará nas mãos dos grandes conglomerados bancários do país e verá reduzida sua participação no total de ativos do sistema financeiro. Os próximos meses deverão ser marcados por uma sequência de aquisições sem precedentes desde o surgimento desses bancos que não são bancos, mas são. Ou seja: a tão esperada consolidação das fintechs virá, sim, mas não exatamente entre elas, como muitos acreditavam. Há uma combinação de fatores empurrando essas instituições para o colo da banca puro-sangue, a começar pela estiagem de funding.  

Assim como as startups de uma maneira geral, as fintechs surfaram na onda de investimentos de venture capital no país. O Softbank, por exemplo, teve um papel determinante no boom do segmento, investindo em dez empresas, entre as quais Nubank e Creditas. No entanto, a maré desceu. Assim como o banco japonês, outros importantes players da indústria de VC no país têm reduzido seus aportes, caso do Tiger Global e Monashees, entre outros. Em 2022, as fintechs brasileiras captaram US$ 2,3 bilhões, 44% abaixo do valor recebido no ano anterior (US$ 4,1 bilhões). O recuo foi superior à queda de investimentos registrada na América Latina como um todo (31%). Indicadores recentes do setor apontam que algo em torno de 70% das startups do setor financeiro no país têm sido bancadas exclusivamente com recursos dos próprios acionistas fundadores. A tendência é que esse cenário se acentue ao longo deste ano, com pretensos predadores transformando-se em presas.     

O próprio Nubank ilustra bem o momento de vulnerabilidade das fintechs. Por ocasião do seu incensado IPO, em dezembro de 2021, alardeou aos quatro cantos que havia destronado a banca raiz e se tornado a instituição financeira com maior valor de mercado do Brasil – e da América Latina. À época, seu market cap chegou a US$ 41,7 bilhões, então equivalente a R$ 232,4 bilhões. Um brilho efêmero. De lá para cá, a ação do Nubank despencou a ladeira. Seu valor de mercado caiu praticamente à metade – US$ 22,5 bilhões ou aproximadamente R$ 116 bilhões. Está abaixo do Itaú e do Bradesco.    

Por outro lado, o aumento da bancarização não direcionou, conforme se imaginava, uma parcela maior dos meios de pagamento para as fintechs. O dinheiro procurou os grandes bancos, que mantêm o monopólio da percepção de segurança, uma das variáveis mais relevantes quando se trata do depósito do salário e das micro poupanças. O “entrante” no sistema bancária, com raras exceções, pertence a um público de baixa ou baixíssima renda, que quer olhar o banco na rua, saber que ele existe. Portanto, é possível fazer uma projeção de que o crescimento contínuo da bancarização aumentará a participação dos grandes conglomerados no volume total dos depósitos.  

As novas regras impostas pelo Banco Central às fintechs, que começaram a entrar em vigor no mês de janeiro e serão gradativamente implantadas até 2025, também vão impor um processo de seleção natural no setor. O arcabouço normativo elaborado pelo BC ainda está longe de eliminar as assimetrias regulatórias em relação aos bancos convencionais, sujeitos a um ordenamento muito mais rigoroso. Ainda assim, muito provavelmente uma parcela expressiva das fintechs não conseguirá atender às exigências. Trata-se de um ecossistema inteiro de instituições financeiras que nasceram e cresceram em um limbo regulatório, quase que à margem do alcance do Banco Central. Mas há importante ressalva a ser feita: o espaço de crescimento para as fintechs é imenso, porém, proporcionalmente, elas decrescerão sua participação em relação aos grandes bancos no estoque de capital do setor financeiro.  

Há cerca de quatro anos, o RR produziu um trabalho para bancos comerciais intitulado “Sistema bancário no Brasil desafio dos grandes conglomerados”. À época, apesar do incômodo demostrado na sondagem com o desequilíbrio regulatório e, consequentemente, concorrencial, os bancos convencionais consideravam que, no tempo, acabariam por absorver o impacto da enxurrada de fintechs. Não deu outra. Desde então, os grandes grupos têm feito sucessivos movimentos neste sentido. O Itaú investiu R$ 1 bilhão para comprar 50% da fintech da Totvs. No mercado, a aposta é que em algum momento, não muito distante, assuma o controle do negócio. O banco dos Setúbal adquiriu 35% da Avenue Securities, corretora digital norte-americana. O Santander incorporou 80% da Gira, especializada em recebíveis do agronegócio, e a Mobills e a Monetusespecializadas no desenvolvimento de aplicativos financeiros. O Bradesco, por sua vez, comprou empresas como a 4ward e a Aarin, focadas em meios de pagamento – a segunda por meio do Next, seu banco digital. Também cravou uma aquisição no exterior, a BCP Global, sediada em Miami. Estes são apenas alguns exemplos de fintechs que caíram na rede dos tradicionais conglomerados bancários brasileiros. Vem muito mais pela frente.    

#América Latina #Banco Central #BCP Global #Bradesco #Brasil #conglomerados bancários #Creditas #Fintechs #Itaú #Nubank #SoftBank #startups


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XP Investimentos dá uma aula

5/07/2022
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A decisão da XP de criar um curso de treinamento gratuito e pós-pago para 400 estudantes, a maior parte para ingresso futuro nos seus quadros, merece loas. A iniciativa é tudo o que se espera de biliardários como Guilherme Benchimol, dono da corretora. O “MBA XP” é também a oportunidade de relembrar o engenheiro e construtor de catedrais Eliezer Batista, que há mais de uma década desenvolveu estudo pioneiro sobre o papel das grandes empresas no ensino nacional.

A exemplo do Japão, Batista defendia que empresas como Petrobras, Vale, Ambev, Bradesco ou Itaú “fizessem suas universidades”, próprias ou vinculadas a terceiros (com apoio a turmas específicas), com o objetivo de preparar capital humano para alimentar em grande parte o consumo próprio. Os alunos seriam altamente qualificados. Todos teriam de disputar, em concurso, com os demais interessados nos empregos da fomentadora educacional.

A “universidade das empresas” daria bolsas para parcela dos estudantes. Batista achava que o governo deveria entrar somente para pressionar. Mas os negócios seriam privados. Eliezer Batista deve estar dando um aceno sorridente para a XP.

#Ambev #Bradesco #Eliezer Batista #Petrobras #XP Investimentos


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PEC do ICMS atinge o setor bancário na veia

9/06/2022
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Em primeiro, o Banco do Brasil; em segundo, a Caixa Econômica; em terceiro, o Itaú; em quarto, o Bradesco; e depois, a uma larga distância os outros. Esse é mais ou menos o ranking dos bancos que mais vão perder com a PEC do ICMS, segundo um integrante do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O setor bancário – leia-se os quatro bancos citados, que representam cerca de 80% do segmento – é quem mais vai sofrer com a derrama dos estados e alguns municípios, caso a PEC venha a ser aprovada.

Há dúvidas maiores sobre a ordem da sangria entre o terceiro e o quarto lugares. Mas a dupla de bancos que está no pódio é campeoníssima nas perdas futuras e deverá, portanto, pagar bem menos dividendos à União. O Confaz já atualizou suas projeções para a queda da arrecadação dos estados: o rombo estimado subiu de R$ 83 bilhões para até R$ 110 bilhões. Mesmo que a União repasse entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, esse dinheiro não cobre metade do buraco.

São 27 entes federativos que não terão solução a não ser o corte de despesas, incorrendo, em hipótese contrária, na Lei da Responsabilidade Fiscal por improbidade administrativa. Todos passam a ter teto de ICMS sobre combustíveis para compensar o furo no teto das despesas do governo. A partir de outubro a maior parte deles ficaria com o caixa negativo. Essa situação de crash estadual será, inevitavelmente, repassada à rentabilidade bancária, quer seja através da redução de floating, quer seja sobre impacto no caixa ou mesmo em função da queda do PIB dos estados. O RR perguntou à Febraban se há algum cálculo em relação ao impacto potencial da PEC do ICMS sobre a rentabilidade futura do setor. A entidade disse não ter “a informação solicitada”.

#Banco do Brasil #Bradesco #Caixa Econômica #Confaz #ICMS #Itaú


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O dia em que o Nubank virou banco

10/12/2021
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O mercado abriu champanhes comemorando o IPO do Nubank, na última quarta-feira, como o de maior valor de um “banco” da América Latina. Não é bem assim. O Nubank não é um banco, mas um animal híbrido entre a fintech e qualquer outra coisa financeira. Mas, na hora do IPO, vira banco. São dois pesos e duas medidas: parafraseando Nelson Rodrigues, o Banco Central anuncia há mil anos antes do nada a regulamentação das fintechs e instituições derivativas. Reconhece que, como está hoje, existe uma assimetria grave na competição. A questão é que o BC mostra duas caras: ao mesmo tempo em que constata um desequilíbrio regulatório, considera essa desigualdade ampliadora da concorrência. Ora, todo mundo já sabe que os compromissos de Bradesco, Itaú, Santander e Safra, para dizer somente os que carregam uma maior responsabilidade social – agências, funcionários diretos e indiretos, fornecedores etc -, são imensamente superiores aos desses “bancos” de dois andares e 30 pessoas. Com essa assimetria, ressalte-se ainda, o BC está produzindo novos bilionários com IPOs de “bancos de festim”. Gerar valuation não é tudo nesse mundo. Se for, estamos todos lascados.

#Banco Central #Bradesco #Fintechs #Itaú #Nubank #Santander


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O doce sabor da vitória na Cidade de Deus

5/02/2021
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Candido Botelho Bracher se despediu da presidência do Itaú Unibanco, na terça-feira, dia 2, deixando como último legado uma dura derrota. Pela primeira vez desde 2008, quando da fusão do Itaú com o Unibanco, o Bradesco alcançou um lucro maior do que o do seu concorrente: R$ 19,458 bilhões contra R$ 18,536 bilhões em 2020. Mais do que um revés pontual, os números sugerem o esgotamento da estratégia adotada pelos Setúbal.

Há 13 anos, o clã empenhou mundos e fundos junto aos Moreira Salles para incorporar o Unibanco e ascender ao topo do setor bancário nacional. Ou seja: os Setúbal entregaram alguns anéis e dedos para o Itaú ser maior do que o Bradesco. Talvez tenham pagado um preço alto demais. Em 2008, o total de ativos combinados de Itaú e Unibanco era 40% maior do que o do Bradesco.

Mais de uma década depois, a diferença encurtou para 28%. Vale registrar que o crescimento de ativos do Bradesco foi orgânico. O banco da Cidade de Deus não comprou ninguém. Em relação à lucratividade, o Bradesco tirou a distância de forma ainda mais rápida. Em 2008, o lucro do Itaú foi 38% superior ao do concorrente (R$ 10,571 bilhões contra R$ 7,625 bilhões).

Ao longo dos anos seguintes, o banco dos Setúbal e dos Moreira Salles ainda manteria uma lucratividade, na média, em torno de 29% superior à do Bradesco. No entanto, os ventos começaram a mudar de direção nos últimos três anos. Balanço a balanço, o Itaú veio perdendo terreno. Em 2018, seus ganhos foram 19% superiores ao do Bradesco; no ano seguinte, essa diferença caiu para apenas 9%. Em 2020, veio a virada. O feito foi celebrado pelo alto escalão da casa bancária de Osasco. O presidente da instituição, Octavio de Lazari, reuniu cerca de 100 integrantes da diretoria e deu a palavra de ordem para enfrentar os desafios de 2021: humildade. É a cara do Bradesco.

#Bradesco #Itaú Unibanco #Moreira Salles


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De fora

15/04/2020
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A julgar pelas ações compartilhadas no combate ao coronavírus ficou claro quem está na primeira e na segunda divisão da banca nacional. BTG e Safra sequer foram cogitados para participar das medidas conjuntas capitaneadas por Bradesco, Santander e Itaú.

#Bradesco #BTG #Itaú #Safra #Santander


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Banco de solidariedade

30/03/2020
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Os grandes bancos privados, capitaneados pelo Bradesco, assinaram uma página de humanidade em sua história. O banco da Cidade de Deus, o Itaú e o Santander vão ceder cinco milhões de testes rápidos de detecção do coronavírus, tomógrafos e respiradores. É uma iniciativa inédita que poderia se tornar frequente em um Brasil desigual, onde a miséria grassa e a saúde é uma dádiva de algumas minorias. Afinal, não dói nadinha, como está comprovando a banca. Palmas para todos eles.

#Bradesco #Itaú #Santander


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A despedida do “bancário” mais ilustre da Cidade de Deus

17/10/2019
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O RR conheceu o então presidente do Bradesco, Lázaro Brandão, o “Seu Brandão” conforme era chamado no banco, quando foi formado o consórcio de empresas para a disputa do leilão de privatização da Vale do Rio Doce. Pedimos uma conversa com Mário Teixeira, diretor do banco responsável pela participação da instituição nas privatizações. Quem nos recebeu na Cidade de Deus, em Osasco, sede do Bradesco, foi Romulo Lasmar, chefe de gabinete de toda a diretoria. Todas as vezes que o RR visitou a Cidade de Deus, ao término da conversa, Teixeira fazia o convite de praxe: “Vamos cumprimentar o Chefe”.

Era a senha para seguir, acompanhado de Lasmar, em direção à sala da diretoria, enorme, com uma fileira de mesas de lado a lado. Em frente à mesa central, aguardando sempre de pé, estava “Seu Brandão”. A pergunta era sempre a mesma: “Como vai o Relatório? De onde vocês tiram tantas informações?”. Arrematava a cena virando de lado, de forma a que pudéssemos observar o RR sob sua mesa com trechos marcados com caneta bicolor. Irresistível! Ele gostava de parafrasear uma observação de Mário Henrique Simonsen, muito amigo da casa, que, inclusive, usamos em peça publicitária da newsletter: “O RR não é para ser tomado ao pé da letra, mas como subsídio para analistas argutos”. Posteriormente, Teixeira e Lasmar se aposentaram, e “Seu Brandão” assumiu a presidência do Conselho Consultivo, acumulando-a com a presidência executiva – sem nunca um dia ter deixado de ser um “bancário”, conforme expressão usual na casa.

Para o seu cargo seguiu o então presidente da Bradesco Seguros, Luiz Carlos Trabuco, filósofo, humanista, personagem especialíssimo no sistema financeiro. Criou-se, então, uma saudável disputa entre qual daqueles homens era capaz de promover maior encantamento junto aos seus interlocutores. Com “Seu Brandão” em plena forma, a competição era injusta. Fala rápida, raciocínio idem, olhos pequenos, sempre vestido com cores fechadas, “Seu Brandão” combinava, curiosamente, um perfil vetusto com um espírito travesso. Em uma das visitas do RR, Eike Batista, acompanhado de André Esteves, quase na véspera, tinha se reunido com a cúpula do Bradesco e feito uma oferta de compra pela Vale. Todos os jornais publicaram a proposta. De frente a Zeus, em uma daquelas sessões de cumprimentos, sapecamos a pergunta: “Vai vender?”. Resposta ao seu melhor estilo: “Fala muito esse rapaz. Que coisa, né? Todos os jornais! Se já não sabíamos antes, sabemos menos agora.” Eliezer Batista, pai de Eike e amigo de geração de “Seu Brandão”, ficou com a missão de pedir as desculpas.

No final da vida, “Seu Brandão” publicou pela editora da Fundação Getúlio Vargas um opúsculo autobiográfico. Em um desses encontros papais com o presidente do Conselho do Bradesco, ele perguntou ao RR se havíamos lido o livro. Após a assertiva, ficou alguns segundos calado e, com os olhos miúdos cravados, metralhou: “Mas leram mesmo, né? Com certeza?” O sucessor de Amador Aguiar, que fez o milagre de se tornar tão emblemático quanto o ex-patrão, não conversava como os comuns. Ele entrevistava as pessoas. Para não dar espaço para questionamentos, “Seu Brandão” não os deixava respirar: cravava todos de perguntas. O RR passou por várias sabatinas. Em um outro mundo, Lázaro Brandão poderia ser repórter. Um apurador nato. Melhor do que todos aqueles que labutam no pequeno RR. Faria bem qualquer coisa. Pena que se foi!

#Bradesco #Lázaro Brandão


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Uma união muito além das canções

9/08/2019
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Na contramão do marketing da beatitude disseminado pelo Itaú, o Bradesco buscou um tema terreno para a campanha motivacional junto aos seus funcionários. Não custa lembrar que, em maio, Candido Botelho Bracher estrelou uma peça publicitária que satanizava a concorrência e afirmava que o banco dos Setúbal tinha conexão com o céu. O Bradesco preferiu colocar os pés no chão. Usou a simplicidade como mote do filme protagonizado pelo presidente do Conselho de Administração, Luiz Carlos Trabuco, e pelo presidente do banco, Octavio de Lazari Junior. Ambos interpretam canções populares. A ideia é mostrar que as lideranças do Bradesco não diferem na essência dos seus comandados. Parafraseando Nietzsche, ficou demasiadamente humano assistir à dupla soltando a voz.

#Bradesco #Itaú


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Duas centenas

28/02/2018
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O total de fintechs compradas por BTG, Bradesco, Safra e Itaú já caminha para duas centenas. Qualquer hora rola um bazar de vendadas ativos que estão sobrando no portfólio…

#Banco Safra #Bradesco #BTG #Fintechs #Itaú


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Setubal e Moreira Salles juntam suas pepitas na “Itaúpar”

19/10/2017
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Os clãs dos Setubal e dos Moreira Salles planejam trilhar o mesmo percurso feito pelo Bradesco há cerca de 20 anos. Pretendem montar uma empresa de participações com ativos parrudos, projeto que teria como ato seguinte a abertura do capital em bolsa. Quem viu o filme da Bradespar já conhece o enredo. O Bradesco comprou ações da Vale, CPFL e Net.

Aos poucos se desfez das duas últimas e manteve somente a mineradora em carteira. Os Setubal, por meio da Itaúsa, e os Moreira Salles, por intermédio da Cambuhy, já controlam a Alpargatas. Os dois clãs teriam interesse em ingressar no capital da Braskem. Se os Moreira Salles entrarem no monopólio dos Odebrecht, estariam fazendo um caminho em direção ao passado.

O patriarca, Walther Moreira Salles, foi um dos sócios da Petroquímica União. As duas famílias são detentoras também, separadamente, da Duratex e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), esta última uma joia da coroa dos Moreira Salles. Procurada, a Cambuhy não quis se pronunciar. A Itaúsa negou o projeto. Está feito o registro. Não custa lembrar que o presidente da Itausa, Alfredo Setubal, já disse que a empresa atravessa um momento comprador. A dúvida é quais desses ativos seriam empacotados dentro da “Itaúpar”. Mas tudo indica que o interesse é firme.

#Bradesco #Itaúsa #Moreira Salles


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Fantasmas do passado despertam na BR

19/10/2017
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A abertura dos guardados da BR Distribuidora vai revelar pequenas e grandes pilantragens. Uma delas chega a ser divertida. Uma companhia aérea, a Pop Airlines, procurou a BR para obter querosene de aviação. A empresa foi devidamente analisada e seu pleito autorizado. A BR, então, aprovou uma linha de financiamento de R$ 10 milhões no Bradesco para a Pop. Passado um tempo verificou-se que a empresa aérea não existia. E os recursos liberados haviam sido sacados, sabe-se lá por quem. O processo ainda se encontra em aberto na BR. E a Pop deve andar voando por aí.

#BR Distribuidora #Bradesco #Pop Airlines


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O descanso de Zeus

11/10/2017
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O RR celebra o mítico Lázaro Brandão, que deixou a presidência do Conselho de Administração do Bradesco. Todas as vezes em que estivemos juntos, o RR não conseguiu entrevistá-lo. “Seu” Brandão invertia a ordem natural das coisas e nos entrevistava. E eram arguições longas e severas. Poderia ter sido jornalista não fosse o mais emblemático banqueiro dos nossos tempos.

#Bradesco


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Muito além de um banco digital

29/06/2017
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O Bradesco vai lançar em agosto, com uma campanha publicitária na internet, o Next. A plataforma vai muito além de um banco digital. Será um hub de operações financeiras e aplicativos de serviço, com diversos mimos (brindes, descontos etc)

#Bradesco


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“Seu Brandão”

27/01/2017
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Um dos mais esperados depoimentos biográficos, o do presidente do Conselho do Bradesco, Lázaro Brandão, vem aí sob a forma de livro. O título é “Senda de um executivo brasileiro”. O depoimento foi dado aos pesquisadores Celso Castro e Sérgio França, do CPDOC, o Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas.

#Bradesco #FGV


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Maia serve um aperitivo do parlamentarismo branco

12/08/2016
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 Os principais empresários do país experimentaram as delícias de um semi-parlamentarismo, na última quarta-feira, em Brasília. O Instituto Talento, híbrido de centro de pesquisas e núcleo de articulação política dos dirigentes do setor privado, conduziu sua caravana para uma reunião histórica entre a nata do empresariado e o novo estamento pós-PT. As reuniões com Henrique Meirelles, na parte da manhã, e Michel Temer, à tarde, foram fartamente noticiadas. Pouco se falou, contudo, da reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esta, sim, a grande surpresa do dia. Antes de colocar tintas mais vivas no episódio, é bom situar quem estava presente na comitiva do Instituto Talento, em ordem decrescente por vulcanização dos neurônios – avaliação por conta e risco do RR: Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Beto Sicupira (Ambev), Pedro Moreira Salles (Itaú -Unibanco), Pedro Passos (Natura), Carlos Jereissati (Jereissati Participações), Vicente Falconi (Consultoria Falconi) Josué Gomes da Silva (Coteminas), Edson Bueno (Dasa) e Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau). O empresário José Roberto Ermírio de Moraes deveria estar presente, mas, por motivos de agenda, deixou ficar para outra oportunidade. Sim, porque deverão ocorrer outros encontros, inclusive para evitar que este inicial se caracterize como um espasmo tão somente.  A primeira das novidades foi a transferência da reunião formal que estava prevista com Rodrigo Maia, na sala da presidência da Câmara dos Deputados, para um almoço descontraído em sua residência oficial. O que estava por vir seria ainda mais surpreendente. Maia recebeu os presentes ao lado do deputado Orlando Silva (PCdoB), ex-ministro dos Esportes de Dilma Rousseff. Exatos dois minutos após as mesuras de praxe, adentrou ao gramado o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), uma das vozes mais aguerridas contra a presidente que vai ser julgada pelo Senado Federal, mas também envolvido em caso de propina. O desfile dos líderes seguiu embalado e com intervalos curtos de chegada: André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara; Heráclito Fortes (PSB-PI); Weverton Rocha (PDT-MA); Rubem Bueno (PPS-PR); e, pasmem, Vicente Cândido (PT-SP). O líder do PT na Câmara é assim e assado com Luiz Inácio Lula da Silva. Os empresários interpretaram sua presença no evento como uma representação do próprio Lula. Mas Maia foi quem deitou e rolou.  Jorge Gerdau, o mais escolado nas práticas de Brasília, disse em bom tom que nunca viu um presidente da Câmara dos Deputados que tivesse convidado todas as lideranças partidárias para uma reunião com empresários – algumas só faltaram porque o convite foi feito de véspera. “No máximo, chamavam uma ou duas”. Não houve conversa de pé de ouvido. Todos sem exceção fizeram uma breve exposição. Os empresários foram convocados a se fazer mais presentes em debate de mérito. Estes, por sua vez, anunciaram que entendem não ser possível reduzir a carga tributária nesse cenário e defendem a preservação das políticas sociais como premissa no ajuste fiscal. O ponto mais alto: os líderes se comprometeram a apoiar todos os projetos voltados a suspender a recessão que assola o país. Depois do almoço, a sensação dos presentes era que o clima seco de Brasília tornou-se arejado, civilizadíssimo. Pelo menos por um dia. Não entrou em pauta a tão almejada revogação de direitos constitucionais em prol da eficiência e da produtividade empresarial. O resultado já estava de bom tamanho.

#Ambev #Bradesco #Consultoria Falconi #Coteminas #Dasa #Gerdau #Itaú #Jereissati Participações #Natura


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Não tem Colarinho Branco para a PF?

2/06/2016
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Não faltará munição a Sérgio Bermudes, talvez o maior advogado de contencioso do Brasil, para cobrar reparações à União – leia-se Polícia Federal – e aos agentes secundários responsáveis pela criminalização sem provas do Bradesco, na figura de seu presidente, Luiz Carlos Trabuco. Qualquer brasileiro, sem exceção, é passível de punição nos termos da Lei  do Colarinho Branco. Não consta, portanto, que a PF esteja isenta das penalidades por divulgar informações sem prova e capazes de provocar danos graves ao sistema financeiro. A Lei do Colarinho Branco, na verdade, é ainda mais rigorosa e não permite que se prejudique a empresa isoladamente, mesmo que não haja risco de crise sistêmica. Está lá, escrito no seu Artigo 3°, que é considerado delito “divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira”. Não será difícil a PF investigar que a punição para o crime é de dois a seis anos – sem qualquer recurso – além da multa. Pode ser que o episódio do Bradesco na Zelotes tenha vindo para trazer uma saudável parcimônia na comunicação da PF.

#Bradesco #Lei do Colarinho Branco


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Bancários do HSBC sofrem com o risco Cade

9/03/2016
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 Seria bom se fosse criado um Cade para o Cade. A demora do órgão antitruste em aprovar a venda do HSBC Brasil para o Bradesco é um revés não apenas para o grupo de origem inglesa e seus acionistas, mas também para outros protagonistas deste enredo. Trata-se de uma derrota compartilhada pelos clientes do HSBC, pela cidade de Curitiba, centro de decisões do banco e sua sede histórica desde os idos do Bamerindus, e, sobretudo, pelos próprios funcionários. O clima no banco é de crescente apreensão. A morosidade do Cade atinge diretamente os quase 20 mil profissionais do grupo no país, que hoje se encontram numa espécie de limbo trabalhista.  Segundo o RR apurou, os funcionários do banco paralisarão suas atividades nos próximos dias. O protesto deverá ser estender a diversas capitais do país, portanto com abrangência superior à da manifestação do dia 29 de fevereiro. Na ocasião, os bancários do HSBC fizeram uma greve de 24 horas em agências de Curitiba cobrando uma definição quanto ao pagamento da participação nos resultados referentes a 2015. Pior do que a interrogação sobre o pagamento ou não do benefício é a desorientação dos funcionários quanto a quem cobrar: de um lado um acionista que já dá o banco como vendido; do outro, um comprador, que é impedido de assumir o controle e, portanto, do ponto de vista legal, nada tem a ver com o impasse.  Neste roteiro non sense, o mais paradoxal é que a ausência de veredito do Cade já traz embutido um juízo de valor. O simples impasse significa a manutenção de um status quo. No limite, qualquer compra feita por Bradesco, Santander e Itaú leva ao aumento de concentração de mercado. Ao pé da letra, o sucesso no próprio greenfield também resultaria em concentração. O ideal para o Cade, então, seria que os cinco maiores do ranking (90% do setor bancário nacional) ficassem onde estão ou, melhor ainda, perdessem market share para as instituições menores. Ao que consta, entre as missões do Cade não figura ser o retratista de um mercado estático, nem congelador do ranking bancário.

#Bradesco #Itaú #Santander


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Só falta Dilma Rousseff parir o calote

4/03/2016
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  O alerta está nas redes sociais, à vista de todos. Cresce de forma exponencial o número de menções na Internet ao risco de uma moratória do Brasil. Segundo estudo de uma empresa especializada na análise do ROI (Return on investment) nas mídias digitais, ao qual o RR teve acesso, o total de referências ao assunto aumentou 38% nos últimos 15 dias de fevereiro. E bom que se diga que não se trata de paranoia pura e simples. Os principais indicadores que medem o Risco-País – CDS e EMBI+ – apontam para uma relação desconfortável, para se dizer o mínimo.  O CDS, que mede o risco de calote da dívida soberana para o período de cinco anos, está em 445 pontos – nos últimos seis meses, subiu mais de 150 pontos. Para se ter uma ideia, numa lista de 50 países permanentemente monitorados pelo Deutsche Bank, o CDS para os títulos brasileiros só é superado pelo do Egito (523 pontos), Ucrânia (1.892) e Venezuela (6.197). Entre os nossos pares no rol dos emergentes, o risco para os títulos chineses e indianos estão, respectivamente, em torno dos 135 e 180 pontos. Por sua vez, o EMBI+, índice do JP Morgan que mede o retorno de instrumentos de dívida externa de nações emergentes, vai na mesma direção. O EMBI+Br está em 502 pontos – há um ano, era de 316 pontos. Para efeito de comparação, o EMBI+ da Argentina marca neste momento 454 pontos.  O temor quanto ao risco de um calote não decorre apenas de uma fotografia de momento. Essa percepção embute uma tendência de piora acentuada das contas públicas brasileiras. As previsões para a dívida bruta, hoje em torno de 67% do PIB, são alarmantes. A Tendência Consultoria crava que em 2018 o endividamento bruto chegará a 78,3% do PIB. O Bradesco projeta 79,2%. O Itaú Unibanco vai ainda mais longe e enxerga uma dívida equivalente a 84% do PIB. Ressalte-se que as estimativas dos bancos levam em conta um cenário mais ou menos razoável das taxas de juros, não muito distante do atual patamar, uma inflação meia bomba e um resultado fiscal pouco auspicioso. Ou seja: qualquer fagulha, a dívida bruta bate em 100% do PIB.  O vaticínio das agências de rating também reflete, corrobora e alimenta a percepção negativa. A trilogia da perda do investment grade, que se completou em fevereiro com o rebaixamento da Moody´s, escancarou a falta de credibilidade dos agentes financeiros em relação à condução da política econômica e abriu caminho para previsões ainda mais pessimistas. Nesta semana, o ex-banqueiro Luiz Cesar Fernandes afirmou que o risco de calote no pagamento da dívida pública é alto, inclusive com a ameaça de contaminação do sistema financeiro e a quebra de instituições. 1, 2, 3, isola…Deus queira que suas projeções sejam tão eficientes quanto a sua gestão da própria carreira. A consultoria Empiricus, conhecida terrorista digital, publicou um estudo dizendo que o país está tecnicamente quebrado e recomendando que os brasileiros protejam seu patrimônio com aplicações no exterior.  Pessimismo gera pessimismo. Ou profecias auto realizáveis. Quanto mais se fala em moratória, mais se estimula a sua realização. Até porque o Brasil tem experiência no assunto: no ranking internacional do calote, ocupa o terceiro lugar histórico, com 10 defaults da dívida pública, atrás apenas da Espanha (14) e dos vizinhos Venezuela e Equador, empatados com 11. Se o governo não sair do estado de astenia em que se encontra vai materializar o fantasma do calote. É a última mancha que falta à coleção de Dilma Rousseff.  

#Bradesco #Deutsche Bank #Empiricus #Itaú #JP Morgan #Moody´s #Tendência Consultoria


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Itaú sofre as sequelas do “Fator HSBC”

24/11/2015
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  Roberto Setubal está convencido de que o Itaú poderia ter pago mais pelo HSBC. Blindaria de vez a Região Sudeste, a mais rica do Brasil, onde seu banco lidera em volume de ativos e número de agências. Mas Setubal deixou a oportunidade passar e agora assiste ao movimento da roda do tempo que determinará quando seu maior concorrente se tornará hegemônico nesta zona enricada do país. As outras regiões já estão todas dominadas pelo Bradesco.  Para andar com passadas mais largas, o banco da Cidade de Deus espera que o Cade libere a aquisição. Ato contínuo, a dupla Bradesco-HSBC partirá para a inexorável missão de acumular o maior nú- mero de ativos em todas as regiões do país – a soma das agências dos dois bancos já os deixa maiores no Sudeste do que a casa bancária dos Setubal. Nessa, o Itaú perdeu.

#Bradesco #HSBC #Itaú


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O empresariado engajado no autoengano de Dilma

31/08/2015
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A disposição de Dilma Rousseff em criar um núcleo duro empresarial no seu governo, com forte participação em uma futura reforma ministerial, está esbarrando na diversidade dos interesses e ideias da categoria. O apoio do empresariado foi apresentado à presidente como uma terceira via para lidar com a borrasca perfeita do seu governo: base aliada dividida, Congresso hostil, crash de popularidade, corrupção, ministério fisiológico, inflação, recessão etc. A ideia de trazer a burguesia para compor a regência é um chiclete mastigado. Lula defende um diálogo maior com o setor privado desde a formação do ministério do segundo mandato. O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tem bons amigos entre os empresários, é entusiasta antigo dessa aproximação e adepto da criação de um conselho consultivo de dirigentes do setor privado – a presidente ouve falar em conselheiros e quer logo pegar em uma pistola. Na última vez, mirou o alvo e assassinou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Joaquim Levy veio bater na mesma tecla de atração do empresariado. A estratégia caiu na boca do povo, e ministros como Armando Monteiro e Nelson Barbosa, além dos “aliados” Michel Temer e Renan Calheiros, correram para os braços dos empresários. Os interesses nesses jantares, almoços e reuniões variam do oportunismo mais rastaquera até nobres tentativas de apoio. Em comum, o fato de que todos batem cabeça. Os empresários não têm “uma agenda para o desenvolvimento”, até porque, “agendas” – enfatize-se o plural – é o que não falta. Não há nada nesse empresariado que lembre os Srs. Augusto Trajano de Azevedo Antunes, Gastão Bueno Vidigal, Antonio Gallotti, Walther Moreira Salles, Amador Aguiar, Cândido Guinle de Paula Machado e… Roberto Marinho. Uma elite orgânica, conservadora modernizante, frequentadora entre si, empreendedora, com um projeto permanente de conquista do Estado e ciosa de previsibilidade. O atual rating dos endinheirados varia conforme as notas sobre a gradação financeira, respeitabilidade, presença na mídia e dependência financeira do governo. Há análises combinatórias. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, tem relacionamentos com o governo, respeitabilidade e porte financeiro. O presidente do Itaú, Roberto Setubal, respeitabilidade e grana, mas nunca foi bem visto no Planalto. Jorge Gerdau, arroz de festa nas especulações ministeriais, é, no momento, potencial candidato a pedir o auxílio do governo. O presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, já foi aspirante a ministro da Fazenda antes de Joaquim Levy. É identificado como um sincero colaborador. Os dirigentes da Natura, Guilherme Leal e Pedro Passos – este último presidente do IEDI – são anunciados como presentes em todos os encontros, mas nunca participaram de nenhum. E tome de Benjamin Steinbruch, Rubens Ometto, Edson Bueno, Cledorvino Belini, Joesley Batista e tantos e tantos outros. Ressalvas para Paulo Skaf, considerado pelos seus pares o “Guido Mantega do empresariado”. São tantas as diferenças para um único consenso: Dilma é vista por todos como um estorvo. Se a realidade refletir o que é dito pelos empresários à boca pequena, o apoio à presidente não passa de um autoengano de Dilma.

#Benjamin Steinbruch #Bradesco #Dilma Rousseff #Gerdau #IEDI #Itaú #Joaquim Levy #Jorge Gerdau #Lula #Michel Temer #Natura #Paulo Skaf #Renan Calheiros #Roberto Setubal #Rubens Ometto


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Na ponta do lápis

4/08/2015
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Um simples e nada mais do que um simples exercício matemático sobre o impacto da venda do HSBC Brasil no ranking bancário: mantidas as respectivas taxas médias de crescimento dos últimos cinco anos, o Bradesco ultrapassará o Itaú em volume de ativos em 2017. De 2010 para cá, os ativos do Itaú avançaram, em média, 14% ao ano. No HSBC, este índice foi de 12%. Já o Bradesco registrou um crescimento médio de 17,5%.

#Bradesco #HSBC #Itaú

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