Mesmo fora da jogada, Lula vai chutar o dólar por cima da arquibancada

  • 3/07/2018
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BTG, XP, Itaú, SPX, UBS, Credit Suisse… A grande maioria do mercado financeiro está apostando que a partir de 15 de agosto, quando finda o prazo para homologação das candidaturas à Presidência no TSE, o cenário será de stress elevado. A expectativa majoritária é que Lula seja confirmado como inelegível e, então, indique seu substituto com a “faca entre os dentes”. Ou seja: empurre para cima do seu escolhido um discurso anti-mercado do tamanho do seu incômodo.

O grau de tensão dependerá de quem for o candidato de Lula. Por exemplo: se for Fernando Haddad, estaria de bom tamanho um dólar entre R$ 3,80 e R$ 4,50 no período que vai até as eleições; se for Ciro Gomes, que já  encarna o discurso anti-mercado, o dólar pode ir até R$ 5,50. Segundo estimativas do fundador da gestora SPX, Rodrigo Xavier, em conferência no BTG, o dólar circulará na faixa de R$ 4,90 a R$ 5,30. As projeções de Xavier são puxadas e estão longe de serem sancionadas pelas instituições que participam do Focus. No boletim de 25 de junho, a mediana do dólar em 2018 subiu um tiquinho, de R$ 3,63 para R$ 3,65.

O RR ouviu traders e analistas de cinco empresas que participam do Focus. Todas as previsões em off the records são superiores ao valor do boletim. Ou seja: segundo a mediana do dólar no Focus, o futuro presidente será Henrique Meirelles, Álvaro Dias, Geraldo Alckmin, Marina Silva ou alguém que ainda não se apresentou. Por enquanto, os nomes pró-mercado são tão improváveis quanto um dólar a R$ 3,65. A corrida das instituições do mercado por pesquisas de intenção de voto deverá crescer ainda mais depois da última sondagem do CNI/ Ibope, de 24 de junho.

O levantamento contrariou as expectativas de diversas instituições, que apostavam na queda do ativo eleitoral do ex-presidente. A resiliência de Lula continua absoluta. O ex-presidente ainda aumentou um pouquinho o seu quinhão, para 33%. E cresceu expressivamente em São Paulo, berço de origem do PT que sempre recusou a apoiar o filho bastardo. Se as pesquisas acusarem o aumento da capacidade de transferência de votos de Lula, não haverá jeito, o mercado externará o descontrole que já digere internamente. E aí não há porque duvidar de um dólar superior a R$ 4,5, no barato, e uma Selic, de lambuja, entre 7% e 7,5%.

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