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Destaque

Falta transparência no processo de criação do real digital

5/07/2023
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O real digital já nasce debaixo de polêmica. A decisão do Banco Central de reabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin (MB) para o projeto-piloto da versão tokenizada da moeda brasileira causou mal-estar entre os demais participantes da iniciativa e, principalmente, entre as empresas que foram excluídas ou não puderam participar da seleção. De acordo com a fonte do RR, que participou do certame, tinha certeza da inclusão e foi desclassificada, dois dias depois do prazo limite para apresentação dos recursos – cinco dias a partir de 24 de maio, quando foram anunciados pelo BC os felizes participantes – já se sabia, no intra-mercado, que a CEF tinha sido reabilitada. O anúncio oficial só veio mesmo a público no dia 22 de junho. É uma acusação grave. Os mais incomodados relutam em fazê-la porque acreditam ter uma chance de repescagem no processo. Ao trazer a Caixa de volta para o game, o BC politizou um assunto que, até então, vinha sendo conduzido de forma eminentemente técnica, pelo menos nas aparências. O que se diz nos bastidores é que a instituição cedeu a pressões de dentro do próprio governo para aceitar o retorno do banco estatal. Para piorar a situação, todo o processo tem sido conduzido com baixa ou nenhuma transparência. O Banco Central não explicou os motivos para a exclusão da Caixa e do MB da seleção original e muito menos os recursos que permitiram a repentina reabilitação da dupla. Formalmente, limitou-se a dizer que “foram selecionadas aquelas instituições que conseguiram atender de forma mais clara e completa os requisitos estabelecidos no regulamento do piloto do real digital.”    

É também motivo de incômodo que, em um primeiro momento, o BC tenha optado por não incluir consórcios liderados por tokenizadoras ou plataformas de ativos financeiros digitais. De repente, tudo mudou com o reaparecimento do grupo capitaneado pela Mercado Bitcoin, que reúne ainda a Mastercard, a corretora Genial, a registradora Cerc e a fintech Sinqia.   

Outro fato atiça o ambiente do “disse me disse” entre as demais instituições financeiras envolvidas na iniciativa. Em abril, o coordenador do projeto para versão digital da moeda, Fabio Araújo, afirmou que “chegou-se ao número de 10 participantes porque o prazo é curto e o processo demanda recursos do banco”. Araújo, contudo, fez um hedge ao afirmar que “se houvesse demanda, o número poderia crescer.” Segundo uma das instituições que ficou de fora do grupo aprovado pela autoridade monetária, o Banco Central, deixou entender, nas consultas realizadas, posteriormente, que iria escolher 12 instituições, individuais ou reunidas em consórcios, para atuar no projeto-piloto do real digital. Ou seja: a despeito dos critérios de seleção, havia um limite máximo de participantes. O BC, porém, ampliou esse número para 14 – de um total de 36 candidatos inscritos, muito acima das expectativas iniciais. No meio do caminho, portanto, a definição de um contingente máximo de selecionados sumiu do processo. Seguiu-se a máxima de Araújo, que a demanda também determinaria a quantidade de escolhidos. Isto é: os estudos para o real digital poderiam ser feitos por um número maior de participantes desde que fossem habilitados conforme os critérios técnicos.   

Por fim, com o recredenciamento da Caixa e da MB, são 16 grupos habilitados. Segundo a fonte do RR, não está claro se o jogo pode mudar a qualquer hora e sem sinalização prévia,  em função de algum outro recurso ou “expediente temporão”. O choro é válido porque o processo é realmente confuso. Há consórcios que pressionam para serem reabilitados. Por exemplo: o Banco do Nordeste (BNB) se inscreveu para participar do projeto-piloto e ficou de fora. A previsão é que os testes durem 18 meses. Há motivos óbvios para que os excluídos dessa fase de estudos estejam com a irritação à flor da pele. Os bancos, fintechs e demais empresas envolvidas no projeto terão vantagem comparativa para começar a pensar antes em como monetizar o real digital e os serviços financeiros que poderão ser criados a partir da “nova” moeda. O BC diz que manterá um fórum aberto e sem limite de participantes para que se acompanhe a evolução do desenvolvimento do real digital.   

Mas, como está tudo confuso, inclusive em relação a detalhes técnicos e cronograma, os excluídos consideram que os vencedores terão enormes vantagens para desenvolver seus negócios próprios. Faz sentido. Por enquanto o que se tem é uma nebulosa encobrindo detalhes para a escolha dos eleitos. Além das eventuais vantagens desse grupo caso no futuro sejam feitas outras chamadas para colaboração com o BC no desenvolvimento da moeda digital. Até agora, vale a tautologia: quem está dentro está dentro, quem está fora está fora. 

Quais os critérios adotados pelo Banco Central para, inicialmente, desabilitar a Caixa Econômica e o Mercado Bitcoin do projeto-piloto do real digital? Que razões levaram o BC a reconsiderar a decisão e autorizar a participação da Caixa Econômica e da Mercado Bitcoin no projeto? Houve alguma gestão de ordem política junto ao BC, notadamente no que diz respeito à Caixa? Por que o BC decidiu aumentar o número de participantes? Diversos candidatos desabilitados estão fazendo pressão para serem integrados ao projeto. O Banco Central cogita aumentar o número de participantes mais uma vez? São perguntas que o RR fez ao próprio BC. A instituição, no entanto, não retornou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento do Banco Central. 

#Banco Central #Caixa Econômica #Real digital

Política

Há muito de Simone Tebet no Consórcio Nordeste

23/06/2023
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Mais um sinal do prestígio de Simone Tebet: a ministra do Planejamento emplacou Marcelo Britto no cargo de secretário-executivo do Consórcio Nordeste. A indicação ganha ainda mais peso pela forte presença do PT no bloco: quatro dos nove governadores da região pertencem ao partido, entre os quais lideranças políticas muito próximas de Lula, como Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte. Se Britto foi escolhido é porque Fátima foi voz decisiva a favor.  Próximo de Tebet, Marcelo Britto é ex-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio. Durante a campanha eleitoral do segundo turno, trabalhou junto à então senadora para reduzir as faíscas entre Lula e o setor. A recompensa chegou. 

#Consórcio Nordeste #Marcelo Britto #PT #Simone Tebet

Infraestrutura

Governadores do Nordeste vão à China buscar financiamento para infraestrutura

9/05/2023
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O Consórcio do Nordeste – notadamente os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do Ceará, Elmano de Freitas – estão articulando uma viagem conjunta à China. O objetivo é buscar investidores para concessões de infraestrutura, notadamente rodoviárias e no setor de saneamento. As articulações têm sido conduzidas com o apoio do embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao. Rodrigues é hoje uma das autoridades brasileiras com maior interlocução junto ao diplomata, por conta das tratativas para a instalação da montadora chinesa BYD na antiga fábrica da Ford em Camaçari.  

A busca conjunta por investidores na área de infraestrutura é mais um sinal da ressurreição do Consórcio Nordeste, que esteve quase nas últimas entre 2020 e 2021, abalado pelas denúncias de desvios de recursos destinados à gestão da pandemia. Conforme o RR antecipou, os governadores têm discutido também projetos em parceria na geração de energia limpa, notadamente hidrogênio verde. Na última sexta-feira, os chefes de governo da região se reuniram em Fortaleza para tratar do tema.  

#BYD #China #Consórcio do Nordeste #Ford

Energia

Consórcio Nordeste sai à caça de investidores em energia renovável

14/03/2023
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Baqueado por denúncias de corrupção na compra de respiradores durante a pandemia, o Consórcio Nordeste está de “volta”. O pool de governadores – liderado por Jerônimo Rodrigues, da Bahia, e Elmano de Freitas, do Ceará – discute projetos conjuntos com o objetivo de atrair investimentos em geração renovável. Segundo a fonte do RR, os estados trabalham em um plano para a integração de linhas de transmissão no Nordeste, com o apoio do governo federal. Além de usinas eólicas e solares – vocação natural da região – os governadores começam a trabalhar, cada qual do seu lado, em projetos para a produção de hidrogênio verde. Jerônimo Rodrigues pretende aproveitar a viagem à China no fim do mês, na comitiva oficial do presidente Lula, para se reunir com empresas com empresas do setor. O Ceará, por sua vez, saiu na frente e já anunciou a instalação de um hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém, empreendimento orçado em mais de US$ 6 bilhões.  

#Consórcio Nordeste #Energia

Política

Brasília e Nordeste não se entendem sobre o custo da água

8/02/2023
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O preço da água tornou-se um ponto de fricção entre o governo federal e alguns estados do Nordeste, exatamente o maior reservatório eleitoral do presidente Lula. O motivo do atrito é o pagamento pelo uso de recursos hídricos do Rio São Francisco. Brasília gasta por ano cerca de R$ 300 milhões na distribuição de água do manancial para Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba e pretende repassar parte desse custo às unidades federativas. Ressalte-se que já existe uma determinação da Agência Nacional de Águas a favor da cobrança. Os estados, no entanto, vêm protelando a assinatura de um contrato com a Codevasf. O presidente do Consórcio Nordeste, João Azevedo, esteve recentemente em Brasília tentado negociar cláusulas do acordo. No Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, que conduz o assunto, a iniciativa é vista como uma tentativa de postergar ainda mais o início da cobrança.  

#Codevasf

Economia

Menos adubo para o Plano Nacional de Fertilizantes

9/11/2022
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Um desafio a mais para Simone Tebet ou quem que venha assumir o Ministério da Agricultura: o Projeto Santa Quitéria, uma das maiores apostas do Brasil para reduzir a dependência em relação aos fertilizantes importados, corre sério risco de ficar no papel. Segundo o RR apurou, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) produziu um relatório técnico que, no melhor dos cenários, deverá dificultar a execução do empreendimento no curto prazo, notadamente no que diz respeito à concessão das licenças pelo Ibama. De acordo com a fonte da publicação, o documento aponta que a exploração de fosfato e urânio no município de Santa Quitéria (CE) é inviável tanto do ponto de vista ambiental quanto social. O estudo de 142 páginas – produzido a partir de inspeções in loco no fim de agosto (informação antecipada com exclusividade pelo RR na edição de 29 de agosto) – será submetido ao colegiado do CNDH ainda nesta semana. Em contato com o RR, o Conselho confirmou que “a expectativa é que o relatório sobre a missão a Santa Quitéria seja apreciado pelo Pleno do colegiado na reunião a ser realizada nos dias 10 e 11 de novembro.”. O Conselho disse ainda que “qualquer manifestação só pode ocorrer após as discussões e deliberações.”  

Segundo a mesma fonte, o parecer vai apresentar 32 recomendações ao Ibama e à CNEM (Comissão Nacional de Energia Nuclear). O CNDH, vinculado ao Ministério da Mulher e da Família, alega que o Projeto Santa Quitéria já está produzindo impacto danoso antes mesmo da sua execução. As três galerias abertas para testes geológicos seriam responsáveis pela irradiação de componentes químicos prejudiciais à saúde. De acordo com dados do Conselho, a região de Santa Quitéria soma um número de casos de câncer até cinco vezes superior à média de outros municípios do Nordeste com condições geográficas e sociais similares e sem as mesmas atividades minerais.  

O projeto de R$ 2,5 bilhões está a cargo do consórcio Santa Quitéria, formado pela Galvani Fertilizantes e pela estatal INB (Indústria Nuclear Brasileira). Também consultado, o Consórcio Santa Quitéria não se pronunciou. A jazida de Santa Quitéria tem reservas estimadas de 8,9 milhões de toneladas de óxido de fósforo de 80 mil toneladas de urânio – a razão para a presença da INB no negócio. O projeto original prevê a produção de 1,05 milhão de toneladas/ano de fertilizantes fosfatados, o que, a título de exemplo, seria suficiente para garantir 25% da demanda de toda o Norte e Nordeste por adubo. 

#CNEM #Fertilizantes #Ibama #Ministério da Agricultura #Simone Tebet

Uma ponte à espera do governador

8/07/2022
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Um dos maiores projetos de infraestrutura do Nordeste foi para o acostamento. O consórcio formado pela China Communications Construction Company, South America Regional Company e China Railway vai aguardar a eleição do novo governador do estado para decidir se leva adiante ou não a construção da ponte Salvador-Ilha de Itaparica, orçada em R$ 7,7 bilhões. O empreendimento vai depender da renegociação dos termos do contrato. Com o aumento dos preços dos combustíveis, do aço e do cimento, os chineses consideram o projeto inviável nas condições originais.

#CCCC #China Railway

Será que agora vai?

24/01/2022
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Governadores do Consórcio Nordeste, notadamente Flavio Dino, do Maranhão, e Camilo Santana, do Ceará, estariam dispostos a negociar a compra direta de vacinas da Pfizer para acelerar a imunização de crianças de 5 a 11 anos. Não é a primeira vez que os estados ensaiam “bypassar” o Ministério da Saúde e adquirir o produto junto aos fabricantes. Nunca deu em nada.

#Ministério da Saúde #Pfizer

Dessa vez a vilã não é a seca

13/01/2022
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Os governadores do Consórcio Nordeste estão discutindo medidas de ajuda aos agricultores, que acumulam sérios prejuízos com as fortes chuvas que atingem a região desde dezembro. Uma das ideias sobre a mesa, segundo a fonte do RR, é recorrer ao Fundo do Nordeste (FNE), administrado pela Sudene. Entre os mais prejudicados pelas enchentes na região estão pequenos e médios produtores de frutas. As perdas somadas desde o início de dezembro já superam as 20 mil toneladas.

#Consórcio Nordeste #Fundo do Nordeste

Estados abrem fogo contra a Petrobras

22/11/2021
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Os governadores reunidos no Consórcio Nordeste pretendem entrar com uma representação no Conar contra a Petrobras. O objetivo é tirar do ar a campanha publicitária lançada pela estatal, sugerindo que os preços dos combustíveis são elevados por conta dos tributos estaduais. Na paralela, 13 estados já ajuizaram uma ação civil pública contra a empresa pelo mesmo motivo. Por ora, a Petrobras ganhou o primeiro round: a 6a Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal manteve as propagandas e publicações da estatal – conforme a companhia informou ao RR.

#Conar #Petrobras

Flechadas nos governadores

2/09/2021
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A ala bolsonarista da CPI da Covid articula a convocação de Carlos Gabas, ministro da Previdência no governo Lula e hoje secretário executivo do Consórcio Nordeste. A base aliada mira em Gabas na tentativa de acertar nos governadores nordestinos, predominantemente de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Em tempo: o ex-ministro, ressalte-se, já foi chamado para depor em outra CPI da Pandemia, esta em andamento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Lula

Folhetim russo

23/07/2021
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Mais um capítulo da novela da vacina Sputnik: segundo o RR apurou, a entrega das primeiras 928 mil doses contratadas pelo Consórcio Nordeste está atrasada. Os governadores temem que os prazos estipulados para o fornecimento completo das 37 milhões de imunizantes (novembro) não seja cumprido.

#Sputnik

Ponto final

23/07/2021
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Não retornaram ou não comentaram o assunto: Consórcio Nordeste, Goldman Sachs, Assaí, Credit Suisse Hedging Griffo, Cemig, Volkswagen, Inmetro, BlackRock, Fiesp/Paulo Skaf, Uniodonto e ANM.

Ponte dos suspiros

28/06/2021
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A ponte Salvador-Itaparica, um dos maiores projetos de infraetrutura do Nordeste, balança antes mesmo de ser construída. O RR apurou que o consórcio de empresas chinesas responsável pela obra – à frente a China Communications Construction Company  (CCCC) – deverá solicitar ao governo baiano a revisão dos termos do contrato. O argumento é que o custo do projeto, da ordem de R$ 7,7 bilhões, está defasado devido à forte alta dos preços de insumos, como aço e cimento.

#CCCC #China Communications Construction Company

Seis por meia dúzia

25/06/2021
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O Consórcio Nordeste estaria em negociações para a compra de um lote de vacinas do laboratório chinês Sinopharm. A operação serviria para tampar o buraco deixado pelo cancelamento do contrato para a aquisição de 28 milhões de doses da Sputnik. O problema é que a Anvisa ainda não aprovou o uso do imunizante da Sinopharm no Brasil, a exemplo da vacina russa.

#Sputnik

O Nordeste vai à OMS

1/06/2021
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O Consórcio Nordeste estuda recorrer à OMS na tentativa de obter uma certificação para o uso da Sputnik. Seria uma forma de sensibilizar a Anvisa a autorizar o imunizante no Brasil. Só que até agora a OMS não incluiu a Sputnik sequer entre as vacinas aprovadas para uso emergencial. Até a Unicef, que comprou 220 milhões de doses, está à espera desse aval.

#Consórcio Nordeste

“Operação Lava Respirador” asfixia o Consórcio Nordeste

10/08/2020
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O Consórcio Nordeste, concebido como um bloco de resistência ao presidente Jair Bolsonaro, começa a ruir por dentro. Artífices do movimento, os governadores Flavio Dino e Rui Costa estariam articulando nos bastidores a dissolução do condomínio federativo. Em meio à pandemia, o Consórcio tem servido para colar nos nove governos da Região a pecha de corruptos, por conta das seguidas acusações de desvios de recursos na compra de equipamentos médicos.

As denúncias atingem todos os estados do Nordeste. O pool hoje é investigado pelos Ministérios Públicos e Tribunais de Contas estaduais, TCU e Procuradoria Geral da República. Mais do que isso: em meio a essa “Operação Lava Respirador”, é criminalizado por seus próprios sócios-fundadores. O governo de Alagoas entrou na Justiça contra Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma e hoje secretário executivo do Consórcio Nordeste.

O estado cobra a devolução dos R$ 4,5 milhões que repassou ao consórcio para a compra de 30 ventiladores mecânicos. Os equipamentos não foram entregues. A medida apenas servirá para tirar o sofá da sala. Do ponto de vista jurídico, os respectivos governos estaduais não se livrarão de eventuais processos caso se confirme o desmanche do Consórcio Nordeste. No aspecto político, o desmonte será tão ou mais danoso. A criminalização e a eventual extinção do pool representariam um enfraquecimento do bloco de governadores do Nordeste justo no momento em que a aprovação de Jair Bolsonaro na região aumenta no rastro do auxílio emergencial de R$ 600, o “coronavoucher”.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #Nordeste #Rui Costa

Ligação direta

15/05/2020
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Maria Fernanda Coelho, presidente da Caixa na gestão Lula, é hoje uma das principais pontes entre os estados do Nordeste e Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional. Subsecretária do Consórcio Nordeste, Maria Fernanda negocia diretamente com Marinho a fatia que caberá à região na nova versão do “Minha Casa Minha Vida”.

#Caixa Econômica #Lula #Minha Casa Minha Vida

Todos os santos

9/09/2019
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O RR apurou que mais um grupo chinês e outro espanhol entraram na disputa pela construção da Ponte Salvador-Itaparica. Também estão no páreo China Communications Construction Company e China Railway. O projeto é tratado como a “Rio Niterói do Nordeste”. São 12,5 km de extensão e um orçamento de R$ 6 bilhões. O consórcio vencedor da PPP deverá ser anunciado em novembro.

#China Communications Construction Company #China Railway

“Paraíbas” vão à Europa em busca de recursos

2/09/2019
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O acaso não foi parceiro do recém-criado Consórcio Nordeste, que reúne os nove estados da região. O pool enviará uma missão à Europa em novembro para uma série de encontros com organismos internacionais e fundos voltados a projetos sustentáveis. Se pudessem, no entanto, os governadores adiavam o road show.

Os “Paraíbas”(Apud Jair Bolsonaro) desembarcarão no Velho Continente sob forte tensão. Neste momento, qualquer discussão internacional sob o guarda-chuva Brasil já nasce contaminada pelo imbróglio global em torno da Amazônia. Sobretudo tratando-se do assunto e do roteiro da viagem dos governadores nordestinos. O objetivo é captar investimentos para o setor agrícola vinculados ao manejo sustentável de recursos naturais no Nordeste. O RR apurou que há reuniões engatilhadas na Alemanha e Noruega, dois dos países que mais têm levantando sua voz contra o desmatamento da Amazônia.

No caso norueguês, há ainda um agravante. O governo Bolsonaro acaba de recusar recursos do país para financiar projetos ambientais na Região Amazônica. Os rancores bilaterais estão à flor da pele. Mesmo com o risco de o “assunto maior” eclipsar o tema das conversas, os governadores do Nordeste vão à luta. Levarão na bagagem estudos recentes sobre novas fronteiras agrícolas na região, como o chamado “Sealba”, o triângulo na divisa entre Sergipe, Alagoas e Bahia. Dados da Embrapa para o cultivo de soja, por exemplo, mostram que o potencial de produtividade na  região chega a 80 sacas por hectare, acima da média nacional (56 sacas/ha).

#Consórcio Nordeste #Jair Bolsonaro

Infraestrutura

Pouso autorizado

18/01/2019
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A próxima vinda de Maurício Macri ao Brasil poderá ser para celebrar um investimento de R$ 3 bilhões de um patrício na área de infraestrutura. A argentina Corporación América pretende montar um consórcio turbinado para disputar o leilão de concessões aeroportuárias marcado para o dia 15 de março. O alvo é o chamado Bloco Nordeste, que inclui, entre outros os aeroportos de Recife, João Pessoa e Aracaju. O grupo do empresário portenho Eduardo Eurnekian já detém as concessões dos terminais de Brasília e Natal.

#Mauricio Macri

“Governo Cunha” avança novas jardas

20/05/2016
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  A cada dia que passa, Eduardo Cunha amplia seu raio de ação e estende um novo tentáculo no governo Michel Temer. Cunha mira agora nos bancos estatais. Na Caixa Econômica Federal, a bola da vez é o deputado Manoel Junior (PMDB-RJ), forte candidato à vice-presidência de Operações Corporativas. O parlamentar carrega como maior credencial para o cargo o fato de ser um dos mais fiéis aliados de Cunha no Congresso. Ao mesmo tempo, o presidente afastado da Câmara estaria cavando uma diretoria do Banco do Brasil para o executivo Joaquim Cruz, funcionário de carreira da instituição. Neste caso, a indicação pode ser atribuída a um “consórcio” entre Cunha e Ciro Nogueira, presidente do PP. Foi o próprio Nogueira que há cerca de dois meses garantiu a nomeação de Joaquim Cruz para a diretoria de negócios do Banco do Nordeste .  O que mais chama a atenção é a investida de Eduardo Cunha sobre a Caixa Econômica. Caso se confirme, a nomeação de Manoel Junior configurará caso de reincidência. Durante o governo Dilma Rousseff, Cunha manteve os dois pés no banco com a presença de Fabio Cleto na vice-presidência de Governo e Loterias. Deu no que deu. Hoje, Cleto negocia um acordo de delação premiada com a Lava Jato. Ele já teria confirmado aos procuradores de Curitiba que Eduardo Cunha recebia propina de empresas beneficiadas com recursos do FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa.

#Banco do Nordeste #Caixa Econômica #Eduardo Cunha #FI-FGTS #Lava Jato #Michel Temer

Acervo RR

Aneel se enforca com seu próprio fio desencapado

15/02/2012
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O diretor-geral da Aneel, Nelson Ha¼bner, já está sendo chamado em Brasília de “Ildo Sauer do setor elétrico”. Em uma atitude voluntarista e quase camicase, Ha¼bner articula uma mudança regulatória que, a um só tempo, eletrocuta os interesses do governo e dos principais investidores da área de energia, tanto públicos quanto privados. A Aneel iniciou estudos para rever os critérios e os limites de concentração de mercado das distribuidoras do setor. Na avaliação de Ha¼bner, as regras fixadas há mais de dez anos no auge das privatizações caducaram diante das operações de fusão e aquisição realizadas ao longo desse período. Mas o diretor da Aneel mira mesmo o futuro. Aos seus olhos, o “anacronismo regulatório” tende a se acentuar com a nova onda de consolidação esperada para a área de energia. O RR apurou junto a uma alta fonte da Aneel que Ha¼bner pretende manter a subdivisão geográfica para efeito de cálculo de concentração – são dois submercados: Norte/Nordeste e Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Sua principal proposta de mudança está relacionada aos critérios para contabilizar o peso dos players no setor. Hoje, este cálculo é feito com base nos consórcios controladores de cada distribuidora ou geradora. Ha¼bner considera que esta conta deve ser individualizada. Ou seja: levar em consideração a participação isolada de cada investidor em diferentes empresas, independentemente da composição do restante do bloco de controle. Pelas novas normas, somando todas as suas participações, um mesmo investidor não poderia ter mais do que 35% da distribuição de energia no Norte/ Nordeste ou 25% no Sul/ Sudeste/Centro-Oeste. A disposição de Ha¼bner é evitar que um só player, mesmo que associado a diferentes parceiros, tenha uma excessiva presença em distribuidoras de um mesmo submercado, o que aumentaria seu poder de arbitragem na tarifa da energia e, consequentemente, reduziria o nível de competitividade no setor. A atitude de Nelson Ha¼bner pode até estar eivada de boas intenções. Defesa da competitividade e estímulo a reduções das tarifas são bandeiras quase que inatacáveis. No entanto, Ha¼bner parece ter acionado uma bomba-relógio no seu próprio colo. Sua posição vai frontalmente contra o que pensam e querem o governo e, por extensão, BNDES e Previ. Há tempos que o fundo de pensão e a agência de fomento trabalham a favor da consolidação do setor em nome da criação de uma grande distribuidora de energia de controle nacional. Entre os investidores privados, também não faltarão interessados em dar uma descarga elétrica de mil volts no diretor da Aneel. A proposta de Ha¼bner seria um estorvo a  possibilidade de grandes operações de fusão e aquisição. Além disso, contraria uma tendência mundial de consolidação do setor elétrico nas mãos de poucos grupos. Pelo andar da carruagem, é mais fácil o Planalto regular a agência reguladora, enquadrar Ha¼bner e incinerar a proposta de mudança das regras ainda no papel.

Acervo RR

Murilo Mendes quer uma poltrona na licitação de aeroportos

17/11/2011
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Murilo Mendes, por vezes, beira o surrealismo das poesias do poeta mineiro homônimo. Aos 85 anos, fora do jet set das construtoras nacionais e com notórias dificuldades de trânsito junto ao governo e aos fundos de pensão, o empreiteiro acredita que é possível recomeçar. Por recomeço, leia-se a investida no setor de concessões. A Mendes Junior planeja participar dos leilões de licitação de aeroportos no Brasil. Além da estratégia de diversificação de seus negócios, a companhia enxerga a operação como um fermento para a sua própria atuação na construção civil. Uma vez aninhada na gestão de aeroportos, a Mendes Junior pretende garantir contratos para a reforma ou construção de terminais. A empreiteira olha com especial interesse para o seu quintal, leia-se a privatização do aeroporto de Confins. Mira também em terminais do Nordeste, notadamente nas cidades-sedes de jogos da Copa do Mundo. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas nuvens carregadas separam Murilo Mendes do setor aeroportuário. Segundo um executivo da própria empreiteira ouvido pelo RR, sempre que o assunto é discutido nas reuniões de diretoria, a maior parte do tempo é gasta para tratar dos óbices a  operação. O principal deles é a limitação financeira da Mendes Junior vis-a -vis as grandes construtoras interessadíssimas no novo negócio, a começar por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Os dirigentes da Mendes Junior vislumbram dificuldades até mesmo para a composição de consórcios. Seja pelo porte de sua empresa, seja pelas suas idiossincrasias atávicas – pingando-se ainda nesta alquimia algumas gotas de reservas por conta de sua idade -, Murilo Mendes é visto por seus congêneres como carta quase fora do baralho. Também está longe de ser uma figurinha carimbada no álbum de parceiros preferenciais dos fundos de pensão, caminho quase que obrigatório para os grupos que entrarão nas concessões aeroportuárias. Vide, por exemplo, a turbulenta relação com os sócios na usina de Belo Monte. A Mendes Junior e outras empreiteiras menos votadas foram pressionadas por Previ, Petros e Funcef a reduzir sua participação no consórcio. Diante deste cenário, a saída aventada pela Mendes Junior é pegar carona com grupos internacionais. Na era do Google, difícil vai ser encontrar um investidor que desconheça a fama de Murilo Mendes.

Belo Monte

19/08/2011
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Sempre cabe mais um em Belo Monte. Após a Light, estão avançadas as negociações para que a Petrobras entre no capital do consórcio responsável pela construção da usina. A estatal pretende garantir fornecimento de energia para suas refinarias localizadas no Norte e no Nordeste.

Acervo RR

Trens da Transnordestina atrasam ainda na prancheta

12/03/2010
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Se Benjamin Steinbruch fizesse um IPO dele próprio, não conseguiria arrancar nem um tostão de Dilma Rousseff. O rating do empresário na Casa Civil só faz despencar por conta dos crescentes atrasos nas obras de construção da Transnordestina, a cargo de um consórcio encabeçado pela CSN. Dilma recebeu com irritação os mais recentes relatórios sobre o andamento das obras. Trechos importantes que deveriam ser inaugurados ainda neste ano deverão ficar para 2011. O caso principal é o do ramal que liga o sertão pernambucano aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). A ligação é considerada uma espécie de aorta do empreendimento por conectar uma área órfã de logística de transportes a dois dos mais importantes portos do país. Trechos nas regiões de Salgueiro e Trindade, em Pernambuco, também estão com atrasos nas obras e dificilmente entrarão em operação ainda neste ano. A irritação de Dilma Rousseff é proporcional aos recursos que o governo está despejando no projeto. Além do financiamento previsto no PAC, a Sudene vai liberar mais R$ 1 bilhão, com recursos provenientes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Há ainda uma articulação para que o consórcio Nova Transnordestina faça uma emissão de debêntures, com a garantia firme de compra de parte dos papéis por Previ e Funcef.

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