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Pode ser que o Itaú esteja ainda regurgitando a fusão com o Unibanco. Ou – quem sabe? – não é a crise de identidade provocada pela saída de Roberto Setúbal da presidência da instituição. Ou talvez seja simplesmente uma fuligem na engrenagem do banco dos engenheiros. Também pode ser o conjunto dessas variáveis.
O fato é que o Itaú tem tido uma queda recorrente de performance na geração de lucro líquido comparativamente à concorrência privada. Os “itaulatras” do mercado já começam a suspeitar que algo mudou, ou está mudando. Os números demonstram que desde o primeiro trimestre de 2018 – e sempre em comparação ao trimestre anterior – o Itaú vem perdendo a competição pela lucratividade com Bradesco e Santander. Ou seja: são cinco trimestres seguidos de um resultado inferior ao da concorrência, com uma única exceção: somente no primeiro trimestre de 2019, oItaú conseguiu superar o Santander,com crescimento de 8,1% no lucro líquido, contra 2,4% do Santander.
Mas o banco perdeu de lavada no período para o Bradesco (evolução do lucro líquido de 14,6%). É claro que esses percentuais precisam ser analisados com ressalvas, à luz de outras réguas e tecnicalidades. O Itaú é um colosso. Em outros indicadores, tais como o crescimento da carteira de crédito, perde e ganha – tem perdido mais, diga-se de passagem. E quando a comparação é pelo retorno anualizado sobre o PL Médio (ROE) – a “mãe de todos os indicadores” – o Itaú segue na frente em relação aos demais concorrentes privados. Mas pode se afirmar também que, em alguns casos, conta mais a ditadura da escala do que propriamente a gestão. A dúvida que sobressai das medições é se o banco não está com alguma ferrugem na sua máquina de gerar resultados. Que venham mais trimestres.
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