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Mercado
Across Capital prepara nova investida no Brasil
14/01/2025Corre na Faria Lima que a Across Capital vai fechar ainda neste trimestre a capitalização de mais uma empresa de softwares no Brasil. O cheque seria da ordem de US$ 15 milhões. A gestora já aportou recursos em três empresas brasileiras: Zig, Akad Seguros e QI Tech – nesta última, o maior desembolso, de US$ 50 milhões. A Across é comandada pelo brasileiro Rafael Costa e pelo norte-americano Mike Silva, ambos ex-Vulcan Capital, o antigo fundo de Paul Allen, cofundador da Microsoft.
Destaque
Os muitos contras que separam Alckmin do Ministério da Defesa
14/01/2025O nome do vice-presidente, Geraldo Alckmin, que está no centro das especulações para ocupar o cargo do ministro da Defesa, Jose Mucio, provoca um sentimento de que “não é bem isso” no comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva. Não que tenham ocorrido com Alckmin animosidades no passado ou desgastes no presente. O vice nunca ergueu a voz para criticar os militares.
Pelo contrário! Prestigia o estamento sempre que cabe na situação. Há ainda outras aproximações não transparentes. O vice-presidente é membro da Opus Dei, da qual fazem parte vários generais. Mas o momento não é bom para a indicação de Alckmin devido ao efeito de comparação.
O ministro José Múcio está no topo da aprovação pelos comandantes militares. Durante todo o período recente de extrema fricção entre os Poderes e a corporação, Múcio foi um algodão entre os cristais. Alckmin é igualmente discreto e maleável. No entanto, não tem o mesmo aval conquistado junto às Forças Armadas por Múcio graças a um trabalho diuturno de esfriamento dos ânimos.
O atual ministro da Defesa já foi testado. Alckmin, por sua vez, assumiria em uma conjuntura mais tensa, com o risco de antecipação da campanha eleitoral, recrudescimento da polarização do país e mesmo uma pontinha de dúvida se a saúde de Lula é a mesma de antes.
A questão do orçamento também provoca coceiras no ouvido do general Tomás. Com José Múcio, aos trancos e barrancos, os recursos para as Forças aumentaram. Pouco, mas aumentaram. O vice não tem tido muito êxito em arrancar dinheiro para a sua pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O Ministério funciona mais como uma embaixada do que um efetivo órgão de Executivo. E o momento, por si só, já é um convite à austeridade.
Não faltam tecnoburocratas e políticos propondo tirar das FAs um quinhão para o ajuste fiscal. Dependendo do timing da Justiça, é provável também que Alckmin assumisse em meio a julgamentos, sentenciamentos e prisões de oficiais de alta patente. Um ambiente tenso por definição. Múcio já mapeou o caminho das pedras.
O atual ministro da Defesa é considerado entre os comandantes como o melhor “carteiro” que já passou pela Pasta. Tudo que falam chega ao conhecimento do presidente Lula. É uma linha direta que atropela qualquer outra instância, seja o Gabinete Civil, o GSI, o órgão que for. O comparecimento dos três comandantes das Forças Armadas mais o chefe do Estado Maior das FAs no evento do 8 de janeiro, ocasião em que os Poderes civis demonstraram descaso com a convocação de Lula – nenhum dos seus altos representantes esteve presente, – foi interpretado nas internas não somente como uma demonstração da liderança pacificadora do general Tomás, mas como uma condecoração ao ministro da Defesa.
Lula, com seu poder de convencimento, tentará atar e desatar todos os nós para que Múcio estenda o prazo de três meses que estipulou para deixar a Pasta. Ele parece irredutível. Se não houver lábia capaz de dissuadir o ministro da Defesa, no íntimo Lula gostaria que o próprio general Tomás fosse alçado ao cargo. Seria um justo prêmio para quem teve um notável papel de contenção dos comandos durante a fase golpista no fim do governo Bolsonaro.
Mas apenas gostaria. E olhe lá. Colocar novamente um militar no comando da Defesa, ainda mais com o episódio recente do general Braga Neto no posto, seria um tiro político no pé.
Governo
Só falta Janja montar uma Secom do B – ou do A – no PT
14/01/2025O que se diz em Brasília é que Janja trabalha para emplacar a cientista social Brunna Rosa Alfaia na comunicação do PT. Nome de confiança da primeira-dama, Brunna deverá deixar a Secretaria de Estratégias e Redes da Secom por decisão do novo ministro, Sidônio Palmeira – conforme informou o Valor Econômico na edição de ontem. Sua saída é um sinal de que Sidônio está disposto a reduzir o notório poder de Janja na comunicação da gestão Lula. Se bem que, no próprio Planalto, há quem interprete que, se Brunna ganhar um cargo no PT, será praticamente como se continuasse com um pé no governo. É… pode ser.
Empresa
Livraria Leitura entra no radar de fundos de investimento
14/01/2025A Livraria Leitura vem sendo cortejada por fundos de private equity, de acordo com fonte próxima à empresa. As sondagens miram a compra de uma participação minoritária no capital. Por ora, segundo informações filtradas pelo RR, a família Teles, controladora da companhia, resiste à ideia. A Leitura é quase um estranho no ninho em um setor que assistiu, nos últimos anos, à falência da Saraiva e da Cultura. A empresa cresce ano após ano: a projeção para 2025 é de um aumento de receita de 18%. Ao mesmo tempo, segue apostando no varejo físico sem sinais de que a estratégia é passageira. No ano passado, abriu 13 lojas; para este ano, estão previstas pelo menos 15 inaugurações. Pode ser que os fundos apostem que, em algum tempo à frente, as livrarias se tornem cult. Pode ser.
Governo
Fazenda promete “big brother das bets” e entrega uma “biblioteca”
14/01/2025Alardeado pelo governo como uma espécie de “big brother das bets”, o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), criado pelo Ministério da Fazenda, está mais para uma velha biblioteca ou arquivo. Ao contrário do prometido, ao menos até o momento o Sigap não conta com tecnologia para monitorar eventuais fraudes ou manipulações de resultados. Tampouco é capaz de identificar operações atípicas. Na prática, o Sistema tem funcionado como um mero banco de dados, abastecido pela próprias plataformas de bets com a movimentação diária das apostas. Não vai ser por aí que o governo conseguirá fisgar criminosos.