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Ometto desponta como uma grande “potência energética” no próximo governo

  • 14/11/2022
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O controlador da Cosan, Rubens Ometto, é candidato a ser no governo Lula, na área de energia renovável, o que a JBS se tornou na cadeia de proteína, a partir de primeira era do PT. Há fortíssimas ressalvas na comparação. Ometto vai colocar o grosso do dinheiro do seu bolso, e não da torneira financeira do BNDES. Quanto à diferença de métodos para obtenção de recursos entre o dono da Cosan e os irmãos Batista, controladores da JBS, a Lava Jato já contou o que havia para contar sobre esses últimos. O prestígio de Ometto com Lula é tanto que possivelmente ele seria guindado a um Ministério caso somente acenasse com a ideia ao amigo. Segundo o RR apurou, o presidente eleito pretende se reunir com Ometto ao voltar da COP 27, no Egito. Será um dos primeiros encontros de Lula com um empresário após a eleição, o que dá a medida do estreito relacionamento do dono da Cosan – ressalte-se que ambos já tiveram duas conversas reservadas durante a campanha. Ometto é visto como um personagem fundamental para os planos do novo governo de estimular fortemente a produção de energia limpa e de combustíveis verdes no Brasil. Ele é um cala boca para os críticos de que o governo Lula quer trocar a seiva do investimento privado pelo subsidiado investimento público. 

 

Vai ter muita grana do empresariado para as renováveis. Os números falam por si: na semana passada, a Raízen – joint venture entre a Cosan e a Shell – anunciou um investimento de R$ 6 bilhões na construção de cinco plantas de etanol de segunda geração. As atenções se voltam também para o hidrogênio verde. A Raízen desponta, desde já, como um dos potenciais candidatos a liderar alguns dos maiores projetos do setor no Brasil. O grupo fechou recentemente uma parceria com a USP com objetivo de desenvolver uma tecnologia capaz de transformar etanol em hidrogênio verde. E se alguém tem álcool de sobra no país é a dobradinha entre a Cosan e a Shell: são 35 usinas, com capacidade de produção de 3,5 bilhões de litros por ano.  

 

Fosse em outros tempos, o próprio Ometto e a Raízen seriam fortes candidatos a “cavalos vencedores”. A repetição desse velho modelo está fora de cogitação para o próximo governo Lula, conforme o RR já adiantou. O que não quer dizer que a Raízen não possa se favorecer de uma nova estratégia de incentivos para o aumento da inserção internacional do Brasil, focada em produtos – caso da energia verde – e não em empresas.   

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