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Fernando Henrique Cardoso já emplacou a equipe econômica; agora quer fazer o vice de Geraldo Alckmin. Mentor do movimento feito por Alckmin na semana passada, colando sua campanha ao dream team do Plano Real, à frente Pérsio Arida e Edmar Bacha, FHC dedica-se a costurar a aliança entre o PSDB e o MDB e consequente indicação de Henrique Meirelles como companheiro de chapa do candidato tucano. Pelo menos é o que se espera entre os próceres tucanos. Sabe-se que FHC é ambíguo por natureza. Mas, a priori, o rito será cuidadosamente cumprido.
Nesta semana, FHC deverá se reunir com Michel Temer, detentor da caneta do orçamento do governo e um dos árbitros do MDB. Além da costura política, trata-se do cumprimento do protocolo, pois Temer ainda não anunciou a inevitável retirada da sua pré-candidatura à Presidência. Há informações de que a desistência poderá ser formalizada amanhã, durante o lançamento do documento “Encontro com o Futuro”, do MDB.
Na ocasião, o partido anunciaria a candidatura de Meirelles. Ainda que isso ocorra, os dados continuarão rolando até o início oficial da campanha. O fato é que FHC parece disposto a usar seu poder de sedução para convencer Meirelles a ser a peça que falta na chapa de Geraldo Alckmin. A dobradinha “Alckmin-Meirelles” teria a sonoridade capaz de atrair DEM, PP, PTB, PSD etc. Ao mesmo tempo, poderia, enfim, colocar um brilho nos olhos opacos da Av. Paulista e da Faria Lima, por ora, desanimados com a abulia daquele que seria sua imagem e tradução eleitoral.
O ex-ministro detém ainda um ativo único, capaz de levar a candidatura Alckmin para um terreno do eleitorado que o PSDB não consegue alcançar. Por ser politicamente bipolar (PT e MDB), Meirelles pode reduzir a contaminação da impopularidade do governo Temer e afirmar que, sob sua gestão no BC, o país viveu um período de distribuição de renda e ascensão social sem precedentes na história – será papel dos marqueteiros fazer a parte maior do que o todo, leia-se o governo Lula. A entrada em cena de FHC é uma boa e uma má notícia para Geraldo Alckmin. Ela traz a reboque toda a sinuosidade característica do semi-deus dos tucanos.
Ao mesmo tempo em que a presença de FHC dá maior senioridade política e poder de articulação à campanha de Alckmin, pode ser também o seu alçapão. Da mesma forma como se encantou com Luciano Huck e sutilmente estimulou sua candidatura, FHC não titubearia em atravessar a rua caso surgisse outro nome capaz de empolgar o eleitorado e amalgamar os partidos de centro, algo que Alckmin não conseguiu até o momento. É da natureza do escorpião.
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