Política externa

Brasil busca aliados atômicos para liberar construção de seu submarino nuclear

  • 13/12/2023
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O governo Lula está buscando o apoio da França e dos Estados Unidos para destravar a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro. O Palácio do Planalto e o Itamaraty têm trabalhado para obter o aval dos presidentes Emmanuel Macron e Joe Biden ao projeto. O objetivo é usar o endosso de duas das maiores potências nucleares do mundo para sensibilizar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU. A AIEA tem resistido a aprovar a utilização de urânio enriquecido no reator do submarino. A Agência se recusa a abrir o precedente de autorizar um país sem armas nucleares, como é o caso do Brasil, a empregar combustível atômico para fins militares. As tratativas são extremamente sensíveis. Neste ano, o almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, já viajou duas vezes a Viena, onde está a sede da AIEA. Segundo o RR apurou, o governo brasileiro propôs à agência um calendário de inspeções trimestrais ou mesmo semestrais ao Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), local de montagem das principais peças do reator nuclear da embarcação. Por sua vez, a AIEA exige que o Brasil abra dados sigilosos do equipamento. A Marinha não concorda, por considerá-los segredo militar.

Diante do impasse nas tratativas diretas com a AIEA, o governo Lula decidiu mudar de estratégia e buscar aliados influentes que possam ajudar na negociação com a Agência. É o caso, principalmente, da França, parceira de primeira hora do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). Tudo tem seu preço. O RR apurou que o governo brasileiro negocia junto ao país europeu à compra de equipamentos para o gerador e a turbina do submarino nuclear. O Brasil também tenta convencer os franceses a cooperarem na montagem do próprio reator dentro do submarino, ajudando a garantir a sua segurança. No entanto, a França resiste a entrar. 

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