Benefício do governo à indústria farmacêutica vira um placebo

  • 28/06/2017
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Procura-se um remédio para as dores que o governo tem causado na indústria farmacêutica nacional, notadamente as empresas enquadradas nas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), criadas ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Na maioria dos casos, a sintomatologia é a mesma: demora na análise dos projetos e atraso na liberação dos recursos, seja pelo cobertor curto do orçamento federal, seja pela burocracia. Os dois maiores símbolos da anemia no programa mantido pelo governo são a Orygen e a Bionovis, os dois superlaboratórios nacionais que surgiram das pipetas e tubos de ensaio do BNDES na época dos cavalos vencedores.

Segundo o RR apurou, a Orygen estaria tentando aprovar há mais de um ano PDPs sob análise no Ministério da Saúde. A situação é kafkiana: sem o carimbo de Brasília, a empresa não consegue liberar recursos de mais de R$ 100 milhões já aprovados pelo próprio BNDES. No ano passado, também por conta da letargia do governo federal, a companhia se viu obrigada a redimensionar sua fábrica em Itapevi (SP), reduzida em aproximadamente 30% em relação ao projeto original.

Menos mal que os acionistas do Orygen – Biolab e Eurofarma – cobriram do próprio bolso o investimento para a construção da unidade de medicamentos biossimilares. O Bionovis também teria projetos encalhados no âmbito do PDP. Assim como no caso da Orygen, coube aos sócios da companhia bancar a instalação da fábrica de Valinhos (SP). Procuradas pelo RR, os dois laboratórios não quiseram comentar o assunto.

Os atrasos nas PDPs têm forte impacto sobre a velocidade da inovação na indústria farmacêutica nacional. As parcerias envolvem, sobretudo, transferência de tecnologia de produtores e detentores de patentes estrangeiros, a produção de matérias-primas e sínteses químicas e a fabricação de biossimilares, praticamente uma cópia de medicamentos cujas licenças expiraram. São remédios sofisticados, na maioria dos casos importados.

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