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ISA olha para o futuro e não vê as linhas da CTEEP

  • 28/02/2013
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Há quase sete anos, a ISA causou espanto ao desbancar o favoritismo dos grupos espanhóis e arrematar o controle da cobiçadíssima Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) por aproximadamente US$ 530 milhões. Agora, no entanto, os colombianos estão prestes a tomar uma decisão que não deve surpreender os connaisseurs do setor elétrico. O grupo pretende negociar parte ou até mesmo a totalidade de suas ações na concessionária – hipótese esta que representará sua saída do Brasil. Segundo informações obtidas junto a  CTEEP, a inglesa National Grid já manifestou interesse pela aquisição do controle da empresa. Consultada, a CTEEP disse “não comentar especulações de mercado”. A principal motivação para o meia-volta, volver da ISA é a controversa política de renovação das licenças do setor elétrico lançada pelo governo Dilma Rousseff. A mudança das regras provocou um curto-circuito no grupo. Inicialmente, o Conselho de Administração da CTEEP chegou a recomendar aos acionistas controladores que recusassem a proposta de prorrogação das concessões. Posteriormente, com a decisão do governo de também remunerar os ativos de transmissão em operação antes de 2000, os colombianos aceitaram as novas condições. O que não quer dizer que tenham concordado com elas. O recuo já teria sido uma ação premeditada visando a  futura venda da CTEEP. Afinal, quem compraria uma empresa de transmissão com a maior parte de suas licenças caducando dentro de dois anos? A cada partida corresponde uma chegada. Neste caso, um retorno. A National Grid já esteve no Brasil, onde foi sócia da Intelig. Depois da incursão na área de telefonia, os ingleses querem voltar pisando na praia que mais conhecem – o setor de transmissão é responsável pela maior parte de seu faturamento. A partir da CTEEP, o grupo pretende disputar a licitação das linhas de transmissão que ligarão as grandes usinas da Amazônia ao Sistema Interligado Nacional; cada uma delas com mais de mil quilômetros de extensão. Antes, no entanto, terá de desenrolar o emaranhado da CTEEP. A indenização que a empresa deverá receber do governo pela redução das tarifas, em torno de R$ 3 bilhões, não daria nem para a saída. Não por outro motivo, a ação da empresa caiu quase 20% desde o anúncio da mudança das regras, no fim de agosto do ano passado.

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