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Grupo Pearson escreve a compra da Companhia das Letras

  • 7/01/2013
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00O Brasil é o prefácio e o posfácio do grupo britânico Pearson na sua agressiva estratégia de expansão mundial com base nos mercados emergentes. O país está sublinhado no mapa dos ingleses como o número um para aquisições. Após um período de hibernação desde a compra, em julho de 2010, dos sistemas de ensino da SEB (COC, Dom Bosco, Pueri Domus e Name) por R$ 888 milhões, o grupo volta a s compras de olho na Companhia das Letras. A aquisição de 45% do capital da editora ocorreu em 2009. A proposta dos ingleses seria ficar com os 55% restantes e, assim, ter o controle integral da Companhia das Letras, que está entre as maiores do país. As negociações estão sendo conduzidas pela controlada Penguim, que se associou mundialmente com a Randon House, do grupo alemão Bertelsmann. A Pearson acredita que três anos é um período mais do que suficiente para que a empresa possa caminhar com as próprias pernas, sem depender do conhecimento dos sócios das famílias Schwarcz e Moreira Salles. Para o grupo Pearson, a compra da Companhia das Letras é a obra perfeita para iniciar no país seu plano de montar uma base de expansão editorial na América Latina a partir do Brasil. A ideia é adquirir editoras na Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru e México nos próximos dois anos e levar a Companhias das Letras a disputar a liderança do mercado editorial da região. A editora será transformada em uma holding para agrupar as aquisições e estabelecer uma estratégia única de crescimento na América Latina. Nesse novo contexto, o Brasil deverá responder por mais da metade do faturamento da Companhia das Letras, que, por sua vez, representaria em torno de 10% da receita mundial dos negócios editoriais do grupo Pearson, na faixa de US$ 5 bilhões. Procurados, o grupo Pearson não se pronunciou. Já a Companhia das Letras negou a operação. Na cartilha dos ingleses, estaria reservado ainda para a Companhia das Letras o lançamento de um site de vendas de livros em português e espanhol para atender a cerca de 50% do mercado latino-americano em uma primeira etapa. Em cinco anos, chegaria a 70%. O objetivo do grupo Pearson é concorrer diretamente com a Amazon na região e enfrentar o crescimento das concorrentes locais, cada vez mais associadas a grupos internacionais. No que depender do apetite dos ingleses, o fechamento da transação deverá ocorrer até meados deste ano, tempo suficiente para a realização da due diligence e formatação da proposta final.

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