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Benjamin desenterra sua velha fábrica de trilhos

  • 26/01/2012
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Benjamin Steinbruch, notoriamente chegado a anunciar o mesmo investimento por diversas vezes, está tirando da gaveta um antigo projeto. Trata-se da construção de uma fábrica de trilhos, empreendimento que o empresário sinalizou pela primeira vez há quase 16 anos. De acordo com uma fonte do BNDES, Benjamin demonstrou ao banco a disposição da CSN de investir US$ 250 milhões na operação. O plano passa pela construção de uma laminadora no complexo siderúrgico de Volta Redonda com capacidade para a produção de 150 mil toneladas de trilhos por ano. Costumeiramente afeito a se jogar sobre os ombros do BNDES, desta vez é provável que Benjamin nem precise fazer muita força para contar com o apoio do banco. O projeto é visto como estratégico pelo comando da agência de fomento. Hoje, o Brasil não produz um centímetro sequer de trilho. Todos os equipamentos são importados. A fábrica da CSN teria capacidade para atender a  metade da demanda nacional. Além disso, o BNDES ainda enxerga um possível efeito dominó positivo. A decisão de Benjamin serviria como um estímulo para que outras siderúrgicas também entrassem neste setor, contribuindo para reduzir ainda mais a dependência das concessionárias ferroviárias das importações. Os olhos do banco se voltam principalmente para a ArcelorMittal, que já produziu trilhos no Brasil, e a Gerdau, que tem um projeto semelhante ao da CSN. O maior incentivo para a fabricação no país está no custo da matéria-prima. O preço da tonelada do trilho importado tem saído, em média, a US$ 900,00. Já o ferro pode ser comprado a US$ 200,00 a tonelada no mercado interno. Pode até ser mais um dos tantos blefes de Benjamin Steinbruch quando o assunto são novos investimentos, mas há indícios de que o empresário pretende mesmo tirar a fábrica de trilhos do freezer. Benjamin tem se articulado junto ao governo na tentativa de garantir cotas de nacionalização para a compra de trilhos. O próprio Ministério dos Transportes vem promovendo estudos para fixar um percentual mínimo de conteúdo nacional nos equipamentos comprados pela Valec.

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