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Eletrobrás abre as comportas das usinas Panambi e Garabi

  • 14/12/2010
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Um dos principais projetos do setor de energia em pauta no governo avançou centenas de megawatts nas últimas semanas. A Eletrobrás apresentou a  estatal argentina Ebisa o modelo para a construção das hidrelétricas binacionais Panambi e Garabi, no Rio Uruguai. As duas usinas vão exigir um investimento superior a US$ 2 bilhões. O ponto central das negociações é o modelo para o cálculo da tarifa. A proposta prevê que o valor será fixado com base na média entre os preços praticados nos dois países e uma cesta de moedas. Itaipu deixou lições para nunca serem esquecidas. O governo brasileiro já deixou claro que não haverá pagamento pela energia eventualmente não utilizada pelos argentinos. Um Paraguai só já basta. Outras duas questões importantes do projeto estão alinhavadas. O BNDES deverá financiar até 70% do valor total do empreendimento. Em contrapartida, o Brasil poderá ficar com mais de 60% da energia gerada pelas duas hidrelétricas. Estudos ambientais já feitos pela área técnica do Ministério de Minas e Energia apontam a viabilidade do duplo aproveitamento dos recursos hídricos do Rio Uruguai. Dilma Rousseff é entusiasta de primeira hora do projeto. Na condição de ministra da Casa Civil, a presidente eleita participou diretamente das primeiras negociações bilaterais. O acordo definitivo entre os dois países deverá ser assinado no primeiro semestre de 2011. O governo brasileiro estima que, até lá, todas as licenças ambientais estarão sobre a mesa. Antes disso, Brasil e Argentina ainda terão de aprumar alguns declives no projeto. Há discordâncias em relação ao modelo de gestão. Os argentinos defendem um rodízio na presidência da companhia binacional que será formada para administrar as duas hidrelétricas. O mandato seria de dois ou três anos. No entanto, o governo brasileiro e isso vale tanto para Lula quanto para a presidente eleita Dilma Rousseff não abre mão da presidência executiva em nome da sua maior participação no financiamento. Desta forma, é provável que o rodízio fique restrito ao Conselho de Administração. A operação das duas usinas será compartilhada entre a Eletrobrás e a Ebisa, que vão administrar também os contratos de venda futura da energia.

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