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Petrobras empacota suas refinarias em busca de um sócio

  • 5/02/2013
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Perfeito, perfeito mesmo, seria se a Petrobras pudesse empurrar lá para frente parte expressiva dos investimentos previstos para a ampliação e modernização do seu parque de refino, deslocando os recursos para a prioritária atividade de exploração e produção. Mas, diante do grande fosso que costuma separar o ideal do real, Maria das Graças Foster acredita ter encontrado uma solução meia-sola, capaz, ao menos, de atenuar a mordida no caixa da companhia. A operação passa pelo spinoff da área de refino, com o agrupamento das 11 unidades da estatal em uma nova empresa. A medida permitiria a busca de um parceiro exclusivamente para esta unidade de negócio. Graça não está reinventando a roda. Apenas pretende replicar, em escala bem maior, uma estratégia já usada pela Petrobras no passado. Durante dez anos, a Repsol foi sócia da Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, com uma participação de 30%. A experiência é de boa memória para a estatal. Na ocasião, a parceria com os espanhóis permitiu acelerar a expansão da refinaria gaúcha. Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar. A Petrobras já vem mantendo conversas preliminares com grupos interessados no negócio. Dois fortes candidatos são a mexicana Pemex e a norueguesa Statoil. A intenção da estatal seria vender de 20% a 30% da nova companhia. Para estas empresas, a operação representaria um bilhete de entrada no maior conjunto de refinarias da América Latina e, por extensão, a garantia de processamento do petróleo que eventualmente será produzido em seus campos no Brasil. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o projeto tem arestas difíceis de serem polidas. Uma delas é convencer um grande grupo privado a ser minoritário de uma empresa sobre a qual não terá qualquer poder de ingerência. Isso para não falar que a Petrobras tem hábitos peculiares, tais como trançar sua lucratividade com os interesses políticos do governo. Ao mesmo tempo, há fortes dúvidas na estatal quanto a  inclusão ou não nesta holding das quatro refinarias em construção. Por um lado, há o temor de que estes empreendimentos afugentem os investidores; por outro, o entendimento de que todo este malabarismo só terá impacto para valer sobre o caixa da empresa se englobar também as futuras unidades. O plano de investimentos da Petrobras prevê o desembolso de quase US$ 72 bilhões na área de refino até 2016. Deste total, cerca de US$ 56 bilhões, ou algo em torno de 77%, se referem a  instalação das unidades Abreu Lima, Comperj e Premium I e II. Difícil acreditar que mais esse cavalo vencedor não tenha como garantia de viabilização um desses megafinanciamentos do BNDES. Vade retro, cruz credo!

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