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Acervo RR
A norte-americana Laureate não admite fechar o ano letivo sem uma nova aquisição no Brasil. Além da investida sobre o Objetivo, de João Carlos Di Gênio – ver RR nº 4.155 -, está em negociações para a compra de uma participação majoritária na gaúcha Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). A operação depende da criação de uma holding na qual a universidade ficaria pendurada. Automaticamente, a rede de ensino deixará de ser uma entidade sem fins lucrativos e perderá os benefícios fiscais de praxe. Procurada pelo RR, a Ulbra negou qualquer negociação. A Laureate, por sua vez, não quis se pronunciar. As tratativas vêm sendo acompanhadas de perto pelo Ministério da Educação, que, não é de hoje, alimenta preocupação com o futuro da Ulbra. O grupo atravessa uma situação financeira delicada, com dívidas de quase R$ 3 bilhões. Não obstante algumas vantagens fiscais, a maior parte deste valor está relacionada a passivos tributários. Por conta do grande endividamento fiscal e da virtual perda das vantagens tributárias da Ulbra, a Laureate já teria, inclusive, consultado o Ministério da Fazenda sobre a possibilidade de um reescalonamento do passivo, condição sine qua non para o fechamento do negócio. Deve chorar e levar. O governo vê com simpatia e boa dose de alívio a entrada de um grande investidor no capital da Ulbra. Controlada pelo fundo norte-americano KKR, a Laureate promete uma longa temporada de investimentos no Brasil. Dona da universidade Anhembi Morumbi, tem em caixa mais de US$ 600 milhões para aquisições no país.
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