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Dilma hasteia bandeira do desemprego zero

  • 9/04/2010
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Para Dilma Rousseff, hastear a bandeira da continuidade do governo Lula nunca é demais. Porém, isso não exclui um mote de campanha próprio. Mas cadê ele? Dilma foi encontrar sua figurinha carimbada na área técnica do BNDES: um estudo sobre o pleno emprego no Brasil. Assim como FHC teve o Plano Real, e Lula, o Bolsa-Família, Dilma imprimiria como grande brasão do seu governo o “desemprego zero”. A candidata já partirá de uma base que lhe dará grande credibilidade, vide as estatísticas recentes. Em fevereiro, segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego atingiu seu menor nível para o período desde 2002 (7,4%). Olhando-se para a curva dos últimos meses, a tendência é que esse número caia ainda mais no decorrer da campanha, chegando a um nível historicamente baixo. O modelo estabelece como obrigação do Estado a geração permanente de empregos, mas prevê co-responsabilidades através de parcerias público-privadas em obras e empreendimentos. Dilma pretende criar uma espécie de derivativo do seguro-desemprego. O trabalhador inativo ganharia uma fração do salário-mínimo até o momento em que o Estado, isoladamente ou por uma ação conjunta com a iniciativa privada, fosse capaz de lhe garantir uma ocupação. A diferença é que este novo mecanismo não cobriria apenas o contingente de recém-demitidos, mas também os novos entrantes no mercado de trabalho, que não ficam embaixo da marquise do seguro-desemprego. Este modelo criaria uma camisa-de-força para o próprio governo. Quanto menor for a capacidade de geração de novos postos de trabalho maior terá de ser o subsídio social. Só não se sabe ainda de que rubrica orçamentária vai sair essa dinheirama toda, mas certamente isso não vai fazer parte do mote de campanha. Por falar em Dilma Rousseff, vale reproduzir as palavras do guru da candidata, o ministro Franklin Martins: “A grande imprensa já escolheu José Serra e isso não é paranoia; trata-se de algo irreversível.” Diante desta constatação, a tropa de choque da comunicação de Dilma pretende fazer da internet um importante instrumento de campanha, como forma de compensar a já esperada exposição negativa na mídia convencional. Está sendo recrutado um pelotão de jornalistas que terão como função redigir textos pró-Dilma e avessos a Serra que serão incessantemente disparados no melhor estilo da campanha eleitoral de Barack Obama. Além do bombardeio de e-mails, os marqueteiros de Dilma pretendem montar uma trincheira nos sites de relacionamento. Uma das preocupações do alto-comando da campanha de Dilma Rousseff é que alguns jornais iniciem uma espécie de pré-golpe pela mídia, subtraindo, desde já, a legitimidade de uma eventual vitória da candidata governista devido a “mordaça na imprensa”, “aparelhagem do Estado”, mensalão, aloprados e demasiada estatização, só para citar os assuntos mais votados. Os assessores de Dilma sabem que é impossível escapar das indefectíveis visitas a donos de jornal e seus respectivos editores. No entanto, esse tipo de tour será feito de forma apenas protocolar, diferentemente de José Serra, que pretende acampar recorrentemente nas redações. Dilma vai bater perna e falar na televisão. Ela sabe que seu eleitor não está nos jornais.

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