Bolsonaro enxerga o jogo muito além da Copa América

  • 1/06/2021
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A disposição de Jair Bolsonaro para a possível realização da Copa América no Brasil desponta como um teste para 2022. O torneio poderá funcionar como um termômetro da temperatura institucional no país, já mirando as eleições do próximo ano. Ao negociar a vinda de uma competição desta magnitude em meio a uma pandemia, Bolsonaro parece apostar mais uma vez na tática do enfrentamento. O presidente confronta a opinião pública, as regras sanitárias e os demais Poderes. Ontem mesmo, o governo de Pernambuco já proibiu a realização de jogos da Copa América no estado. São Paulo e Bahia, por exemplo, só aceitam sediar o torneio com portões fechados.

A Copa América vai muito além do campo. O anúncio de que o Brasil deverá sediar o torneio foi o bastante para agitar as duas torcidas organizadas que polarizam o cenário político-eleitoral, com um embate de parte a parte nas redes sociais ao longo do dia de ontem. Para essas manifestações saltarem das mídias digitais e ganharem as ruas, é um pulo – vide os protestos contra o governo no último sábado. Ou não.

De toda a forma, certamente, o assunto já está na pauta das autoridades da área de Segurança. O pior dos cenários seria uma repetição de 2013. A Copa das Confederações marcou o auge das manifestações de rua daquele ano, que viriam a culminar no impeachment de Dilma Rousseff em 2016. O 20 de junho de 2013 quase entra para a história como uma data trágica: enquanto Espanha e Taiti jogavam no Maracanã, cercado por tropas do Exército em um perímetro de quase dois quilômetros, houve um intenso quebra-quebra nas ruas do Centro do Rio.

 

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, está convicto de que marcou um golaço. A iminente vinda da Copa América para o Brasil – informação antecipada pelo RR em 21 de maio – deverá valer o importante apoio de Jair Bolsonaro para a sua permanência à frente da entidade.

A Copa América pode ser um divisor de águas para Rogério Caboclo. O no 1 da CBF tem mantido intensas conversações com presidentes de federações estaduais. Busca apoio para brecar as manobras do ex-presidente da entidade Marco Polo Del Nero, que quer tirá-lo do cargo.

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