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O ministro e o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa e Joaquim Levy, acertaram uma colaboração que vai muito além da hipocrisia de praxe, na qual a autoridade que deixa o cargo elogia seu substituto, a quem detesta por sempre ter cobiçado seu lugar. A convivência dos dois não passou incólume a pegadinhas, fofocas e pequenas intrigas, sem as quais os ministérios da Fazenda e do Planejamento deveriam trocar de nome. Mas as ranhuras foram leves e o diálogo, sempre civilizado. Ambos deixaram claro o papel de reciprocidade que pretendem cumprir daqui por diante. Levy não quer ser considerado um anti-Barbosa e, portanto, contrário ao êxito do seu sucessor. E Barbosa vai refutar a imagem de gradualista e descompromissado com a prioridade ao ajuste fiscal. Há uma disposição de diálogo entre os dois, que conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff. Ninguém é ingênuo de esperar uma colaboração corriqueira. Mas o entendimento é que deve haver alguma interlocução. Um elo entre ambos é a Fundação Getulio Vargas, que sempre será uma referência comum aos dois economistas. Nelson Barbosa e Joaquim Levy são pessoas tremendamente diferentes. A forma de pensar a economia, porém, não é tão desigual assim. Ressalte-se que o Barbosa em consideração é aquele que estava no Ibre antes de ir para o Planejamento e não o assessor de Guido Mantega. Levy fora do governo, por uma dessas sutilezas do destino, talvez consiga contribuir para que se encontre a síntese para o falso dilema entre a intensidade e o gradualismo fiscal. Barbosa poderá se aproximar do que propunha o antecessor sem parecer que está recuando. O amálgama seriam as reformas, os marcos regulatórios e um plano de desenvolvimento que resgatasse o olhar de longo prazo. Mas Levy também estava desse lado da força. Aliás, que a força esteja com ambos. E com todos nós.
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