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A Caixa Econômica Federal é a primeira da fila entre as grandes estatais que deveriam ser imediatamente privatizadas, segundo enquete realizada pelo RR junto a uma parcela dos seus assinantes. A amostragem atingiu 269 nomes, distribuídos entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de variadas entidades de classe. Foram escolhidas as quatro estatais que não constam de qualquer programa de privatização e são consideradas as mais cobiçadas pelo mercado.
Os assinantes receberam um breve questionário com as seguintes perguntas: “Que estatal deveria ser imediatamente privatizada?”; “De acordo com sua resposta, qual o principal motivo para a privatização?”; “Que empresa teria mercado comprador mais fácil?” A sondagem foi feita no modelo de respostas fechadas – cabe enfatizar que a Eletrobras não foi incluída na relação, uma vez que sua venda já foi anunciada pelo governo. A CEF despontou com 41% das preferências, seguida da Embrapa, 26%; Petrobras, 24%; e Banco do Brasil, 9%. O principal motivo apontado pelos assinantes do RR para a privatização da CEF foi o fisiologismo, com 38% – ou seja, aos olhos dos entrevistados, o banco tem sido um “cabide de emprego”.
A geração de caixa para o governo surgiu a seguir, com 20%. Logo depois, vieram ganhos de eficiência, 12%; e aumento de competitividade (8%). A corrupção foi votada por 5%. Na opção “outros”, quando o entrevistado pode citar um fator não apresentado nas respostas, chamou a atenção o expressivo número dos que indicaram a superposição de funções como razão para a venda da Caixa (12%). Ressalte-se ainda o índice residual de 3% que mencionaram a irrelevância estratégica da instituição.
No caso do BB, o quesito “ganhos de eficiência” foi o mais votado, com 52%. O item “geração de caixa para o governo” foi apontado como a razão maior por 18%. O aumento de competitividade somou 11%. Ressalte-se que o fisiologismo recebeu só 9% dos votos, um número muito inferior ao atribuído à Caixa. A corrupção teve 4%. Curiosamente, 2% dos entrevistados descartaram a privatização do banco, sugerindo, no item “outros”, a fusão do BB com a CEF.
Na Embrapa, considerada uma das joias do setor público, o motivo disparado para sua privatização foram os ganhos de eficiência, com 85% das respostas. A concentração nesse quesito é tamanha que os entrevistados parecem ignorar o fato da empresa ser um case de eficiência mundial – ou consideram que, mesmo sendo referência, a Embrapa poderia ser muito melhor caso estivesse sob controle privado. Um dado chama a atenção: juntos, fisiologismo e corrupção não somaram 1%.
No caso da Petrobras, para 41% dos entrevistados, a razão para uma venda imediata também seriam os ganhos de eficiência, livrando a estatal da burocracia e demais amarras do Estado. Em segundo lugar, ficou a corrupção, com 23% – certamente um reflexo dos fatos recentes. O critério do aumento de competitividade foi indicado por 12%. Ao contrário do esperado, o item venda imediata da Petrobras visando geração de caixa para o Estado somente foi assinalado por 7% dos consultados. Provavelmente, os assinantes consideram que o momento não é o melhor para a privatização, estando a empresa em processo de reestruturação e seu valor de mercado bem abaixo dos preços históricos.
O fisiologismo teve 6% das indicações. Quando consultados sobre que empresa teria mercado comprador mais fácil, a Embrapa surgiu como o bombom da enquete, com 34% de interesse na aquisição, seguida da Petrobras (29%). Depois aparecem Caixa (21%) e BB (15%). A fusão BB e CEF surge novamente nessa questão, com 1% dos consultados sugerindo que um banco resultante das duas estatais teria o maior mercado comprador entre todos os demais. Faltaria combinar a junção com o Cade, o que parece uma hipótese fora de consideração.
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