O sangue ferve no laboratório Hermes Pardini

  • 23/12/2016
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A trégua societária por trás do IPO do Hermes Pardini é uma veia sensível, que pode se romper ao menor toque de uma seringa. Há pontos de divergência entre os irmãos Áurea, Victor e Regina Pardini quanto à diluição da participação dos acionistas controladores por conta da abertura de capital da rede de laboratórios diagnósticos. O trio detém 70% das ações. Áurea, dona de 23% do capital, é contrária à redução da fatia da família a menos de 51%. A operação prevê não só uma oferta primária, mas também uma secundária, com a venda de papéis em poder dos atuais sócios.

Victor e Regina não demonstram o mesmo apego ao controle majoritário. Foi assim há dois anos, quando a dupla tentou promover a fusão do Hermes Pardini com o Fleury. O sangue de Áurea Pardini ferveu e a empresária brecou a operação, que daria ao clã uma participação proporcionalmente menor na nova empresa. Quem tenta desobstruir as artérias societárias do Hermes Pardini é o Gávea Investimentos, dono de 30% do capital e um dos maiores interessados no IPO. A gestora costurou a oferta de ações, anunciada na semana passada, ziguezagueando cuidadosamente entre as disputas familiares. O clã tem suas arestas, mas não rasga dinheiro.

No Gávea, a aposta é que o IPO sai, do jeito que Áurea quer. Embora tenha uma fatia acionária inferior às participações somadas de seus irmãos, a empresária se vale dos estatutos do Hermes Pardini, que exigem o voto unânime dos controladores para mudanças no capital.  Procurada, a empresa afirma que “todas as questões de governança foram resolvidas”, mas que não pode entrar em detalhes por estar em período de silêncio. O Hermes Pardini, é bom que se diga, tem seus anticorpos às brigas societárias. Em 2016, deverá atingir, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão em faturamento. Sua receita cresce 20% ao ano.

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