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Está fazendo falta alguém como João Paulo dos Reis Velloso. Não é de hoje. Os governos de FHC, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, os primeiros com alguns méritos, os últimos com mais desatinos, desprezaram o significado e importância do planejamento. A prática de organizar no tempo metas, prioridades, diretrizes e projetos, identificando em um prazo mais longo para onde o país pretende caminhar, foi estigmatizada junto com o regime militar.
Metas só as de inflação. Planos só os PACs, criados para não serem cumpridos. O primado de uma decisão de Estado deixou de ser relevante, até porque esse mesmo Estado passou a ser culpado por todos os males e perdeu o script do desenvolvimento programado. Restou-lhe uma ação esquemática, repetitiva.
João Paulo dos Reis Velloso representava exatamente o contrário, ou seja, a convicção de que o desenvolvimento exigia planejamento. Para isso despia as colaborações de preconceitos. Velloso seguia a máxima de Roberto Marinho, e também “tinha seus comunistas”. Colocava para pensar Arthur Candal, Pedro Malan, Regis Bonelli, Edmar Bacha. “Vermelhos e direitistas”. No Ipea, não havia guerra fria. Também era um mediador “por dentro”, equilibrando as demandas políticas com os aspectos técnicos, e muitas vezes segurando os arroubos da Fazenda ou do Gabinete Civil.
Tudo com a maior discrição. Velloso não tinha a intenção do brilhareco ou da demonstração de força. Dedicava-se a uma regência sacerdotal dos acadêmicos e tecnocratas a sua volta. Zelava pelo planejamento como um guardião das peças eucarísticas. Ao contrário do que pregam as catilinárias liberais, os investidores tinham um norte. A iniciativa privada enxergava um futuro, ainda que fosse tentativo ou mesmo duvidoso. Não havia mal em se ter um plano. Pois é. Que falta faz alguém como Reis Velloso.
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