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Política
O mercado – como disse o RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/mercado-ja-precificou-um-futuro-sem-o-governo-lula/) – não teve o menor prurido em precificar os riscos à saúde de Lula, vide a queda do dólar e dos juros futuros nos dias de UTI. No entanto, o que talvez os agentes financeiros ainda não tenham aquilatado é a apreciação do “fator Janja”. A primeira-dama, que já atuava como chefe informal da Secom, “assumiu” também funções da Secretária Geral da Presidência ou algo equivalente. Janja tem participado ativamente de uma série de decisões de ordem política e administrativa. Sua rotina passou a incluir despachos com ministros e assessores palacianos. Para quem priva da rotina do Planalto, sua ascensão dentro do governo já estava mais do que anunciada. No entanto, a internação de Lula não apenas precipitou como potencializou responsabilidades que possivelmente seriam incorporadas por Janja de forma gradual, diferidas ao longo do tempo. Desde a semana passada, é a primeira-dama quem filtra os assuntos que circulam entre ministros e o presidente.
Aqueles que acompanharam in loco a internação de Lula no Sírio Libanês puderam testemunhar ocasiões em que a ascendência de Janja se pronunciou. Todo o trabalho de divulgação das informações clínicas do petista passou por ela, assim como a aprovação dos conteúdos veículos nos canais oficiais da Presidência nas redes. A primeira-dama também defendeu que Lula deveria conceder um depoimento à imprensa ainda no hospital. Dito e feito. O presidente irrompeu “de surpresa” durante a coletiva de imprensa da equipe médica. Janja participou também dos preparativos para a entrevista exclusiva que Lula concedeu no próprio domingo ao Fantástico, da Rede Globo, além de ter prestado seu depoimento ao programa. Por sinal, a exposição na mídia é um bom termômetro da sua influência no governo. Desde o início do terceiro mandato de Lula, portanto em 1 de janeiro de 2023, Janja soma 23.101 menções nos 80 veículos jornalísticos de maior audiência e alcance no Brasil – segundo pesquisa feita pelo RR com o uso de ferramenta da Knewin, maior empresa de monitoramento das mídias da América Latina. Ou seja: a primeira-dama tem uma 0.
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