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O Ministério das Relações Exteriores, com o apoio integral do Palácio do Planalto, planeja fechar algo em torno de 15 representações diplomáticas na África e no Caribe ao longo deste ano. Os cortes atingiriam, entre outras nações, Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Serra Leoa, Antígua e Barbuda e Dominica. A medida envolveria a desativação de escritórios e mesmo de embaixadas menores.
Não é de hoje que esta medida vem sendo cotejada no Itamaraty – diga-se de passagem, sem que exista um consenso dentro da própria Pasta. Em 2017, um estudo da Comissão de Relações Exteriores do Senado apontou que as representações diplomáticas abertas entre 2003 e 2016 – nas gestões de Lula e Dilma Rousseff – somavam um gasto de aproximadamente R$ 380 milhões por ano, sem as devidas contrapartidas comerciais ou políticas. Com base nos números, o governo Temer chegou a iniciar preparativos para desativar boa parte delas.
No entanto, o então chanceler Aloysio Nunes Ferreira, que, curiosamente, havia sido presidente da Comissão no Senado, foi demovido pelo corpo diplomático do Itamaraty. O RR entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, que preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Caso se confirme, o fechamento de representações do Itamaraty em países da África e do Caribe será uma medida carregada de simbologia. Na prática, funcionaria como mais um gesto do presidente Jair Bolsonaro de distanciamento da política externa do PT. Os governos de Lula e de Dilma Rousseff, notadamente o primeiro, deram uma atenção especial a nações que nunca estiveram no eixo central da diplomacia brasileira. Nesse período, o Itamaraty ganhou embaixadas e escritórios em 44 países da África e do Caribe.
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