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Fazenda já mira crescimento do PIB em torno de 3,4%

  • 4/09/2024
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Segundo o RR apurou, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, levou a Lula e a Fernando Haddad uma das melhores notícias do ano: o aumento do PIB em 2024 deverá superar o patamar de 3%. E com alguma folga. Os cálculos apresentados ao presidente e ao ministro da Fazenda indicam que o índice pode bater na casa dos 3,5%. Significa dizer que, uma vez confirmada a projeção, o governo do petista alcançará um crescimento médio de 3,2% em seus dois primeiros anos – em 2023, a alta do PIB foi de 2,9%. Trata-se de um índice não muito distante da média alcançada nos dois primeiros anos do Lula I, de 3,45%. Ainda que confrontar dois anos com quatro anos não seja exatamente a comparação mais adequada, se for considerado o mandato integral dos mais recentes presidentes da República, Lula só perde para Lula. Em seu primeiro governo, o PIB subiu, em média, 3,51% por ano. No segundo, a mediana chegou a 4,64%.

 

Logo depois, o país começou a descer a ladeira com Dilma Rousseff – o que mostra que crescimento econômico não é propriedade petista. Em seu primeiro mandato, ainda com o carry over da gestão Lula, a alta média do PIB foi de 2,17%. No entanto, já no charco da sua Nova Matriz Econômica, o breve Dilma 2 foi a tragédia conhecida por todos: em 2015, o último ano completo da petista na Presidência da República, o PIB despencou 3,55%. Em 2016, outra pancada: a queda da atividade econômica ficou em 3,28%. Formalmente, o índice vai para a gestão de Michel Temer, na Presidência em oito dos 12 meses daquele ano. Porém, chega a ser desonesto debitar esse período de trevas na sua conta. Em termos econômicos, Temer nada mais foi do que um Dilma 2,5 diante da herança maldita que recebeu. Ainda assim, tampou boa parte dos buracos e conseguiu a proeza de fechar seu mandato praticamente no zero a zero, com um PIB médio de menos 0,06%.
Para efeito de comparação, o governo Bolsonaro tem suas peculiaridades. Em quatro anos, o Produto Interno Bruto cresceu, em média, 1,2%. Trata-se, obviamente, de um indicador distorcido pela pandemia, especialmente em 2020, quando a economia brasileira recuou 3,88%. Ainda que com um impacto menor, cabe lembrar que o PIB médio no atual mandato de Lula será afetado pela catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul.
Seja 3%, 3,2% ou 3,5%, uma coisa já é líquida e certa: o aumento da atividade econômica em 2024 superará – e muito – as expectativas dos agentes financeiros expressas no Boletim Focus. Aliás, esse tal de Boletim Focus, hein? No início do ano, a mediana das estimativas das instituições financeiras para o crescimento do PIB não passava de 1,52%. Erro crasso. Mas sejamos justos. Outras casas de projeções, aqui e lá fora, erraram feio. O FMI, em janeiro desse ano, previa aumento do PIB de 1,7%. Já a badalada Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal com a missão de analisar o equilíbrio das contas públicas, cravava que o PIB não passaria de 1,2% em 2024. Se tivessem jogado na roleta, teriam perdido um dinheirão.

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