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A comédia da partilha está em cartaz no MDB. A corrida pelo ervanário lembra as folias patafísicas do dramaturgo Alfred Jarry, em que se desconstrói o real para reconstruí-lo sob a forma do pândego. As discussões em torno da divisão do fundo partidário conseguem unir do mesmo lado do ringue personagens tão improváveis quanto Paulo Skaf Roberto Requião. É o teatro do absurdo.Os dois antípodas estão em pé de guerra com a estratégia de divisão dos recursos já sinalizada pela cúpula do partido, que deverá privilegiar alguns poucos afortunados.
No córner oposto estão os donos do cofre: Romero Jucá, presidente do MDB – chamado pelos antagonistas de tesoureiro-mor –, Eliseu Padilha e Moreira Franco. O presidente Michel Temer, dependendo da circunstância, representa o grupo palaciano, os insurretos ou posa de olímpico. Temer tenta jogar em todos os times. No último sábado, recebeu separadamente Paulo Skaf e Henrique Meirelles. Na agenda de ambos estavam queixas ao presidente relacionadas a apoio, da parte de Meirelles, e dinheiro, da parte de Skaf.
O ex-ministro da Fazenda busca demonstrar que sua candidatura tem funding próprio. Vai sobrar para quem estiver colado com ele. Em encontro com a tríade Jucá, Padilha e Moreira, teria vazado a expressão “turma do pires na mão”, em referência aos emedebistas que ficarão ao relento. A proposta da cúpula do MDB é ampliar a distribuição de recursos para estados em que a legenda já parte com chances consideráveis de emplacar o governador – casos de Roseana Sarney, no Maranhão, e de Paulo Hartung, no Espírito Santo – ou de aumentar sua bancada no Congresso. Toda a ação provoca reação em força igual e contrária. Skaf atira contra a direção do partido e acusa o trio Jucá, Padilha e Moreira de estar criando uma espécie de apartheid financeiro para beneficiar a “panela” de velhos aliados. Uma mistura de Ubu Rei, de Jarry, com o Avarento. Os emedebistas sem passe livre para faturar são uma trupe histriônica.
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